Vencedores e vencidos

09-10-2017
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Eleições autárquicas 2017:

Prognósticos só no fim do jogo. A regra aplicou-se como uma luva às autárquicas de Domingo. Sabia-se de cor o que esperar. As sondagens, como sempre, preparavam os espíritos para aquelas mudanças que, como sempre, nos pareceriam no decorrer da noite simples exageros. E deixaríamos cair uma a uma entre explicações vagas dos autores dos estudos de opinião.

Preparamo-nos para o habitual. Mas fomos ultrapassados pelo vendaval dos resultados e foi à pressa que refizemos análises e arranjámos explicações para o sucedido:

Vencedores e vencidos?

1. Rui Moreira venceria a Câmara do Porto a não ser que se verificasse um volte-face final com Pizarro a puxar-lhe o tapete. A coisa andava ali na margem de erro. Dificilmente com tanta arrogância se previa que ganhasse a maioria absoluta. Ganhou. E claro se isso acontecesse Cristas haveria de se lembrar de cantar vitória!. Lembrou.

Até aqui nada de especial, excepto a previsível inutilidade dos velhos parceiros; o candidato da Foz, arrogante como sempre, ou mesmo mais do que nunca, ainda assim surpreendeu quando quis incluir na lista dos derrotados Rui Rio e Paulo Rangel que, não fazendo parte do filme foram chamados à liça para tentar colar à derrota de Passos a antecipada derrota de dois putativos sucessores.

O discurso da vitória fez lembrar o último amargo e infeliz discurso de Cavaco Silva, reeleito pela última vez. Um ajuste de contas extemporâneo. A começar assim não auguro grande coisa para o futuro do autarca nos próximos quatro anos. Quando os balões são frágeis e incham demais podem rebentar com estrondo.

Igualmente inesperado o discurso de derrota de Pizarro que as sondagens davam ali taco-a-taco com o vencedor. O deputado do PS que antes parecia o número dois e amigo fiel de Rui Moreira foi aumentando a toada da divergência e acabou num comício pós-derrota em que mais parecia que ganhara. Moreira que se cuide e Costa também. Pizarro talvez tenha gostado um bocadinho demais do exercício do poder, e não parece disposto a sair de cena.

2. De Cristas já se sabia que teria provavelmente muito melhor resultado do que Portas (uns míseros 7% em Lisboa em 2013) e reforçava a liderança ganhando mais algumas freguesias de Lisboa. Certamente manteria as cinco câmaras já conquistadas pelo partido nas eleições anteriores e empatava, ou quase, com Teresa Leal Coelho. Isso bastava para que não se desembainhassem durante a noite de ontem as espadas que alguns empunham contra ela no seu próprio partido continuando a cumprir o papel da menina bonita e líder de transição até que Nuno Melo voltasse a cavalo de Bruxelas vindo na bruma do fantasma de Portas, para o reconquistar.

Nada disso. Cristas impôs-se por Lisboa esmagando o PSD com quase o dobro dos votos, e manteve todas as câmaras e ainda ganhou mais uma.

Erro colossal dos analistas. Cristas ganhou a noite como nunca se esperara. Não foi apenas a segunda em Lisboa, bateu aos pontos Teresa Leal Coelho do PSD e deixou amargos de boca em todos os que esperavam que a nova líder continuasse com cabeça a prémio.

Os cavaleiros andantes podem “tirar os cavalinhos da chuva” que a líder veio para ficar. Até às legislativas não haverá discussão. Já andava a fazer tirocínio para líder da oposição e agora não foi só em Lisboa que ganhou estatuto. Ou se encontra nome forte no PSD ou a agonia social-democrata irá continuar como exclusivo culpado dos anos da troika. Cristas já nem se lembra desse tempo e “tem raiva” a quem ainda o guarda na memória.

Eleições autárquicas 2017:

Prognósticos só no fim do jogo. A regra aplicou-se como uma luva às autárquicas de Domingo. Sabia-se de cor o que esperar. As sondagens, como sempre, preparavam os espíritos para aquelas mudanças que, como sempre, nos pareceriam no decorrer da noite simples exageros. E deixaríamos cair uma a uma entre explicações vagas dos autores dos estudos de opinião.

Preparamo-nos para o habitual. Mas fomos ultrapassados pelo vendaval dos resultados e foi à pressa que refizemos análises e arranjámos explicações para o sucedido:

Vencedores e vencidos?

1. Rui Moreira venceria a Câmara do Porto a não ser que se verificasse um volte-face final com Pizarro a puxar-lhe o tapete. A coisa andava ali na margem de erro. Dificilmente com tanta arrogância se previa que ganhasse a maioria absoluta. Ganhou. E claro se isso acontecesse Cristas haveria de se lembrar de cantar vitória!. Lembrou.

Até aqui nada de especial, excepto a previsível inutilidade dos velhos parceiros; o candidato da Foz, arrogante como sempre, ou mesmo mais do que nunca, ainda assim surpreendeu quando quis incluir na lista dos derrotados Rui Rio e Paulo Rangel que, não fazendo parte do filme foram chamados à liça para tentar colar à derrota de Passos a antecipada derrota de dois putativos sucessores.

O discurso da vitória fez lembrar o último amargo e infeliz discurso de Cavaco Silva, reeleito pela última vez. Um ajuste de contas extemporâneo. A começar assim não auguro grande coisa para o futuro do autarca nos próximos quatro anos. Quando os balões são frágeis e incham demais podem rebentar com estrondo.

Igualmente inesperado o discurso de derrota de Pizarro que as sondagens davam ali taco-a-taco com o vencedor. O deputado do PS que antes parecia o número dois e amigo fiel de Rui Moreira foi aumentando a toada da divergência e acabou num comício pós-derrota em que mais parecia que ganhara. Moreira que se cuide e Costa também. Pizarro talvez tenha gostado um bocadinho demais do exercício do poder, e não parece disposto a sair de cena.

2. De Cristas já se sabia que teria provavelmente muito melhor resultado do que Portas (uns míseros 7% em Lisboa em 2013) e reforçava a liderança ganhando mais algumas freguesias de Lisboa. Certamente manteria as cinco câmaras já conquistadas pelo partido nas eleições anteriores e empatava, ou quase, com Teresa Leal Coelho. Isso bastava para que não se desembainhassem durante a noite de ontem as espadas que alguns empunham contra ela no seu próprio partido continuando a cumprir o papel da menina bonita e líder de transição até que Nuno Melo voltasse a cavalo de Bruxelas vindo na bruma do fantasma de Portas, para o reconquistar.

Nada disso. Cristas impôs-se por Lisboa esmagando o PSD com quase o dobro dos votos, e manteve todas as câmaras e ainda ganhou mais uma.

Erro colossal dos analistas. Cristas ganhou a noite como nunca se esperara. Não foi apenas a segunda em Lisboa, bateu aos pontos Teresa Leal Coelho do PSD e deixou amargos de boca em todos os que esperavam que a nova líder continuasse com cabeça a prémio.

Os cavaleiros andantes podem “tirar os cavalinhos da chuva” que a líder veio para ficar. Até às legislativas não haverá discussão. Já andava a fazer tirocínio para líder da oposição e agora não foi só em Lisboa que ganhou estatuto. Ou se encontra nome forte no PSD ou a agonia social-democrata irá continuar como exclusivo culpado dos anos da troika. Cristas já nem se lembra desse tempo e “tem raiva” a quem ainda o guarda na memória.

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