Caso Relvas/Público
Imagem: Tiago Petinga/Lusa
Um dos SMS entre Adelino Cunha e o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho, que terá estado na origem da demissão hoje do adjunto de Miguel Relvas, remonta a 8 de Setembro de 2011, altura em o ex-jornalista Adelino Cunha escreveu que os papéis de Sérgio Sousa Pinto falariam da Rússia e indicou duas siglas que insinuariam os nomes de Vasco Rato e Miguel Relvas.
No dia 14 de setembro, o presidente da comissão parlamentar de Direitos, Liberdade e Garantias revelou que o envelope enviado a Silva Carvalho com cópias dos documentos sobre a atividade das Secretas portuguesas chegou aberto ao destino.
Adiantou que o mesmo envelope, com cópias dos documentos remetidos inicialmente de forma anónima ao deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, terá sido aberto na central dos CTT.
Adelino Cunha anunciou hoje a sua demissão do cargo de adjunto político do ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
Nas mensagens trocadas entre Silva Carvalho e Nuno Vasconcellos, patrão da Ongoing, é referido que o ex-"espião" tinha acabado de receber um envelope do parlamento e que houve uma falsificação de um mail, com alteração do destinatário.
Três dias depois, Adelino Cunha enviou novo SMS ao ex-diretor do SIED convidando-o para beber um café ao final da tarde do dia seguinte. As comunicações entre ambos dão a entender que esse encontro se concretizou no hotel Tivoli.
Depois de combinado o encontro, Silva Carvalho informou ainda o ex-adjunto de Relvas que o vai contactar através de um telefone fixo.
No dia 13 de Setembro, pelas 8h00, Adelino Cunha envia uma nova curta mensagem a Silva Carvalho também via telemóvel a informá-lo de que uma notícia tinha sido congelada.
Dois dias depois numa nova comunicação entre ambos é referido que a missão está cumprida e que o caso do envelope violado estava publicado em todos os jornais.
O ex-jornalista Adelino Cunha anunciou hoje a sua demissão do cargo de adjunto político do ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, através de uma nota enviada à agência Lusa. "Apresentei o pedido de demissão, que o ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares aceitou", refere.
Adelino Cunha confirma contactos com Jorge Silva Carvalho
Adelino Cunha afirma ter mantido, por sua iniciativa, contactos com o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho durante o período em que exerceu funções no gabinete do ministro Miguel Relvas. "Mantive, por minha iniciativa, contactos durante o período em que exerci funções", escreve no documento.
"Em setembro de 2011, o Dr. Jorge Silva Carvalho manifestou a sua indignação pelo facto de um envelope que lhe fora enviado pela Assembleia da República ter sido alegadamente violado. A título pessoal, contactei antigos colegas jornalistas alertando-os para esse facto. Informei-o também sobre os rumores que corriam na Assembleia da República sobre o alegado conteúdo dos documentos", conta.
No documento, Adelino Cunha começa por referir que "ao longo de 20 anos de carreira como jornalista e como historiador" tratou diversas matérias relacionadas com o SIED e que conheceu Silva Carvalho antes de ter sido nomeado adjunto político do ministro Miguel Relvas.
No início deste mês, o Ministério Público acusou três arguidos do denominado caso das "Secretas" pelos crimes de acesso ilegítimo agravado, abuso de poder, violação do segredo de Estado e corrupção passiva e ativa para ato ilícito.
Entre os arguidos estão Silva Carvalho, ex-administrador da Ongoing, e o presidente da empresa, Nuno Vasconcellos.
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Caso Relvas/Público
Imagem: Tiago Petinga/Lusa
Um dos SMS entre Adelino Cunha e o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho, que terá estado na origem da demissão hoje do adjunto de Miguel Relvas, remonta a 8 de Setembro de 2011, altura em o ex-jornalista Adelino Cunha escreveu que os papéis de Sérgio Sousa Pinto falariam da Rússia e indicou duas siglas que insinuariam os nomes de Vasco Rato e Miguel Relvas.
No dia 14 de setembro, o presidente da comissão parlamentar de Direitos, Liberdade e Garantias revelou que o envelope enviado a Silva Carvalho com cópias dos documentos sobre a atividade das Secretas portuguesas chegou aberto ao destino.
Adiantou que o mesmo envelope, com cópias dos documentos remetidos inicialmente de forma anónima ao deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, terá sido aberto na central dos CTT.
Adelino Cunha anunciou hoje a sua demissão do cargo de adjunto político do ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
Nas mensagens trocadas entre Silva Carvalho e Nuno Vasconcellos, patrão da Ongoing, é referido que o ex-"espião" tinha acabado de receber um envelope do parlamento e que houve uma falsificação de um mail, com alteração do destinatário.
Três dias depois, Adelino Cunha enviou novo SMS ao ex-diretor do SIED convidando-o para beber um café ao final da tarde do dia seguinte. As comunicações entre ambos dão a entender que esse encontro se concretizou no hotel Tivoli.
Depois de combinado o encontro, Silva Carvalho informou ainda o ex-adjunto de Relvas que o vai contactar através de um telefone fixo.
No dia 13 de Setembro, pelas 8h00, Adelino Cunha envia uma nova curta mensagem a Silva Carvalho também via telemóvel a informá-lo de que uma notícia tinha sido congelada.
Dois dias depois numa nova comunicação entre ambos é referido que a missão está cumprida e que o caso do envelope violado estava publicado em todos os jornais.
O ex-jornalista Adelino Cunha anunciou hoje a sua demissão do cargo de adjunto político do ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, através de uma nota enviada à agência Lusa. "Apresentei o pedido de demissão, que o ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares aceitou", refere.
Adelino Cunha confirma contactos com Jorge Silva Carvalho
Adelino Cunha afirma ter mantido, por sua iniciativa, contactos com o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho durante o período em que exerceu funções no gabinete do ministro Miguel Relvas. "Mantive, por minha iniciativa, contactos durante o período em que exerci funções", escreve no documento.
"Em setembro de 2011, o Dr. Jorge Silva Carvalho manifestou a sua indignação pelo facto de um envelope que lhe fora enviado pela Assembleia da República ter sido alegadamente violado. A título pessoal, contactei antigos colegas jornalistas alertando-os para esse facto. Informei-o também sobre os rumores que corriam na Assembleia da República sobre o alegado conteúdo dos documentos", conta.
No documento, Adelino Cunha começa por referir que "ao longo de 20 anos de carreira como jornalista e como historiador" tratou diversas matérias relacionadas com o SIED e que conheceu Silva Carvalho antes de ter sido nomeado adjunto político do ministro Miguel Relvas.
No início deste mês, o Ministério Público acusou três arguidos do denominado caso das "Secretas" pelos crimes de acesso ilegítimo agravado, abuso de poder, violação do segredo de Estado e corrupção passiva e ativa para ato ilícito.
Entre os arguidos estão Silva Carvalho, ex-administrador da Ongoing, e o presidente da empresa, Nuno Vasconcellos.