blogue do não: A PERGUNTA

12-07-2018
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A questão é posta a pessoas que considero e de que me vou lembrando à medida que escrevo estas linhas, desde Pacheco Pereira a Agustina, a Vasco Rato, Paula Teixeira da Cruz, Teresa Caeiro, Miguel Sousa Tavares, meu querido Pedro Caeiro, Pedro Lomba, Stephens (sim, também você...), e seguramente muitos outros:Vocês são inteligentes e sabem que o que está em causa não é a despenalização do aborto - é a sua liberalização total até às dez semanas. E não duvidam que o aborto seja, nada mais nada menos, do que a supressão de uma vida em desenvolvimento, seja lá o estádio em que estiver. Se ninguém fizer mal àquela "coisa", sairá dali um bebé chorão e de olhos azuis.Aquilo a que uma eventual resposta positiva neste referendo dará lugar não é à despenalização do aborto, é à sua liberalização total até às dez semanas de gestação. Uma pessoa, do sexo feminino, por qualquer ou por nenhum motivo, pode determinar, pode decidir o fim da vida de outra que não é tida nem achada no assunto, embora seja a maior e única vítima mortal.E eu não acredito que creiam na validade desta posição. Eu admito que não queiram penalizar a pessoa que aborte o seu próprio filho. Contudo, se não querem penalizar a mulher, deveriam pugnar seriamente por outra pergunta a referendo - não uma que liberalize e legitime o aborto. Façam-se dois referendos: vote-se NÃO neste e coloque-se outro à população em que se pergunte, verdadeiramente e sem rasteiras, aquilo que efectivamente se pretende decidir relativamente a uma eventual penalização. Cair na malandrice do Bloco de Esquerda de utilizar até à exaustão o tema do aborto clandestino com intenção de liberalizar e de normalizar o aborto, estrategicamente seguida pelos socialistas por não terem mais nada que oferecer ao país, é que não faz sentido!Para não penalizar o aborto (feito ao próprio filho), existiriam inúmeras soluções e perguntas a sujeitar a referendo e era vossa obrigação obrigar os políticos a colocá-las em referendo. Isso é que era discussão séria. Esta pergunta que está em jogo, tão dúbia e permissiva, é uma pergunta à qual apenas se pode dar resposta negativa sob pena de nunca mais dormirem (dormirmos) sossegados com as vossas (nossas) consciências.Miguel Sousa Tavares dizia há tempos que estava farto desta questão do aborto e que queria ver isto resolvido de uma vez por todas, de uma ou de outra forma. Também eu. E imagino que muita gente vote sim por causa desse fartote. Mas o assunto é muito sério, não consigo dormir sossegado sem lutar contra uma vaga que pretende liberalizar o aborto e torná-lo uma coisa normal e perfeitamente legítima!Muitos apelantes do sim dizem que querem acabar com o aborto clandestino. Isso não acontecerá (e eles sabem-no) pelas mais diversas razões que não cabe agora desenvolver, por estarem estafadas; dizem que querem acabar com a prisão das mulheres que abortam os seus próprios filhos (coisa impossível, por nunca ter existido); que é uma decisão da mulher e é seu direito tê-la (que não é, pois diz respeito a uma vida estranha).Eu recordo que não estamos na década de sessenta ou de setenta, em que até se podia explicar uma coisa destas. Nós estamos, cinquenta anos depois, carregadinhos de anticoncepcionais à venda em todo o lado, desde tabacarias até hipermercados. Cheios de informação. Repletos de exemplos. Atulhados de novelas. Oferecemos o Rendimento Mínimo Garantido, doamos as SCUT, criamos pontes homéricas, aeroportos faraónicos e TGV’s para passear ao fim-de-semana. A resposta a qualquer problema que se coloque em matéria da sexualidade terá de ser a liberalização do aborto?!?...Isso seria um retrocesso civilizacional brutal, seria ir no caminho de tipos que pararam no tempo e que ainda estão nas lutas de 60 e coisas do género (bolas, que diabo!, o mundo mudou!). E andamos nós, desgraçados, a liberalizar o aborto?!?... E porque não antes a dar dinheiro às futuras mamãs, e carrinhos, e berços, e fraldas, e leite? Andamos aqui num país que enche a boca para dizer que é moderno mas que prefere o aborto pago pelo erário público ao apoio à mãe grávida?!?...A Odete Santos, do Partido Comunista, dizia há pouco na televisão que não havia certeza de que existiria vida às dez semanas; vocês querem correr esse risco? Conseguem viver assim, dormir assim, correndo esse risco? Eu

A questão é posta a pessoas que considero e de que me vou lembrando à medida que escrevo estas linhas, desde Pacheco Pereira a Agustina, a Vasco Rato, Paula Teixeira da Cruz, Teresa Caeiro, Miguel Sousa Tavares, meu querido Pedro Caeiro, Pedro Lomba, Stephens (sim, também você...), e seguramente muitos outros:Vocês são inteligentes e sabem que o que está em causa não é a despenalização do aborto - é a sua liberalização total até às dez semanas. E não duvidam que o aborto seja, nada mais nada menos, do que a supressão de uma vida em desenvolvimento, seja lá o estádio em que estiver. Se ninguém fizer mal àquela "coisa", sairá dali um bebé chorão e de olhos azuis.Aquilo a que uma eventual resposta positiva neste referendo dará lugar não é à despenalização do aborto, é à sua liberalização total até às dez semanas de gestação. Uma pessoa, do sexo feminino, por qualquer ou por nenhum motivo, pode determinar, pode decidir o fim da vida de outra que não é tida nem achada no assunto, embora seja a maior e única vítima mortal.E eu não acredito que creiam na validade desta posição. Eu admito que não queiram penalizar a pessoa que aborte o seu próprio filho. Contudo, se não querem penalizar a mulher, deveriam pugnar seriamente por outra pergunta a referendo - não uma que liberalize e legitime o aborto. Façam-se dois referendos: vote-se NÃO neste e coloque-se outro à população em que se pergunte, verdadeiramente e sem rasteiras, aquilo que efectivamente se pretende decidir relativamente a uma eventual penalização. Cair na malandrice do Bloco de Esquerda de utilizar até à exaustão o tema do aborto clandestino com intenção de liberalizar e de normalizar o aborto, estrategicamente seguida pelos socialistas por não terem mais nada que oferecer ao país, é que não faz sentido!Para não penalizar o aborto (feito ao próprio filho), existiriam inúmeras soluções e perguntas a sujeitar a referendo e era vossa obrigação obrigar os políticos a colocá-las em referendo. Isso é que era discussão séria. Esta pergunta que está em jogo, tão dúbia e permissiva, é uma pergunta à qual apenas se pode dar resposta negativa sob pena de nunca mais dormirem (dormirmos) sossegados com as vossas (nossas) consciências.Miguel Sousa Tavares dizia há tempos que estava farto desta questão do aborto e que queria ver isto resolvido de uma vez por todas, de uma ou de outra forma. Também eu. E imagino que muita gente vote sim por causa desse fartote. Mas o assunto é muito sério, não consigo dormir sossegado sem lutar contra uma vaga que pretende liberalizar o aborto e torná-lo uma coisa normal e perfeitamente legítima!Muitos apelantes do sim dizem que querem acabar com o aborto clandestino. Isso não acontecerá (e eles sabem-no) pelas mais diversas razões que não cabe agora desenvolver, por estarem estafadas; dizem que querem acabar com a prisão das mulheres que abortam os seus próprios filhos (coisa impossível, por nunca ter existido); que é uma decisão da mulher e é seu direito tê-la (que não é, pois diz respeito a uma vida estranha).Eu recordo que não estamos na década de sessenta ou de setenta, em que até se podia explicar uma coisa destas. Nós estamos, cinquenta anos depois, carregadinhos de anticoncepcionais à venda em todo o lado, desde tabacarias até hipermercados. Cheios de informação. Repletos de exemplos. Atulhados de novelas. Oferecemos o Rendimento Mínimo Garantido, doamos as SCUT, criamos pontes homéricas, aeroportos faraónicos e TGV’s para passear ao fim-de-semana. A resposta a qualquer problema que se coloque em matéria da sexualidade terá de ser a liberalização do aborto?!?...Isso seria um retrocesso civilizacional brutal, seria ir no caminho de tipos que pararam no tempo e que ainda estão nas lutas de 60 e coisas do género (bolas, que diabo!, o mundo mudou!). E andamos nós, desgraçados, a liberalizar o aborto?!?... E porque não antes a dar dinheiro às futuras mamãs, e carrinhos, e berços, e fraldas, e leite? Andamos aqui num país que enche a boca para dizer que é moderno mas que prefere o aborto pago pelo erário público ao apoio à mãe grávida?!?...A Odete Santos, do Partido Comunista, dizia há pouco na televisão que não havia certeza de que existiria vida às dez semanas; vocês querem correr esse risco? Conseguem viver assim, dormir assim, correndo esse risco? Eu

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