Brandão Rodrigues e Wengorovius. “You’ve got mail”

06-01-2017
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“Tu e eu nunca vamos discutir. A única coisa sobre a qual vamos discutir será para escolher que filme vamos alugar para ver sábado à noite”, dizia Tom Hanks a Meg Ryan.

A história de Tiago Brandão Rodrigues e João Wengorovius Meneses podia ser assim. Mas não foi. E de comédia romântica quase que passamos a ‘western’.

Se no filme “Você Tem Uma Mensagem”, protagonizado por Meg Ryan e Tom Hanks, é a troca de ‘emails’ que transforma uma amizade em amor, no caso de Tiago Brandão Rodrigues e João Meneses, é exatamente essa troca de correspondência dos tempos modernos que azeda a relação, dando-lhe um fim bem ‘hollywoodesco’: o secretário de Estado da Juventude e Desporto bateu com a porta da avenida de 5 de Outubro, com estrondo.

Tal como no filme, tudo começou com uma troca de ‘emails’ floreados e amenos. Foi assim que ao longo de cinco meses o ministro e o secretário de Estado se foram aproximando. Por esses dias reinava a ansiedade. “Ligo o computador. E espero impacientemente que se ligue à internet. Assim que entro na internet, fico sem fôlego até ouvir estas três palavras: tem um mail”. Era assim que Meg Ryan se sentia enquanto esperava as mensagens de Tom Hanks.

Também, no início, Brandão Rodrigues e Wengorovius Meneses partilhavam o entusiasmo. E no dia a dia, eram várias as trocas de correspondência entre os dois.

Mas houve um dia em que tudo mudou. Como em qualquer relação, começam a surgir os arrufos e os ânimos esfriam. Ao contrário do que acontece no filme, chega a altura do “tu não me amas”.

O ex-secretário de Estado sente que não tem liberdade na relação. Por várias as vezes, o ministro desautorizou Wengorovius Meneses e chegou a um ponto em que o ex-secretário de Estado tinha de informar o ministro previamente sobre as suas visitas oficiais. Também as sugestões de pessoas, feitas por Wengorovius Meneses, para dirigirem institutos da sua responsabilidade, foram rejeitadas por Tiago Brandão Rodrigues.

Cada vez mais a relação entre os dois era mais distante. E para gelar ainda mais o clima, Brandão Rodrigues tenta interferir na equipa do seu secretário de Estado e exige a exoneração da adjunta de Wengorovius Meneses, como prova de confiança política.

Nesta fase, já havia pouco de romance e sintonia no ministério. Longe vão os dias do “somos tão perfeitos um para o outro”, que Tom Hanks tantas vezes dizia Meg Ryan. E é, então, que surge uma terceira pessoa na relação: Nuno Félix, chefe de gabinete de Wengorovius Meneses.

Por ‘email’, o ex-secretário de Estado queixa-se a Brandão Rodrigues da falta de competência de Nuno Félix, das ausências ao trabalho e de férias não autorizadas. Por tudo isto, começa a pedir a exoneração do chefe de gabinete, de quem o ministro é amigo. O tom azeda e são vários os pedidos via ‘email’ que parecem cair no vazio.

Sem resposta do ministro, Wengorovius Meneses decide tomar uma medida drástica: ou ele ou eu. É então que Brandão Rodrigues responde ao ex-secretário de Estado dizendo não compreender a sua atitude e a pedir que seja adiada a exoneração do seu amigo Nuno félix, por motivos de saúde de um familiar.

Foi o ponto de rutura. Um dia depois de ter recebido o ‘email’ de Brandão Rodrigues, a 12 de abril, João Wengorovius Meneses fez as malas e saiu do Ministério da Educação em “profundo desacordo” com as políticas seguidas pela tutela e com “o modo de estar no exercício de cargos públicos”.

Mas o maior estrondo chegaria seis meses mais tarde. Em outubro veio a público que Nuno Félix – único membro da equipa de Wengorovius Meneses que se manteve no cargo após a sua saída – tinha declarado duas falsas licenciaturas.

Horas depois o, então, chefe de gabinete demite-se mas nem isso impediu que Wengorovius Meneses e Brandão Rodrigues tornassem a trocar, em público, palavras mais ácidas. Wengorovius revelou toda a troca de emails, onde já levantava dúvidas sobre o chefe do gabinete, ao que o ministro respondeu: “o que tem acontecido é a prova de que o João Menezes não tinha lugar neste governo”.

No filme, a história de Tom Hanks e Meg Ryan tem um final bem mais feliz. Acabam juntos.

“Tu e eu nunca vamos discutir. A única coisa sobre a qual vamos discutir será para escolher que filme vamos alugar para ver sábado à noite”, dizia Tom Hanks a Meg Ryan.

A história de Tiago Brandão Rodrigues e João Wengorovius Meneses podia ser assim. Mas não foi. E de comédia romântica quase que passamos a ‘western’.

Se no filme “Você Tem Uma Mensagem”, protagonizado por Meg Ryan e Tom Hanks, é a troca de ‘emails’ que transforma uma amizade em amor, no caso de Tiago Brandão Rodrigues e João Meneses, é exatamente essa troca de correspondência dos tempos modernos que azeda a relação, dando-lhe um fim bem ‘hollywoodesco’: o secretário de Estado da Juventude e Desporto bateu com a porta da avenida de 5 de Outubro, com estrondo.

Tal como no filme, tudo começou com uma troca de ‘emails’ floreados e amenos. Foi assim que ao longo de cinco meses o ministro e o secretário de Estado se foram aproximando. Por esses dias reinava a ansiedade. “Ligo o computador. E espero impacientemente que se ligue à internet. Assim que entro na internet, fico sem fôlego até ouvir estas três palavras: tem um mail”. Era assim que Meg Ryan se sentia enquanto esperava as mensagens de Tom Hanks.

Também, no início, Brandão Rodrigues e Wengorovius Meneses partilhavam o entusiasmo. E no dia a dia, eram várias as trocas de correspondência entre os dois.

Mas houve um dia em que tudo mudou. Como em qualquer relação, começam a surgir os arrufos e os ânimos esfriam. Ao contrário do que acontece no filme, chega a altura do “tu não me amas”.

O ex-secretário de Estado sente que não tem liberdade na relação. Por várias as vezes, o ministro desautorizou Wengorovius Meneses e chegou a um ponto em que o ex-secretário de Estado tinha de informar o ministro previamente sobre as suas visitas oficiais. Também as sugestões de pessoas, feitas por Wengorovius Meneses, para dirigirem institutos da sua responsabilidade, foram rejeitadas por Tiago Brandão Rodrigues.

Cada vez mais a relação entre os dois era mais distante. E para gelar ainda mais o clima, Brandão Rodrigues tenta interferir na equipa do seu secretário de Estado e exige a exoneração da adjunta de Wengorovius Meneses, como prova de confiança política.

Nesta fase, já havia pouco de romance e sintonia no ministério. Longe vão os dias do “somos tão perfeitos um para o outro”, que Tom Hanks tantas vezes dizia Meg Ryan. E é, então, que surge uma terceira pessoa na relação: Nuno Félix, chefe de gabinete de Wengorovius Meneses.

Por ‘email’, o ex-secretário de Estado queixa-se a Brandão Rodrigues da falta de competência de Nuno Félix, das ausências ao trabalho e de férias não autorizadas. Por tudo isto, começa a pedir a exoneração do chefe de gabinete, de quem o ministro é amigo. O tom azeda e são vários os pedidos via ‘email’ que parecem cair no vazio.

Sem resposta do ministro, Wengorovius Meneses decide tomar uma medida drástica: ou ele ou eu. É então que Brandão Rodrigues responde ao ex-secretário de Estado dizendo não compreender a sua atitude e a pedir que seja adiada a exoneração do seu amigo Nuno félix, por motivos de saúde de um familiar.

Foi o ponto de rutura. Um dia depois de ter recebido o ‘email’ de Brandão Rodrigues, a 12 de abril, João Wengorovius Meneses fez as malas e saiu do Ministério da Educação em “profundo desacordo” com as políticas seguidas pela tutela e com “o modo de estar no exercício de cargos públicos”.

Mas o maior estrondo chegaria seis meses mais tarde. Em outubro veio a público que Nuno Félix – único membro da equipa de Wengorovius Meneses que se manteve no cargo após a sua saída – tinha declarado duas falsas licenciaturas.

Horas depois o, então, chefe de gabinete demite-se mas nem isso impediu que Wengorovius Meneses e Brandão Rodrigues tornassem a trocar, em público, palavras mais ácidas. Wengorovius revelou toda a troca de emails, onde já levantava dúvidas sobre o chefe do gabinete, ao que o ministro respondeu: “o que tem acontecido é a prova de que o João Menezes não tinha lugar neste governo”.

No filme, a história de Tom Hanks e Meg Ryan tem um final bem mais feliz. Acabam juntos.

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