CDU. Jerónimo admite "mau resultado" mas quer negociar com o PS lei a lei

10-10-2019
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Foi talvez a declaração mais insólita da noite: ainda antes de saírem as primeiras projeções de resultados, Armindo Miranda, da comissão política do PCP, atribuiu a alta abstenção às “mentes atrofiadas” pelas televisões: “Agora, há um elemento essencial: o atrofiamento das mentes. Há milhões de portugueses com a mente atrofiada. Não têm liberdade de decidir, de forma consciente. Porque lhes atrofiam a mente todos os dias, quando chegam a casa. Carregam num botão e veem a televisão. É-lhes atrofiada a sua mente”.

Sobre as hipóteses de perder deputados nem uma palavra, importava antes conhecer os resultados oficiais, mas era claro que continuava bem presente que seria uma “batalha muito difícil” (conforme tantas vezes repetido por Jerónimo na campanha).

[Começa agora a prova dos nove. O filme da noite eleitoral]

Depois de as primeiras projeções terem sido conhecidas, durante quase cinco minutos nem uma palavra de quem estava na sala do Centro de Trabalho Vitória. Silêncio total, apenas alguns sussurros entre os técnicos de som na sala, com os jovens apoiantes a olharem para os ecrãs impávidos, alguns de queixos mais caídos.

Jerónimo de Sousa entrou na sala antes das 22h00, acompanhado pelos aplausos dos jovens apoiantes, apanhando os jornalistas desprevenidos. Já ia a meio da declaração quando Jorge Cordeiro subiu ao púlpito para dizer algo imperceptível ao secretário-geral. E o que seria? A antecipação de Jerónimo de Sousa ao entrar na sala tinha coincidido com os intervalos para publicidade das televisões. Solução? Fazer uma pequena pausa, olhar para as câmaras e… começar de novo. Jerónimo releu quase tudo o que já tinha dito para continuar no ponto onde estava: enumerava o caderno de encargos do qual não abdicará na próxima legislatura.

A CDU não vai abdicar da revisão das alterações à lei laboral; do aumento geral dos salários (incluindo o salário mínimo para 850 euros); do investimento no serviço nacional de saúde e nos serviços públicos; da entrega de 1% do Orçamento do Estado à cultura; da garantia da proteção da natureza, do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; do direito à habitação (com garantias para os arrendatários e construção de habitação pública).

Mais: irá negociar “sem acordos de papel” — à semelhança da solução encontrada em 2015 —, lei a lei. Além do caderno de encargos, um dos argumentos usados pelo secretário-geral para justificar o resultado eleitoral, foi também muito aplaudido pelos apoiantes na sala: os números foram influenciados por uma “intensa e prolongada operação de mentira e difamação”, que já tinha também tido reflexos nos resultados das eleições europeias em maio. O secretário-geral afirmou que, não só a CDU saiu denegrida da “operação sustentada na mentira, na difamação e promoção de preconceitos” como ao mesmo tempo serviu para “favorecer metodicamente outras forças políticas” no quadro nacional.

E o futuro do secretário-geral? Foram estas as últimas eleições de Jerónimo de Sousa enquanto rosto do partido? Jerónimo repetiu, uma vez mais, que o assunto “ainda não estava na mesa”, que não tinha sido abordado no partido e que no “primeiro dia da próxima legislatura” estaria na Assembleia da República, “pronto a lutar pelos trabalhadores e povo português”.

Foi talvez a declaração mais insólita da noite: ainda antes de saírem as primeiras projeções de resultados, Armindo Miranda, da comissão política do PCP, atribuiu a alta abstenção às “mentes atrofiadas” pelas televisões: “Agora, há um elemento essencial: o atrofiamento das mentes. Há milhões de portugueses com a mente atrofiada. Não têm liberdade de decidir, de forma consciente. Porque lhes atrofiam a mente todos os dias, quando chegam a casa. Carregam num botão e veem a televisão. É-lhes atrofiada a sua mente”.

Sobre as hipóteses de perder deputados nem uma palavra, importava antes conhecer os resultados oficiais, mas era claro que continuava bem presente que seria uma “batalha muito difícil” (conforme tantas vezes repetido por Jerónimo na campanha).

[Começa agora a prova dos nove. O filme da noite eleitoral]

Depois de as primeiras projeções terem sido conhecidas, durante quase cinco minutos nem uma palavra de quem estava na sala do Centro de Trabalho Vitória. Silêncio total, apenas alguns sussurros entre os técnicos de som na sala, com os jovens apoiantes a olharem para os ecrãs impávidos, alguns de queixos mais caídos.

Jerónimo de Sousa entrou na sala antes das 22h00, acompanhado pelos aplausos dos jovens apoiantes, apanhando os jornalistas desprevenidos. Já ia a meio da declaração quando Jorge Cordeiro subiu ao púlpito para dizer algo imperceptível ao secretário-geral. E o que seria? A antecipação de Jerónimo de Sousa ao entrar na sala tinha coincidido com os intervalos para publicidade das televisões. Solução? Fazer uma pequena pausa, olhar para as câmaras e… começar de novo. Jerónimo releu quase tudo o que já tinha dito para continuar no ponto onde estava: enumerava o caderno de encargos do qual não abdicará na próxima legislatura.

A CDU não vai abdicar da revisão das alterações à lei laboral; do aumento geral dos salários (incluindo o salário mínimo para 850 euros); do investimento no serviço nacional de saúde e nos serviços públicos; da entrega de 1% do Orçamento do Estado à cultura; da garantia da proteção da natureza, do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; do direito à habitação (com garantias para os arrendatários e construção de habitação pública).

Mais: irá negociar “sem acordos de papel” — à semelhança da solução encontrada em 2015 —, lei a lei. Além do caderno de encargos, um dos argumentos usados pelo secretário-geral para justificar o resultado eleitoral, foi também muito aplaudido pelos apoiantes na sala: os números foram influenciados por uma “intensa e prolongada operação de mentira e difamação”, que já tinha também tido reflexos nos resultados das eleições europeias em maio. O secretário-geral afirmou que, não só a CDU saiu denegrida da “operação sustentada na mentira, na difamação e promoção de preconceitos” como ao mesmo tempo serviu para “favorecer metodicamente outras forças políticas” no quadro nacional.

E o futuro do secretário-geral? Foram estas as últimas eleições de Jerónimo de Sousa enquanto rosto do partido? Jerónimo repetiu, uma vez mais, que o assunto “ainda não estava na mesa”, que não tinha sido abordado no partido e que no “primeiro dia da próxima legislatura” estaria na Assembleia da República, “pronto a lutar pelos trabalhadores e povo português”.

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