Tiago Barbosa Ribeiro, o representante do povo, na Assembleia da República, que gostava de trocar sms com Azeredo Lopes, apressou-se a dizer que “nada a dizer sobre essa matéria”, sendo que “essa matéria” é a escandaleira das armas de Tancos, de que ele parecia estar, ao tempo, bastante bem informado.
A reacção de Ribeiro segue, aliás, o padrão habitual do PS nestas “matérias”, sendo o mantra “à justiça o que é da justiça” o favorito de António Costa, no que é imitado por inúmeros discípulos, onde também já se incluem a devota Catarina Martins e o apóstolo Jerónimo de Sousa.
Só que esta farisaica posição, muito adequada para fugir a jornalistas e remeter as coisas para um limbo, fere gravemente o princípio basilar da democracia, que é o da representação. É que, quando a opinião pública pede responsabilidades a deputados, ministros e primeiros-ministros sobre casos judiciais ocorridos nos seus gabinetes, ainda que sem evidência de participação directa dos visados, não são responsabilidades criminais que se lhes estão a pedir, mas responsabilidades políticas. As criminais, o Ministério Público que apure se têm ou não lugar. Mas as políticas são os eleitores quem as têm de exigir.
A consequência de fugir às responsabilidades políticas pelos actos daqueles que estão sob a sua tutela tem uma consequência: o descrédito da política e dos políticos. E é por isso que, quando as coisas atingem a saturação, os cidadãos elegem quem denuncia estas situações e que, aparentemente, estão à margem de um sistema que já pouco diz às pessoas. Dito doutro modo, aqueles que se dizem horrorizados pelo surgimento dos populismos, são os seus principais causadores.
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Tiago Barbosa Ribeiro, o representante do povo, na Assembleia da República, que gostava de trocar sms com Azeredo Lopes, apressou-se a dizer que “nada a dizer sobre essa matéria”, sendo que “essa matéria” é a escandaleira das armas de Tancos, de que ele parecia estar, ao tempo, bastante bem informado.
A reacção de Ribeiro segue, aliás, o padrão habitual do PS nestas “matérias”, sendo o mantra “à justiça o que é da justiça” o favorito de António Costa, no que é imitado por inúmeros discípulos, onde também já se incluem a devota Catarina Martins e o apóstolo Jerónimo de Sousa.
Só que esta farisaica posição, muito adequada para fugir a jornalistas e remeter as coisas para um limbo, fere gravemente o princípio basilar da democracia, que é o da representação. É que, quando a opinião pública pede responsabilidades a deputados, ministros e primeiros-ministros sobre casos judiciais ocorridos nos seus gabinetes, ainda que sem evidência de participação directa dos visados, não são responsabilidades criminais que se lhes estão a pedir, mas responsabilidades políticas. As criminais, o Ministério Público que apure se têm ou não lugar. Mas as políticas são os eleitores quem as têm de exigir.
A consequência de fugir às responsabilidades políticas pelos actos daqueles que estão sob a sua tutela tem uma consequência: o descrédito da política e dos políticos. E é por isso que, quando as coisas atingem a saturação, os cidadãos elegem quem denuncia estas situações e que, aparentemente, estão à margem de um sistema que já pouco diz às pessoas. Dito doutro modo, aqueles que se dizem horrorizados pelo surgimento dos populismos, são os seus principais causadores.