Tancos deu carta branca ao PS para atacar Rui Rio

19-10-2019
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Miguel Alves, presidente socialista da Câmara Municipal de Caminha, foi um dos oradores no comício da noite e “partiu a loiça toda”. Num estilo direto e vivo, atacou forte contra Rui Rio, como ainda não se tinha ouvido na campanha socialista. E ainda deixou um aviso ao eleitorado que possa ter a tentação de ficar em casa por achar que está tudo decidido: “Fiem-se nas sondagens e não corram!...”

A arruada em Santa Catarina, no Porto, mostrou um PS com a máquina bem oleada e mobilizada, mas sobretudo demonstrou a popularidade de António Costa na rua. Gente a querer vê-lo, tocar-lhe, beijá-lo, agradecer-lhe - não era fácil chegar até ele, no meio de militantes, e seguranças, e uma muralha de jornalistas, mas muita gente se esforçou para o conseguir. Pormenor mais importante: quem vinha de o cumprimentar parecia mesmo contente por ter conseguido.

Na noite fria de Viana do Castelo, o PS voltou a arriscar um comício a céu aberto. A casa compôs-se, mas só começou a aquecer com o discurso de Miguel Alves, o presidente socialista da Câmara de Caminha. Sem paninhos quentes, o autarca fez tiro ao alvo a Rui Rio, por causa da forma como o líder do PSD agarrou “com todas as mãos” a acusação de Tancos.

“Quem não se sente não é filho boa gente” - o adágio popular serviu para Miguel Alves reagir ao “ataque de caráter sem precedentes” que, em sua opinião, Rio fez contra António Costa. O mesmo líder do PSD que dizia que “o que interessava na justiça era a sentença transitada em julgado”, e não os julgamentos na praça pública, “dois dias depois, ainda com a mesma lua”, aproveitou a oportunidade dada pela acusação de Tancos para “atacar o caráter e a honestidade” de António Costa, cujo nome nem consta do processo. O mesmo homem que preconizava um banho de ética na política, e que estava a criar um novo partido como se fosse "o seu bebé”, em dois dias “deitou fora o banho e o bebé”, “desmascarado” pela forma como agarrou este caso, acusou o autarca minhoto.

O conferência de imprensa de Rio na quinta-feira, agarrando o caso de Tancos para entalar António Costa teve como efeito a luz do lado do PS para atirar diretamente ao líder do PSD. O confronto de cavalheiros que permitiu debates tépidos acabou - depois de Costa engrossar a voz para Rio, é bar aberto nos ataques socialistas ao líder social-democrata.

“Não podemos dar as coisas por adquiridas”

Miguel Alves apresentou o orador seguinte, o ministro Tiago Brandão Rodrigues, como o ministro dos manuais escolares gratuitos e do investimento nas escolas, mas também como “o nosso Tiago”, “o Tiaguinho”, “o ministro do Alto Minho”. E o ministro, que é cabeça de lista por Viana do Castelo, avisou a gente da sua terra que “esta próxima semana é absolutamente decisiva”.

“Não podemos dar as coisas por adquiridas”, alertou, referindo-se às sondagens que prevêem a vitória do PS. “É uma irresponsabilidade ficar em casa”, disse Brandão Rodrigues, dando voz à grande preocupação socialista: que a convicção de que o vencedor está decidido possa desmobilizar potenciais eleitores do PS. Ou, como dizia o autarca de Caminha: “Fiem-se em sondagens e não corram!...”

António Costa também pegou na deixa. “Eu sei bem que as sondagens - umas melhores, outras piores - todas nos dão a vitória. Mas há uma coisa que ninguém pode esquecer: as eleições nunca se ganharam nas sondagens, só se ganham nas urnas, contando os votos.”

Por isso, sublinhou Costa, “não vale a pena fazer contas. O voto é uma questão de vontade e de convicção. Quem quer ter de novo estabilidade durante os próximos quatro anos (...) só tem uma coisa a fazer, que é votar no PS”.

Moído pela dura prova física que foi a arruada da tarde, na Rua de Santa Catarina, no Porto, Costa fez o discurso mais curto da campanha. Mas o essencial da mensagem estava lá: muitos dados sobre o sucesso destes quatro anos, e o compromisso para os próximos quatro: "A nossa melhor garantia é o exemplo da nossa governação."

Miguel Alves, presidente socialista da Câmara Municipal de Caminha, foi um dos oradores no comício da noite e “partiu a loiça toda”. Num estilo direto e vivo, atacou forte contra Rui Rio, como ainda não se tinha ouvido na campanha socialista. E ainda deixou um aviso ao eleitorado que possa ter a tentação de ficar em casa por achar que está tudo decidido: “Fiem-se nas sondagens e não corram!...”

A arruada em Santa Catarina, no Porto, mostrou um PS com a máquina bem oleada e mobilizada, mas sobretudo demonstrou a popularidade de António Costa na rua. Gente a querer vê-lo, tocar-lhe, beijá-lo, agradecer-lhe - não era fácil chegar até ele, no meio de militantes, e seguranças, e uma muralha de jornalistas, mas muita gente se esforçou para o conseguir. Pormenor mais importante: quem vinha de o cumprimentar parecia mesmo contente por ter conseguido.

Na noite fria de Viana do Castelo, o PS voltou a arriscar um comício a céu aberto. A casa compôs-se, mas só começou a aquecer com o discurso de Miguel Alves, o presidente socialista da Câmara de Caminha. Sem paninhos quentes, o autarca fez tiro ao alvo a Rui Rio, por causa da forma como o líder do PSD agarrou “com todas as mãos” a acusação de Tancos.

“Quem não se sente não é filho boa gente” - o adágio popular serviu para Miguel Alves reagir ao “ataque de caráter sem precedentes” que, em sua opinião, Rio fez contra António Costa. O mesmo líder do PSD que dizia que “o que interessava na justiça era a sentença transitada em julgado”, e não os julgamentos na praça pública, “dois dias depois, ainda com a mesma lua”, aproveitou a oportunidade dada pela acusação de Tancos para “atacar o caráter e a honestidade” de António Costa, cujo nome nem consta do processo. O mesmo homem que preconizava um banho de ética na política, e que estava a criar um novo partido como se fosse "o seu bebé”, em dois dias “deitou fora o banho e o bebé”, “desmascarado” pela forma como agarrou este caso, acusou o autarca minhoto.

O conferência de imprensa de Rio na quinta-feira, agarrando o caso de Tancos para entalar António Costa teve como efeito a luz do lado do PS para atirar diretamente ao líder do PSD. O confronto de cavalheiros que permitiu debates tépidos acabou - depois de Costa engrossar a voz para Rio, é bar aberto nos ataques socialistas ao líder social-democrata.

“Não podemos dar as coisas por adquiridas”

Miguel Alves apresentou o orador seguinte, o ministro Tiago Brandão Rodrigues, como o ministro dos manuais escolares gratuitos e do investimento nas escolas, mas também como “o nosso Tiago”, “o Tiaguinho”, “o ministro do Alto Minho”. E o ministro, que é cabeça de lista por Viana do Castelo, avisou a gente da sua terra que “esta próxima semana é absolutamente decisiva”.

“Não podemos dar as coisas por adquiridas”, alertou, referindo-se às sondagens que prevêem a vitória do PS. “É uma irresponsabilidade ficar em casa”, disse Brandão Rodrigues, dando voz à grande preocupação socialista: que a convicção de que o vencedor está decidido possa desmobilizar potenciais eleitores do PS. Ou, como dizia o autarca de Caminha: “Fiem-se em sondagens e não corram!...”

António Costa também pegou na deixa. “Eu sei bem que as sondagens - umas melhores, outras piores - todas nos dão a vitória. Mas há uma coisa que ninguém pode esquecer: as eleições nunca se ganharam nas sondagens, só se ganham nas urnas, contando os votos.”

Por isso, sublinhou Costa, “não vale a pena fazer contas. O voto é uma questão de vontade e de convicção. Quem quer ter de novo estabilidade durante os próximos quatro anos (...) só tem uma coisa a fazer, que é votar no PS”.

Moído pela dura prova física que foi a arruada da tarde, na Rua de Santa Catarina, no Porto, Costa fez o discurso mais curto da campanha. Mas o essencial da mensagem estava lá: muitos dados sobre o sucesso destes quatro anos, e o compromisso para os próximos quatro: "A nossa melhor garantia é o exemplo da nossa governação."

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