There: Escolas chumbam novo modelo de avaliação dos alunos

17-04-2019
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Já não é apenas do Conselho Nacional de Educação (CNE) a dizê-lo, agora também o Conselho de Escolas (CE), vem alertar para os perigos da supressão das Provas Finais de Ciclo.
Inevitavelmente, vejo um Ministério cada vez mais isolado, cada vez mais distante dos vários parceiros de educação. Não se augura, por isso, nada de benéfico para os nossos alunos!

"Conselho das Escolas quer a continuação do exame do 6º ano e provas de aferição só nos 4º e 8º anos.

Crítico
e, afinal, com uma perspetiva contrária à defendida pelo ministro Tiago
Brandão Rodrigues em relação ao fim dos exames. É este o tom do parecer
do Conselho das Escolas (CE) em relação ao novo modelo de avaliação do
ensino básico. O órgão consultivo do Ministério da Educação (ME) defende
a manutenção dos exames do 6.º ano e provas de aferição só nos 4.º e
8.º anos. No parecer, feito a pedido da própria tutela e aprovado ontem,
o órgão que representa as escolas mostra-se contra a aplicação das
alterações já neste ano.

O documento
que vai ser enviado ao ME, e a que o DN teve acesso, mostra que, ao
contrário das afirmações públicas do ministro Tiago Brandão Rodrigues de
que os diretores eram favoráveis a esta mudança na avaliação do básico e
que percebiam a sua aplicação já neste ano letivo (ver fotolegenda), há
reservas em relação a esta nova política de avaliação. No parecer, os
conselheiros escrevem que "carecem de clarificação e explicitação os
desígnios e as vantagens para os alunos, para o sistema educativo e para
a Educação em geral, decorrentes do projeto de alterações em
apreciação".

A análise à proposta que
acabou com os exames dos 4.º e 6.º anos e criou as provas de aferição
dos 2.º, 5.º e 8.º anos aponta ainda o dedo às constantes mudanças na
Educação. "A estabilidade acrescenta valor ao sistema educativo,
credibiliza-o e gera confiança nos profissionais da educação, nos
alunos, nas famílias e na população em geral." Os diretores acrescentam
que para essa "estabilidade, credibilidade e melhoria da qualidade do
sistema educativo" é "desejável" que se mantenham as provas finais de
ciclo nos 6.º e 9.º anos. Ao mesmo tempo mantendo as provas de aferição,
mas desta feita apenas "em dois momentos ao longo do ensino básico: nos
4.º e 8.º anos".

Exames garantem exigência

O
CE justifica esta posição com o parecer do Conselho Nacional de
Educação que defendia a manutenção dos exames, lembrando que "as provas
finais - porque contam para a avaliação final dos alunos - introduzem
maior exigência no sistema educativo, mobilizam e corresponsabilizam
todos os agentes escolares.

Por outro
lado, as provas de aferição" têm outros objetivos como o acompanhamento
do desenvolvimento curricular nas várias áreas disciplinares, informação
detalhada sobre o desempenho dos alunos e a promoção de uma intervenção
atempada para recuperar os alunos.

Para
os responsáveis das escolas, a implementação das provas de aferição
"não é incompatível com a manutenção das provas finais do 2.º ciclo do
ensino básico, antes pelo contrário, complementam-se".

O
CE defende, por isso, o papel complementar das várias modalidades de
avaliação. Daí que os diretores revelem ao ministério "alguma
preocupação" com "o facto de os alunos passarem por dois ciclos de
estudos sem qualquer avaliação externa que certifique se desenvolveram
ou não as aprendizagens definidas para cada um deles".

Aplicar? Nunca neste ano

Se
mostram reservas com estas mudanças, os diretores são mais claros em
relação aos tempos para uma aplicação das provas de aferição. "Quaisquer
alterações a introduzir" no âmbito da "avaliação dos alunos não devem
aplicar-se, nunca, no decorrer do presente ano letivo".

A
decisão de o governo aplicar já neste ano as provas de aferição e
acabar com os exames tem sido a crítica mais frequente. O ministro
justificou esta decisão com a necessidade de pôr fim a um modelo que
"era prejudicial" para os alunos. Mas as escolas têm reiterado que estas
mudanças mexem com a vida dos alunos e começaram o ano a achar que não
iam ter provas e a meio descobrem que sim. Além disso, as provas devem
ser feitas no início de junho e ainda não são conhecidas as suas
matrizes, atrasando o trabalho de preparação dos professores.

Os
diretores votaram ontem este parecer sobre o novo modelo de avaliação
que o ME apresentou a 8 de janeiro. Agora vão entregar as suas
conclusões à tutela, sendo certo que esta não é vinculativa. Questionado
pelo DN, o presidente do CE, José Eduardo Lemos, remeteu para hoje
qualquer comentário. Já o Ministério da Educação garante apenas que o
documento do Conselho das Escolas vai merecer mesma atenção que têm
merecido os pareceres de outras entidades parceiras."

dn.pt


Já não é apenas do Conselho Nacional de Educação (CNE) a dizê-lo, agora também o Conselho de Escolas (CE), vem alertar para os perigos da supressão das Provas Finais de Ciclo.
Inevitavelmente, vejo um Ministério cada vez mais isolado, cada vez mais distante dos vários parceiros de educação. Não se augura, por isso, nada de benéfico para os nossos alunos!

"Conselho das Escolas quer a continuação do exame do 6º ano e provas de aferição só nos 4º e 8º anos.

Crítico
e, afinal, com uma perspetiva contrária à defendida pelo ministro Tiago
Brandão Rodrigues em relação ao fim dos exames. É este o tom do parecer
do Conselho das Escolas (CE) em relação ao novo modelo de avaliação do
ensino básico. O órgão consultivo do Ministério da Educação (ME) defende
a manutenção dos exames do 6.º ano e provas de aferição só nos 4.º e
8.º anos. No parecer, feito a pedido da própria tutela e aprovado ontem,
o órgão que representa as escolas mostra-se contra a aplicação das
alterações já neste ano.

O documento
que vai ser enviado ao ME, e a que o DN teve acesso, mostra que, ao
contrário das afirmações públicas do ministro Tiago Brandão Rodrigues de
que os diretores eram favoráveis a esta mudança na avaliação do básico e
que percebiam a sua aplicação já neste ano letivo (ver fotolegenda), há
reservas em relação a esta nova política de avaliação. No parecer, os
conselheiros escrevem que "carecem de clarificação e explicitação os
desígnios e as vantagens para os alunos, para o sistema educativo e para
a Educação em geral, decorrentes do projeto de alterações em
apreciação".

A análise à proposta que
acabou com os exames dos 4.º e 6.º anos e criou as provas de aferição
dos 2.º, 5.º e 8.º anos aponta ainda o dedo às constantes mudanças na
Educação. "A estabilidade acrescenta valor ao sistema educativo,
credibiliza-o e gera confiança nos profissionais da educação, nos
alunos, nas famílias e na população em geral." Os diretores acrescentam
que para essa "estabilidade, credibilidade e melhoria da qualidade do
sistema educativo" é "desejável" que se mantenham as provas finais de
ciclo nos 6.º e 9.º anos. Ao mesmo tempo mantendo as provas de aferição,
mas desta feita apenas "em dois momentos ao longo do ensino básico: nos
4.º e 8.º anos".

Exames garantem exigência

O
CE justifica esta posição com o parecer do Conselho Nacional de
Educação que defendia a manutenção dos exames, lembrando que "as provas
finais - porque contam para a avaliação final dos alunos - introduzem
maior exigência no sistema educativo, mobilizam e corresponsabilizam
todos os agentes escolares.

Por outro
lado, as provas de aferição" têm outros objetivos como o acompanhamento
do desenvolvimento curricular nas várias áreas disciplinares, informação
detalhada sobre o desempenho dos alunos e a promoção de uma intervenção
atempada para recuperar os alunos.

Para
os responsáveis das escolas, a implementação das provas de aferição
"não é incompatível com a manutenção das provas finais do 2.º ciclo do
ensino básico, antes pelo contrário, complementam-se".

O
CE defende, por isso, o papel complementar das várias modalidades de
avaliação. Daí que os diretores revelem ao ministério "alguma
preocupação" com "o facto de os alunos passarem por dois ciclos de
estudos sem qualquer avaliação externa que certifique se desenvolveram
ou não as aprendizagens definidas para cada um deles".

Aplicar? Nunca neste ano

Se
mostram reservas com estas mudanças, os diretores são mais claros em
relação aos tempos para uma aplicação das provas de aferição. "Quaisquer
alterações a introduzir" no âmbito da "avaliação dos alunos não devem
aplicar-se, nunca, no decorrer do presente ano letivo".

A
decisão de o governo aplicar já neste ano as provas de aferição e
acabar com os exames tem sido a crítica mais frequente. O ministro
justificou esta decisão com a necessidade de pôr fim a um modelo que
"era prejudicial" para os alunos. Mas as escolas têm reiterado que estas
mudanças mexem com a vida dos alunos e começaram o ano a achar que não
iam ter provas e a meio descobrem que sim. Além disso, as provas devem
ser feitas no início de junho e ainda não são conhecidas as suas
matrizes, atrasando o trabalho de preparação dos professores.

Os
diretores votaram ontem este parecer sobre o novo modelo de avaliação
que o ME apresentou a 8 de janeiro. Agora vão entregar as suas
conclusões à tutela, sendo certo que esta não é vinculativa. Questionado
pelo DN, o presidente do CE, José Eduardo Lemos, remeteu para hoje
qualquer comentário. Já o Ministério da Educação garante apenas que o
documento do Conselho das Escolas vai merecer mesma atenção que têm
merecido os pareceres de outras entidades parceiras."

dn.pt

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