Passos Coelho assumiu-se como "riófobo"!

15-10-2019
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1. Passos Coelho está visivelmente preocupado com a "sombra permanente" de Rui Rio. O primeiro sinal deste medo sentido pelo actual Primeiro-Ministro foi dado na semana passada com o convite endereçado a Rui Rio para assumir funções como Presidente do Conselho de Administração, como já aqui explanei devidamente. Ontem, a minha tese foi confirmada perante as reacções perfeitamente inusitadas de Passos Coelho à apresentação do movimento "Agenda Portugal", formada por militantes do PSD que não se revêem nas políticas seguidas pelo status quo do partido e ambicionam retomar aos fundamentos axiológicos básicos do maior e melhor partido político português. Seria expectável que face a uma governação desleixada e incompetente, sem rumo, nem estratégia seguida por Passos Coelho, que o PSD, um partido que nunca se verga, nem se conforma, os militantes do partido perdessem o medo e, finalmente, fizessem ecoar a sua voz através de acções de intervenção política temáticas com forte contacto com a sociedade civil. A minha única estranheza em relação a este movimento tem que ver com o facto de ter surgido tão tarde: havia razões mais do que suficientes para a "sublevação" pacífica dos militantes do PSD. Portanto, para todos nós, o aparecimento da "Agenda Portugal" é um facto natural, expectável, banal numa democracia. Porém, para Passos Coelho foi o grande facto político do ano, pois reagiu com uma rapidez, uma veemência e uma insistência que não são habituais nele! Nem em temas muito, mas muito mais importantes do que este! Tem dúvidas? Então, passemos a analisar objectivamente os factos.

2. Em primeiro lugar, é de mau tom em dia de evocação de Francisco Sá Carneiro aproveitar a homenagem ao fundador do Presidente (ao melhor líder político que Portugal já conheceu!) para contestar um movimento formado por militantes do seu partido. Em vez de aproveitar este dia tão simbólico para perspectivar o futuro do país, para dar uma luz (uma luzinha!) de esperança aos portugueses, agora que estamos prestes a terminar o ano de 2013 e a entrar em 2014 que será um ano crucial, para explicar devidamente os méritos das suas políticas, Passos Coelho preferiu anunciar a sua recandidatura à liderança do PSD. Compreende-se isto? Para quem, como eu, entende a Política como forma de intervenção cívica e de debate racional, livre e plural de ideias tendentes à prossecução Bem Comum, não se compreende. Agora, para quem entender a política como um mero jogo de lugares, de manutenção do poder pelo poder, por vaidade pessoal, reduzindo-a, desta forma, à pura politiquice, percebe-se: Passos Coelho e os passistas mais aguerridos (que já começam a ser muito poucos!) tentaram desviar as atenções mediáticas do anúncio de lançamento do movimento que conta com a participação de Rui Rio, concentrando as manchetes dos jornais (e dos serviços noticiosos em geral) em torno de si e da sua recandidatura. Foi uma pura estratégia de spinning que, ao contrário do que é regra no Governo, desta vez...resultou! O que é revelador do espírito e das prioridades do Governo Passos Coelho: se o que estiver em causa for os interesses de Portugal, for proteger os portugueses e a sua autonomia decisória, for afirmar a posição de Portugal internacionalmente, o Governo responde sempre mal e a más horas; já se o tema, se o objectivo da intervenção for a defesa de Passos Coelho, a sua posição "intocável" como Presidente incontestado do partido, aí, para defender os seus interesses individuais, Passos Coelho responde de imediato, sem rodeios e com coordenação! Facilmente constatamos, pois, que há uma clara inversão de valores e prioridades neste famigerado Governo Passos Coelho...Ora, Passos Coelho não podia regair desta forma: um Primeiro-Ministro não pode aparecer a comentar um movimento político, porque tal dá um ar de desorientação, de insegurança. Prova, enfim, que a liderança de Passos COelho é uma liderança fraquíssima ou mesmo inexistente! Ao reagir tão depressa, Passos Coelhoi acabou por aumentar o peso e a relevância da Agenda Portugal!

3. Por falar em coordenação, note-se que para defender a liderança de Passos Coelho, intervieram a Vice-Presidente do PSD, Teresa Leal Coelho, e o Secretário-Geral, Marco António Costa. Sobre estas declarações, escrevei amanhã dada a sua singularidade no contexto político português actual.

Email: politicoesfera@gmail.com

1. Passos Coelho está visivelmente preocupado com a "sombra permanente" de Rui Rio. O primeiro sinal deste medo sentido pelo actual Primeiro-Ministro foi dado na semana passada com o convite endereçado a Rui Rio para assumir funções como Presidente do Conselho de Administração, como já aqui explanei devidamente. Ontem, a minha tese foi confirmada perante as reacções perfeitamente inusitadas de Passos Coelho à apresentação do movimento "Agenda Portugal", formada por militantes do PSD que não se revêem nas políticas seguidas pelo status quo do partido e ambicionam retomar aos fundamentos axiológicos básicos do maior e melhor partido político português. Seria expectável que face a uma governação desleixada e incompetente, sem rumo, nem estratégia seguida por Passos Coelho, que o PSD, um partido que nunca se verga, nem se conforma, os militantes do partido perdessem o medo e, finalmente, fizessem ecoar a sua voz através de acções de intervenção política temáticas com forte contacto com a sociedade civil. A minha única estranheza em relação a este movimento tem que ver com o facto de ter surgido tão tarde: havia razões mais do que suficientes para a "sublevação" pacífica dos militantes do PSD. Portanto, para todos nós, o aparecimento da "Agenda Portugal" é um facto natural, expectável, banal numa democracia. Porém, para Passos Coelho foi o grande facto político do ano, pois reagiu com uma rapidez, uma veemência e uma insistência que não são habituais nele! Nem em temas muito, mas muito mais importantes do que este! Tem dúvidas? Então, passemos a analisar objectivamente os factos.

2. Em primeiro lugar, é de mau tom em dia de evocação de Francisco Sá Carneiro aproveitar a homenagem ao fundador do Presidente (ao melhor líder político que Portugal já conheceu!) para contestar um movimento formado por militantes do seu partido. Em vez de aproveitar este dia tão simbólico para perspectivar o futuro do país, para dar uma luz (uma luzinha!) de esperança aos portugueses, agora que estamos prestes a terminar o ano de 2013 e a entrar em 2014 que será um ano crucial, para explicar devidamente os méritos das suas políticas, Passos Coelho preferiu anunciar a sua recandidatura à liderança do PSD. Compreende-se isto? Para quem, como eu, entende a Política como forma de intervenção cívica e de debate racional, livre e plural de ideias tendentes à prossecução Bem Comum, não se compreende. Agora, para quem entender a política como um mero jogo de lugares, de manutenção do poder pelo poder, por vaidade pessoal, reduzindo-a, desta forma, à pura politiquice, percebe-se: Passos Coelho e os passistas mais aguerridos (que já começam a ser muito poucos!) tentaram desviar as atenções mediáticas do anúncio de lançamento do movimento que conta com a participação de Rui Rio, concentrando as manchetes dos jornais (e dos serviços noticiosos em geral) em torno de si e da sua recandidatura. Foi uma pura estratégia de spinning que, ao contrário do que é regra no Governo, desta vez...resultou! O que é revelador do espírito e das prioridades do Governo Passos Coelho: se o que estiver em causa for os interesses de Portugal, for proteger os portugueses e a sua autonomia decisória, for afirmar a posição de Portugal internacionalmente, o Governo responde sempre mal e a más horas; já se o tema, se o objectivo da intervenção for a defesa de Passos Coelho, a sua posição "intocável" como Presidente incontestado do partido, aí, para defender os seus interesses individuais, Passos Coelho responde de imediato, sem rodeios e com coordenação! Facilmente constatamos, pois, que há uma clara inversão de valores e prioridades neste famigerado Governo Passos Coelho...Ora, Passos Coelho não podia regair desta forma: um Primeiro-Ministro não pode aparecer a comentar um movimento político, porque tal dá um ar de desorientação, de insegurança. Prova, enfim, que a liderança de Passos COelho é uma liderança fraquíssima ou mesmo inexistente! Ao reagir tão depressa, Passos Coelhoi acabou por aumentar o peso e a relevância da Agenda Portugal!

3. Por falar em coordenação, note-se que para defender a liderança de Passos Coelho, intervieram a Vice-Presidente do PSD, Teresa Leal Coelho, e o Secretário-Geral, Marco António Costa. Sobre estas declarações, escrevei amanhã dada a sua singularidade no contexto político português actual.

Email: politicoesfera@gmail.com

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