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11-07-2018
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terça-feira, 31 de maio de 2005

O Sopro do Coração...

O Sopro do Coração

Letra: Sérgio Godinho

Sim, o amor é vão

É certo e sabido

Mas então (Porque não)

Porque sopra ao ouvido

O sopro do coração

Se o amor é vão

Mera dor mero gozo

Sorvedouro caprichoso

No sopro do coração

No sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido

E o que foi do

Corpo no turbilhão

Sopra doido

E o que foi do

Corpo alado

Nas asas do turbilhão

Nisto já nem de ar precisas

Só meras brisas

Raras

Corto em dois limão

Chego o ouvido

Ao frescor

Ao barulho

À acidez do mergulho

No sangue do coração

Pulsar em vão

É bem dele É bem isso

E apesar disso eriça a pele

O sopro do coração

O sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido

E o que foi do

Corpo no turbilhão

Sopra doido

E o que foi do

Corpo alado

Nas asas do turbilhão

Nisto já nem de ar precisas

Só meras brisas

Raras... ..., dos Clã , foi a seleccionada para tocar a partir de hoje na grafonola das "Mentes". Lembrei-me dela a propósito da limonada ("corto em dois limão"...)! E também porque são tão verdade as palavras de Sérgio Godinho!O Sopro do CoraçãoLetra: Sérgio Godinho

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Veredicto final.

Depois das vossas escolhas, resta-nos apresentar as nossas. Perguntei várias vezes à Assumida Mente se ela preferia chocolate quente ou limonada, mas olhava para mim com aquele seu olhar maroto e não me respondia... Já no final do dia, perguntei-lhe pela última vez, mas ela voltou a sorrir e deixou-me na ignorância. Perante isto, voltei-me e disse: "Pois bem, eu não sei o que hei-de escolher. Acho que não escolho: tomo chocolate quente ao pequeno-almoço e limonada ao final da tarde!"

A Assumida Mente acenou com a cabeça e respondeu: "Precisamente. Eu também não escolho. Tomo as duas*."

Aqui olhámos uma para a outra com caras de desconfiadas...

"Só que eu prefiro limonada ao pequeno-almoço e chocolate quente antes de ir dormir..."

Então, suspirámos de alívio por perceber que, apesar de um ponto em comum, não concordávamos totalmente uma com a outra - isso seria dramático.

Assim sendo, aqui ficam as receitas do chocolate quente e da limonada. Claro que era das receitas que falávamos, pensaram em quê? ;)

Chocolate Quente

Ingredientes:

1 litro de leite

5 colheres de sopa de chocolate em pó

4 colheres de sopa de açúcar ou adoçante

1 colher de café de café solúvel

1 colher de chá de maisena

1 pedaço de canela em pau

1 gema de ovo

Modo de preparação:

Bata tudo no liquidificador e leve ao fogo, mexendo de vez em quando. Deixe ferver. Sirva com ou sem creme chantilly.

Limonada

Ingredientes:

1 limão

1 litro de água

açúcar a gosto

Modo de preparação:

Corte o limão ao meio e esprema bem até sair todo o sumo. Coloque um litro de água numa jarra e junte o sumo do limão. Adoce à vontade, mexa bem, acrescente gelo, e está pronto.

* Bebidas, entenda-se.

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segunda-feira, 30 de maio de 2005

... uma limonada?

... uma limonada?

Agora vejamos se "alguém" se assume... ;)

Feedback Agora vejamos se "alguém" se assume... ;)

Bom dia!

Vai um chocolate quente?

Vai um chocolate quente?

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Das duas três:

1. ou sonham mesmo com o fim da União Europeia e aí, haja paciência, é porque não têm noção nenhuma das mais-valias que a Europa comunitária pode proporcionar

2. ou não têm consciência do recuo, dos anos de trabalho deitados fora, que este NÃO significa

3. ou ainda, acham mesmo que o NÃO dos franceses foi um NÃO a artigos pontuais e concretos desta "Constituição", e não um NÃO conjuntural, à política interna francesa!...

Enfim, eu por cá sei que nunca li a Independentemente da minha opinião sobre a "Constituição Europeia" confesso que não consigo perceber a euforia que vai, por esse Mundo fora, com a vitória do "Não" francês e que, muito provavelmente, arrastará mais negativas na Europa.Das duas três:1. ou sonham mesmo com o fim da União Europeia e aí, haja paciência, é porque não têm noção nenhuma das mais-valias que a Europa comunitária pode proporcionar2. ou não têm consciência do recuo, dos anos de trabalho deitados fora, que este NÃO significa3. ou ainda, acham mesmo que o NÃO dos franceses foi um NÃO a artigos pontuais e concretos desta "Constituição", e não um NÃO conjuntural, à política interna francesa!...Enfim, eu por cá sei que nunca li a Ana Gomes tão irritada como hoje!

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Ainda Scholl

Serse), "Che faro senza Euridice"(Glück, Orfeo ed Euridice) e "Verti prati" (Haendel, Alcina)...

Para pôr a tocar na grafonola, seleccionei de olhos fechados e a escolha recaiu em... "Verdi prati"... pela melancolia da melodia, pela pureza do poema, pela comoção na voz de Scholl... julgo que o acaso escolheu bem.

O excerto é do álbum "Ombra mai fù": Haendel's Airs, que Andreas Scholl, acompanhado pela Akademie für Alte Musik Berlin, gravou para a Harmonia Mundi.

Verdi prati

(Ária de Alcina, de Haendel)

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

Vaghi fior, correnti rivi,

la vaghezza, la bellezza

presto in voi si cangerà.

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

E cangiato il vago oggetto

all'orror del primo aspetto

tutto in voi ritornerà.

tutto in voi ritornerà.

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

perderete la beltà. Ainda a propósito do concerto de Scholl na Casa da Música , tenho andado a ouvi-lo repetidamente. Tenho o coração dividido entre as árias "Ombra mai fù" (Haendel,), "Che faro senza Euridice"(Glück,) e "Verti prati" (Haendel, Alcina)...Para pôr a tocar na grafonola, seleccionei de olhos fechados e a escolha recaiu em... "Verdi prati"... pela melancolia da melodia, pela pureza do poema, pela comoção na voz de Scholl... julgo que o acaso escolheu bem.O excerto é do álbum, que Andreas Scholl, acompanhado pela Akademie für Alte Musik Berlin, gravou para a Harmonia Mundi.Verdi prati(Ária de, de Haendel)

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domingo, 29 de maio de 2005

Poesia das horas largas (I)

Noite de Saudade

A Noite vem poisando devagar

Sobre a Terra, que inunda de amargura ...

E nem sequer a bênção do luar

A quis tornar divinamente pura ...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar

A sua dor que é cheia de tortura ...

E eu oiço a Noite imensa soluçar!

E eu oiço soluçar a Noite escura!

Por que és assim tão escura, assim tão triste?!

É que, talvez, ó Noite, em ti existe

Uma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem ...

Talvez de ti, ó Noite! ... Ou de ninguém! ...

Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

Florbela Espanca (1894-1930), in Livro das Mágoas (1919)

Feedback Florbela Espanca (1894-1930), in Livro das Mágoas (1919)

sábado, 28 de maio de 2005

Andreas Scholl

Tive oportunidade de trocar algumas impressões sobre a voz e a performance de Andreas Scholl com

Para aqueles que, como nós, não podem assistir hoje à noite ao concerto que tem lugar na

Aposto que um dos encore será "Ombra mai fù"... ;)

Ah ch'infelice sempre

(excerto da Cantata Cessate, omai cessate, de Antonio Vivaldi)

Ah ch'infelice sempreme vuol

Dorilla ingrata

Ah sempre più spietata

M'astringe à lagrimar

Per me non v'è nò

non v'è ristoro

Per me non v'è nò

non v'è più speme

e il fier martoro

e le mie pene

solo la morte

può consolar. Daqui a cerca de um par de horas, muitos serão os ouvidos que se vão deleitar com a voz de Andreas Scholl, acompanhado no cravo e no pianoforte por Markus Markl. Lamentavelmente, entre esses ouvidos não estarão os nossos, motivo pelo qual hoje estamos muito desgostosas... Serve-nos de consolação saber que tal seria impossível, mas não colmata esta lacuna grave que será não assistir a este concerto, onde serão interpretadas cantatas de Haëndel e canções de Mozart e Haydn.Tive oportunidade de trocar algumas impressões sobre a voz e a performance de Andreas Scholl com uma certa pessoa . Nada de novo - como sucede tantas vezes, as nossas opiniões são discordantes. Diz-me a Bixu que Scholl não chega aos calcanhares de um Gérard Lesne ou um Michael Chance . Pois eu cá acho que chega e nem tem de se esforçar muito. E nestas coisas não vale a pena teimar, porque os gostos divergem e como cada voz é uma voz, não há muito por onde divagar.Para aqueles que, como nós, não podem assistir hoje à noite ao concerto que tem lugar na Casa da Música , fica na grafonola das "Mentes" um excerto da Cantata "Cessate, omai cessate" de Antonio Vivaldi, extraída do álbum "The Voice".Aposto que um dos encore será "Ombra mai fù"... ;)Ah ch'infelice sempre(excerto da Cantata Cessate, omai cessate, de Antonio Vivaldi)Ah ch'infelice sempreme vuolDorilla ingrataAh sempre più spietataM'astringe à lagrimarPer me non v'è nònon v'è ristoroPer me non v'è nònon v'è più spemee il fier martoroe le mie penesolo la mortepuò consolar.

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sexta-feira, 27 de maio de 2005

...qual das duas compra os bilhetes?

E, já agora, quem nos quer acompanhar?

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quinta-feira, 26 de maio de 2005

Interrogação do dia

Ia fazer aqui uma interrogação satírico-católica, mas o post foi censurado pelo lápis azul... que é como quem diz, pela minha Mente... e por isso já não posso perguntar se aqueles que se dizem acérrimos e coerentes combatentes do catolicismo foram trabalhar hoje! :-(

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terça-feira, 24 de maio de 2005

Na grafonola das "Mentes".

blog estão concentradas algumas das nossas escolhas em matéria de pintura/desenho/escultura, música, literatura e cinema. Outras dimensões culturais poderiam estar ali, mas se já é muito trabalhoso manter a coluna tal como está actualizada, nem quero imaginar o que seria se lá estivessem todas as coisas que apreciamos!

Quem nos conhece sabe que, apesar do tempo escassear para tudo, simplesmente não podemos viver sem momentos de lazer e que para nós, lazer é, as mais das vezes, sinónimo de cultura. Um pouco por todo o lado, vai-se fazendo o mesmo que aqui: os bloggers vão deslindando traços do seu carácter, partilhando gostos e criando afinidades. Expôr as coisas de que gostamos acaba por ser um meio para a criação de pontes com quem comunga dos mesmos gostos e valores que nós.

Por isso mesmo, a partir de hoje acrescentámos mais uma divisória ali à direita, sob a denominação "Na Grafonola das "Mentes", o que significa que, sempre que nos der na realíssima gana, as letras deste blog serão acompanhadas por notas musicais...

Para inaugurar a "grafonola" escolhemos "À Chloris", uma canção francesa composta em 1910 pelo argentino Reynaldo Hahn (1875-1947) com letra de Théophile de Viau (1590-1626), pela voz do mezzo soprano Susan Graham, magnificamente acompanhada ao piano por Roger Vignoles.

Importa aqui confessar que esta lindíssima melodia foi-nos dada a conhecer pela Desde há certo tempo para cá que na coluna ali à direita desteestão concentradas algumas das nossas escolhas em matéria de pintura/desenho/escultura, música, literatura e cinema. Outras dimensões culturais poderiam estar ali, mas se já é muito trabalhoso manter a coluna tal como está actualizada, nem quero imaginar o que seria se lá estivessem todas as coisas que apreciamos!Quem nos conhece sabe que, apesar do tempo escassear para tudo, simplesmente não podemos viver sem momentos de lazer e que para nós, lazer é, as mais das vezes, sinónimo de cultura. Um pouco por todo o lado, vai-se fazendo o mesmo que aqui: os bloggers vão deslindando traços do seu carácter, partilhando gostos e criando afinidades. Expôr as coisas de que gostamos acaba por ser um meio para a criação de pontes com quem comunga dos mesmos gostos e valores que nós.Por isso mesmo, a partir de hoje acrescentámos mais uma divisória ali à direita, sob a denominação "Na Grafonola das "Mentes", o que significa que, sempre que nos der na realíssima gana, as letras deste blog serão acompanhadas por notas musicais...Para inaugurar a "grafonola" escolhemos, uma canção francesa composta em 1910 pelo argentinocom letra de, pela voz do mezzo soprano Susan Graham, magnificamente acompanhada ao piano por Roger Vignoles.Importa aqui confessar que esta lindíssima melodia foi-nos dada a conhecer pela Bixu . Como nunca lhe agradecemos ter-nos despertado a atenção para este magnífico compositor, aqui fica a nossa gratidão pública. Aos que nos lêem, fica a sugestão, na esperança de que possa despertar em todos os mesmos sentimentos que despertou em nós.

S'il est vrai, Chloris, que tu m'aimes,

Mais j'entends, que tu m'aimes bien,

Je ne crois pas que les rois mêmes

Aient un bonheur pareil au mien.

Que la mort serait importune

De venir changer ma fortune

A la félicité des cieux!

Tout ce qu'on dit de l'ambroisie

Ne touche point ma fantaisie

Au prix des grâces de tes yeux.

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domingo, 22 de maio de 2005

À português!

A discutir o campeonato na última jornada, hoje os jogadores do Porto e do Benfica devem estar a sentir exactamente o mesmo que eu: mas por que raio deixei ficar este trabalho todo para o último dia do prazo?!...

... Bem, quanto ao futebol, já que nenhuma equipa conseguiu revelar-se verdadeiramente superior, que ganhe aquela que hoje jogar melhor... quanto a mim, aceitam-se sugestões de boas desculpas para conseguir adiar um prazo!

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sábado, 21 de maio de 2005

A nossa noite para comemorar...

Escrevias tu estas palavras e eu... e eu na ignorância de que elas me esperavam.

"Fazes-me falta..." – pensava, na ânsia de que as minhas ideias chegassem a ti. E quantas vezes chegaram já? Ao longo destes quatro anos, muitas vezes nos cruzámos por entre as linhas dessa teia que alguns apelidam de "telepatia"...

Não sabia eu que me escrevias, mas sentia uma tibieza entranhar-se-me nos ossos. Sentia a noite mais fria do que as demais... e o coração balançava-se-me nas mãos, movido pela angústia...

"Fazes-me falta..." – pensava, sempre que a dor da tua ausência era mais lancinante. E procurava os teus olhos, como que por instinto! Procurava o teu sorriso, o teu cheiro, o brilho dos teus cabelos... e perante o silêncio da resposta, a cada vez que te não encontrava no palpável, procurava-te no invisível e empenhava as minhas forças na tal "teia telepática"...

Frequentemente, deixas-me sem saber o que te dizer, como agora. Sou tão mínima ao pé de ti... tão mínima ao pé da tua perfeição! ... E, simultaneamente, tão completa ao teu lado! Todas as memórias de que falas são apenas parciais se recordadas apenas por mim...

Peço-te apenas que não me agradeças, meu amor. Não me estejas grata pelo prelúdio, porque sou eu quem tem de te agradecer tudo o que se seguiu. Mas não posso nem devo ter a ousadia de querer expressar por palavras o quanto estou em dívida para contigo. As palavras seriam sempre parcas e desajustadas a algo que só pode ser feito com a vida.

Jamais algo que pudesse dizer-te seria sequer aproximadamente tão singelo e precioso como o que escreveste aqui. Perdoa, contudo, a minha audácia e a minha pequenez... nunca soube escrever "cartas de amor"...

Não sei a quem agradecer o cruzamento dos nossos caminhos, o enlace das nossas almas, a ternura dos nossos sentimentos... mas sei que é a ti que quero devotar a minha vida, sob pena de perder o trilho da existência.

Amo-te, meu amor... e na trivialidade deste vocábulo vai contido tudo o que desejaria mas não sei dizer-te, nesta que é a nossa noite para comemorar. Escrevias tu estas palavras e eu... e eu na ignorância de que elas me esperavam."Fazes-me falta..." – pensava, na ânsia de que as minhas ideias chegassem a ti. E quantas vezes chegaram já? Ao longo destes quatro anos, muitas vezes nos cruzámos por entre as linhas dessa teia que alguns apelidam de "telepatia"...Não sabia eu que me escrevias, mas sentia uma tibieza entranhar-se-me nos ossos. Sentia a noite mais fria do que as demais... e o coração balançava-se-me nas mãos, movido pela angústia..."Fazes-me falta..." – pensava, sempre que a dor da tua ausência era mais lancinante. E procurava os teus olhos, como que por instinto! Procurava o teu sorriso, o teu cheiro, o brilho dos teus cabelos... e perante o silêncio da resposta, a cada vez que te não encontrava no palpável, procurava-te no invisível e empenhava as minhas forças na tal "teia telepática"...Frequentemente, deixas-me sem saber o que te dizer, como agora. Sou tão mínima ao pé de ti... tão mínima ao pé da tua perfeição! ... E, simultaneamente, tão completa ao teu lado! Todas as memórias de que falas são apenas parciais se recordadas apenas por mim...Peço-te apenas que não me agradeças, meu amor. Não me estejas grata pelo prelúdio, porque sou eu quem tem de te agradecer tudo o que se seguiu. Mas não posso nem devo ter a ousadia de querer expressar por palavras o quanto estou em dívida para contigo. As palavras seriam sempre parcas e desajustadas a algo que só pode ser feito com a vida.Jamais algo que pudesse dizer-te seria sequer aproximadamente tão singelo e precioso como o que escreveste aqui. Perdoa, contudo, a minha audácia e a minha pequenez... nunca soube escrever "cartas de amor"...Não sei a quem agradecer o cruzamento dos nossos caminhos, o enlace das nossas almas, a ternura dos nossos sentimentos... mas sei que é a ti que quero devotar a minha vida, sob pena de perder o trilho da existência.e na trivialidade deste vocábulo vai contido tudo o que desejaria mas não sei dizer-te, nesta que énoite para comemorar.

Bem hajam tod@s quant@s que comemoraram connosco esta data (Andreia, Pilantra, Gum, Omlounge, Boo, Rodrigues, M., Mar, ZPL, Tica & Teca e Panasca-Mor). Um abraço especial à Bixu, pelo queridíssimo post, bem como às aNa & Maria e Lemon Tea & Chocolover pelo cuidado, pelas palavras e por saberem fazer-se presentes.

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Gostava de conseguir dizer aqui, no segredo deste blog aquilo que me apetece gritar ao Mundo e não posso. Gostava de conseguir dizer aqui, no segredo deste blog aquilo que me apetece gritar ao Mundo e não posso.

Gostava de agradecer-te aqui, em público, todos os passos... a coragem da iniciativa, a luta, a prova e a persistência... as palavras, as divergências, os debates e as insistências... e as viagens, as corridas, a penumbra e a família... gostava de conseguir descrever-te letra a letra, falar da criança que ainda és e da sensatez das tuas atitudes, dessa ousadia-menina, da dureza infinitamente sensível, da bondade persistentemente indecisa... da genialidade humildemente escondida... gostava de conseguir reunir num único parágrafo a nossa vida, os sorrisos que só nós entendemos, as lágrimas que só nós sabemos, os sons escondidos de tantas músicas, as histórias vividas em cada recanto das nossas cidades e as loucuras e as angústias... e as palavras que se dizem só em olhares... e... os laços que acabámos por trocar...

Gostava de conseguir verbalizar tudo isto que nos une, para que todas as pessoas, o Mundo inteiro sem excepção percebesse que é mais do que afeição o que nos liga, mais do que amizade, mais do que paixão... mais do que....

... Mais do que... sei lá o quê!... Há lá palavras que consigam dizer-te a ti e ao Mundo aquilo que se sente quando se olha para o calendário e se descobre que já foi há quatro anos que a nossa vida mudou?!... Há lá palavras quando parece que foi ontem... mas afinal não parece nada porque afinal já nem me lembro sequer se existia vida antes de ti e parece que tu existes ao meu lado desde que o mundo existe...

Afogam-se-me as palavras na profundidade dos sentimentos... e à tona apenas consigo segurar por breves instantes um singelo e banal "Amo-te"... quem sabe tu e o Mundo vislumbrem a silhueta desta palavra e através dela divisem uma mera sombra do quanto te queria dizer!

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sexta-feira, 20 de maio de 2005

As razões

Fiquei a saber que

Ora, aqui, permito-me citar Maria António Palla, que teceu estas considerações sobre Sócrates. Palla afirmou que o secretário-geral do PS e Primeiro-Ministro português desvalorizou o trabalho de Fertuzinhos, que tem "o mérito incontestável de ter feito mexer aquele departamento, mas a cabeça altamente misógina de Sócrates não pode suportar isso".

Pois é, pois é. E é preciso lembrar que o DNMS não apoiou nenhum dos candidatos à liderança do PS e Sócrates não gostou... Continuou Palla: "Agora quer um departamento dócil, integrado numa linha que existe dentro do PS e que faz dele uma máquina eleitoral". Mais preocupante foi o que afirmou sobre eventuais pressões que estão a ser exercidas sobre as apoiantes de Fertuzinhos: "há mulheres a quem lhes tem sido transmitida a ideia de que poderão ser prejudicadas se votarem na lista A".

O meu gáudio reside nisto: ler que uma mulher teve a coragem de apelidar Sócrates de ter uma "cabeça altamente misógina" enche-me de orgulho. E isto não porque a afirmação se refira a Sócrates, mas porque se refere a um homem que constituiu um governo quase exclusivamente composto por homens, desconsiderando as mulheres socialistas e, por reflexo, as mulheres portuguesas. Desejo apenas que a candidata vencedora seja capaz de ter a coragem política que Sónia Fertuzinhos e as suas apoiantes demonstraram e continuam a demonstrar.

Depois deste regozijo, segui-se um outro. Fiquei a saber que ontem, um

Esta iniciativa será importantíssima para combater a invisibilidade de que as investigadoras científicas padecem no nosso país. Para ilustrar o que digo, reproduzo aqui um excerto com uma declaração da ecóloga Maria Rosa Paiva, catedrática da FCTUNL e uma das fundadoras desta associação: "As mulheres estão sub-representadas nas posições mais avançadas da carreira. A percentagem das que atingem posições de chefia é muito pequena. As mulheres perdem-se pelo caminho. É um desperdício grande de recursos humanos, porque investimos na educação de metade da população e depois ela desaparece, sublima-se".

Consultando a página da associação, fiquei a saber que "em 2003, as comissões de avaliação das licenciaturas de Ambiente e de Química (nomeadas pelo Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior) não tinham uma única mulher - apesar de, nestes campos, mais de 50 por cento dos docentes e investigadores serem mulheres. Quase todas as restantes comissões de avaliação de licenciaturas de áreas científicas apresentavam distorções inaceitáveis, na sua composição, relativamente a uma justa representatividade de mulheres", e que em Portuga só há duas reitoras, nas universidades de Aveiro (Maria Helena Nazaré) e Aberta (Maria José Ferro Tavares).

A Amonet foi criada por 16 investigadoras, quase todas catedráticas com o intuito de fomentar a participação das mulheres na ciência e tecnologia e aumentar a sua visibilidade, nomeadamente, através da realização de estudos sobre estas questões e a apresentação de propostas de diplomas, ou a alteração de legislação, para se obter igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres. Entre os objectivos da associação contam-se a promoção do debate sobre a situação das mulheres cientistas, a divulgação dos seus direitos, a denúncia de formas de discriminação e o intercâmbio com outras organizações portuguesas e internacionais.

Os estatutos da Amonet prevêm que os homens cientistas possam tornar-se membros agregados, o que demonstra que esta associação não é só feminista, é igualitária.

Agoram digam lá se eu ontem não acordei com razões suficientes para me orgulhar de ser mulher? O prometido é devido: impõe-se expor aqui as razões pelas quais eu ontem acordei assim . Os motivos que despoletaram tamanha alegria foram descobertos na leitura de duas notícias do Público sobre o papel das mulheres na sociedade portuguesa, uma no domínio partidário, outra no domínio científico.Fiquei a saber que José Sócrates quer que o departamento das mulheres do PS seja "dócil" . As mulheres socialistas vão a votos nos próximos dias 3 e 4 de Junho, para eleger a presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS). Há duas listas candidatas, uma liderada por Sónia Fertuzinhos (que se recandidata ao cargo) e outra por Maria Manuela Augusto. Ao que parece, esta última é apoiada por Sócrates.Ora, aqui, permito-me citar Maria António Palla, que teceu estas considerações sobre Sócrates. Palla afirmou que o secretário-geral do PS e Primeiro-Ministro português desvalorizou o trabalho de Fertuzinhos, que tem "o mérito incontestável de ter feito mexer aquele departamento, mas a cabeça altamente misógina de Sócrates não pode suportar isso".Pois é, pois é. E é preciso lembrar que o DNMS não apoiou nenhum dos candidatos à liderança do PS e Sócrates não gostou... Continuou Palla: "Agora quer um departamento dócil, integrado numa linha que existe dentro do PS e que faz dele uma máquina eleitoral". Mais preocupante foi o que afirmou sobre eventuais pressões que estão a ser exercidas sobre as apoiantes de Fertuzinhos: "há mulheres a quem lhes tem sido transmitida a ideia de que poderão ser prejudicadas se votarem na lista A".O meu gáudio reside nisto: ler que uma mulher teve a coragem de apelidar Sócrates de ter uma "cabeça altamente misógina" enche-me de orgulho. E isto não porque a afirmação se refira a Sócrates, mas porque se refere a um homem que constituiu um governo quase exclusivamente composto por homens, desconsiderando as mulheres socialistas e, por reflexo, as mulheres portuguesas. Desejo apenas que a candidata vencedora seja capaz de ter a coragem política que Sónia Fertuzinhos e as suas apoiantes demonstraram e continuam a demonstrar.Depois deste regozijo, segui-se um outro. Fiquei a saber que ontem, um grupo de mulheres cientistas apresentaram a sua associação em Portugal : chamar-se-á Amonet , o nome de uma deusa do Baixo Egipto, geradora do vento do Norte, que soprava sabedoria nas mentes [;)] das elites e dos governantes.Esta iniciativa será importantíssima para combater a invisibilidade de que as investigadoras científicas padecem no nosso país. Para ilustrar o que digo, reproduzo aqui um excerto com uma declaração da ecóloga Maria Rosa Paiva, catedrática da FCTUNL e uma das fundadoras desta associação: "As mulheres estão sub-representadas nas posições mais avançadas da carreira. A percentagem das que atingem posições de chefia é muito pequena. As mulheres perdem-se pelo caminho. É um desperdício grande de recursos humanos, porque investimos na educação de metade da população e depois ela desaparece, sublima-se".Consultando a página da associação, fiquei a saber que "em 2003, as comissões de avaliação das licenciaturas de Ambiente e de Química (nomeadas pelo Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior) não tinham uma única mulher - apesar de, nestes campos, mais de 50 por cento dos docentes e investigadores serem mulheres. Quase todas as restantes comissões de avaliação de licenciaturas de áreas científicas apresentavam distorções inaceitáveis, na sua composição, relativamente a uma justa representatividade de mulheres", e que em Portuga só há duas reitoras, nas universidades de Aveiro (Maria Helena Nazaré) e Aberta (Maria José Ferro Tavares).A Amonet foi criada por 16 investigadoras, quase todas catedráticas com o intuito de fomentar a participação das mulheres na ciência e tecnologia e aumentar a sua visibilidade, nomeadamente, através da realização de estudos sobre estas questões e a apresentação de propostas de diplomas, ou a alteração de legislação, para se obter igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres. Entre os objectivos da associação contam-se a promoção do debate sobre a situação das mulheres cientistas, a divulgação dos seus direitos, a denúncia de formas de discriminação e o intercâmbio com outras organizações portuguesas e internacionais.Os estatutos da Amonet prevêm que os homens cientistas possam tornar-se membros agregados, o que demonstra que esta associação não é só feminista, é igualitária.Agoram digam lá se eu ontem não acordei com razões suficientes para me orgulhar de ser mulher?

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quinta-feira, 19 de maio de 2005

Eu hoje acordei assim... ©

... com orgulho de ser mulher. Logo explico porquê.

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quarta-feira, 18 de maio de 2005

Dia Internacional dos Museus

Aqui fica o

Feedback Aqui fica o link para o meu museu português favorito.

Ora cá está uma belíssima forma de iniciar o dia...

You are Psalms.

Which book of the Bible are you?

brought to you by Quizilla

Curiosamente, o Livro dos Salmos é o Livro da Bíblia que eu mais leio...

Feedback You are Psalms.Curiosamente, oé o Livro da Bíblia que eu mais leio...

terça-feira, 17 de maio de 2005

Tenha um excelente dia: diga não à homofobia

Dia 17 de Maio - Dia Mundial Contra a Homofobia

A homofobia caracteriza o medo e o resultante desprezo pelos homossexuais que alguns indivíduos sentem. Para muitas pessoas é fruto do medo de elas próprias serem homossexuais ou de que os outros pensem que o são. O termo é usado para descrever uma repulsa face às relações afectivas e sexuais entre pessoas do mesmo sexo, um ódio generalizado aos homossexuais e todos os aspectos do preconceito heterossexista e da discriminação anti-homossexual.

Fonte:

Feedback Fonte: Community Work Training (tradução de Rita P. Silva)

domingo, 15 de maio de 2005

Poema para uma madrugada solitária.

(À memória de António Variações)

Anda pela noite só

um capote errante, ai ai

e uma sombra negra cai, em redor

do homem no cais

das ruas antigas vem

um cantar distante, ai ai

e ninguém das casas sai, por temor

de uns passos no cais

Se eu cair ao mar, quem me salvará

lalalala...

que eu não tenho amigos, quem é que será,

lalalala...

ai ó solidão, que não andas só.

lalalala...

anda lá à vontade, mas de mim tem dó...

cantar, sempre cantou

jamais esteve ausente, ai ai

e uma vela branca vai, por amor

largar pela noite

Se eu cair ao mar, quem me salvará

lalalala...

que eu não tenho amigos, quem é que será,

lalalala...

ai ó solidão, que não andas só.

lalalala...

anda lá à vontade, mas de mim tem dó...

Letra e Música: Pedro Ayres de Magalhães

Extraída do álbum "Os Dias da Madredeus" (1987)

Fotografia de Jorge Santos (2005) A Sombra(À memória de António Variações)Anda pela noite sóum capote errante, ai aie uma sombra negra cai, em redordo homem no caisdas ruas antigas vemum cantar distante, ai aie ninguém das casas sai, por temorde uns passos no caisSe eu cair ao mar, quem me salvarálalalala...que eu não tenho amigos, quem é que será,lalalala...ai ó solidão, que não andas só.lalalala...anda lá à vontade, mas de mim tem dó...cantar, sempre cantoujamais esteve ausente, ai aie uma vela branca vai, por amorlargar pela noiteSe eu cair ao mar, quem me salvarálalalala...que eu não tenho amigos, quem é que será,lalalala...ai ó solidão, que não andas só.lalalala...anda lá à vontade, mas de mim tem dó...Letra e Música: Pedro Ayres de MagalhãesExtraída do álbum "Os Dias da Madredeus" (1987)Fotografia de Jorge Santos (2005)

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sábado, 14 de maio de 2005

Meu amor...

Excelentíssimas Senhoras e Senhores, o Assumidamente tem a honra de apresentar...

1 - Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Concordo com a tua escolha, mas poderia ser, também, um poema...qualquer soneto ("da separação") de 14 versos é perfeito. ;)

2 - Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?

Já me identifiquei com muitas personagens, principalmente com Arturo, de "A ilha de Arturo" (Elsa Morante).

3 - Qual foi o último livro que compraste?

Para além dos livros "técnicos", e das prendas de aniversário e afins, penso que comprei o diário de José Gomes Ferreira.

4 - Qual o último livro que leste?

A poesia é obrigatória na minha dieta mental. Tenho lido livros sobre a maçonaria e os templários...

5 - Que livros estás a ler?

"O enigma dos Manuscritos do Mar Morto", poesia e a Bílblia (de forma aleatória).

6 - Que livros levarias para uma ilha deserta?

A Bíblia, Fernando Pessoa, e o "Livro em Branco".

7 - A quem vais passar este testemunho?

Vou enviá-lo à minha querida Assumida.

... também na Blogosfera:

Arre! Demorou, mas conseguimos! Finalmente, após muita insistência, a Bixu criou um

Let's make the toast? Cin Cin! Bem vinda, Bixu! Que a tua vida blogosférica seja longa, farta e profícua! ... a Bixu neste humilde blog, respondendo ao questionário que lhe foi enviado pela Assumida Mente...Concordo com a tua escolha, mas poderia ser, também, um poema...qualquer soneto ("da separação") de 14 versos é perfeito. ;)Já me identifiquei com muitas personagens, principalmente com Arturo, de "A ilha de Arturo" (Elsa Morante).Para além dos livros "técnicos", e das prendas de aniversário e afins, penso que comprei o diário de José Gomes Ferreira.A poesia é obrigatória na minha dieta mental. Tenho lido livros sobre a maçonaria e os templários..."O enigma dos Manuscritos do Mar Morto", poesia e a Bílblia (de forma aleatória).A Bíblia, Fernando Pessoa, e o "Livro em Branco".Vou enviá-lo à minha querida Assumida.... também na Blogosfera: Relatos de Um Bixu Arre! Demorou, mas conseguimos! Finalmente, após muita insistência, a Bixu criou um blog Bem vinda, Bixu! Que a tua vida blogosférica seja longa, farta e profícua!

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Quase sem dar por isso, fui arrebatada esta madrugada por uma descoberta inesperada: Madeleine Peyroux , uma jovem cantora norte-americana com uma voz quente, aveludada e inesquecível. Descobri-a aqui e, quando dei por mim, estava a clicar de novo no link do blog para escutar o single do álbum "Careless Love" vezes sem fim. Não resisti e tive de trazê-lo aqui para "casa". Resta-me esperar que quem nos lê se deixe arrebatar também por esta encantadora melodia... e que a Silentbard me perdoe o furto descarado!

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quinta-feira, 12 de maio de 2005

Sopram ventos de (boa) mudança na Jurisprudência Portuguesa

Faz parte do Código Penal (CP) desde 1998, mas afinal, segundo o Tribunal Constitucional (TC), está "ferido" de inconstitucionalidade. Trata-se do artigo 175.º, que estipula o crime de "actos homossexuais com adolescentes". Definido como "um acto homossexual de relevo" praticado por um adulto com "menor entre 14 e 16 anos" e punido "com prisão até dois anos e multa até 240 dias", este crime foi considerado inconstitucional, num acórdão datado de ontem, pelos juízes do Palácio Ratton.

A argumentação desenvolvida no acórdão, que só deverá ser tornado público amanhã, deverá ater-se ao facto de este crime estabelecer uma "idade de consentimento" mais elevada para os actos sexuais entre pessoas do mesmo sexo que a que vigora para sexos diferentes.

De facto, o que o artigo 175.º do CP estipula é que todos os actos sexuais entre um adulto e um adolescente dos 14 aos 16 anos são crime desde que os dois sejam do mesmo sexo, enquanto que os mesmos actos sexuais entre um adulto e um adolescente da dita idade mas de sexo diferente só são crime se houver "abuso da inexperiência" (situação prevista no artigo 174.º, "actos sexuais com adolescentes") ou violência (o que entra na categoria de violação - artigo 164.º). Na prática, isto significa que a idade estabelecida pelo ordenamento jurídico português para o livre consentimento do acto sexual é de 16 anos para homossexuais e de 14 anos para heterossexuais.

Esta decisão do TC, cuja relatora foi a juíza Maria João Antunes, é a resposta a um recurso do cidadão inglês Michael Burrige. Condenado pelo Tribunal de Cascais do cometimento do crime descrito no artigo 175.º, este suscitou a inconstitucionalidade do mesmo. Como o fez, num recurso que ontem mesmo deu entrada no TC (e que foi distribuído ao Conselheiro Vítor Gomes), um arguido do caso de abuso sexual de menores dos Açores ("caso Farfalha").

Três decisões do TC sobre a inconstitucionalidade do crime implicarão a sua revisão e previsível ablação do Código. Como foi sempre defendido pelas associações de defesa dos direitos dos homossexuais portugueses .

Sérgio Vitorino, da associação Panteras Rosa/Frente de Combate à Homofobia, congratula-se por "menos esta discriminação no nosso mapa legislativo", embora considere que "tinha de acontecer. O próprio Parlamento Europeu já se declarara contra esse tipo de diferenças em relação à idade do consentimento." Mas, frisa o mesmo activista, o entendimento da Justiça portuguesa nesta matéria é contraditório. "Em 2003, o Supremo Tribunal reiterou a diferença na idade do consentimento, considerando os actos homossexuais 'um uso anormal' do sexo". Num acórdão, releve-se, sobre o mesmíssimo caso de Michael Burrige.

Desde Abril de 2004 que a Constituição inclui a "orientação sexual" nos motivos expressos da não discriminação. Determinação que, inclusa no Tratado de Amesterdão, vinculava Portugal desde 2000. (por Fernanda Câncio e João Pedro Fonseca)

Cronologia de uma discriminação legislativa

Até 1982, o Código Penal (CP) punia com "medidas de segurança "a "prática habitual de vícios contra a natureza". Os vícios em causa eram qualificados como "práticas que agredissem o princípio básico da moral sexual" e "o primado da sexualidade genital e da reprodução".

Em 1982, por respeito à "reserva da vida íntima", contitucionalmente consagrada seis anos antes, a revisão do CP remete " a homossexualidade entre adultos, livremente exercida e em recato" para os actos não puníveis. Mas surge um novo crime, "homossexualidade com menores", que ameaça com prisão até três anos "quem, sendo maior, desencaminhar menor de 16 para a prática de acto contrário ao pudor, consigo ou com outrém do mesmo sexo".

Em 1995, nova revisão do CP, nova alteração do artigo 175.º agora intitula-se "actos homossexuais com menores", as expressões "desencaminhar" e "actos contrários ao pudor" desaparecem e o crime passa a ter a moldura penal que hoje o caracteriza: dois anos. Na revisão seguinte, em 1998, a redacção do artigo mantém-se, é o título que sofre alterações: os "menores" passam a "adolescentes". É a versão ainda em vigor.

A previsível revogação do artigo 175.º do CP , que corresponderá ao final da criminalização da homossexualidade em Portugal, chegou a ser proposta pela ministra Maria Celeste Cardona. Aprovada em Conselho de Ministros (CM) em Junho de 2004, não foi ao parlamento devido à demissão do governo. De novo proposta pelo ministro da Justiça Aguiar-Branco e aprovada em CM, chega a dar entrada no parlamento. Mas este é dissolvido antes da discussão.

Fonte:

A ILGA Portugal já emitiu um comunicado sobre o assunto, que tomo a liberdade de transcrever aqui.

A Associação ILGA Portugal sempre defendeu a revogação do art. 175.º do Código Penal pelo seu carácter claramente discriminatório.

Para que se perceba a inconstitucionalidade do referido artigo cabe-nos explicar o que está de facto no Código Penal (revisto em 1998):

- é o artigo 172.º que penaliza o abuso sexual de crianças (menores de catorze anos) não fazendo qualquer referência à orientação sexual;

- o art. 174.º penaliza "actos sexuais com adolescentes" entre os 14 e os 16 anos, mas apenas caso haja "abuso da inexperiência" da vítima;

- esta ressalva já não está incluída no art. 175.º que penaliza todos os "actos homossexuais com adolescentes" entre os 14 e os 16 anos, mesmo que consensuais;

- as penas previstas para os artigos 174.º e 175.º são as mesmas.

O que está em causa não é pois o abuso de crianças, nem o abuso de adolescentes sem o seu consentimento, que é inequivocamente punido, de igual forma, e com toda a correcção, em todos os casos. A diferença resume-se apenas a situações em que há consentimento das e dos adolescentes: se as relações forem heterossexuais (porque a lei parece pressupor que "actos sexuais" e "actos heterossexuais" são sinónimos), esse consentimento pode ser consciente; se forem homossexuais, a lei define que esse consentimento é necessariamente inconsciente.

Esta diferença na idade do consentimento faz com que o art. 175.º represente actualmente, tal como o Tribunal Constitucional determinou agora, uma violação do art. 13.º da nossa Constituição. (Ver notas.)

Por atentar contra o direito à auto-determinação sexual, qualquer abuso sexual é um crime que deve ser claramente punido por lei, independentemente da orientação sexual do agressor e independentemente do facto de agressor e vítima serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes. E, precisamente, porque o direito à auto-determinação sexual é inalienável, a idade de consentimento deve também ser independente da orientação sexual. Defender o direito à auto-determinação sexual significa, por isso, condenar o abuso sexual e condenar também a discriminação patente no art. 175.º.

Louvamos portanto a lucidez do acórdão do Tribunal Constitucional, que veio reforçar a reivindicação política da Associação ILGA Portugal de que a lei deve ser igual para tod@s, como expresso na nossa Constituição.

Apelamos ao Governo e à Assembleia da República que tenham em consideração esta decisão e tomem medidas adequadas para a revogação célere do art. 175.º do Código Penal.

Lisboa, 12 de Maio de 2005

Pel’A Direcção e Grupo de Intervenção Política da Associação ILGA Portugal

(Prof. Doutor Manuel Cabral Morais, Presidente da Direcção da Associação ILGA Portugal)

Tlm.: 969 367 005

Notas

-O Parlamento Europeu, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e o Conselho da Europa já recomendaram inequivocamente a Portugal a abolição desta diferença que viola ainda a Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Aliás, os próprios países que recentemente aderiram à UE tiveram que alterar os respectivos Códigos Penais nesse sentido.

-Em 2003, o Supremo Tribunal de Justiça redigiu um acórdão que defende a discriminação inerente ao art. 175.º, acórdão este que considerámos insultuoso e discriminatório. (comunicado)

-Em 2004, os dois últimos Governos de coligação PSD/PP chegaram a aprovar em Conselho de Ministros (24/05 e 28/10) um projecto de revisão do Código Penal que propunha precisamente a revogação do art. 175.º, tendo chegado a dar entrada na Assembleia da República, entretanto dissolvida.

-Em 2005, o Tribunal de Ponta Delgada defendeu a inconstitucionalidade do art. 175.º, demonstrando que há juízes conscientes de que a lei deve ser igual para tod@s como expresso na nossa Constituição.

Pessoalmente, estou muito feliz com a prolacção deste acórdão. Também já tive oportunidade de expressar a minha discordância com este artigo discriminatório do Código Penal e é sempre bom saber que, mesmo que lentamente, os juízes portugueses vão demonstrando sensibilidade para estas questões gritantes e ousam romper com o passado. São momentos como estes que trazem realização aos que fazem parte da "máquina da Justiça". (por Fernanda Câncio e João Pedro Fonseca)Fonte: Diário de Notícias

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terça-feira, 10 de maio de 2005

À volta dos livros...*

1 - Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Indubitavelmente o "Livro do Desassossego"... porque do desassossego que cada um daqueles fragmentos provoca poderiam reescrever-se todos os livros... todas as histórias e mesmo, porque não, toda a Humanidade!...

2 - Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?

Se o livro for bom, é inevitável! Como seria possível não me apaixonar pela candura de Anne Frank, pela sensatez da "Mãe" do Gorki, pela sede de descoberta de Sofia criada por Jostein Gaarder, pela ousadia de Eliza Sommers, "Filha da Fortuna", pela lucidez da personagem principal do "Ensaio sobre a Cegueira" (tinha nome, na verdade?), pela coragem para o amor da Francesca nas "Pontes de Madison County"... enfim, como digo ali em cima, no sub-título do nosso blog, sou assumidamente apaixonada e apaixonável, por isso não é difícil apaixonar-me por cada novo personagem!

Indubitavelmente o "Livro do Desassossego"... porque do desassossego que cada um daqueles fragmentos provoca poderiam reescrever-se todos os livros... todas as histórias e mesmo, porque não, toda a Humanidade!...Se o livro for bom, é inevitável! Como seria possível não me apaixonar pela candura de Anne Frank, pela sensatez da "Mãe" do Gorki, pela sede de descoberta de Sofia criada por Jostein Gaarder, pela ousadia de Eliza Sommers, "Filha da Fortuna", pela lucidez da personagem principal do "Ensaio sobre a Cegueira" (tinha nome, na verdade?), pela coragem para o amor da Francesca nas "Pontes de Madison County"... enfim, como digo ali em cima, no sub-título do nosso blog, sou assumidamente apaixonada e apaixonável, por isso não é difícil apaixonar-me por cada novo personagem!

3 - Qual foi o último livro que compraste?

Querem mesmo saber?!!!!... Bem, num só dia posso confessar-vos que comprei uns quatro livros jurídicos que não interessam a ninguém e... tcham, tcham, tcham, tcham: "O Catecismo da Igreja Católica" (estava farta de andar sempre a pedir o da minha Mente emprestado) e "A Papisa Joana" de Donna Woolfolk Cross... vá amigos, trucidem-me lá!!!

4 - Qual o último livro que leste?

Mais uma vez excluindo os de Direito, completinho e sem parar foi o "Código da Vinci", entretanto tentei ler o "Queimada Viva", mas desisti a meio... too much hard to read for pleasure!

5 - Que livros estás a ler?

Tirando os de direito (já sabiam, não é, não valia a pena repetir, mas é só para salientar que para mim livro que é livro não é livro de Direito... livro de Direito é martelo... os outros, os que dão prazer e que deixam viajar é que são livros), estou a ler o "Equador" do excelente escritor Miguel Sousa Tavares... Estou apanhadinha pelo Luís Bernardo e as suas aventuras!

6 - Que livros levarias para uma ilha deserta?

Para além dos incontornáveis "Livro do Desassossego" e "Bíblia", não levaria nenhum outro livro que já tivesse lido antes. A vida é demasiadamente curta para todos os livros que ainda me faltam ler, por isso não repetiria nada. Levaria toda a Virgínia Woolf que ainda não li, todo o Lobo Antunes, todos os clássicos ingleses, de que li pouquíssimo ainda... toda a Agatha Christie que me falta ler e não é muita, mas seriam sempre horas muito bem passadas, o que me resta do Dostoivesky e... sei lá... acho que ia a uma livraria e pegava em tudo o que ainda não conhecesse! E não, não queria saber de livros sobre como sair de uma ilha deserta - se lá tivesse a melhor companhia do Mundo e muitos livros com que ocupar as horas mortas, acho que não ia mesmo querer sair!

7 - A quem vais passar este testemunho?

À minha

à

à minha querida Bixu, que apesar de não ter blog, não se livra de nos desvendar os seus mistérios literários!

*... porque nunca digo que não a um Querem mesmo saber?!!!!... Bem, num só dia posso confessar-vos que comprei uns quatro livros jurídicos que não interessam a ninguém e... tcham, tcham, tcham, tcham: "O Catecismo da Igreja Católica" (estava farta de andar sempre a pedir o da minha Mente emprestado) e "A Papisa Joana" de Donna Woolfolk Cross... vá amigos, trucidem-me lá!!!Mais uma vez excluindo os de Direito, completinho e sem parar foi o "Código da Vinci", entretanto tentei ler o "Queimada Viva", mas desisti a meio...Tirando os de direito (já sabiam, não é, não valia a pena repetir, mas é só para salientar que para mim livro que é livro não é livro de Direito... livro de Direito é martelo... os outros, os que dão prazer e que deixam viajar é que são livros), estou a ler o "Equador" do excelente escritor Miguel Sousa Tavares... Estou apanhadinha pelo Luís Bernardo e as suas aventuras!Para além dos incontornáveis "Livro do Desassossego" e "Bíblia", não levaria nenhum outro livro que já tivesse lido antes. A vida é demasiadamente curta para todos os livros que ainda me faltam ler, por isso não repetiria nada. Levaria toda a Virgínia Woolf que ainda não li, todo o Lobo Antunes, todos os clássicos ingleses, de que li pouquíssimo ainda... toda a Agatha Christie que me falta ler e não é muita, mas seriam sempre horas muito bem passadas, o que me resta do Dostoivesky e... sei lá... acho que ia a uma livraria e pegava em tudo o que ainda não conhecesse! E não, não queria saber de livros sobre como sair de uma ilha deserta - se lá tivesse a melhor companhia do Mundo e muitos livros com que ocupar as horas mortas, acho que não ia mesmo querer sair!À minha Mente , para que mais uma vez me surpreenda, Manchinha para aprender com uma "expert" na matéria,à minha querida, que apesar de não ter blog, não se livra de nos desvendar os seus mistérios literários!*... porque nunca digo que não a um desafio

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segunda-feira, 9 de maio de 2005

Então não é que, de acordo com o referido jornal, o jovem aqui da foto é "(...) o jogador menos bem pago dos habitualmente titulares (...)" no

Confrontado com esta terrível injustiça, no fundo, com este verdadeiro atentado à dignidade humana, o clube de futebol promete vir a celebrar um novo contrato com o jogador e pagar-lhe, pelo menos, 15 mil contos semanais, o que apesar de continuar a não ser nada comparado com os 30 mil contos por semana que o colega de Cristiano Ronaldo, Roy Keane, aufere, sempre dava para, pelo menos, cobrir as despesas de deslocação. Estou com o coração partido! Acabo de descobrir, via " Record " mais um caso de exploração de emigrantes portugueses em terras de Sua Majestade.Então não é que, de acordo com o referido jornal, o jovem aqui da foto é "(...) o jogador menos bem pago dos habitualmente titulares (...)" no Manchester United Confrontado com esta terrível injustiça, no fundo, com este verdadeiro atentado à dignidade humana, o clube de futebol promete vir a celebrar um novo contrato com o jogador e pagar-lhe, pelo menos,, o que apesar de continuar a não ser nada comparado com osque o colega de Cristiano Ronaldo, Roy Keane, aufere, sempre dava para, pelo menos, cobrir as despesas de deslocação.

Bem, mas enquanto o novo contrato não chega e o pobre madeirense continua a ser o mais mal pago do clube, decidimos organizar aqui uma vaquinha, para conseguir recolher ao menos o essencial para a sobrevivência do rapaz. Todo o pouco que puderem dar será bem-vindo! Não podemos deixar um compatriota padecer necessidades em terras estrangeiras, é injusto, desumano e indigno!

Unamo-nos nesta luta de revolta!...

Revolta contra o atentado que são os números do futebol, quando há crianças a passar fome, pessoas a viver na rua e tanta pobreza por esse Mundo fora... ups, desculpem, acho que isto já não era para dizer!

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sábado, 7 de maio de 2005

Só quem não anda por lá...

Na verdade, quem por lá anda sabe perfeitamente que esta medida, assim, sem mais, só vai significar que as sentenças se atrasem ainda mais e a Justiça demore ainda mais a ser aplicada!

É triste ver um Governo que ainda tem tanto tempo para governar decida tomar medidas de "cosmética", como esta e não decida antes lançar-se no trabalho (hercúleo, é verdade, mas necessário) de reorganizar todo o sistema judicial português!

Com meias medidas nunca mais lá chegamos! ...pode acreditar que esta redução de férias dos Tribunais venha resolver o grave problema do congestionamento dos Tribunais!Na verdade, quem por lá anda sabe perfeitamente que esta medida, assim, sem mais, só vai significar que as sentenças se atrasem ainda mais e a Justiça demore ainda mais a ser aplicada!É triste ver um Governo que ainda tem tanto tempo para governar decida tomar medidas de "cosmética", como esta e não decida antes lançar-se no trabalho (hercúleo, é verdade, mas necessário) de reorganizar todo o sistema judicial português!Com meias medidas nunca mais lá chegamos!

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sexta-feira, 6 de maio de 2005

Mais uma noite.

Águas e pedras do rio

Meu sono vazio

Não vão acordar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Rios que vão dar ao mar

Deixem meus olhos secar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Águas do rio correndo

Poentes morrendo

P'ras bandas do mar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Rios que vão dar ao mar

Deixem meus olhos secar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Balada de Outono, José Afonso (1929-1987) Mais um ano passou e, de novo, voltam a trinar as cordas de uma guitarra em Coimbra. Pelos recantos da velha cidade ecoam as vozes dos seus estudantes. Por cá ecoam as nossas e bendizemos os telemóveis que nos permitem escutar um pouco da Serenata mesmo à distância. Mais uma vez a noite caiu sobre Coimbra e ela foi novamente nossa. Nós somos eternamente suas., José Afonso (1929-1987)

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quinta-feira, 5 de maio de 2005

How gay is your blog?

A

O Assumidamente é um blog

Gotinha lançou o repto e nós respondemos:é um «amazingly gay» ...

... e nós a pensarmos que eramos lésbicas!...

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quarta-feira, 4 de maio de 2005

O Óbvio

terça-feira, 31 de maio de 2005

O Sopro do Coração...

O Sopro do Coração

Letra: Sérgio Godinho

Sim, o amor é vão

É certo e sabido

Mas então (Porque não)

Porque sopra ao ouvido

O sopro do coração

Se o amor é vão

Mera dor mero gozo

Sorvedouro caprichoso

No sopro do coração

No sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido

E o que foi do

Corpo no turbilhão

Sopra doido

E o que foi do

Corpo alado

Nas asas do turbilhão

Nisto já nem de ar precisas

Só meras brisas

Raras

Corto em dois limão

Chego o ouvido

Ao frescor

Ao barulho

À acidez do mergulho

No sangue do coração

Pulsar em vão

É bem dele É bem isso

E apesar disso eriça a pele

O sopro do coração

O sopro do coração

Mas nisto o vento sopra doido

E o que foi do

Corpo no turbilhão

Sopra doido

E o que foi do

Corpo alado

Nas asas do turbilhão

Nisto já nem de ar precisas

Só meras brisas

Raras... ..., dos Clã , foi a seleccionada para tocar a partir de hoje na grafonola das "Mentes". Lembrei-me dela a propósito da limonada ("corto em dois limão"...)! E também porque são tão verdade as palavras de Sérgio Godinho!O Sopro do CoraçãoLetra: Sérgio Godinho

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Veredicto final.

Depois das vossas escolhas, resta-nos apresentar as nossas. Perguntei várias vezes à Assumida Mente se ela preferia chocolate quente ou limonada, mas olhava para mim com aquele seu olhar maroto e não me respondia... Já no final do dia, perguntei-lhe pela última vez, mas ela voltou a sorrir e deixou-me na ignorância. Perante isto, voltei-me e disse: "Pois bem, eu não sei o que hei-de escolher. Acho que não escolho: tomo chocolate quente ao pequeno-almoço e limonada ao final da tarde!"

A Assumida Mente acenou com a cabeça e respondeu: "Precisamente. Eu também não escolho. Tomo as duas*."

Aqui olhámos uma para a outra com caras de desconfiadas...

"Só que eu prefiro limonada ao pequeno-almoço e chocolate quente antes de ir dormir..."

Então, suspirámos de alívio por perceber que, apesar de um ponto em comum, não concordávamos totalmente uma com a outra - isso seria dramático.

Assim sendo, aqui ficam as receitas do chocolate quente e da limonada. Claro que era das receitas que falávamos, pensaram em quê? ;)

Chocolate Quente

Ingredientes:

1 litro de leite

5 colheres de sopa de chocolate em pó

4 colheres de sopa de açúcar ou adoçante

1 colher de café de café solúvel

1 colher de chá de maisena

1 pedaço de canela em pau

1 gema de ovo

Modo de preparação:

Bata tudo no liquidificador e leve ao fogo, mexendo de vez em quando. Deixe ferver. Sirva com ou sem creme chantilly.

Limonada

Ingredientes:

1 limão

1 litro de água

açúcar a gosto

Modo de preparação:

Corte o limão ao meio e esprema bem até sair todo o sumo. Coloque um litro de água numa jarra e junte o sumo do limão. Adoce à vontade, mexa bem, acrescente gelo, e está pronto.

* Bebidas, entenda-se.

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segunda-feira, 30 de maio de 2005

... uma limonada?

... uma limonada?

Agora vejamos se "alguém" se assume... ;)

Feedback Agora vejamos se "alguém" se assume... ;)

Bom dia!

Vai um chocolate quente?

Vai um chocolate quente?

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Das duas três:

1. ou sonham mesmo com o fim da União Europeia e aí, haja paciência, é porque não têm noção nenhuma das mais-valias que a Europa comunitária pode proporcionar

2. ou não têm consciência do recuo, dos anos de trabalho deitados fora, que este NÃO significa

3. ou ainda, acham mesmo que o NÃO dos franceses foi um NÃO a artigos pontuais e concretos desta "Constituição", e não um NÃO conjuntural, à política interna francesa!...

Enfim, eu por cá sei que nunca li a Independentemente da minha opinião sobre a "Constituição Europeia" confesso que não consigo perceber a euforia que vai, por esse Mundo fora, com a vitória do "Não" francês e que, muito provavelmente, arrastará mais negativas na Europa.Das duas três:1. ou sonham mesmo com o fim da União Europeia e aí, haja paciência, é porque não têm noção nenhuma das mais-valias que a Europa comunitária pode proporcionar2. ou não têm consciência do recuo, dos anos de trabalho deitados fora, que este NÃO significa3. ou ainda, acham mesmo que o NÃO dos franceses foi um NÃO a artigos pontuais e concretos desta "Constituição", e não um NÃO conjuntural, à política interna francesa!...Enfim, eu por cá sei que nunca li a Ana Gomes tão irritada como hoje!

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Ainda Scholl

Serse), "Che faro senza Euridice"(Glück, Orfeo ed Euridice) e "Verti prati" (Haendel, Alcina)...

Para pôr a tocar na grafonola, seleccionei de olhos fechados e a escolha recaiu em... "Verdi prati"... pela melancolia da melodia, pela pureza do poema, pela comoção na voz de Scholl... julgo que o acaso escolheu bem.

O excerto é do álbum "Ombra mai fù": Haendel's Airs, que Andreas Scholl, acompanhado pela Akademie für Alte Musik Berlin, gravou para a Harmonia Mundi.

Verdi prati

(Ária de Alcina, de Haendel)

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

Vaghi fior, correnti rivi,

la vaghezza, la bellezza

presto in voi si cangerà.

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

E cangiato il vago oggetto

all'orror del primo aspetto

tutto in voi ritornerà.

tutto in voi ritornerà.

Verdi prati, selve amene,

perderete la beltà.

perderete la beltà. Ainda a propósito do concerto de Scholl na Casa da Música , tenho andado a ouvi-lo repetidamente. Tenho o coração dividido entre as árias "Ombra mai fù" (Haendel,), "Che faro senza Euridice"(Glück,) e "Verti prati" (Haendel, Alcina)...Para pôr a tocar na grafonola, seleccionei de olhos fechados e a escolha recaiu em... "Verdi prati"... pela melancolia da melodia, pela pureza do poema, pela comoção na voz de Scholl... julgo que o acaso escolheu bem.O excerto é do álbum, que Andreas Scholl, acompanhado pela Akademie für Alte Musik Berlin, gravou para a Harmonia Mundi.Verdi prati(Ária de, de Haendel)

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domingo, 29 de maio de 2005

Poesia das horas largas (I)

Noite de Saudade

A Noite vem poisando devagar

Sobre a Terra, que inunda de amargura ...

E nem sequer a bênção do luar

A quis tornar divinamente pura ...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar

A sua dor que é cheia de tortura ...

E eu oiço a Noite imensa soluçar!

E eu oiço soluçar a Noite escura!

Por que és assim tão escura, assim tão triste?!

É que, talvez, ó Noite, em ti existe

Uma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem ...

Talvez de ti, ó Noite! ... Ou de ninguém! ...

Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

Florbela Espanca (1894-1930), in Livro das Mágoas (1919)

Feedback Florbela Espanca (1894-1930), in Livro das Mágoas (1919)

sábado, 28 de maio de 2005

Andreas Scholl

Tive oportunidade de trocar algumas impressões sobre a voz e a performance de Andreas Scholl com

Para aqueles que, como nós, não podem assistir hoje à noite ao concerto que tem lugar na

Aposto que um dos encore será "Ombra mai fù"... ;)

Ah ch'infelice sempre

(excerto da Cantata Cessate, omai cessate, de Antonio Vivaldi)

Ah ch'infelice sempreme vuol

Dorilla ingrata

Ah sempre più spietata

M'astringe à lagrimar

Per me non v'è nò

non v'è ristoro

Per me non v'è nò

non v'è più speme

e il fier martoro

e le mie pene

solo la morte

può consolar. Daqui a cerca de um par de horas, muitos serão os ouvidos que se vão deleitar com a voz de Andreas Scholl, acompanhado no cravo e no pianoforte por Markus Markl. Lamentavelmente, entre esses ouvidos não estarão os nossos, motivo pelo qual hoje estamos muito desgostosas... Serve-nos de consolação saber que tal seria impossível, mas não colmata esta lacuna grave que será não assistir a este concerto, onde serão interpretadas cantatas de Haëndel e canções de Mozart e Haydn.Tive oportunidade de trocar algumas impressões sobre a voz e a performance de Andreas Scholl com uma certa pessoa . Nada de novo - como sucede tantas vezes, as nossas opiniões são discordantes. Diz-me a Bixu que Scholl não chega aos calcanhares de um Gérard Lesne ou um Michael Chance . Pois eu cá acho que chega e nem tem de se esforçar muito. E nestas coisas não vale a pena teimar, porque os gostos divergem e como cada voz é uma voz, não há muito por onde divagar.Para aqueles que, como nós, não podem assistir hoje à noite ao concerto que tem lugar na Casa da Música , fica na grafonola das "Mentes" um excerto da Cantata "Cessate, omai cessate" de Antonio Vivaldi, extraída do álbum "The Voice".Aposto que um dos encore será "Ombra mai fù"... ;)Ah ch'infelice sempre(excerto da Cantata Cessate, omai cessate, de Antonio Vivaldi)Ah ch'infelice sempreme vuolDorilla ingrataAh sempre più spietataM'astringe à lagrimarPer me non v'è nònon v'è ristoroPer me non v'è nònon v'è più spemee il fier martoroe le mie penesolo la mortepuò consolar.

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sexta-feira, 27 de maio de 2005

...qual das duas compra os bilhetes?

E, já agora, quem nos quer acompanhar?

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quinta-feira, 26 de maio de 2005

Interrogação do dia

Ia fazer aqui uma interrogação satírico-católica, mas o post foi censurado pelo lápis azul... que é como quem diz, pela minha Mente... e por isso já não posso perguntar se aqueles que se dizem acérrimos e coerentes combatentes do catolicismo foram trabalhar hoje! :-(

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terça-feira, 24 de maio de 2005

Na grafonola das "Mentes".

blog estão concentradas algumas das nossas escolhas em matéria de pintura/desenho/escultura, música, literatura e cinema. Outras dimensões culturais poderiam estar ali, mas se já é muito trabalhoso manter a coluna tal como está actualizada, nem quero imaginar o que seria se lá estivessem todas as coisas que apreciamos!

Quem nos conhece sabe que, apesar do tempo escassear para tudo, simplesmente não podemos viver sem momentos de lazer e que para nós, lazer é, as mais das vezes, sinónimo de cultura. Um pouco por todo o lado, vai-se fazendo o mesmo que aqui: os bloggers vão deslindando traços do seu carácter, partilhando gostos e criando afinidades. Expôr as coisas de que gostamos acaba por ser um meio para a criação de pontes com quem comunga dos mesmos gostos e valores que nós.

Por isso mesmo, a partir de hoje acrescentámos mais uma divisória ali à direita, sob a denominação "Na Grafonola das "Mentes", o que significa que, sempre que nos der na realíssima gana, as letras deste blog serão acompanhadas por notas musicais...

Para inaugurar a "grafonola" escolhemos "À Chloris", uma canção francesa composta em 1910 pelo argentino Reynaldo Hahn (1875-1947) com letra de Théophile de Viau (1590-1626), pela voz do mezzo soprano Susan Graham, magnificamente acompanhada ao piano por Roger Vignoles.

Importa aqui confessar que esta lindíssima melodia foi-nos dada a conhecer pela Desde há certo tempo para cá que na coluna ali à direita desteestão concentradas algumas das nossas escolhas em matéria de pintura/desenho/escultura, música, literatura e cinema. Outras dimensões culturais poderiam estar ali, mas se já é muito trabalhoso manter a coluna tal como está actualizada, nem quero imaginar o que seria se lá estivessem todas as coisas que apreciamos!Quem nos conhece sabe que, apesar do tempo escassear para tudo, simplesmente não podemos viver sem momentos de lazer e que para nós, lazer é, as mais das vezes, sinónimo de cultura. Um pouco por todo o lado, vai-se fazendo o mesmo que aqui: os bloggers vão deslindando traços do seu carácter, partilhando gostos e criando afinidades. Expôr as coisas de que gostamos acaba por ser um meio para a criação de pontes com quem comunga dos mesmos gostos e valores que nós.Por isso mesmo, a partir de hoje acrescentámos mais uma divisória ali à direita, sob a denominação "Na Grafonola das "Mentes", o que significa que, sempre que nos der na realíssima gana, as letras deste blog serão acompanhadas por notas musicais...Para inaugurar a "grafonola" escolhemos, uma canção francesa composta em 1910 pelo argentinocom letra de, pela voz do mezzo soprano Susan Graham, magnificamente acompanhada ao piano por Roger Vignoles.Importa aqui confessar que esta lindíssima melodia foi-nos dada a conhecer pela Bixu . Como nunca lhe agradecemos ter-nos despertado a atenção para este magnífico compositor, aqui fica a nossa gratidão pública. Aos que nos lêem, fica a sugestão, na esperança de que possa despertar em todos os mesmos sentimentos que despertou em nós.

S'il est vrai, Chloris, que tu m'aimes,

Mais j'entends, que tu m'aimes bien,

Je ne crois pas que les rois mêmes

Aient un bonheur pareil au mien.

Que la mort serait importune

De venir changer ma fortune

A la félicité des cieux!

Tout ce qu'on dit de l'ambroisie

Ne touche point ma fantaisie

Au prix des grâces de tes yeux.

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domingo, 22 de maio de 2005

À português!

A discutir o campeonato na última jornada, hoje os jogadores do Porto e do Benfica devem estar a sentir exactamente o mesmo que eu: mas por que raio deixei ficar este trabalho todo para o último dia do prazo?!...

... Bem, quanto ao futebol, já que nenhuma equipa conseguiu revelar-se verdadeiramente superior, que ganhe aquela que hoje jogar melhor... quanto a mim, aceitam-se sugestões de boas desculpas para conseguir adiar um prazo!

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sábado, 21 de maio de 2005

A nossa noite para comemorar...

Escrevias tu estas palavras e eu... e eu na ignorância de que elas me esperavam.

"Fazes-me falta..." – pensava, na ânsia de que as minhas ideias chegassem a ti. E quantas vezes chegaram já? Ao longo destes quatro anos, muitas vezes nos cruzámos por entre as linhas dessa teia que alguns apelidam de "telepatia"...

Não sabia eu que me escrevias, mas sentia uma tibieza entranhar-se-me nos ossos. Sentia a noite mais fria do que as demais... e o coração balançava-se-me nas mãos, movido pela angústia...

"Fazes-me falta..." – pensava, sempre que a dor da tua ausência era mais lancinante. E procurava os teus olhos, como que por instinto! Procurava o teu sorriso, o teu cheiro, o brilho dos teus cabelos... e perante o silêncio da resposta, a cada vez que te não encontrava no palpável, procurava-te no invisível e empenhava as minhas forças na tal "teia telepática"...

Frequentemente, deixas-me sem saber o que te dizer, como agora. Sou tão mínima ao pé de ti... tão mínima ao pé da tua perfeição! ... E, simultaneamente, tão completa ao teu lado! Todas as memórias de que falas são apenas parciais se recordadas apenas por mim...

Peço-te apenas que não me agradeças, meu amor. Não me estejas grata pelo prelúdio, porque sou eu quem tem de te agradecer tudo o que se seguiu. Mas não posso nem devo ter a ousadia de querer expressar por palavras o quanto estou em dívida para contigo. As palavras seriam sempre parcas e desajustadas a algo que só pode ser feito com a vida.

Jamais algo que pudesse dizer-te seria sequer aproximadamente tão singelo e precioso como o que escreveste aqui. Perdoa, contudo, a minha audácia e a minha pequenez... nunca soube escrever "cartas de amor"...

Não sei a quem agradecer o cruzamento dos nossos caminhos, o enlace das nossas almas, a ternura dos nossos sentimentos... mas sei que é a ti que quero devotar a minha vida, sob pena de perder o trilho da existência.

Amo-te, meu amor... e na trivialidade deste vocábulo vai contido tudo o que desejaria mas não sei dizer-te, nesta que é a nossa noite para comemorar. Escrevias tu estas palavras e eu... e eu na ignorância de que elas me esperavam."Fazes-me falta..." – pensava, na ânsia de que as minhas ideias chegassem a ti. E quantas vezes chegaram já? Ao longo destes quatro anos, muitas vezes nos cruzámos por entre as linhas dessa teia que alguns apelidam de "telepatia"...Não sabia eu que me escrevias, mas sentia uma tibieza entranhar-se-me nos ossos. Sentia a noite mais fria do que as demais... e o coração balançava-se-me nas mãos, movido pela angústia..."Fazes-me falta..." – pensava, sempre que a dor da tua ausência era mais lancinante. E procurava os teus olhos, como que por instinto! Procurava o teu sorriso, o teu cheiro, o brilho dos teus cabelos... e perante o silêncio da resposta, a cada vez que te não encontrava no palpável, procurava-te no invisível e empenhava as minhas forças na tal "teia telepática"...Frequentemente, deixas-me sem saber o que te dizer, como agora. Sou tão mínima ao pé de ti... tão mínima ao pé da tua perfeição! ... E, simultaneamente, tão completa ao teu lado! Todas as memórias de que falas são apenas parciais se recordadas apenas por mim...Peço-te apenas que não me agradeças, meu amor. Não me estejas grata pelo prelúdio, porque sou eu quem tem de te agradecer tudo o que se seguiu. Mas não posso nem devo ter a ousadia de querer expressar por palavras o quanto estou em dívida para contigo. As palavras seriam sempre parcas e desajustadas a algo que só pode ser feito com a vida.Jamais algo que pudesse dizer-te seria sequer aproximadamente tão singelo e precioso como o que escreveste aqui. Perdoa, contudo, a minha audácia e a minha pequenez... nunca soube escrever "cartas de amor"...Não sei a quem agradecer o cruzamento dos nossos caminhos, o enlace das nossas almas, a ternura dos nossos sentimentos... mas sei que é a ti que quero devotar a minha vida, sob pena de perder o trilho da existência.e na trivialidade deste vocábulo vai contido tudo o que desejaria mas não sei dizer-te, nesta que énoite para comemorar.

Bem hajam tod@s quant@s que comemoraram connosco esta data (Andreia, Pilantra, Gum, Omlounge, Boo, Rodrigues, M., Mar, ZPL, Tica & Teca e Panasca-Mor). Um abraço especial à Bixu, pelo queridíssimo post, bem como às aNa & Maria e Lemon Tea & Chocolover pelo cuidado, pelas palavras e por saberem fazer-se presentes.

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Gostava de conseguir dizer aqui, no segredo deste blog aquilo que me apetece gritar ao Mundo e não posso. Gostava de conseguir dizer aqui, no segredo deste blog aquilo que me apetece gritar ao Mundo e não posso.

Gostava de agradecer-te aqui, em público, todos os passos... a coragem da iniciativa, a luta, a prova e a persistência... as palavras, as divergências, os debates e as insistências... e as viagens, as corridas, a penumbra e a família... gostava de conseguir descrever-te letra a letra, falar da criança que ainda és e da sensatez das tuas atitudes, dessa ousadia-menina, da dureza infinitamente sensível, da bondade persistentemente indecisa... da genialidade humildemente escondida... gostava de conseguir reunir num único parágrafo a nossa vida, os sorrisos que só nós entendemos, as lágrimas que só nós sabemos, os sons escondidos de tantas músicas, as histórias vividas em cada recanto das nossas cidades e as loucuras e as angústias... e as palavras que se dizem só em olhares... e... os laços que acabámos por trocar...

Gostava de conseguir verbalizar tudo isto que nos une, para que todas as pessoas, o Mundo inteiro sem excepção percebesse que é mais do que afeição o que nos liga, mais do que amizade, mais do que paixão... mais do que....

... Mais do que... sei lá o quê!... Há lá palavras que consigam dizer-te a ti e ao Mundo aquilo que se sente quando se olha para o calendário e se descobre que já foi há quatro anos que a nossa vida mudou?!... Há lá palavras quando parece que foi ontem... mas afinal não parece nada porque afinal já nem me lembro sequer se existia vida antes de ti e parece que tu existes ao meu lado desde que o mundo existe...

Afogam-se-me as palavras na profundidade dos sentimentos... e à tona apenas consigo segurar por breves instantes um singelo e banal "Amo-te"... quem sabe tu e o Mundo vislumbrem a silhueta desta palavra e através dela divisem uma mera sombra do quanto te queria dizer!

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sexta-feira, 20 de maio de 2005

As razões

Fiquei a saber que

Ora, aqui, permito-me citar Maria António Palla, que teceu estas considerações sobre Sócrates. Palla afirmou que o secretário-geral do PS e Primeiro-Ministro português desvalorizou o trabalho de Fertuzinhos, que tem "o mérito incontestável de ter feito mexer aquele departamento, mas a cabeça altamente misógina de Sócrates não pode suportar isso".

Pois é, pois é. E é preciso lembrar que o DNMS não apoiou nenhum dos candidatos à liderança do PS e Sócrates não gostou... Continuou Palla: "Agora quer um departamento dócil, integrado numa linha que existe dentro do PS e que faz dele uma máquina eleitoral". Mais preocupante foi o que afirmou sobre eventuais pressões que estão a ser exercidas sobre as apoiantes de Fertuzinhos: "há mulheres a quem lhes tem sido transmitida a ideia de que poderão ser prejudicadas se votarem na lista A".

O meu gáudio reside nisto: ler que uma mulher teve a coragem de apelidar Sócrates de ter uma "cabeça altamente misógina" enche-me de orgulho. E isto não porque a afirmação se refira a Sócrates, mas porque se refere a um homem que constituiu um governo quase exclusivamente composto por homens, desconsiderando as mulheres socialistas e, por reflexo, as mulheres portuguesas. Desejo apenas que a candidata vencedora seja capaz de ter a coragem política que Sónia Fertuzinhos e as suas apoiantes demonstraram e continuam a demonstrar.

Depois deste regozijo, segui-se um outro. Fiquei a saber que ontem, um

Esta iniciativa será importantíssima para combater a invisibilidade de que as investigadoras científicas padecem no nosso país. Para ilustrar o que digo, reproduzo aqui um excerto com uma declaração da ecóloga Maria Rosa Paiva, catedrática da FCTUNL e uma das fundadoras desta associação: "As mulheres estão sub-representadas nas posições mais avançadas da carreira. A percentagem das que atingem posições de chefia é muito pequena. As mulheres perdem-se pelo caminho. É um desperdício grande de recursos humanos, porque investimos na educação de metade da população e depois ela desaparece, sublima-se".

Consultando a página da associação, fiquei a saber que "em 2003, as comissões de avaliação das licenciaturas de Ambiente e de Química (nomeadas pelo Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior) não tinham uma única mulher - apesar de, nestes campos, mais de 50 por cento dos docentes e investigadores serem mulheres. Quase todas as restantes comissões de avaliação de licenciaturas de áreas científicas apresentavam distorções inaceitáveis, na sua composição, relativamente a uma justa representatividade de mulheres", e que em Portuga só há duas reitoras, nas universidades de Aveiro (Maria Helena Nazaré) e Aberta (Maria José Ferro Tavares).

A Amonet foi criada por 16 investigadoras, quase todas catedráticas com o intuito de fomentar a participação das mulheres na ciência e tecnologia e aumentar a sua visibilidade, nomeadamente, através da realização de estudos sobre estas questões e a apresentação de propostas de diplomas, ou a alteração de legislação, para se obter igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres. Entre os objectivos da associação contam-se a promoção do debate sobre a situação das mulheres cientistas, a divulgação dos seus direitos, a denúncia de formas de discriminação e o intercâmbio com outras organizações portuguesas e internacionais.

Os estatutos da Amonet prevêm que os homens cientistas possam tornar-se membros agregados, o que demonstra que esta associação não é só feminista, é igualitária.

Agoram digam lá se eu ontem não acordei com razões suficientes para me orgulhar de ser mulher? O prometido é devido: impõe-se expor aqui as razões pelas quais eu ontem acordei assim . Os motivos que despoletaram tamanha alegria foram descobertos na leitura de duas notícias do Público sobre o papel das mulheres na sociedade portuguesa, uma no domínio partidário, outra no domínio científico.Fiquei a saber que José Sócrates quer que o departamento das mulheres do PS seja "dócil" . As mulheres socialistas vão a votos nos próximos dias 3 e 4 de Junho, para eleger a presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS). Há duas listas candidatas, uma liderada por Sónia Fertuzinhos (que se recandidata ao cargo) e outra por Maria Manuela Augusto. Ao que parece, esta última é apoiada por Sócrates.Ora, aqui, permito-me citar Maria António Palla, que teceu estas considerações sobre Sócrates. Palla afirmou que o secretário-geral do PS e Primeiro-Ministro português desvalorizou o trabalho de Fertuzinhos, que tem "o mérito incontestável de ter feito mexer aquele departamento, mas a cabeça altamente misógina de Sócrates não pode suportar isso".Pois é, pois é. E é preciso lembrar que o DNMS não apoiou nenhum dos candidatos à liderança do PS e Sócrates não gostou... Continuou Palla: "Agora quer um departamento dócil, integrado numa linha que existe dentro do PS e que faz dele uma máquina eleitoral". Mais preocupante foi o que afirmou sobre eventuais pressões que estão a ser exercidas sobre as apoiantes de Fertuzinhos: "há mulheres a quem lhes tem sido transmitida a ideia de que poderão ser prejudicadas se votarem na lista A".O meu gáudio reside nisto: ler que uma mulher teve a coragem de apelidar Sócrates de ter uma "cabeça altamente misógina" enche-me de orgulho. E isto não porque a afirmação se refira a Sócrates, mas porque se refere a um homem que constituiu um governo quase exclusivamente composto por homens, desconsiderando as mulheres socialistas e, por reflexo, as mulheres portuguesas. Desejo apenas que a candidata vencedora seja capaz de ter a coragem política que Sónia Fertuzinhos e as suas apoiantes demonstraram e continuam a demonstrar.Depois deste regozijo, segui-se um outro. Fiquei a saber que ontem, um grupo de mulheres cientistas apresentaram a sua associação em Portugal : chamar-se-á Amonet , o nome de uma deusa do Baixo Egipto, geradora do vento do Norte, que soprava sabedoria nas mentes [;)] das elites e dos governantes.Esta iniciativa será importantíssima para combater a invisibilidade de que as investigadoras científicas padecem no nosso país. Para ilustrar o que digo, reproduzo aqui um excerto com uma declaração da ecóloga Maria Rosa Paiva, catedrática da FCTUNL e uma das fundadoras desta associação: "As mulheres estão sub-representadas nas posições mais avançadas da carreira. A percentagem das que atingem posições de chefia é muito pequena. As mulheres perdem-se pelo caminho. É um desperdício grande de recursos humanos, porque investimos na educação de metade da população e depois ela desaparece, sublima-se".Consultando a página da associação, fiquei a saber que "em 2003, as comissões de avaliação das licenciaturas de Ambiente e de Química (nomeadas pelo Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior) não tinham uma única mulher - apesar de, nestes campos, mais de 50 por cento dos docentes e investigadores serem mulheres. Quase todas as restantes comissões de avaliação de licenciaturas de áreas científicas apresentavam distorções inaceitáveis, na sua composição, relativamente a uma justa representatividade de mulheres", e que em Portuga só há duas reitoras, nas universidades de Aveiro (Maria Helena Nazaré) e Aberta (Maria José Ferro Tavares).A Amonet foi criada por 16 investigadoras, quase todas catedráticas com o intuito de fomentar a participação das mulheres na ciência e tecnologia e aumentar a sua visibilidade, nomeadamente, através da realização de estudos sobre estas questões e a apresentação de propostas de diplomas, ou a alteração de legislação, para se obter igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres. Entre os objectivos da associação contam-se a promoção do debate sobre a situação das mulheres cientistas, a divulgação dos seus direitos, a denúncia de formas de discriminação e o intercâmbio com outras organizações portuguesas e internacionais.Os estatutos da Amonet prevêm que os homens cientistas possam tornar-se membros agregados, o que demonstra que esta associação não é só feminista, é igualitária.Agoram digam lá se eu ontem não acordei com razões suficientes para me orgulhar de ser mulher?

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quinta-feira, 19 de maio de 2005

Eu hoje acordei assim... ©

... com orgulho de ser mulher. Logo explico porquê.

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quarta-feira, 18 de maio de 2005

Dia Internacional dos Museus

Aqui fica o

Feedback Aqui fica o link para o meu museu português favorito.

Ora cá está uma belíssima forma de iniciar o dia...

You are Psalms.

Which book of the Bible are you?

brought to you by Quizilla

Curiosamente, o Livro dos Salmos é o Livro da Bíblia que eu mais leio...

Feedback You are Psalms.Curiosamente, oé o Livro da Bíblia que eu mais leio...

terça-feira, 17 de maio de 2005

Tenha um excelente dia: diga não à homofobia

Dia 17 de Maio - Dia Mundial Contra a Homofobia

A homofobia caracteriza o medo e o resultante desprezo pelos homossexuais que alguns indivíduos sentem. Para muitas pessoas é fruto do medo de elas próprias serem homossexuais ou de que os outros pensem que o são. O termo é usado para descrever uma repulsa face às relações afectivas e sexuais entre pessoas do mesmo sexo, um ódio generalizado aos homossexuais e todos os aspectos do preconceito heterossexista e da discriminação anti-homossexual.

Fonte:

Feedback Fonte: Community Work Training (tradução de Rita P. Silva)

domingo, 15 de maio de 2005

Poema para uma madrugada solitária.

(À memória de António Variações)

Anda pela noite só

um capote errante, ai ai

e uma sombra negra cai, em redor

do homem no cais

das ruas antigas vem

um cantar distante, ai ai

e ninguém das casas sai, por temor

de uns passos no cais

Se eu cair ao mar, quem me salvará

lalalala...

que eu não tenho amigos, quem é que será,

lalalala...

ai ó solidão, que não andas só.

lalalala...

anda lá à vontade, mas de mim tem dó...

cantar, sempre cantou

jamais esteve ausente, ai ai

e uma vela branca vai, por amor

largar pela noite

Se eu cair ao mar, quem me salvará

lalalala...

que eu não tenho amigos, quem é que será,

lalalala...

ai ó solidão, que não andas só.

lalalala...

anda lá à vontade, mas de mim tem dó...

Letra e Música: Pedro Ayres de Magalhães

Extraída do álbum "Os Dias da Madredeus" (1987)

Fotografia de Jorge Santos (2005) A Sombra(À memória de António Variações)Anda pela noite sóum capote errante, ai aie uma sombra negra cai, em redordo homem no caisdas ruas antigas vemum cantar distante, ai aie ninguém das casas sai, por temorde uns passos no caisSe eu cair ao mar, quem me salvarálalalala...que eu não tenho amigos, quem é que será,lalalala...ai ó solidão, que não andas só.lalalala...anda lá à vontade, mas de mim tem dó...cantar, sempre cantoujamais esteve ausente, ai aie uma vela branca vai, por amorlargar pela noiteSe eu cair ao mar, quem me salvarálalalala...que eu não tenho amigos, quem é que será,lalalala...ai ó solidão, que não andas só.lalalala...anda lá à vontade, mas de mim tem dó...Letra e Música: Pedro Ayres de MagalhãesExtraída do álbum "Os Dias da Madredeus" (1987)Fotografia de Jorge Santos (2005)

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sábado, 14 de maio de 2005

Meu amor...

Excelentíssimas Senhoras e Senhores, o Assumidamente tem a honra de apresentar...

1 - Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Concordo com a tua escolha, mas poderia ser, também, um poema...qualquer soneto ("da separação") de 14 versos é perfeito. ;)

2 - Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?

Já me identifiquei com muitas personagens, principalmente com Arturo, de "A ilha de Arturo" (Elsa Morante).

3 - Qual foi o último livro que compraste?

Para além dos livros "técnicos", e das prendas de aniversário e afins, penso que comprei o diário de José Gomes Ferreira.

4 - Qual o último livro que leste?

A poesia é obrigatória na minha dieta mental. Tenho lido livros sobre a maçonaria e os templários...

5 - Que livros estás a ler?

"O enigma dos Manuscritos do Mar Morto", poesia e a Bílblia (de forma aleatória).

6 - Que livros levarias para uma ilha deserta?

A Bíblia, Fernando Pessoa, e o "Livro em Branco".

7 - A quem vais passar este testemunho?

Vou enviá-lo à minha querida Assumida.

... também na Blogosfera:

Arre! Demorou, mas conseguimos! Finalmente, após muita insistência, a Bixu criou um

Let's make the toast? Cin Cin! Bem vinda, Bixu! Que a tua vida blogosférica seja longa, farta e profícua! ... a Bixu neste humilde blog, respondendo ao questionário que lhe foi enviado pela Assumida Mente...Concordo com a tua escolha, mas poderia ser, também, um poema...qualquer soneto ("da separação") de 14 versos é perfeito. ;)Já me identifiquei com muitas personagens, principalmente com Arturo, de "A ilha de Arturo" (Elsa Morante).Para além dos livros "técnicos", e das prendas de aniversário e afins, penso que comprei o diário de José Gomes Ferreira.A poesia é obrigatória na minha dieta mental. Tenho lido livros sobre a maçonaria e os templários..."O enigma dos Manuscritos do Mar Morto", poesia e a Bílblia (de forma aleatória).A Bíblia, Fernando Pessoa, e o "Livro em Branco".Vou enviá-lo à minha querida Assumida.... também na Blogosfera: Relatos de Um Bixu Arre! Demorou, mas conseguimos! Finalmente, após muita insistência, a Bixu criou um blog Bem vinda, Bixu! Que a tua vida blogosférica seja longa, farta e profícua!

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Quase sem dar por isso, fui arrebatada esta madrugada por uma descoberta inesperada: Madeleine Peyroux , uma jovem cantora norte-americana com uma voz quente, aveludada e inesquecível. Descobri-a aqui e, quando dei por mim, estava a clicar de novo no link do blog para escutar o single do álbum "Careless Love" vezes sem fim. Não resisti e tive de trazê-lo aqui para "casa". Resta-me esperar que quem nos lê se deixe arrebatar também por esta encantadora melodia... e que a Silentbard me perdoe o furto descarado!

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quinta-feira, 12 de maio de 2005

Sopram ventos de (boa) mudança na Jurisprudência Portuguesa

Faz parte do Código Penal (CP) desde 1998, mas afinal, segundo o Tribunal Constitucional (TC), está "ferido" de inconstitucionalidade. Trata-se do artigo 175.º, que estipula o crime de "actos homossexuais com adolescentes". Definido como "um acto homossexual de relevo" praticado por um adulto com "menor entre 14 e 16 anos" e punido "com prisão até dois anos e multa até 240 dias", este crime foi considerado inconstitucional, num acórdão datado de ontem, pelos juízes do Palácio Ratton.

A argumentação desenvolvida no acórdão, que só deverá ser tornado público amanhã, deverá ater-se ao facto de este crime estabelecer uma "idade de consentimento" mais elevada para os actos sexuais entre pessoas do mesmo sexo que a que vigora para sexos diferentes.

De facto, o que o artigo 175.º do CP estipula é que todos os actos sexuais entre um adulto e um adolescente dos 14 aos 16 anos são crime desde que os dois sejam do mesmo sexo, enquanto que os mesmos actos sexuais entre um adulto e um adolescente da dita idade mas de sexo diferente só são crime se houver "abuso da inexperiência" (situação prevista no artigo 174.º, "actos sexuais com adolescentes") ou violência (o que entra na categoria de violação - artigo 164.º). Na prática, isto significa que a idade estabelecida pelo ordenamento jurídico português para o livre consentimento do acto sexual é de 16 anos para homossexuais e de 14 anos para heterossexuais.

Esta decisão do TC, cuja relatora foi a juíza Maria João Antunes, é a resposta a um recurso do cidadão inglês Michael Burrige. Condenado pelo Tribunal de Cascais do cometimento do crime descrito no artigo 175.º, este suscitou a inconstitucionalidade do mesmo. Como o fez, num recurso que ontem mesmo deu entrada no TC (e que foi distribuído ao Conselheiro Vítor Gomes), um arguido do caso de abuso sexual de menores dos Açores ("caso Farfalha").

Três decisões do TC sobre a inconstitucionalidade do crime implicarão a sua revisão e previsível ablação do Código. Como foi sempre defendido pelas associações de defesa dos direitos dos homossexuais portugueses .

Sérgio Vitorino, da associação Panteras Rosa/Frente de Combate à Homofobia, congratula-se por "menos esta discriminação no nosso mapa legislativo", embora considere que "tinha de acontecer. O próprio Parlamento Europeu já se declarara contra esse tipo de diferenças em relação à idade do consentimento." Mas, frisa o mesmo activista, o entendimento da Justiça portuguesa nesta matéria é contraditório. "Em 2003, o Supremo Tribunal reiterou a diferença na idade do consentimento, considerando os actos homossexuais 'um uso anormal' do sexo". Num acórdão, releve-se, sobre o mesmíssimo caso de Michael Burrige.

Desde Abril de 2004 que a Constituição inclui a "orientação sexual" nos motivos expressos da não discriminação. Determinação que, inclusa no Tratado de Amesterdão, vinculava Portugal desde 2000. (por Fernanda Câncio e João Pedro Fonseca)

Cronologia de uma discriminação legislativa

Até 1982, o Código Penal (CP) punia com "medidas de segurança "a "prática habitual de vícios contra a natureza". Os vícios em causa eram qualificados como "práticas que agredissem o princípio básico da moral sexual" e "o primado da sexualidade genital e da reprodução".

Em 1982, por respeito à "reserva da vida íntima", contitucionalmente consagrada seis anos antes, a revisão do CP remete " a homossexualidade entre adultos, livremente exercida e em recato" para os actos não puníveis. Mas surge um novo crime, "homossexualidade com menores", que ameaça com prisão até três anos "quem, sendo maior, desencaminhar menor de 16 para a prática de acto contrário ao pudor, consigo ou com outrém do mesmo sexo".

Em 1995, nova revisão do CP, nova alteração do artigo 175.º agora intitula-se "actos homossexuais com menores", as expressões "desencaminhar" e "actos contrários ao pudor" desaparecem e o crime passa a ter a moldura penal que hoje o caracteriza: dois anos. Na revisão seguinte, em 1998, a redacção do artigo mantém-se, é o título que sofre alterações: os "menores" passam a "adolescentes". É a versão ainda em vigor.

A previsível revogação do artigo 175.º do CP , que corresponderá ao final da criminalização da homossexualidade em Portugal, chegou a ser proposta pela ministra Maria Celeste Cardona. Aprovada em Conselho de Ministros (CM) em Junho de 2004, não foi ao parlamento devido à demissão do governo. De novo proposta pelo ministro da Justiça Aguiar-Branco e aprovada em CM, chega a dar entrada no parlamento. Mas este é dissolvido antes da discussão.

Fonte:

A ILGA Portugal já emitiu um comunicado sobre o assunto, que tomo a liberdade de transcrever aqui.

A Associação ILGA Portugal sempre defendeu a revogação do art. 175.º do Código Penal pelo seu carácter claramente discriminatório.

Para que se perceba a inconstitucionalidade do referido artigo cabe-nos explicar o que está de facto no Código Penal (revisto em 1998):

- é o artigo 172.º que penaliza o abuso sexual de crianças (menores de catorze anos) não fazendo qualquer referência à orientação sexual;

- o art. 174.º penaliza "actos sexuais com adolescentes" entre os 14 e os 16 anos, mas apenas caso haja "abuso da inexperiência" da vítima;

- esta ressalva já não está incluída no art. 175.º que penaliza todos os "actos homossexuais com adolescentes" entre os 14 e os 16 anos, mesmo que consensuais;

- as penas previstas para os artigos 174.º e 175.º são as mesmas.

O que está em causa não é pois o abuso de crianças, nem o abuso de adolescentes sem o seu consentimento, que é inequivocamente punido, de igual forma, e com toda a correcção, em todos os casos. A diferença resume-se apenas a situações em que há consentimento das e dos adolescentes: se as relações forem heterossexuais (porque a lei parece pressupor que "actos sexuais" e "actos heterossexuais" são sinónimos), esse consentimento pode ser consciente; se forem homossexuais, a lei define que esse consentimento é necessariamente inconsciente.

Esta diferença na idade do consentimento faz com que o art. 175.º represente actualmente, tal como o Tribunal Constitucional determinou agora, uma violação do art. 13.º da nossa Constituição. (Ver notas.)

Por atentar contra o direito à auto-determinação sexual, qualquer abuso sexual é um crime que deve ser claramente punido por lei, independentemente da orientação sexual do agressor e independentemente do facto de agressor e vítima serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes. E, precisamente, porque o direito à auto-determinação sexual é inalienável, a idade de consentimento deve também ser independente da orientação sexual. Defender o direito à auto-determinação sexual significa, por isso, condenar o abuso sexual e condenar também a discriminação patente no art. 175.º.

Louvamos portanto a lucidez do acórdão do Tribunal Constitucional, que veio reforçar a reivindicação política da Associação ILGA Portugal de que a lei deve ser igual para tod@s, como expresso na nossa Constituição.

Apelamos ao Governo e à Assembleia da República que tenham em consideração esta decisão e tomem medidas adequadas para a revogação célere do art. 175.º do Código Penal.

Lisboa, 12 de Maio de 2005

Pel’A Direcção e Grupo de Intervenção Política da Associação ILGA Portugal

(Prof. Doutor Manuel Cabral Morais, Presidente da Direcção da Associação ILGA Portugal)

Tlm.: 969 367 005

Notas

-O Parlamento Europeu, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e o Conselho da Europa já recomendaram inequivocamente a Portugal a abolição desta diferença que viola ainda a Convenção Europeia dos Direitos Humanos. Aliás, os próprios países que recentemente aderiram à UE tiveram que alterar os respectivos Códigos Penais nesse sentido.

-Em 2003, o Supremo Tribunal de Justiça redigiu um acórdão que defende a discriminação inerente ao art. 175.º, acórdão este que considerámos insultuoso e discriminatório. (comunicado)

-Em 2004, os dois últimos Governos de coligação PSD/PP chegaram a aprovar em Conselho de Ministros (24/05 e 28/10) um projecto de revisão do Código Penal que propunha precisamente a revogação do art. 175.º, tendo chegado a dar entrada na Assembleia da República, entretanto dissolvida.

-Em 2005, o Tribunal de Ponta Delgada defendeu a inconstitucionalidade do art. 175.º, demonstrando que há juízes conscientes de que a lei deve ser igual para tod@s como expresso na nossa Constituição.

Pessoalmente, estou muito feliz com a prolacção deste acórdão. Também já tive oportunidade de expressar a minha discordância com este artigo discriminatório do Código Penal e é sempre bom saber que, mesmo que lentamente, os juízes portugueses vão demonstrando sensibilidade para estas questões gritantes e ousam romper com o passado. São momentos como estes que trazem realização aos que fazem parte da "máquina da Justiça". (por Fernanda Câncio e João Pedro Fonseca)Fonte: Diário de Notícias

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terça-feira, 10 de maio de 2005

À volta dos livros...*

1 - Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Indubitavelmente o "Livro do Desassossego"... porque do desassossego que cada um daqueles fragmentos provoca poderiam reescrever-se todos os livros... todas as histórias e mesmo, porque não, toda a Humanidade!...

2 - Já alguma vez ficaste apanhadinho por uma personagem de ficção?

Se o livro for bom, é inevitável! Como seria possível não me apaixonar pela candura de Anne Frank, pela sensatez da "Mãe" do Gorki, pela sede de descoberta de Sofia criada por Jostein Gaarder, pela ousadia de Eliza Sommers, "Filha da Fortuna", pela lucidez da personagem principal do "Ensaio sobre a Cegueira" (tinha nome, na verdade?), pela coragem para o amor da Francesca nas "Pontes de Madison County"... enfim, como digo ali em cima, no sub-título do nosso blog, sou assumidamente apaixonada e apaixonável, por isso não é difícil apaixonar-me por cada novo personagem!

Indubitavelmente o "Livro do Desassossego"... porque do desassossego que cada um daqueles fragmentos provoca poderiam reescrever-se todos os livros... todas as histórias e mesmo, porque não, toda a Humanidade!...Se o livro for bom, é inevitável! Como seria possível não me apaixonar pela candura de Anne Frank, pela sensatez da "Mãe" do Gorki, pela sede de descoberta de Sofia criada por Jostein Gaarder, pela ousadia de Eliza Sommers, "Filha da Fortuna", pela lucidez da personagem principal do "Ensaio sobre a Cegueira" (tinha nome, na verdade?), pela coragem para o amor da Francesca nas "Pontes de Madison County"... enfim, como digo ali em cima, no sub-título do nosso blog, sou assumidamente apaixonada e apaixonável, por isso não é difícil apaixonar-me por cada novo personagem!

3 - Qual foi o último livro que compraste?

Querem mesmo saber?!!!!... Bem, num só dia posso confessar-vos que comprei uns quatro livros jurídicos que não interessam a ninguém e... tcham, tcham, tcham, tcham: "O Catecismo da Igreja Católica" (estava farta de andar sempre a pedir o da minha Mente emprestado) e "A Papisa Joana" de Donna Woolfolk Cross... vá amigos, trucidem-me lá!!!

4 - Qual o último livro que leste?

Mais uma vez excluindo os de Direito, completinho e sem parar foi o "Código da Vinci", entretanto tentei ler o "Queimada Viva", mas desisti a meio... too much hard to read for pleasure!

5 - Que livros estás a ler?

Tirando os de direito (já sabiam, não é, não valia a pena repetir, mas é só para salientar que para mim livro que é livro não é livro de Direito... livro de Direito é martelo... os outros, os que dão prazer e que deixam viajar é que são livros), estou a ler o "Equador" do excelente escritor Miguel Sousa Tavares... Estou apanhadinha pelo Luís Bernardo e as suas aventuras!

6 - Que livros levarias para uma ilha deserta?

Para além dos incontornáveis "Livro do Desassossego" e "Bíblia", não levaria nenhum outro livro que já tivesse lido antes. A vida é demasiadamente curta para todos os livros que ainda me faltam ler, por isso não repetiria nada. Levaria toda a Virgínia Woolf que ainda não li, todo o Lobo Antunes, todos os clássicos ingleses, de que li pouquíssimo ainda... toda a Agatha Christie que me falta ler e não é muita, mas seriam sempre horas muito bem passadas, o que me resta do Dostoivesky e... sei lá... acho que ia a uma livraria e pegava em tudo o que ainda não conhecesse! E não, não queria saber de livros sobre como sair de uma ilha deserta - se lá tivesse a melhor companhia do Mundo e muitos livros com que ocupar as horas mortas, acho que não ia mesmo querer sair!

7 - A quem vais passar este testemunho?

À minha

à

à minha querida Bixu, que apesar de não ter blog, não se livra de nos desvendar os seus mistérios literários!

*... porque nunca digo que não a um Querem mesmo saber?!!!!... Bem, num só dia posso confessar-vos que comprei uns quatro livros jurídicos que não interessam a ninguém e... tcham, tcham, tcham, tcham: "O Catecismo da Igreja Católica" (estava farta de andar sempre a pedir o da minha Mente emprestado) e "A Papisa Joana" de Donna Woolfolk Cross... vá amigos, trucidem-me lá!!!Mais uma vez excluindo os de Direito, completinho e sem parar foi o "Código da Vinci", entretanto tentei ler o "Queimada Viva", mas desisti a meio...Tirando os de direito (já sabiam, não é, não valia a pena repetir, mas é só para salientar que para mim livro que é livro não é livro de Direito... livro de Direito é martelo... os outros, os que dão prazer e que deixam viajar é que são livros), estou a ler o "Equador" do excelente escritor Miguel Sousa Tavares... Estou apanhadinha pelo Luís Bernardo e as suas aventuras!Para além dos incontornáveis "Livro do Desassossego" e "Bíblia", não levaria nenhum outro livro que já tivesse lido antes. A vida é demasiadamente curta para todos os livros que ainda me faltam ler, por isso não repetiria nada. Levaria toda a Virgínia Woolf que ainda não li, todo o Lobo Antunes, todos os clássicos ingleses, de que li pouquíssimo ainda... toda a Agatha Christie que me falta ler e não é muita, mas seriam sempre horas muito bem passadas, o que me resta do Dostoivesky e... sei lá... acho que ia a uma livraria e pegava em tudo o que ainda não conhecesse! E não, não queria saber de livros sobre como sair de uma ilha deserta - se lá tivesse a melhor companhia do Mundo e muitos livros com que ocupar as horas mortas, acho que não ia mesmo querer sair!À minha Mente , para que mais uma vez me surpreenda, Manchinha para aprender com uma "expert" na matéria,à minha querida, que apesar de não ter blog, não se livra de nos desvendar os seus mistérios literários!*... porque nunca digo que não a um desafio

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segunda-feira, 9 de maio de 2005

Então não é que, de acordo com o referido jornal, o jovem aqui da foto é "(...) o jogador menos bem pago dos habitualmente titulares (...)" no

Confrontado com esta terrível injustiça, no fundo, com este verdadeiro atentado à dignidade humana, o clube de futebol promete vir a celebrar um novo contrato com o jogador e pagar-lhe, pelo menos, 15 mil contos semanais, o que apesar de continuar a não ser nada comparado com os 30 mil contos por semana que o colega de Cristiano Ronaldo, Roy Keane, aufere, sempre dava para, pelo menos, cobrir as despesas de deslocação. Estou com o coração partido! Acabo de descobrir, via " Record " mais um caso de exploração de emigrantes portugueses em terras de Sua Majestade.Então não é que, de acordo com o referido jornal, o jovem aqui da foto é "(...) o jogador menos bem pago dos habitualmente titulares (...)" no Manchester United Confrontado com esta terrível injustiça, no fundo, com este verdadeiro atentado à dignidade humana, o clube de futebol promete vir a celebrar um novo contrato com o jogador e pagar-lhe, pelo menos,, o que apesar de continuar a não ser nada comparado com osque o colega de Cristiano Ronaldo, Roy Keane, aufere, sempre dava para, pelo menos, cobrir as despesas de deslocação.

Bem, mas enquanto o novo contrato não chega e o pobre madeirense continua a ser o mais mal pago do clube, decidimos organizar aqui uma vaquinha, para conseguir recolher ao menos o essencial para a sobrevivência do rapaz. Todo o pouco que puderem dar será bem-vindo! Não podemos deixar um compatriota padecer necessidades em terras estrangeiras, é injusto, desumano e indigno!

Unamo-nos nesta luta de revolta!...

Revolta contra o atentado que são os números do futebol, quando há crianças a passar fome, pessoas a viver na rua e tanta pobreza por esse Mundo fora... ups, desculpem, acho que isto já não era para dizer!

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sábado, 7 de maio de 2005

Só quem não anda por lá...

Na verdade, quem por lá anda sabe perfeitamente que esta medida, assim, sem mais, só vai significar que as sentenças se atrasem ainda mais e a Justiça demore ainda mais a ser aplicada!

É triste ver um Governo que ainda tem tanto tempo para governar decida tomar medidas de "cosmética", como esta e não decida antes lançar-se no trabalho (hercúleo, é verdade, mas necessário) de reorganizar todo o sistema judicial português!

Com meias medidas nunca mais lá chegamos! ...pode acreditar que esta redução de férias dos Tribunais venha resolver o grave problema do congestionamento dos Tribunais!Na verdade, quem por lá anda sabe perfeitamente que esta medida, assim, sem mais, só vai significar que as sentenças se atrasem ainda mais e a Justiça demore ainda mais a ser aplicada!É triste ver um Governo que ainda tem tanto tempo para governar decida tomar medidas de "cosmética", como esta e não decida antes lançar-se no trabalho (hercúleo, é verdade, mas necessário) de reorganizar todo o sistema judicial português!Com meias medidas nunca mais lá chegamos!

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sexta-feira, 6 de maio de 2005

Mais uma noite.

Águas e pedras do rio

Meu sono vazio

Não vão acordar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Rios que vão dar ao mar

Deixem meus olhos secar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Águas do rio correndo

Poentes morrendo

P'ras bandas do mar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Rios que vão dar ao mar

Deixem meus olhos secar

Águas das fontes calai

Ó ribeiras chorai

Que eu não volto a cantar

Balada de Outono, José Afonso (1929-1987) Mais um ano passou e, de novo, voltam a trinar as cordas de uma guitarra em Coimbra. Pelos recantos da velha cidade ecoam as vozes dos seus estudantes. Por cá ecoam as nossas e bendizemos os telemóveis que nos permitem escutar um pouco da Serenata mesmo à distância. Mais uma vez a noite caiu sobre Coimbra e ela foi novamente nossa. Nós somos eternamente suas., José Afonso (1929-1987)

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quinta-feira, 5 de maio de 2005

How gay is your blog?

A

O Assumidamente é um blog

Gotinha lançou o repto e nós respondemos:é um «amazingly gay» ...

... e nós a pensarmos que eramos lésbicas!...

Feedback ... e nós a pensarmos que eramos lésbicas!...

quarta-feira, 4 de maio de 2005

O Óbvio

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