Ministro da Educação lamenta que futebol possa ser “campo de cultivo” para “xenofobia e intolerância”

10-02-2018
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O ministro da Educação foi esta manhã ao Parlamento para fazer um diagnóstico sobre o clima de violência no desporto, e em particular no futebol, defendendo que existe nesta área um "campo de cultivo absolutamente fundamental para poderem singrar' flagelos como "xenofobias ou intolerâncias". Um problema que se estende e que deve ser resolvido, defendeu em uníssono com os deputados da Comissão de Cultura, envolvendo todos os agentes que fazem parte deste universo - sejam os desportistas, dirigentes, adeptos ou até a comunicação social.

Presente no Parlamento a pedido do PSD para esclarecer as suas palavras numa entrevista dada à TSF e ao DN em que falava de um "clima de violência no desporto", Tiago Brandão Rodrigues apontou a "mercantilização" do desporto e particularmente do futebol como um problema que leva a que não haja "verdade, tolerância e interajuda". O que também se aplica aos programas desportivos e de comentário televisivo, a que se dá um tempo "substancial" de antena, e aos próprios dirigentes dos clubes, uma vez que "se não forem bem geridos, será mais fácil entrarem numa mercantilização entrando em questões menos próprias ou até mais pantanosas".

Embora tenha lembrado por várias vezes que o Governo está já na "fase final" do trabalho para rever a lei que regula "o combate à violência, racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos", Brandão Rodrigues pouco adiantou sobre alterações concretas que o Executivo quer ver refletidas na lei, por entre muitas acusações à direita de demora em tomar ações concretas ("Já percebemos que o senhor ministro gosta do poder de dizer", apontava Emídio Guerreiro, do PSD). "O papel fundamental do Governo é a moderação", respondeu.

Quanto às prioridades do Governo, Brandão Rodrigues deu alguns exemplos, lembrando a necessidade de 'prevenir', com projetos como o "cartão vermelho ao bullying" ou ações de pedagogia para garantir que a "ética, integridade e igualdade" são valores associados ao desporto desde cedo.

Luís Monteiro, do BE, sublinhou a necessidade de se perceber 'porque é que especialmente no futebol' o tal clima de violência se instala, sendo necessário olhar "para fora das quatro linhas#, e apontando de novo para os programas de comentário de futebol. O mesmo exemplo foi dado por João Almeida, do CDS, que falou de programas que "promovem um clima de pré-violência", ao que o ministro respondeu que a cobertura mediática deve apresentar o desporto como um instrumento para um estilo de vida saudável e pacífico, e acrescentou que foi enviada à ERC uma carta que tem a ver com essas preocupações.

João Almeida abordou ainda um dos pontos mais discutidos durante a reunião: a eficácia das leis que já existem no momento da aplicação, pedindo o envolvimento do Conselho Superior da Magistratura e do Ministério Público neste processo. O ministro concordou que é "fundamental ter na Justiça interlocutores para entenderem o que o legislador queria dizer quando legislou", mesmo tendo em conta que "a lei não é isenta do país onde se integra e das sensibilidades nacionais".

Já o PCP voltou a insistir no ponto da "mercantilização" e da transformação do futebol num "negócio de milhões", apontando também que a lei não pode ser "meramente punitiva" sem preocupações com a educação, em aspetos como a prevenção.

Apesar da hora e meia que os deputados tiveram para discutir o tema com o ministro, poucas respostas concretas saíram da reunião - Emídio Guerreiro, do PSD, acabou por fechar o debate frisando que não houve resposta quanto à criação de uma entidade para combater a violência no desporto que chegou a ser proposta pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol no Parlamento. Não houve novidades específicas, apenas a garantia de que o processo de estudo para a revisão da lei está quase terminado - e o balanço da reunião, que para o ministro foi uma "grande batalha, felizmente pacífica e democrática".

O ministro da Educação foi esta manhã ao Parlamento para fazer um diagnóstico sobre o clima de violência no desporto, e em particular no futebol, defendendo que existe nesta área um "campo de cultivo absolutamente fundamental para poderem singrar' flagelos como "xenofobias ou intolerâncias". Um problema que se estende e que deve ser resolvido, defendeu em uníssono com os deputados da Comissão de Cultura, envolvendo todos os agentes que fazem parte deste universo - sejam os desportistas, dirigentes, adeptos ou até a comunicação social.

Presente no Parlamento a pedido do PSD para esclarecer as suas palavras numa entrevista dada à TSF e ao DN em que falava de um "clima de violência no desporto", Tiago Brandão Rodrigues apontou a "mercantilização" do desporto e particularmente do futebol como um problema que leva a que não haja "verdade, tolerância e interajuda". O que também se aplica aos programas desportivos e de comentário televisivo, a que se dá um tempo "substancial" de antena, e aos próprios dirigentes dos clubes, uma vez que "se não forem bem geridos, será mais fácil entrarem numa mercantilização entrando em questões menos próprias ou até mais pantanosas".

Embora tenha lembrado por várias vezes que o Governo está já na "fase final" do trabalho para rever a lei que regula "o combate à violência, racismo, xenofobia e intolerância nos espetáculos desportivos", Brandão Rodrigues pouco adiantou sobre alterações concretas que o Executivo quer ver refletidas na lei, por entre muitas acusações à direita de demora em tomar ações concretas ("Já percebemos que o senhor ministro gosta do poder de dizer", apontava Emídio Guerreiro, do PSD). "O papel fundamental do Governo é a moderação", respondeu.

Quanto às prioridades do Governo, Brandão Rodrigues deu alguns exemplos, lembrando a necessidade de 'prevenir', com projetos como o "cartão vermelho ao bullying" ou ações de pedagogia para garantir que a "ética, integridade e igualdade" são valores associados ao desporto desde cedo.

Luís Monteiro, do BE, sublinhou a necessidade de se perceber 'porque é que especialmente no futebol' o tal clima de violência se instala, sendo necessário olhar "para fora das quatro linhas#, e apontando de novo para os programas de comentário de futebol. O mesmo exemplo foi dado por João Almeida, do CDS, que falou de programas que "promovem um clima de pré-violência", ao que o ministro respondeu que a cobertura mediática deve apresentar o desporto como um instrumento para um estilo de vida saudável e pacífico, e acrescentou que foi enviada à ERC uma carta que tem a ver com essas preocupações.

João Almeida abordou ainda um dos pontos mais discutidos durante a reunião: a eficácia das leis que já existem no momento da aplicação, pedindo o envolvimento do Conselho Superior da Magistratura e do Ministério Público neste processo. O ministro concordou que é "fundamental ter na Justiça interlocutores para entenderem o que o legislador queria dizer quando legislou", mesmo tendo em conta que "a lei não é isenta do país onde se integra e das sensibilidades nacionais".

Já o PCP voltou a insistir no ponto da "mercantilização" e da transformação do futebol num "negócio de milhões", apontando também que a lei não pode ser "meramente punitiva" sem preocupações com a educação, em aspetos como a prevenção.

Apesar da hora e meia que os deputados tiveram para discutir o tema com o ministro, poucas respostas concretas saíram da reunião - Emídio Guerreiro, do PSD, acabou por fechar o debate frisando que não houve resposta quanto à criação de uma entidade para combater a violência no desporto que chegou a ser proposta pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol no Parlamento. Não houve novidades específicas, apenas a garantia de que o processo de estudo para a revisão da lei está quase terminado - e o balanço da reunião, que para o ministro foi uma "grande batalha, felizmente pacífica e democrática".

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