Polémica sobre Tancos está de volta ao parlamento

10-10-2019
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A discussão sobre se o primeiro-ministro António Costa sabia ou não da encenação sobre a entrega das armas furtadas em Tancos está de volta ao parlamento. Desta vez na Comissão Permanente, que atua fora da época alta dos debates na Assembleia da República.

O debate chegou a estar marcado para o final da campanha eleitoral mas a maioria de esquerda que apoiou o PS no último Governo não deu as munições que o PSD pretendia. E Ferro Rodrigues, presidente da AR, agendou a reunião para esta tarde de quarta-feira.

Mas afinal o que quer o PSD? De acordo com a proposta enviada à Assembleia da República, os sociais-democratas lembram que a acusação do Ministério Público - num processo em que Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa do último governo socialista que se encontra entre os 23 acusados - pôs "a nu" a existência de condutas "extremamente graves" do então ministro que comprometeram o dever "de exercer com lealdade as funções que lhe foram confiadas".

O PSD não acredita que António Costa, reeleito no último domingo para São Bento, não soubesse da trama que alegadamente envolveu as chefias da Polícia Judiciária Militar (PJM). "Não é crível que o ministro da Defesa não se tenha articulado, sobre este processo, com o responsável máximo do Governo, quando é público que o fez com um deputado do PS, o que levanta a suspeita da conivência do primeiro-ministro".

O deputado de que fala o PSD é Tiago Barbosa Ribeiro, que segundo a acusação recebeu um sms de Azeredo poucas horas após o achamento das armas na Chamusca, a 18 de outubro de 2017.

Outro dos assuntos que poderá estar em destaque no debate é a troca de mensagens escritas entre o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro e Azeredo Lopes, no dia da recuperação do armamento, a 18 de outubro de 2017. O deputado enviou um SMS para Azeredo Lopes a dizer "Parabéns pela recuperação do armamento, grande alivio,..! Não te quis chatear hoje". Azeredo respondeu: "foi bom: pela primeira vez se recuperou armamento furtado. Eu sabia, mas tive que aguentar calado a porrada que levei. Mas, como é claro, não sabia que ia ser hoje".

Os sociais-democratas irão explorar as declarações dadas por Azeredo Lopes no processo sobre se conhecia o conteúdo do memorando que foi entregue no Ministério da Defesa pelo coronel Luís Vieira e pelo major Vasco Brazão, então número um e inspetor-chefe da PJM, respetivamente. Azeredo diz não se lembrar se viu o documento que lhe terá sido enviado por WhatsApp pelo chefe de gabinete. Mas recorda-se que lhe foi transmitido parte do conteúdo, não tendo vislumbrado qualquer tipo de encobrimento. Sabia sim de um informador que trabalhava com a PJM.

Nova comissão de inquérito à vista?

No final de setembro, quando o caso fez agitar ao máximo a campanha eleitoral das recentes legislativas, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, e o PSD mostraram "toda a disponibilidade" para uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre Tancos. Já a então líder do CDS, Assunção Cristas, anunciou a sua intenção de apoiar uma segunda CPI, após as eleições de 6 de outubro.

De acordo com a agência Lusa, o debate político sobre Tancos terá uma duração inferior de 45 minutos: cinco minutos a cada grupo parlamentar (mais seis ao PSD como partido proponente) e seis para o Governo.

O líder parlamentar social-democrata, Fernando Negrão, fará a intervenção pelo PSD, depois de na semana passada ter protestado por o debate não ocorrer ainda durante a campanha eleitoral.

Azeredo Lopes é acusado de abuso de poder, denegação de justiça e prevaricação, sendo suspeito de envolvimento numa operação encenada pela Polícia Judiciária Militar para a recuperação do material, mediante um acordo de impunidade aos autores do furto.

A discussão sobre se o primeiro-ministro António Costa sabia ou não da encenação sobre a entrega das armas furtadas em Tancos está de volta ao parlamento. Desta vez na Comissão Permanente, que atua fora da época alta dos debates na Assembleia da República.

O debate chegou a estar marcado para o final da campanha eleitoral mas a maioria de esquerda que apoiou o PS no último Governo não deu as munições que o PSD pretendia. E Ferro Rodrigues, presidente da AR, agendou a reunião para esta tarde de quarta-feira.

Mas afinal o que quer o PSD? De acordo com a proposta enviada à Assembleia da República, os sociais-democratas lembram que a acusação do Ministério Público - num processo em que Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa do último governo socialista que se encontra entre os 23 acusados - pôs "a nu" a existência de condutas "extremamente graves" do então ministro que comprometeram o dever "de exercer com lealdade as funções que lhe foram confiadas".

O PSD não acredita que António Costa, reeleito no último domingo para São Bento, não soubesse da trama que alegadamente envolveu as chefias da Polícia Judiciária Militar (PJM). "Não é crível que o ministro da Defesa não se tenha articulado, sobre este processo, com o responsável máximo do Governo, quando é público que o fez com um deputado do PS, o que levanta a suspeita da conivência do primeiro-ministro".

O deputado de que fala o PSD é Tiago Barbosa Ribeiro, que segundo a acusação recebeu um sms de Azeredo poucas horas após o achamento das armas na Chamusca, a 18 de outubro de 2017.

Outro dos assuntos que poderá estar em destaque no debate é a troca de mensagens escritas entre o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro e Azeredo Lopes, no dia da recuperação do armamento, a 18 de outubro de 2017. O deputado enviou um SMS para Azeredo Lopes a dizer "Parabéns pela recuperação do armamento, grande alivio,..! Não te quis chatear hoje". Azeredo respondeu: "foi bom: pela primeira vez se recuperou armamento furtado. Eu sabia, mas tive que aguentar calado a porrada que levei. Mas, como é claro, não sabia que ia ser hoje".

Os sociais-democratas irão explorar as declarações dadas por Azeredo Lopes no processo sobre se conhecia o conteúdo do memorando que foi entregue no Ministério da Defesa pelo coronel Luís Vieira e pelo major Vasco Brazão, então número um e inspetor-chefe da PJM, respetivamente. Azeredo diz não se lembrar se viu o documento que lhe terá sido enviado por WhatsApp pelo chefe de gabinete. Mas recorda-se que lhe foi transmitido parte do conteúdo, não tendo vislumbrado qualquer tipo de encobrimento. Sabia sim de um informador que trabalhava com a PJM.

Nova comissão de inquérito à vista?

No final de setembro, quando o caso fez agitar ao máximo a campanha eleitoral das recentes legislativas, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, e o PSD mostraram "toda a disponibilidade" para uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre Tancos. Já a então líder do CDS, Assunção Cristas, anunciou a sua intenção de apoiar uma segunda CPI, após as eleições de 6 de outubro.

De acordo com a agência Lusa, o debate político sobre Tancos terá uma duração inferior de 45 minutos: cinco minutos a cada grupo parlamentar (mais seis ao PSD como partido proponente) e seis para o Governo.

O líder parlamentar social-democrata, Fernando Negrão, fará a intervenção pelo PSD, depois de na semana passada ter protestado por o debate não ocorrer ainda durante a campanha eleitoral.

Azeredo Lopes é acusado de abuso de poder, denegação de justiça e prevaricação, sendo suspeito de envolvimento numa operação encenada pela Polícia Judiciária Militar para a recuperação do material, mediante um acordo de impunidade aos autores do furto.

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