Coreia do Norte. Líder do PCP não assume que regime é uma ditadura

19-03-2019
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, evitou classificar o regime da Coreia do Norte como antidemocrático. “Eu não fazia essa classificação de ser ou não ser”, defendeu ontem o líder comunista, numa entrevista ao site Polígrafo. Esta não é a primeira vez que o PCP tem dificuldades em abordar a situação interna na Coreia do Norte, governada há décadas pela dinastia Kim. Jerónimo de Sousa considerou mesmo que “é uma opinião” afirmar-se que há, ou não há, democracia naquele país asiático. Mais, até se escudou numa pergunta: “O que é a democracia? Primeiro tínhamos de discutir o que é a democracia.”

Os comunistas, disse Jerónimo, encaram a Coreia do Norte como “um país com vontade de atingir o socialismo”, mas reconhece as “diferenças e até divergências”, assumidas, aliás, em congresso. “Os caminhos para a transformação social e o socialismo na nossa pátria são de certeza diferentes”, insistiu Jerónimo de Sousa na referida entrevista quando já respondia pela terceira vez à pergunta, feita de maneira diferente. “Não nos revemos numa fulanização e até numa cultura de personalidade que prevalece muito, que eu percebo, tendo em conta a cultura daqueles povos orientais”, acrescentou Jerónimo de Sousa. De facto, a posição oficial do PCP não é a de classificar regimes, mas o dossiê da Coreia do Norte já trouxe problemas ao partido no passado, mais precisamente há 16 anos.

Na altura, Bernardino Soares, então líder parlamentar comunista, chegou a dizer: “Tenho dúvidas de que não haja lá [Coreia do Norte] uma democracia” ou “tenho muitas reservas em relação à filtragem de informação feita pelas agências internacionais”, afirmou, em 2003, Bernardino Soares ao “DN”, numa entrevista que chegou a pedir não fosse publicada. Dentro do PCP, as declarações do então líder parlamentar foram recebidas com algumas críticas. O visado chegou a emitir depois um comunicado a recusar “vigorosamente quaisquer tentativas para colar o PCP a experiências ou práticas pelas quais não é responsável e que são estranhas às suas conceções”.

O i contactou o PCP para que o partido definisse se a Coreia do Norte é ou não uma democracia. Os comunistas rejeitaram o “ tom de questionamento” do i, mas responderam: “A República Popular Democrática da Coreia é um país atingido pelos problemas decorrentes de uma nação dividida e sujeita a uma guerra de agressão imposta pelo imperialismo norte-americano - que se prolonga há quase 70 anos, porque os EUA se recusam a assinar um acordo de paz -, numa situação em que as opções sobre formas de funcionamento do Estado, assumidas para a defesa da sua soberania e independência nacional e da unificação da nação coreana, dizem respeito ao povo coreano.”

Sérgio Sousa Pinto, deputado socialista e presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, considerou, a título pessoal, que “a Coreia do Norte é uma ditadura brutal e implacável. E é uma pena que o PCP não denuncie a Coreia do Norte por aquilo que ela é. O que o PCP diz não é verdade. Não é uma matéria de opinião [ser ou não ser uma democracia]. Está mal o PCP. É matéria de facto”. Para o deputado socialista, “seria normal que o PCP tivesse evoluído mais do que evoluiu. Mas o que interessa aqui é repor a verdade”.

Na referida entrevista, Jerónimo ainda aborda outros temas, afirmando continuar a viver do seu salário de metalúrgico - “quase 900 euros”.

Sobre o caso, que está em tribunal e que opõe Miguel Casanova ao PCP num processo por alegado despedimento, Jerónimo de Sousa limitou-se a dizer que o camarada de partido “abandonou o posto de trabalho” e não foi despedido.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, evitou classificar o regime da Coreia do Norte como antidemocrático. “Eu não fazia essa classificação de ser ou não ser”, defendeu ontem o líder comunista, numa entrevista ao site Polígrafo. Esta não é a primeira vez que o PCP tem dificuldades em abordar a situação interna na Coreia do Norte, governada há décadas pela dinastia Kim. Jerónimo de Sousa considerou mesmo que “é uma opinião” afirmar-se que há, ou não há, democracia naquele país asiático. Mais, até se escudou numa pergunta: “O que é a democracia? Primeiro tínhamos de discutir o que é a democracia.”

Os comunistas, disse Jerónimo, encaram a Coreia do Norte como “um país com vontade de atingir o socialismo”, mas reconhece as “diferenças e até divergências”, assumidas, aliás, em congresso. “Os caminhos para a transformação social e o socialismo na nossa pátria são de certeza diferentes”, insistiu Jerónimo de Sousa na referida entrevista quando já respondia pela terceira vez à pergunta, feita de maneira diferente. “Não nos revemos numa fulanização e até numa cultura de personalidade que prevalece muito, que eu percebo, tendo em conta a cultura daqueles povos orientais”, acrescentou Jerónimo de Sousa. De facto, a posição oficial do PCP não é a de classificar regimes, mas o dossiê da Coreia do Norte já trouxe problemas ao partido no passado, mais precisamente há 16 anos.

Na altura, Bernardino Soares, então líder parlamentar comunista, chegou a dizer: “Tenho dúvidas de que não haja lá [Coreia do Norte] uma democracia” ou “tenho muitas reservas em relação à filtragem de informação feita pelas agências internacionais”, afirmou, em 2003, Bernardino Soares ao “DN”, numa entrevista que chegou a pedir não fosse publicada. Dentro do PCP, as declarações do então líder parlamentar foram recebidas com algumas críticas. O visado chegou a emitir depois um comunicado a recusar “vigorosamente quaisquer tentativas para colar o PCP a experiências ou práticas pelas quais não é responsável e que são estranhas às suas conceções”.

O i contactou o PCP para que o partido definisse se a Coreia do Norte é ou não uma democracia. Os comunistas rejeitaram o “ tom de questionamento” do i, mas responderam: “A República Popular Democrática da Coreia é um país atingido pelos problemas decorrentes de uma nação dividida e sujeita a uma guerra de agressão imposta pelo imperialismo norte-americano - que se prolonga há quase 70 anos, porque os EUA se recusam a assinar um acordo de paz -, numa situação em que as opções sobre formas de funcionamento do Estado, assumidas para a defesa da sua soberania e independência nacional e da unificação da nação coreana, dizem respeito ao povo coreano.”

Sérgio Sousa Pinto, deputado socialista e presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, considerou, a título pessoal, que “a Coreia do Norte é uma ditadura brutal e implacável. E é uma pena que o PCP não denuncie a Coreia do Norte por aquilo que ela é. O que o PCP diz não é verdade. Não é uma matéria de opinião [ser ou não ser uma democracia]. Está mal o PCP. É matéria de facto”. Para o deputado socialista, “seria normal que o PCP tivesse evoluído mais do que evoluiu. Mas o que interessa aqui é repor a verdade”.

Na referida entrevista, Jerónimo ainda aborda outros temas, afirmando continuar a viver do seu salário de metalúrgico - “quase 900 euros”.

Sobre o caso, que está em tribunal e que opõe Miguel Casanova ao PCP num processo por alegado despedimento, Jerónimo de Sousa limitou-se a dizer que o camarada de partido “abandonou o posto de trabalho” e não foi despedido.

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