Governo diz que é preciso “agir urgentemente” junto dos jovens para combater abstenção – Observador

18-06-2019
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Abstenção
Governo diz que é preciso “agir urgentemente” junto dos jovens para combater abstenção

28/5/2019, 16:53

"A cada passo que não exercem a sua cidadania, há alguém que exerce por eles" alertou o Ministro da Educação dirigido-se ao "número muito alto de abstenção" entre os jovens estudantes portugueses.

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A taxa de abstenção ficou próxima dos 70%MÁRIO CRUZ/LUSA

AutorAgência Lusa

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O ministro da Educação defendeu esta terça-feira que é preciso “agir urgentemente” junto dos jovens tendo em conta a abstenção nas eleições europeias que, em Portugal, rondou os 70%.“Muitos milhares de cidadãos foram votar, mas muitos outros milhares – mais ainda – abdicaram de o fazer”, sublinhou o ministro, Tiago Brandão Rodrigues, durante a Conferência Internacional “Educação, Cidadania, Mundo. Que escola para que sociedade?”, que está a decorrer no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.Em Portugal, apenas 31% dos eleitores participaram nas eleições europeias, sendo a sexta pior taxa da União Europeia, cuja média foi de 50,82%.O ministro lamentou que a maioria dos jovens portugueses faça parte do grupo que, no domingo, não exerceu o seu direito de voto: “Há um número muito alto de abstenção entre os jovens”.A taxa de abstenção próxima dos 70% “vem dizer que temos de agir urgentemente”, defendeu Tiago Brandão Rodrigues, em declarações aos jornalistas, à margem do encontro.“A cada passo que não exercem a sua cidadania, há alguém que exerce por eles”, alertou, reconhecendo que “a escola tem um papel fundamental” no processo de “criar sociedades livres, democráticas e sustentáveis”.As escolas, contou, têm vários projetos pensados para sensibilizar os jovens para a importância de participar nos atos de cidadania e valorizar os processos democráticos.Além das aulas de cidadania, existem iniciativas como “A Voz dos Alunos”, em que são chamados a dar a sua opinião sobre como melhorar a escola, ou o “Orçamento Participativo das Escolas”, em que os alunos podem apresentar projetos para melhorar a escola.No Orçamento Participativo, um aluno ou grupo que tenha uma ideia só precisa de reunir apoios e angariar votos dos restantes estudantes. No final, todas as propostas são votadas e o projeto vencedor torna-se realidade.“É preciso uma prática diária para que a cidadania se cumpra”, lembrou hoje Tiago Brandão Rodrigues.No entanto, no caso dos processos eleitorais não basta o trabalho das escolas: “É um problema multifactorial o que leva a afastar [as pessoas] do voto”, sublinhou.O ministro deu exemplos que mostram como os mais novos estão empenhados em algumas causas, como a defesa do Planeta. Na semana passada, pela segunda vez em Portugal, milhares de estudantes voltaram a ocupar as ruas para alertar para a crise climática, participando na Greve Climática Estudantil, que se realizou em mais de uma centena de países.O combate às alterações climáticas foi tomado como um direito fundamental dos mais novos que agora precisam de olhar para os processos eleitorais da mesma forma.“A ignorância facilita a manipulação e os regimes autoritários”, alertou por seu turno Snezana Samardzic-Markovic, Diretora-Geral da Direção-Geral de Democracia do Conselho da Europa, que também esteve na conferência sobre “Educação, Cidadania, Mundo. Que escola para que sociedade?”.Snezana Samardzic-Markovic lembrou que uma educação de qualidade e acessível a todos é uma importante ferramenta para prevenir injustiças sociais.“Precisamos de uma sociedade estável e tolerante”, sublinhou a representante do Conselho da Europa, lembrando que a “empatia e a solidariedade” são qualidades que se adquirem através da educação.A conferência internacional, que termina na quarta-feira, conta também com a colaboração da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Conselho da Europa.

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Governo diz que é preciso “agir urgentemente” junto dos jovens para combater abstenção

28/5/2019, 16:53

"A cada passo que não exercem a sua cidadania, há alguém que exerce por eles" alertou o Ministro da Educação dirigido-se ao "número muito alto de abstenção" entre os jovens estudantes portugueses.

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A taxa de abstenção ficou próxima dos 70%MÁRIO CRUZ/LUSA

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O ministro da Educação defendeu esta terça-feira que é preciso “agir urgentemente” junto dos jovens tendo em conta a abstenção nas eleições europeias que, em Portugal, rondou os 70%.“Muitos milhares de cidadãos foram votar, mas muitos outros milhares – mais ainda – abdicaram de o fazer”, sublinhou o ministro, Tiago Brandão Rodrigues, durante a Conferência Internacional “Educação, Cidadania, Mundo. Que escola para que sociedade?”, que está a decorrer no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.Em Portugal, apenas 31% dos eleitores participaram nas eleições europeias, sendo a sexta pior taxa da União Europeia, cuja média foi de 50,82%.O ministro lamentou que a maioria dos jovens portugueses faça parte do grupo que, no domingo, não exerceu o seu direito de voto: “Há um número muito alto de abstenção entre os jovens”.A taxa de abstenção próxima dos 70% “vem dizer que temos de agir urgentemente”, defendeu Tiago Brandão Rodrigues, em declarações aos jornalistas, à margem do encontro.“A cada passo que não exercem a sua cidadania, há alguém que exerce por eles”, alertou, reconhecendo que “a escola tem um papel fundamental” no processo de “criar sociedades livres, democráticas e sustentáveis”.As escolas, contou, têm vários projetos pensados para sensibilizar os jovens para a importância de participar nos atos de cidadania e valorizar os processos democráticos.Além das aulas de cidadania, existem iniciativas como “A Voz dos Alunos”, em que são chamados a dar a sua opinião sobre como melhorar a escola, ou o “Orçamento Participativo das Escolas”, em que os alunos podem apresentar projetos para melhorar a escola.No Orçamento Participativo, um aluno ou grupo que tenha uma ideia só precisa de reunir apoios e angariar votos dos restantes estudantes. No final, todas as propostas são votadas e o projeto vencedor torna-se realidade.“É preciso uma prática diária para que a cidadania se cumpra”, lembrou hoje Tiago Brandão Rodrigues.No entanto, no caso dos processos eleitorais não basta o trabalho das escolas: “É um problema multifactorial o que leva a afastar [as pessoas] do voto”, sublinhou.O ministro deu exemplos que mostram como os mais novos estão empenhados em algumas causas, como a defesa do Planeta. Na semana passada, pela segunda vez em Portugal, milhares de estudantes voltaram a ocupar as ruas para alertar para a crise climática, participando na Greve Climática Estudantil, que se realizou em mais de uma centena de países.O combate às alterações climáticas foi tomado como um direito fundamental dos mais novos que agora precisam de olhar para os processos eleitorais da mesma forma.“A ignorância facilita a manipulação e os regimes autoritários”, alertou por seu turno Snezana Samardzic-Markovic, Diretora-Geral da Direção-Geral de Democracia do Conselho da Europa, que também esteve na conferência sobre “Educação, Cidadania, Mundo. Que escola para que sociedade?”.Snezana Samardzic-Markovic lembrou que uma educação de qualidade e acessível a todos é uma importante ferramenta para prevenir injustiças sociais.“Precisamos de uma sociedade estável e tolerante”, sublinhou a representante do Conselho da Europa, lembrando que a “empatia e a solidariedade” são qualidades que se adquirem através da educação.A conferência internacional, que termina na quarta-feira, conta também com a colaboração da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Conselho da Europa.

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