Nova equipa da Educação liderada pelo ministro das ‘sete vidas’

01-12-2015
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Um homem do mundo. É a forma mais simples de descrever o novo ministro da Educação. Aos 38 anos, Tiago Brandão Rodrigues já esgotou quatro das suas sete vidas: foi raptado no Brasil, fugiu de um furacão em Cuba, estava nos EUA no 11 de Setembro e, em Madrid, no 11 de Março. A sobreviver a tudo isto Tiago Brandão Rodrigues só se pode considerar “um homem de sorte”.

O investigador na área de oncologia em Cambridge esteve fora do país 16 anos e regressou a Portugal depois de António Costa o ter convidado para encabeçar a lista do PS de Viana do Castelo.

Assumiu há cinco dias os comandos da 5 de Outubro, é hoje dos ministros mais novos de sempre e diz, em entrevista ao Etv, que a sua vida no estrangeiro o faz sentir “muito mais português”.

A seu cargo vão estar as pastas do básico e secundário – a ciência e o superior têm uma tutela separada –, a que se soma o dossier da juventude e desporto. O que não acontecia desde que Manuela Ferreira Leite foi ministra da Educação, entre 1991 e 1995, durante o governo de Cavaco Silva.

Nasceu em Braga a 3 de Junho de 1977 mas foi em Paredes de Coura que cresceu. Vive e trabalha no estrangeiro mas estudou sempre em Portugal, tendo dividido o seu doutoramento entre Coimbra e Madrid. Aos 14 anos, quando terminou o 9º ano, disse aos pais que queria ir estudar e viver para Braga. Uma opção que diz ter sido “natural” e acabou a dividir apartamento com jovens universitários. Foi uma das “melhores experiências da minha vida” e “dei um grande salto” porque “entrei num mundo muito mais maduro”, conta. Estudou na escola Secundária de Carlos Amarante até ao 12º ano, altura em que aproveitava para fazer algumas experiências em laboratórios da, então, recém-nascida Universidade do Minho. E foi aqui que, recorda, “ficou claro” o que queria fazer e que despertou “para a ciência e para a investigação”.

Terminou a licenciatura em Bioquímica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra no ano 2000. Durante o curso viveu na Real República “Bota Abaixo” mas “nunca” bebeu álcool, garante. Foi aqui que aprendeu e criou “uma consciência, uma família e uma causa pública”. “Estar naquela casa é muito mais do que estar naquela casa”, sublinha o ministro que passa a explicar: “Todos temos de perceber o nosso espaço e trabalhar para que a engrenagem funcione”.

Nos anos seguintes, realizou investigação científica da Universidade de Dallas, em 2001 - na mesma altura do atentado 11 de Setembro - e no Instituto de Investigações Biomédicas do Conselho Superior de Investigações Científicas, em Madrid, - quando foi o atentado do 11 de Março. O trabalho que desenvolveu em Espanha, sobre metabolismo cerebral em doenças neurodegenerativas, conduziu ao seu doutoramento em Bioquímica, especialidade de Biofísica Molecular, pela Universidade de Coimbra. E valeu-lhe um galardão no Prémio António Xavier. Pelo meio teve tempo para ser raptado no Brasil, em 2003, num “sequestro relâmpago de carro com colegas”.

Antes de regressar ao país estava a trabalhar há seis anos no Cancer Research UK, sobre técnicas de detecção precoce do cancro. Centro que fica em Cambridge, onde convive e se cruza no dia a dia com vários prémios Nobel. A sua equipa desenvolveu uma técnica revolucionária na ressonância magnética que, explica Tiago Brandão Rodrigues, “aumenta a sensibilidade para captar e identificar os tecidos normais dos tumores”, o que permite captar de forma mais precoce os tumores.

Em 2013 saltou para a ribalta do mundo quando publicou o artigo sobre a sua investigação, como primeiro autor, na reputada revista científica “Nature Medicine”, tendo recebido o British Prize da Sociedade Internacional de Ressonância Magnética em Medicina.

Amante de desporto, praticou voleibol e karaté durante oito anos, foi adido da missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Londres 2012, momento que diz ter sido “único”.

Para o ajudar a gerir o Ministério da Educação, Tiago Brandão Rodrigues conta com uma equipa jovem e de académicos. Alexandra Leitão é Secretária de Estado Adjunta e da Educação, com 42 anos. Professora desde 2011 da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa é doutorada em Ciências Jurídico-Políticas, estando ligada à área de administração pública, sobretudo autarquias, contratos administrativos. Experiência que pode vir a ser útil a Tiago Brandão Rodrigues numa altura em que está a arrancar o processo de transferência de competências da Educação para as autarquias.

João Costa, até aqui director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova é o novo Secretário de Estado da Educação. Natural de Setúbal, o professor de Linguística que dirigia a instituição de ensino superior desde 2013, terminou o doutoramento na Universidade de Leiden na Holanda em 1998. Parte dos seus estudos de doutoramento foi feita no MIT. Conta com uma vasta lista de publicações e parte do seu trabalho foi dedicado à ordem de palavras nas línguas do mundo, com enfoque no português.

A novidade é João Wengorovius Meneses, secretário de Estado da Juventude e Desporto. Licenciado em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, tem um mestrado em Estudos do Desenvolvimento no ISCTE-IUL e frequentou cursos para executivos no INSEAD, Stanford University, Kellogg School of Management e Harvard Business School. Sem experiência anterior na área do desporto, chega ao Governo depois ter sido o coordenador do Gabinete de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária (GABIP) da Mouraria, criado no âmbito da Câmara Municipal de Lisboa.

Um homem do mundo. É a forma mais simples de descrever o novo ministro da Educação. Aos 38 anos, Tiago Brandão Rodrigues já esgotou quatro das suas sete vidas: foi raptado no Brasil, fugiu de um furacão em Cuba, estava nos EUA no 11 de Setembro e, em Madrid, no 11 de Março. A sobreviver a tudo isto Tiago Brandão Rodrigues só se pode considerar “um homem de sorte”.

O investigador na área de oncologia em Cambridge esteve fora do país 16 anos e regressou a Portugal depois de António Costa o ter convidado para encabeçar a lista do PS de Viana do Castelo.

Assumiu há cinco dias os comandos da 5 de Outubro, é hoje dos ministros mais novos de sempre e diz, em entrevista ao Etv, que a sua vida no estrangeiro o faz sentir “muito mais português”.

A seu cargo vão estar as pastas do básico e secundário – a ciência e o superior têm uma tutela separada –, a que se soma o dossier da juventude e desporto. O que não acontecia desde que Manuela Ferreira Leite foi ministra da Educação, entre 1991 e 1995, durante o governo de Cavaco Silva.

Nasceu em Braga a 3 de Junho de 1977 mas foi em Paredes de Coura que cresceu. Vive e trabalha no estrangeiro mas estudou sempre em Portugal, tendo dividido o seu doutoramento entre Coimbra e Madrid. Aos 14 anos, quando terminou o 9º ano, disse aos pais que queria ir estudar e viver para Braga. Uma opção que diz ter sido “natural” e acabou a dividir apartamento com jovens universitários. Foi uma das “melhores experiências da minha vida” e “dei um grande salto” porque “entrei num mundo muito mais maduro”, conta. Estudou na escola Secundária de Carlos Amarante até ao 12º ano, altura em que aproveitava para fazer algumas experiências em laboratórios da, então, recém-nascida Universidade do Minho. E foi aqui que, recorda, “ficou claro” o que queria fazer e que despertou “para a ciência e para a investigação”.

Terminou a licenciatura em Bioquímica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra no ano 2000. Durante o curso viveu na Real República “Bota Abaixo” mas “nunca” bebeu álcool, garante. Foi aqui que aprendeu e criou “uma consciência, uma família e uma causa pública”. “Estar naquela casa é muito mais do que estar naquela casa”, sublinha o ministro que passa a explicar: “Todos temos de perceber o nosso espaço e trabalhar para que a engrenagem funcione”.

Nos anos seguintes, realizou investigação científica da Universidade de Dallas, em 2001 - na mesma altura do atentado 11 de Setembro - e no Instituto de Investigações Biomédicas do Conselho Superior de Investigações Científicas, em Madrid, - quando foi o atentado do 11 de Março. O trabalho que desenvolveu em Espanha, sobre metabolismo cerebral em doenças neurodegenerativas, conduziu ao seu doutoramento em Bioquímica, especialidade de Biofísica Molecular, pela Universidade de Coimbra. E valeu-lhe um galardão no Prémio António Xavier. Pelo meio teve tempo para ser raptado no Brasil, em 2003, num “sequestro relâmpago de carro com colegas”.

Antes de regressar ao país estava a trabalhar há seis anos no Cancer Research UK, sobre técnicas de detecção precoce do cancro. Centro que fica em Cambridge, onde convive e se cruza no dia a dia com vários prémios Nobel. A sua equipa desenvolveu uma técnica revolucionária na ressonância magnética que, explica Tiago Brandão Rodrigues, “aumenta a sensibilidade para captar e identificar os tecidos normais dos tumores”, o que permite captar de forma mais precoce os tumores.

Em 2013 saltou para a ribalta do mundo quando publicou o artigo sobre a sua investigação, como primeiro autor, na reputada revista científica “Nature Medicine”, tendo recebido o British Prize da Sociedade Internacional de Ressonância Magnética em Medicina.

Amante de desporto, praticou voleibol e karaté durante oito anos, foi adido da missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Londres 2012, momento que diz ter sido “único”.

Para o ajudar a gerir o Ministério da Educação, Tiago Brandão Rodrigues conta com uma equipa jovem e de académicos. Alexandra Leitão é Secretária de Estado Adjunta e da Educação, com 42 anos. Professora desde 2011 da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa é doutorada em Ciências Jurídico-Políticas, estando ligada à área de administração pública, sobretudo autarquias, contratos administrativos. Experiência que pode vir a ser útil a Tiago Brandão Rodrigues numa altura em que está a arrancar o processo de transferência de competências da Educação para as autarquias.

João Costa, até aqui director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova é o novo Secretário de Estado da Educação. Natural de Setúbal, o professor de Linguística que dirigia a instituição de ensino superior desde 2013, terminou o doutoramento na Universidade de Leiden na Holanda em 1998. Parte dos seus estudos de doutoramento foi feita no MIT. Conta com uma vasta lista de publicações e parte do seu trabalho foi dedicado à ordem de palavras nas línguas do mundo, com enfoque no português.

A novidade é João Wengorovius Meneses, secretário de Estado da Juventude e Desporto. Licenciado em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, tem um mestrado em Estudos do Desenvolvimento no ISCTE-IUL e frequentou cursos para executivos no INSEAD, Stanford University, Kellogg School of Management e Harvard Business School. Sem experiência anterior na área do desporto, chega ao Governo depois ter sido o coordenador do Gabinete de Apoio ao Bairro de Intervenção Prioritária (GABIP) da Mouraria, criado no âmbito da Câmara Municipal de Lisboa.

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