Pratinho de Couratos

06-10-2019
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O futuro já
não é o que era dantes (tl;dr)

Portugal, nas quatro paredes da sua galeria de
maiores, pendura um gigantão: Rui Pereira, foi ele ministro da Administração
Interna (2007/2011). Mal tomou o freio do cargo destrambelhou a falar no idioma
científic’-ó-policial como quem puxa um gazelle
flip no skatepark. Ele era
a “ação
policial”, o “acontecimento tácito-policial”, os “agentes do crime”, um fluxo
fraseológico académico ad captandum
vulgus (“para captar a populaça”) da arte de bem cacetar todo o corpo [1]. Ora, precisamente, da “ação policial” faz parte
plantar provas e agressões, é normal. Plantar provas, para prender os “agentes
do crime”, e, agressões, para eles confessarem até às paredes. Como também é
normal a “sede de julgamento”: o país é o mais pobre da Europa, – a sua maior
empresa é o Santuário de Fátima –, não há trabalho produtivo para os jovens, nesse
mar salteado desbaratam a vida como juízes, advogados, polícias, fiscais,
seguranças, trabalhos de fidalgo. Também é normal, para validar uma máquina
judicial com excesso de funcionários, realizar julgamentos com desfecho
previsível, poupava-se dinheiro não os realizando, passando diretamente à
sentença, um salto processual que forçaria dispensa de operadores judiciais. É
o caso do julgamento iniciado terça-feira, dia 22 de maio de 2018, uns anjinhos
processaram a polícia, um vagalhão alucinatório acredita que, sem Cristo descer à
Terra, haverá condenações.

“Pontapés. Socos. Tiros. Ofensas racistas. Fabricação
de factos. Depois de recolhidas e analisadas as provas – exames médicos,
relatos de testemunhas, inspeções, entre outras – o Ministério Público (MP) é
perentório no despacho de acusação dos 18 agentes da PSP da esquadra de
Alfragide: «de forma inequívoca e sem sombra de dúvida» conclui que os factos
descritos nos autos da polícia sobre o que se passou a 5 de fevereiro de 2015
não se verificaram. Esses autos foram feitos com o objetivo de incriminar os
seis jovens da Cova da Moura (Amadora) que começaram por ser acusados de
tentativa de invasão da esquadra naquele 5 de fevereiro. Dois anos e meio
depois, o despacho do MP está escrito de modo a desconstruir a versão
apresentada pela polícia, terminando com acusações duras: prática dos crimes de
falsificação de documento agravado, denúncia caluniosa, injúria agravada,
ofensa à integridade física qualificada, falsidade de testemunho, tortura e
outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos e sequestro agravado. A
acusação refere ainda que os agentes da PSP agiram «pelo sentimento de ódio
racial, de forma desumana e cruel pelo prazer de causarem sofrimento aos
arguidos».”

O advogado da
tribo policial Hélder Cristóvão: “Partem realmente duma invenção e duma
imaginação fértil, mas não são não serão nada mais do que uma imaginação
fértil. (A locutora pergunta: De quem? Do Ministério Público, dos ofendidos?).
Não do Ministério Público, porque o Ministério Público não lhe podemos apontar
o dedo, o Ministério Público apenas transcreve para a acusação aquilo que é
dito pelos ofendidos.” (22/05/2018).

Protesto da
polícia na esquadra de Alfragide. Os senhores guardas atuais estão a milhas dos
cinzentos de Salazar, bem remunerados, bem treinados, bem instruídos, com liceu
concluído, primavam e irmanavam pela originalidade, gritando: “Polícias unidos
jamais serão vencidos!” De meia-idade, (a idade é muito importante, pois
significam cãs, sabedoria, skills), Armando
Ferreira, do Sindicato Nacional de Policia declarava: “Tem havido varias
pressões por parte de ehh movimentos políticos que ‘tão a haver, a fazer
aproveitamento sobre aquilo que se ‘tá a passar aqui, principalmente num ano de
campanha de campanha eleitoral, para as autárquicas, no sentido em que os polícias
devem ser suspensos, que os policias ainda estão a trabalhar. (…). O que
aconteceu, vai-se provar se aconteceu ou não em sede de julgamento. Não está
nada provado. Se tivesse provado já havia condenados.” (…). Cátia Lopes, de
meia-idade, chefe da PSP Oeiras: “Eu tenho conhecimento, por exemplo, de que
uma pessoa que nem sequer ‘tava na esquadra, mas porque é conhecido de da
população, destes jovens ehhh do bairro da Cova da Moura, e que num
reconhecimento presencial foi reconhecida, essa pessoa, esse elemento policial,
não estava nesse dia na esquadra, estava ausente.” António Ramos, na terceira
idade, ex-drigente sindical da PSP: “Numa reposição de ordem pública,
evidentemente que a gente não pode ‘tar aos beijinhos às pessoas, tem
que ser reposta a ordem pública. (…). Isto da da de fazer já o julgamento na
praça pública, e pedir a suspensão deles, portanto isto é um erro, até trânsito
em julgado todo o cidadão é inocente.” Guilherme Lemos, de meia-idade, comerciante
da Amadora: “O meu estabelecimento ficava a cerca de 500 metros do bairro de Santa
Filomena, e eu assisti a muitas coisas, e digo nunca assisti a intervenções
desastrosas de violência da polícia.” (22/07/2017).

Nos
sindicatos, cada um puxa o rabo do seu boi. O chefe Meireles, vice-presidente
do Sindicato da Carreira de Chefes da PSP: “Como é que estes elementos, estes
18 elementos têm motivação, se não houver agora aqui um trabalho até
psicológico do gabinete de psicologia PSP, para ir trabalhar amanhã p’a Cova da
Moura? Como? Quando eles estão sujeitos todos os dias a agressões. (…). São
todos jovens elementos policiais. Com dois, três, quatro, cinco anos no máximo,
acabados de sair da EPP, estão na gíria policial verdes. (…). Se
houvesse um ascendente hierárquico, se houvesse um chefe ali no local, que
dissesse: Meu caro senhor, e na eventualidade e alegadamente de tal se ter
praticado, caro senhor, o seu comportamento não é correto, faz favor abstenha-se
de ter esse procedimento. Mas não há ascendente. Os agentes ‘tão entregues a si
próprios no terreno. Os agentes por vezes fazem da tripa coração, por
vezes ingenuamente julgam até que estão a proceder bem, e não estão,
falta-lhes ali uma voz de comando que não existe neste momento na polícia. (…).
Se de facto forem apurados factos atentatórios ao bom nome da PSP, crimes
graves como aqueles que agora alegadamente estão imputados (…) pois nesse caso
que se faça justiça.” (13/07/2017).

1984.
Dezembro. Domingo, 9, “o presidente da República, general Ramalho Eanes, admitiu
hoje publicamente a sua intervenção a nível político-partidário, após o termo
do seu mandato. Isto «se a ação governativa dos partidos políticos existentes
não der resposta satisfatória aos problemas do país». Ramalho Eanes falava aos
microfones da Rádio Renascença, numa entrevista concedida ao programa «Cartas
na mesa». «É evidente que depois do meu mandato, vou exercer uma ação política
com caraterísticas diferentes, mas defendendo os mesmos valores». (…). Eanes
deixava assim relativamente claro um aspeto que nos últimos tempos tem
suscitado muitas interrogações e que é o da sua posição relativamente ao
Movimento lançado em Santarém. Eanes lembrou que, além de um compromisso, tinha
um programa apresentado aos portugueses e que foi impedido de cumprir pelas
limitações que lhe foram impostas pela revisão constitucional que, segundo
afirmaria, «fechou o espaço de intervenção política autónoma dos independentes
e acabou por fazer que o presidente da República, tendo embora um projeto
político, não pudesse realizá-lo, bem como impediu o programa de candidatura,
uma carta compromisso com o eleitorado». (…). «Um país com a nossa idade, uma
juventude promissora, ao contrário do que muitos dizem, e em contacto com o
mundo, pode encontrar soluções». Na opinião do general Ramalho Eanes «as
resistências para suportar a crise estão a atingir o limite» mas «a situação
não é desesperada» nem «crítica».

Para Ramalho
Eanes é necessário uma remodelação global» que inclua «um aparelho
administrativo eficiente transparente, uma prática mais coordenadora, maior
participação da juventude e definição de um projeto mobilizador». (…). «Cabe-me
evitar situações de perturbação sociopolítica, cabe-me garantir a pacificação
social e garantir, inclusivamente através de novas oportunidades políticas,
sempre que a eficácia governativa não seja satisfatória e não seja
satisfatoriamente aceite pela população». O presidente da República acrescentou
não se demitir de tudo o que esteja constitucionalmente atribuído às suas
funções, adiantando que «a renúncia, a demissão do governo, a dissolução da
Assembleia da República, têm, nessa perspetiva um valor permanentemente
disponível para o presidente da República». «O presidente da República nunca
poderá dizer que não vai usar este ou aquele instrumento. É o caso da renúncia.
Trata-se de um instrumento disponível que usarei ou não em função daquilo que
seja a evolução política nacional, em função daquilo que esse instrumento possa
interessar num determinado momento à evolução e à estabilização da vida
democrática portuguesa».  (…). Ao ser-lhe
feita a pergunta sobre a possibilidade de golpes militares em Portugal, Eanes
considerou «impensável» neste momento, um golpe de Estado militar. «Pela primeira
vez não é possível, dada a consciência política dos militares e ainda das
condições objetivas existentes em Portugal. Enquanto o nosso país teve um
império, é evidente que as forças armadas tinham de ter, quer quisessem quer
não, um poder e uma participação política relativamente ativa. A partir do
momento em que o império desapareceu elas podem ter ou não essa participação
política – não é indispensável que a tenham». «Não estão interessadas em tê-la,
têm uma consciência política suficiente para perceberem qual é o papel que lhes
cabe em democracia».”      

Acerca do
papel da Igreja em Portugal, o presidente da República considerou-o especial e
com um peso cultural significativo, defendendo uma estreita ligação, sem que
signifique dependência, entre o Estado e a Igreja, de tal maneira que haja
possibilidade de coordenar esforços. «Sempre que os políticos se esqueceram que
a Igreja tem um peso social importante, houve desvios graves e
desnecessários».” [2]

Terça-feira,
11, “o volume de investimentos existente em Portugal nos últimos anos em vez de
criar riqueza contribuiu, apenas, para gerar prejuízos, afirmou hoje, em
Lisboa, o ministro das Finanças. Portugal apresentou nos anos recentes uma das
mais significativas proporções entre o volume de investimentos e o Produto
Interno Bruto, no espaço da OCDE» os quais «em vez de criar riqueza e de
contribuir para a ultrapassagem dos bloqueios estruturais, serviu apenas para
gerar prejuízos». «Muitos dos investimentos serviram, apenas, para criar novos
constrangimentos à gestão da política económica e agravar a situação das
empresas que os realizaram», disse Ernâni Lopes, na sessão de enceramento da
2.ª Conferência Nacional dos Economistas que decorreu durante dois dias na Aula
Magna da Universidade de Lisboa, por iniciativa da Associação Portuguesa de
Economistas. «Ao longo dos últimos dez anos a economia portuguesa foi vivendo a
crédito e pôde ignorar ou fingir ignorar» o tipo de questões essenciais
limitando-se a «responder às pressões imediatas e evoluindo em contraciclo
relativamente ao padrão da economia internacional». (…). O ministro referiu-se
na sua intervenção de 22 páginas, à sociedade civil, a qual «anquilosada por
décadas de imobilismo, desorganizada por uma revolução contraditória, tem-se
mostrado incapaz de se definir estrategicamente». «Desaparecidas as orientações
de fundo na voragem das crises políticas, enfraquecido nos seus próprios
alicerces, o Estado foi perdendo peso contratual e capacidade de arbitragem
perante grupos de pressão e poderes intermédios» o que causou, na sua opinião,
a proliferação de «feudos e baronatos, gerando-se as condições para o reinado
do provisório e do arbitrário».”        

Terça-feira,
11, «o futuro já não é o que era dantes»: foi com esta fórmula de Paul Valéry
que Edgar Morin abriu hoje à noite, no auditório superlotado do Centro de Arte
Moderna da Gulbenkian, a sua conferência sobre «Passado, presente, futuro», que
inaugurava uma série de colóquios organizados pela Fundação e pelo Centro
Nacional de Cultura. Já não é o Morin de «Paradigma perdido», do «Diário da
Califórnia» nem dos textos para-sociológicos que o marcaram até finais dos anos
60. Herdeiro de Illitch, de Lefort e de Castoriadis, o Morin de hoje é
filosoficamente um cético, e o seu discurso sobre a mudança social é um
utopismo poético: ele acabaria a sua conferência dizendo que «a esperança
reside no improvável, que nós não conseguimos ainda hoje tematizar nem
escrever». Mas não é só o futuro que «já não é o que era»: também o passado se
modifica, à medida que cada geração lança sobre ele novas luzes – luzes que
alteram o seu rosto. Quanto ao presente, é sempre cego sobre si próprio: o
presente não deteta nunca, nos desvios que vão tornar-se norma, a chegada do
futuro. Morin procede por sínteses, tenta avaliar o estado das questões: assim,
se é certo que conseguimos libertar-nos, na leitura do devir, da linearidade e
dos continuismos vários, também é certo que a leitura do devir pela
descontinuidade, pela rutura, não substituiu, subsumindo-a, a primeira. Entre
passado, presente e futuro haveria antes circularidade,
uma circularidade que se vai modificando. Fundamentalmente, Morin viria a
abordar os modos como vivemos a ideia de futuro, desenvolvendo duas direções de
análise: primeiro, o nosso presente «perdeu o futuro»; depois, e apesar disso,
«há futuro demais no nosso presente».

O nosso
presente perdeu o «lindo» futuro quando, em 1973, as sociedades industriais
compreenderam que não iam conduzir o homem à abundância, ao lazer. O mundo
ocidental perdeu o otimismo industrialista e admitiu, pela primeira vez
desde o pós-guerra, que não conseguiria exorcizar completamente a
«crise». Pelo contrário, a «crise» instalou-se irreversivelmente nele. Mas
o otimismo industrialista não era estritamente «ocidental»: também Krutchev
dissera nos anos 60 – como lembrou Morin – que o comunismo estaria realizado em
1980, na URSS. Quebradas as promessas, instalada a «crise», o futuro passou a
ser dominado pela ameaça do caos termonuclear e pela ameaça do totalitarismo. Nascidos
do pós-68, a vontade e o desejo de viver o presente tão intensamente quanto
possível já são influenciados por essas imagens do futuro e, segundo Morin,
acabaram por desembocar num «realismo sonambúlico»: a exaltação do dia-a-dia
viria a acentuar, também ela, a tendência para a «perda de futuro». Curiosamente,
como nota Morin, assiste-se então a novas procuras da identidade sectária no
passado: os fundamentalismos religiosos, como aquele que nesta década atravessa
o Irão, seriam, nesta ótica, tentativas de reconquista da identidade por parte
de sociedades que se sentiram arrastadas pela crise do otimismo industrialista.
Mas este movimento não seria apenas característico do Irão, nem de sociedades
tradicionalmente «opacas» para o ocidental: o Reaganismo é igualmente um
fundamentalismo à americana, um mergulho nas raízes mitológicas dos EUA. (…).
Por outro lado, o nosso presente está demasiado carregado de futuros: os
futuros «acotovelam-se» mesmo no seu seio, segundo as palavras de Morin. Ele
identificou sobretudo três: o «tecnológico», o «exterminacionista» e o «totalitário».
O primeiro é representado pela promessa das novas tecnologias. Morin nunca fez
das técnicas uma leitura «ingénua», sabe que elas não são «neutras» e distingue
dois modos de as viver: há as «boas» tecnologias, que através da computorização
das informações e da biologização das indústrias realizarão o bem-estar
pós-industrial (o seu profeta terá sido Illitch e a escola de Cuernavaca, mas a
liderança da sua defesa ideológica é hoje conduzida por Alvin Toffler) … e há
um «mas», como em todas as mitologizações: são as que acarretarão o desemprego
massivo, a robotização e sobretudo o controlo total do individuo pelo Estado
informatizado (descrito por Orwell) e a manipulação integral do desvio.

Para Morin,
o sentido mais profundo da mudança que vem com as novas tecnologias reside na
computorização, que vai provocar uma cerebralização artificial de todo o tecido
social: ele afirma que está a nascer, com esta mudança, uma espécie de «novo
sistema nervoso da sociedade», fenómeno radical que afetará profundamente a
natureza do social. Os computadores, diz ele, poderão transformar-se em
«máquinas lógicas de guerra». Mas o nosso presente comporta igualmente um
antifuturo: é o futuro exterminacionista da ameaça termonuclear. Diz-se com
demasiada facilidade que o terror modera essa ameaça – o terror dos próprios
detentores de armas atómicas – mas o facto é que a possibilidade de destruição
total existe realmente hoje, e que nós a vivemos como um dos nossos futuros
possíveis. Finalmente, Morin retoma a imagem orwelliana do totalitarismo
enquanto «poder não controlado», já evocado como uma das versões possíveis do
desenvolvimento da apropriação, pelo Estado, das novas tecnologias da
informação. E é em conclusão de tudo isto que surge, para Morin, a necessidade
de simultaneamente, se ser «conservador» e «revolucionário»: «é indispensável
deslocar o nosso presente da posição onde o puseram». «Afinal não estamos nos
postos avançados da história».”                     

Quarta-feira,
12, “um tribunal de Lisboa ordenou uma penhora, à RTP, de um prédio na Lapa, um
carro de exteriores e três automóveis Volvo para pagamento de uma indeminização
à Filform – disse à Anop advogado da firma exequente, José Manuel Galvão Teles.
Este advogado afirmou que a RTP foi condenada em novembro de 1983, depois de um
longo processo que chegou até ao Supremo Tribunal de Justiça, a pagar uma
indeminização à empresa. A Filform é propriedade de alguns cineastas, entre os
quais Fonseca e Costa. José Manuel Galvão Teles adiantou que à indeminização
há que acrescentar juros de 36,5 % ao ano, pelo que a dívida já ultrapassa os
20 mil contos, além das custas do processo. O advogado da Filform disse ainda
ter indicações, embora sem confirmação, que a penhora, ordenada pelo 16.º Juízo
do Tribunal Cível da Comarca de Lisboa, teria sido já executada, enquanto fonte
próxima da empresa disse à Anop que pelo menos o carro de exteriores teria sido
penhorado sexta-feira. Galvão Teles adiantou que a RTP foi condenada pelo não
cumprimento de um contrato com a Filform para a empresa realizar uma série
chamada «Risos e lágrimas», que incluiria um conto alegre e outro dramático de
diversos autores portugueses.” 

Sexta-feira,
14, “não são fanáticos do campismo, militantes ecológicos ou seguidores de uma
qualquer filosofia que incita ao convívio nos grandes espaços. São estudantes
de várias faculdades que vivem e estudam em Monsanto por não terem lugar nas
residências dos Serviços Sociais Universitários. «Somos estudantes
universitários com piores condições na Europa, a viver no melhor parque de
campismo europeu», sintetiza, com ironia, Maria Filomena Loureiro. Para esta
aluna de Direito a vontade de continuar a estudar levou-a a habituar-se às
normas do parque que é testemunha de uma situação inédita: o campismo, não por
opção, mas por necessidade. (…). É aqui, que muita gente – estudantes,
retornados e famílias inteiras – moram. Aliás, a falta de habitação não perdoa
e a «arte do desenrasca» tenta não conhecer uma palavra de cinco letras: crise!
Cada estudante, da dezena que habita no parque, tem os seus motivos próprios, a
sua história a contar. Em comum, uma situação de carência a que as estruturas
de apoio não dão resposta. António veio de Leiria para frequentar o ISCSP. À
chegada a Lisboa, as primeiras dificuldades: onde ficar, com os quartos a mais
de dez contos por mês? (15 600$00 era o salário mínimo em 1984). Desde outubro
está em Monsanto… a viver em 3,5 metros quadrados. A área de uma canadiana.
«Quando me matriculei meti os papéis para o alojamento; mandaram-me, então, ir
saber o resultado no dia 8 de novembro». Assim começou para este jovem uma
verdadeira odisseia, um combate contra a burocracia e a indiferença. «Quando lá
cheguei disseram-me que tinha que voltar no dia 13; mais tarde a assistente
social marcou-me outro encontro para uma semana depois; e, finalmente, a 19
disse-me que não era naquele dia». A vida deste estudante é limitada pelos seis
contos que tem de mesada e por uma bolsa de estudo de pouco mais de mil
escudos. Para ele, a esperança é o dia 3 de janeiro, data a partir da qual
poderá ter acesso a um quarto numa residência universitária. Até lá, há que
andar sempre com um saco, onde as fotocópias emprestadas pelos colegas, «que
com seis contos comprar livros é impossível» convivem com as peças de roupa que
não pode deixar na canadiana. «Já me roubaram uma vez, e nem pensar em deixar
qualquer coisa na tenda». (…). «No parque pago um pouco menos de 2400 escudos,
porque vou todos os fins de semana à boleia a Leiria», recapitula António. «O
passe custa-me 1320 escudos, almoço e janto na cantina… agora faça as contas».
«Isto é bom para passar férias, mas estar aqui o ano inteiro…», comenta com
desagrado, enquanto acaricia o pescoço ainda dorido por uma noite de estudo,
deitado na tenda.

Filomena
Loureiro tem os mesmos problemas e apenas uma vantagem: vive numa tenda maior.
«Tento dar uma maior comodidade, para ver se esqueço onde vivo». No seu caso, o
preço de um quarto oscilava entre os sete e os dez mil escudos; preço
incomportável para quem dá explicações e trabalha em part-time para poder ir
estudando. Por isso, a crítica é unanime. «É esta a apregoada política de
educação para todos?», pergunta António. «Não aceito isto, e se ainda estou
aqui à espera é por pensar que vai ser uma situação transitória». Filomena
junta mais uma acha à fogueira, ainda em lume brando, do justificado protesto:
«em Portugal não se constroem habitações para estudantes, e gasta-se dinheiro
com a alta competição». (…). Na sua estadia em Lisboa, António foi
apenas uma vez ao cinema, ainda não entrou em nenhum teatro e lamenta ao
menos não poder ver televisão. Tem como companhia um pequeno transístor cor
de laranja. (…). Vítor Rodrigues, no 4.º ano de Medicina, e de passagem pelo
parque, contrapõe o exemplo estrangeiro: «estive em França e vi que, quando os
estudantes se deslocam de cidade para cidade, têm alojamento, pequenos
apartamentos que dividem entre si». Contundente, Vítor sublinha que «esta
situação é derivada ao facto de sermos um país mediano, entre os ricos e os
pobres». (…). A viver há mais tempo em Monsanto, Filomena junta outro episódio:
«os estrageiros que vêm cá de ano a ano, quando nos reencontram ficam de boca
aberta por ainda nos verem cá».” 

Sábado, 15, “supõe-se
que a proposta de Orçamento para 1985, que devia ter dado entrada no parlamento
até 15 de outubro, seja entregue ao presidente da AR no fim da próxima semana,
depois de ser discutida «artigo a artigo» no plenário do conselho de ministros.
(…). O problema crucial para o governo é saber se mantém o défice no apertado
limite de 312 milhões de contos sem paralisar a atividade produtiva, sem
desmantelar o setor empresarial do Estado e sem apertar demasiadamente o cinto
dos eleitores. Das notícias já vindas a lume sobre estas questões parece que o
mais insatisfeito, neste momento, é o ministro da Indústria Veiga Simão, que se
bate contra as Finanças para manter a tutela das mais importantes EPs, ao mesmo
tempo que quer manter à tona alguns projetos de reconversão industrial lançados
nos últimos anos e hoje ameaçados devido ao estrangulamento financeiro. É neste
contexto que Veiga Simão acusa as Finanças de terem agravado a crise, das
empresas públicas, obrigando-as a contrair empréstimos no estrangeiro, em
dólares, apenas para melhorar a situação da balança de pagamentos, embora no
país existissem recursos disponíveis. Algumas das medidas de contenção que
estariam em debate no Executivo são hoje reveladas no Semanário. Assim, seria
muito condicionada a admissão de funcionários públicos (apenas 10 % dos
aposentados), limitadas as remunerações acessórias, ao nível de 84, despedidos
os tarefeiros e o pessoal excedentário ou transferido ou dispensado de
comparecer ao serviço mediante uma redução de 10 % do vencimento. Os aumentos
de despesas com o pessoal da função pública não poderiam ultrapassar os 18 %. Outra
área grandemente atingida pelas medidas restritivas é a Saúde. Aí as limitações
de despesas traduziam-se, nomeadamente, no fim da garantia de emprego para os
licenciados e pessoal de enfermagem e no adiamento para o 2.º semestre de 85 da
abertura de novos hospitais. De acordo com o mesmo jornal, iriam ser
restabelecidas as taxas moderadoras e revisto o regime da previdência rural,
que custa 30 milhões de contos, mas apenas tem receitas de dois milhões. No
campo do ensino, uma das propostas em debate seria a do aumento dos preços das
propinas e das refeições das cantinas, paralelamente ao condicionamento da
construção de novas escolas.”      

Segunda-feira,
17, “o iate Vagrant, que pertenceu aos Beatles, é agora atração turística com o
nome do lendário conjunto musical, atracado no cais do Funchal. O barco, que em
1966 foi propriedade dos Beatles para recreação, encontra-se dividido em três
setores, a esplanada, inaugurada em 1984, um restaurante tipo marisqueira e um
disco-pub, o primeiro com abertura prevista para o verão de 1985. Em relação ao
disco-pub, João Faria (proprietário do barco juntamente com o seu pai João
Bartolomeu Faria), referiu que é uma inovação que se pretende lançar na Madeira.
Disse que se trata de um lugar onde as pessoas poderão descansar inclusivamente
durante o dia, com música suave, «sem ser propriamente uma discoteca». João
Bartolomeu Faria, de 58 anos, adquiriu o barco quando este foi posto a flutuar
depois de em 1977 ter encalhado na praia das Alcaravaneras
em Las Palmas, nas Canárias. A ideia inicial era de restaurar o Vagrant para
ampliação da frota dos Amigos do Mar, organização de turismo náutico
pertencente à família Faria, que dispõe hoje em dia de cinco lanchas para pesca
desportiva nos mares da Madeira. Foi então, pelo facto de não haver hipótese de
restaurar a embarcação para navegar, que surgiu o projeto atualmente posto em
prática, da autoria de João Bartolomeu Faria. (…). O barco foi construído em
1941, nos estaleiros Bath Iron Works em Maine, EUA, para um multimilionário
de nome Horace Vanderbilt, tendo também pertencido à família do magnate grego
Goulandris e ao cantor Donovan. (…). João Carlos Abreu, secretário Regional do
Turismo e Cultura, disse ser o iate «uma peça muito bonita dentro da cidade» e
sublinhou que os Beatles constituíram «uma etapa importante na música do
mundo». «Revolucionaram a música e, portanto, qualquer coisa que tenha
pertencido aos Beatles é importante do ponto de vista turístico», salientou
aquele membro do governo regional da Madeira, entidade que está a estudar um
processo para apoio à conclusão do inédito complexo [3].

O iate
Vagrant, colocado ao lado da marina do porto do Funchal, foi construído
originalmente em aço, tem 35,70 metros de comprimento, a largura máxima é de
7,60 metros e o pontal de 3,14 metros. Quando navegava tinha uma autonomia de 3
mil milhas e possuía oito cabinas que eram um verdadeiro luxo, no dizer de João
Faria e dispunha ainda de um salão de jantar, além dos camarotes da tripulação.
Estava equipado com um motor diesel Cooper Bessemer de 450 cavalos e 8
cilindros, embora o essencial para a navegação fossem as velas que partiam de
um mastro em madeira para outro de liga metálica. As características gerais do
Vagrant estão mantidas, embora algumas alterações fossem introduzidas, como é o
caso da ponte de comando, por uma questão de funcionalidade do bar e esplanada
«The Beatles». O barco, que foi dos Beatles, veio para a Madeira em 1979 e só
depois de dois anos e meio, em maio de 1982, é que se iniciaram os trabalhos de
adaptação ao projeto em curso, parte dos quais concluídos em 1984 com a
abertura do café e esplanada. Para a colocação no local onde hoje pode ser
visitado, operação que não foi fácil em virtude das suas 248 toneladas de
arqueação bruta, teve de ser aberta uma vala, que com a maré cheia tinha de ter
um nível de água igual ao do pontal do barco, de cerca de 3,10 metros. «Quando
cavavam o mar deitava outra vez para trás os calhaus» disse João Faria, que
referiu: «foi trabalho de dias». Foram necessárias duas semanas para colocar o
Vagrant na posição em que se encontra atualmente, para o que se aproveitou a
maré alta utilizando-se macacos hidráulicos, um à frente e um de cada lado do
iate, para o subirem a 2,5 metros do nível do mar.”       

Segunda, 17,
“ o cidadão português morto sexta-feira à tarde numa emboscada por elementos da
RENMO nos arredores de Maputo, chamava-se José Cardoso. Até ao momento, desconhecem-se
outros pormenores sobre a identificação do português, a décima sétima vítima de
ações da RENAMO em Moçambique em 1984, tais como nome completo, idade, e o que
fazia no local da emboscada. O conselheiro da embaixada portuguesa em Maputo,
João Deus Ramos, que substitui o embaixador José César Paulouro das Neves, de
férias em Portugal, desconhece igualmente outros pormenores mas disse que
talvez hoje seja possível esclarecer completamente a situação [4]. As vítimas seguiam em quatro veículos civis
pertencentes à empresa moçambicana de lacticínios e a uma exploração agrícola
local, em direção a Maputo quando foram intercetadas. De acordo com as
testemunhas, os elementos da RENAMO ordenaram-lhes que saíssem dos carros e
mataram-nos, imediatamente, a tiro e à facada. Alguns dos veículos foram então
incendiados com alguns corpos no interior. O português morto era namorado da
filha do governador da província de Gaza, a qual foi também morta no ataque.” [5]    

__________________

[1] Rui Pereira,
ministro da Administração Interna, era um ministro imbuído: “Esse acordo, ao
contrário do que já se disse também, não se destina a trocar dados de cidadãos
em geral, apenas se destina a trocar dados de pessoas que tenham cometido, ou
que se preparam para cometer, crimes graves ou atos terroristas, e é um acordo
que assegura a reciprocidade. Nós damos dados dessa natureza aos Estados Unidos,
eles dão-nos a nós. Porquê? Porque é inconcebível, por exemplo, haja um
atentado terrorista bem-sucedido contra as torres das Amoreiras ou contra
um edifício de Nova Iorque por falta proteção e transmissão de dados. Nenhum
cidadão compreende isso.” (2011).

Rui Pereira no
final do 1.º curso para chefes da PSP (só havia cursos para subchefes):
“Trata-se, diria eu, de uma boa novidade, para a Polícia de Segurança Publica,
mas trata-se sobretudo de uma boa novidade para o país e para os cidadãos,
porque eles vão estar de uma forma ainda mais competente e dedicada ao serviço
de Portugal.” (2010).

Não só de
ministros grandes vive Portugal. No meio da poeira da crise bancária europeia,
Portugal tinha, por graça de Nossa Senhora, os melhores banqueiros do mundo. Lucros
da banca no primeiro semestre de 2010. BES: 282,2 M€; Santander: 247 M€
desceu); BCP: 163,2 M€; BPI: 99,5 M€.

[2] “Pode, para
conciliar o estranho amor que sente pelos homens com a sua eterna justiça, não
menos singular, sacrificar o seu único filho, como no-lo conta o Evangelho. Porém,
abdicar, suicidar-se por amor dos homens, não o fará nunca – a menos que a isso
seja obrigado pela crítica científica. Enquanto a crédula fantasia dos homens
permitir que Deus exista, este será sempre soberano absoluto, senhor dos
escravos. É, pois, evidente que tratar os homens segundo o mandamento de Deus
não pode significar senão tratá-los como escravos. O amor pelos homens segundo
Deus é o amor pela sua escravidão. Eu, individuo imortal e completo graças a
Deus, sinto-me livre porque sou escravo de Deus e não tenho necessidade dos
outros homens para tornar mais completa a minha existência intelectual e moral.
Conservo todavia as minhas relações com eles para obedecer a Deus e, ao amá-los
por amor a Deus, ao tratá-los segundo Deus, quero que sejam escravos de Deus
como eu próprio sou. Por conseguinte, se ao amo soberano agrada eleger-me para
fazer prevalecer a sua vontade sobre a Terra, saberei obriga-los a isso. É este
o verdadeiro caracter daquilo a que os adoradores de Deus, sinceros e honestos,
chamam amor humano. Não é tanto a abnegação dos que amam como o sacrifício
forçado daqueles que são objeto – ou melhor, vítimas – desse amor. Não é a sua
emancipação, é a sua servidão para maior glória de Deus. É assim que a
autoridade divina se transforma em autoridade humana – é assim que a
Igreja dá origem ao Estado. (…).        

“Três
elementos – ou, se se prefere, três princípios historicamente fundamentais –
constituem as condições essenciais de todo desenvolvimento humano, tanto coletivo
ou como individual: 1.º a animalidade humana; 2.º o pensamento; 3.º a revolta.
À primeira condição corresponde propriamente a economia social e privada; à
segunda, a ciência; à terceira, a liberdade. Os idealistas, sem exceção de escolas
(aristocratas e burgueses, teólogos e metafísicos, políticos e moralistas,
religiosos, filósofos ou poetas, – sem esquecer os economistas liberais,
admiradores desenfreados do ideal), ofendem-se muito quando se lhes afirma que
o homem, com sua inteligência, as suas ideias e aspirações sublimes, não é mais
do que matéria; matéria semelhante a tudo o que existe sobre a Terra. Poder-lhes-íamos
responder que a matéria de que falam os materialistas – matéria espontânea e
eternamente móvel, ativa e produtiva, matéria química e organicamente determinada,
caracterizada pelas propriedades mecânicas, físicas, animais ou inteligentes
que lhe são inerentes – não tem nada em comum com a «vil matéria» de que falam os
idealistas. Para estes, a matéria, produto da sua falsa abstração, é
efetivamente uma coisa estúpida, imóvel, incapaz de produzir o que quer que
seja, um «caput mortuum», uma insignificância, comparada com a «infinita»
imaginação a que chamam deus, ser supremo perante o qual a matéria por eles
concebida – e que despojaram de tudo o que constitui sua natureza real – não
pode deixar de representar mais do que o supremo Nada. Tiraram à matéria a
inteligência, a vida, as qualidades determinantes e até o próprio movimento sem
o qual não seria sequer pesada, não lhe deixando mais do que a imponderabilidade
e da imobilidade absoluta no espaço. Atribuíram todas essas propriedades e
forças a um ser imaginário, criado por sua fantasia abstrata. E assim,
invertendo os papéis, chamaram esse produto de sua imaginação, a esse fantasma,
esse deus que é nada - «ser supremo». Por conseguinte, declararam que o ser
real, a matéria, o Mundo, é o nada. Depois disso pretendem impingir-nos que a matéria
não é capaz de produzir, nem sequer de ter movimento próprio, e que, por conseguinte,
não pode deixar de ter sido criada por seu Deus.” Em “Deus e o
Estado”, Bakunine.

“Ainda se o
divino Salvador tivesse salvado o mundo humano! Mas não; no paraíso prometido
pelo Cristo, como se sabe, visto que é formalmente anunciado, haverá poucos
eleitos. O resto, a imensa maioria das gerações presentes e futuras arderão
eternamente no inferno. Enquanto isso, para nos consolar, Deus, sempre justo,
sempre bom, entrega a terra ao governo dos Napoleão III, Guilherme 1,
Ferdinando da Áustria e Alexandre de todas as Rússias. Tais são os contos
absurdos que se narram e as doutrinas monstruosas que se ensinam, em pleno
século XIX, em todas as escolas populares da Europa, sob ordem expressa dos
governos. Chama-se a isto civilizar os povos! Não é evidente que todos os
governos são os envenenadores sistemáticos, os embrutecedores interessados das
massas populares?” Em “Deus e o Estado”, Bakunine.

[3] “O iate Vagrant,
antiga propriedade dos Beatles, afundou-se na noite de terça-feira [10/12/2013],
em consequência da forte agitação do mar que fustigou a costa sul da ilha da
Madeira. O iate que em julho passado tinha sido rebocado do Funchal para o
porto de abrigo do Caniçal, onde aguardava a definição da zona de afundamento
para ser transformado num recife artificial, foi uma das 25 embarcações que se
afundaram nos dois últimos dias por causa da forte ondulação de sudeste. Todos
os 15 barcos que estavam abrigados no Porto de Santa Cruz foram ao fundo. No
porto e marina de Machico afundaram-se cinco embarcações, no Funchal duas,
tantas como na Calheta. A remoção coerciva do iate Vagrant para o Caniçal, onde
aguarda o desfecho de um longo imbróglio judicial, esteve envolta em polémica
que opõe o atual proprietário, João Bartolomeu Faria ao governo regional e
autoridades marítimas. O executivo madeirense alegou ser urgente
avançar com as obras de construção do novo cais e dos trabalhos na foz das
ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia, na sequência do temporal de fevereiro
de 2011.
Já o
empresário recusava dar cumprimento à notificação recebida para desocupar a
área, na faixa litoral a leste do cais da cidade, onde instalou o iate em 1984
para o transformar num complexo de restauração com esplanada constituída por
pequenas canoas. O iate Vagrant, ‘Vagabundo’, em português, foi adquirido por
Faria na vizinha ilha de Gran Canária, onde estava encalhado na sequência de um
acidente no dia de Natal de 1977. Reposto a flutuar, chegou à Madeira em 1979
e, três anos depois, originou o complexo de restauração. Foi inaugurado a 10
outubro de 1984 por Alberto João Jardim, que agraciou então o empresário com o
galardão Estrelícia Dourada pelos altos serviços em prol do turismo.”

[4] Falecido a
14 de novembro de 2015. “José César Pauloro das Neves nasceu a 21 de outubro de
1937, no Fundão. Licenciou-se em Direito em Coimbra, onde se iniciou num
combate sempre discreto mas firme contra a ditadura. Em maio de 1959 foi um dos
402 estudantes, das três academias, que subscreveram um manifesto dirigido a
Salazar, pedindo a sua demissão. Endereçado não ao Presidente do Conselho mas
ao «Professor Doutor António de Oliveira Salazar», sugeria o seu «afastamento
da vida pública, por ocasião do 70.º aniversário, como condição primeira da
resolução do problema político nacional, capaz de contribuir duma forma
significativa para a pacificação da Família Portuguesa». Em abril de 1960 foi
eleito para a Assembleia Magna da AAC, numa lista de oposição à ditadura,
liderada por Carlos Candal – a primeira desde 1944, quando Salgado Zenha fora
eleito presidente. (…). No VIII Governo Constitucional, de Pinto Balsemão,
chefiou o gabinete do ministro dos Estrangeiros, Vasco Futscher Pereira. Antes,
fora assessor diplomático de Maria de Lurdes Pintasilgo, a primeira-ministra do
V Governo. De permeio, e a pedido de Jorge Sampaio, dera um contributo decisivo
na elaboração do programa de política externa da Frente Republicana e
Socialista, FRS – que viria a perder as eleições de 1980 para a Aliança
Democrática. Entrado no ministério dos Negócios Estrangeiros, o primeiro posto
no estrangeiro, entre 1968 e 1973, foi Tóquio. Ao todo, esteve 21 anos fora do
país, com passagem pelas embaixadas de Brasília, Maputo, Madrid, Paris e Roma. O último
posto foi Roma. Em 2003, quando completou 65 anos e teve de deixar a carreira,
o presidente da República chamou-o para consultor. «O Sampaio tinha passado
pelo Instituto Universitário Europeu de Florença e dissera-me que, quando
deixasse de ser embaixador, gostava de contar comigo. O que fiz com muito
gosto» – afirmou ao autor, numa entrevista. Da mesma geração de Sampaio, mas um
ano mais velho, haviam-se conhecido há quatro décadas, na crise académica de
1961. Amigos desde então, com uma relação de grande confiança mútua,
apesar disso nunca se trataram por tu. (…). Um dos momentos mais
intensos em Belém foi a cimeira das Lajes, juntando George W. Bush, Tony Blair,
José Maria Aznar e Durão Barroso. «Foi uma surpresa para toda a gente,
inclusivamente para o presidente, que só foi avisado à última da hora. Ficou
francamente incomodado com a forma como tudo se tinha passado. Sampaio travou
até onde pôde» a participação de Portugal na invasão do Iraque. «Defendeu a
teoria dos serviços mínimos e pôs em prática esse conceito». (…).

A França e
muito especial Paris marcaram a fase final da carreira de Paulouro – como todos
o conheciam. Em Belém já estava Sampaio. Em 1996, acompanhou o presidente
quando se deslocou a Paris para as comemorações do 150.° aniversário do
nascimento de Eça de Queiroz, que fora cônsul na capital francesa. Os dois
visitaram a casa onde Eça viveu, em Neuilly-sur-Seine, e onde escreveu algumas
das melhores páginas da ficção portuguesa. Ao ato associou-se o então maire de Neuilly, Nicolas Sarkozy –
futuro presidente de França. Para o jantar na embaixada, Paulouro convidou a
nata do socialismo francês: Laurent Fabius, Lionel Jospin, Michel Roccard, mas
também intelectuais como o filósofo Jacques Derrida e o escritor espanhol Jorge
Semprún. Mais tarde, organizou um jantar de Sampaio com o primeiro-ministro
socialista Lionel Jospin. «Servi um vinho do Porto do ano em que o Jospin e eu
nascemos, 1937, mas infelizmente já não estava grande coisa. Claro que não lhe
disse isso».”

[5] Graças a
Deus o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, foi ensinado nas faenas democráticas
pelo melhor, por Luís Delgado que Carmo, uma tia de Pimpinha e Isaurinha, uma
das irmãs de Cinha Jardim, enviara para o mato de Moçambique nessa nobre
pedagógica missão, morreu santo a 3 de maio de 2018. “Afonso
Macacho Marceta Dhlakama nasceu no primeiro dia do ano de 1953. Com o fim da
Guerra Colonial, em 1974, Dhlakama ingressou na Frelimo, abandonando o partido,
em divergência, dois anos volvidos. Então, funda em Harare, no Zimbabué, a
Resistência Nacional de Moçambique, a RNM, um movimento armado apoiado pelos
serviços secretos da Rodésia — tendo a RNM como principais ideólogos políticos
e militares, para além de Dhlakama, o chefe dos serviços secretos rodesianos,
Ken Flower, e Orlando Cristina, antigo membro da PIDE-DGS. As primeiras ações
armadas da RNM registam-se na Gorongosa, precisamente onde esta quinta-feira o
líder da Renamo morreu.”

na sala de cinema

“Il mio nome è Nessuno” (1973), real. Tonino Valerii, c/ Terence Hill,
Henry Fonda, Jean Martin … sob o título local “O meu nome é Ninguém” estreado sexta-feira,
30 de agosto de 1974 no Aviz, Éden, Roma e Oxford (Cascais). Reposto, quinta-feira,
2 de setembro de 1982 no Politeama e no Sheza. “Jack Beauregard (Henry Fonda) é
um pistoleiro velho que se quer reformar pacificamente na Europa. Três
pistoleiros tentam emboscá-lo na barbearia. Depois de despachá-los, o filho do baeta
pergunta ao pai se há alguém no mundo mais rápido que Beauregard, ao que ele
responde: «Mais rápido do que ele? Ninguém!» Beauregard faz uma pausa na sua jornada
para ver um vagabundo (Terence Hill) apanhar um peixe. Então, dirige-se a uma
velha mina, apenas para descobrir que o seu amigo Red acaba de ser baleado por
um bando. Beauregard pergunta-lhe pelo paradeiro de um certo Nevada, mas Red
apenas consegue dizer a povoação onde está Nevada, antes de morrer.”
Factos: “Enquanto caminhava por Boot Hill, Ninguém mostra a Beauregard que um
dos nomes numa lápide é Sam Peckinpah. Nesse mesmo ano, Clint Eastwood, em «O pistoleiro
do Diabo» (1973), tem uma cena em Boot Hill, que inclui uma lápide de Sergio
Leone e outra de Don Siegel.” “Posate le pistole, reverendo” (1971), real. Leopoldo Savona, c/ Mark
Damon, Pietro Ceccarelli, Veronika Korosec … sob o título local “A minha arma
não perdoa” estreado quinta-feira, 1 de julho de 1982 no Politeama. “Geremia, um
burlesco pizeiro napolitano, conduz a sua carroça pelo faroeste na companhia
das duas filhas, Lucy Petrona, filha de Angelina e Mary, filha de Ninetta,
quando encontra o vagabundo e desleixado Slim, dito, o Porcalhão. Este, ajuda-o,
moralmente, durante uma investida de três bandoleiros que queriam desenferrujar
o prego nas filhas e, no caminho para a povoação mais próxima, sabendo por um
astrónomo de um eclipse na próxima segunda-feira às 11h57, elabora um plano para
enriquecerem, que requer que o relutante Geremia use roupas de padre,
substituindo o antigo sacerdote assassinado, e caia nas boas graças de
Coldwater, o dono do saloon, que tem um considerável tesouro escondido que foi
roubado há anos a Sam, um conhecido de Slim. Para dar credibilidade na apresentação,
Slim faz-se passar por aleijadinho e, de forma trapalhona, Geremia cura-o:
«Ponho a testa sob a mão deste pobre cretino, ouve a voz da verdade…». Na pancadaria
de bar, para festejar o bendito milagre, Lucy e Mary aproveitam para esvaziar
os bolsos dos distraídos espetadores. Durante a agendada missa para
segunda-feira, «porque domingo é dia de descanso», o sol apaga-se,
aterrorizando Geremia. Mary: «Slim, o que aconteceu?». Slim: «Não é nada, não
tenham medo, é apenas um pequeno eclipse». Lucy: «Um quê?» Slim: «É uma coisa
que fazem os gregos».”
“La petite fille en velours bleu” (1978), real. Alan
Bridges, c/ Michel Piccoli, Claudia Cardinale [1],
Lara
Wendel … sob o título local “A rapariga do vestido azul” estreado
quinta-feira, 29 de abril de 1982 no Castil e no Estúdio 444. “Um cirurgião judeu
vienense, Conrad Bruckner (Michel Piccoli), vive na Côte d’Azur enquanto
aguarda o seu visto para Inglaterra. Estamos em 1940, dentro de poucas semanas
o exército alemão ocupará a França. Conrad deve submeter-se ao controle de
residentes estrangeiros, mas escapa às burocracias da polícia francesa graças a
Casarès (Marius Goring), um homem de negócios poderoso a quem ele salvou a vida
e que, agora, protege-o e alberga. Operando clandestinamente no hospital do seu
amigo Lherbier (Bernard Fresson), o cirurgião atura com paciência a fauna
humana ociosa e estúpida, da qual o seu riquíssimo amigo gosta de se rodear. A chegada de Fabrizzio Ponti (Umberto Orsini), um
célebre pianista italiano em fuga da polícia fascista e gravemente ferido por
ela, levará Conrad a mudar o seu estilo de vida. De facto, ele apaixona-se por
Laura (Lara Wendel), a filha de treze anos de Francesca Modigliani (Claudia
Cardinale), que fugiu de Itália com o seu amante, Fabrizzio. Laura, longe de ser insensível ao charme do
cinquentão, irá ao ponto de se oferecer a ele. Mas Conrad recusa. No entanto,
quando Laura, de partida para os EUA com a mãe, vem despedir-se, o cirurgião
não consegue conter a emoção. O escândalo rebenta. Casarès rejeita-o e Conrad,
agora sozinho, irá morrer sob as balas de assassinos italianos que pensam estar
a executar Ponti.”
[2] “Cara dolce nipote” (1977), real. Andrea Bianchi, c/ Ursula Heinle,
Femi Benussi, Francesco Parisi … sob o título local “A
sobrinha é de gritos” estreado quarta-feira, 29 de abril de 1981 no Odéon. “Corrado é
o inconsolável viúvo da belíssima Laura, que vive da memória da mulher,
conservando ciosamente as suas roupas e evitando frequentar o sexo feminino. O
seu microcosmo pessoal entra em crise com a chegada da bela e desinibida
Daniela (Ursula Heinle) que, com as suas curvas, mas sobretudo com a sua visão
desempoeirada da mulher moderna, cria forte turbulência no seu tio. Ainda no
autocarro do aeroporto, um desconhecido acaricia-lhe o rabo e roça-se nela, não
sendo o seu tipo de homem, repara num charmoso piloto, Franco Santi (Francesco
Parisi), discretamente, com o olhar, faz-lhe sinal de ajuda, e este protege-a
colocando-se entre ela e o homem. Franco: «Posso voltar a encontrá-la?»
Daniela: «Na vida tudo pode acontecer. O meu tio mora na Villa della Lombrosa,
5, uma vivenda um pouco fora de Milão.» Na casa do tio, Daniela não tem
preconceitos, toma duche de porta aberta, irritando Corrado. Ela acalma-o: «Nos
dias de hoje, o pudor é uma forma de psicopatia». Corrado: «Então, por outras
palavras, segundo tu, estarei louco». Daniela: «Eu apenas penso que entre
parentes um pouco de confiança não faz mal». A beleza de Daniela também atrai o
vizinho, Riccardo Atteni (Lucio Flauto), homem maduro que ostenta fama de
engatatão. Um simples funcionário do aeroporto que finge ser piloto e é conhecido
na vizinhança pelas suas «orgias noturnas à base de champanhe», uma ilusão
criada por uma banda sonora e um recorte de uma silhueta de mulher em movimento
para provocar uma sombra nas cortinas. Atteni declara-lhe o seu amor quando Franco, com um ramo de flores, bate à porta.
Daniela, de joelhos no sofá, recebe-o à janela. O seu rabo espetado, cingido
numa saia verde, abotoada atrás, desperta a concupiscência de Atteni que abre
os botões e alambaza a língua naquela bojuda guloseima, enquanto, do lado de
fora, Franco abre o coração: «Desde o primeiro dia em que a vi, não tenho feito
outra coisa senão pensar em si». Daniela: «Verdade? Hm. Hm.» Franco: «Juro, vai
pensar que estou louco, é a pura verdade. Estou aqui para lhe dizer que gosto
de si». Daniela, cada vez mais excitada, pede a Franco que suba até à janela.
Franco: «Eis-me, cheguei, amor». Daniela: «Também eu, amor, beija-me».
Beijam-se através das grades. Daniela atinge o orgasmo. E Franco cai da escada.
Franco: «Foi maravilhoso». Daniela: «Ó sim, maravilhoso, nunca mais o
esquecerei». Daniela visita o antro dos seus amigos hippies. Steffano: «Na Índia, hoje, é o Diwali, a festa da lua, estamos
a celebrar também nós». Daniela: «De que modo?» Steffano: «Sentando em círculo,
dizendo oom e fumando erva». Entretanto,
o conservador tio procura-a, e dá com ela cheia de tesão por causa da erva. Corrado
retira-a debaixo de uma cena de carnalidade, «degenerados», «putas», «Daniela,
mexe-te, vem cá», contrariada, a erva excitara-a, «quero fazer amor, oom». Corrado carrega-a ao colo para a
cama, Daniela delira, «mais uma vez, mais uma vez, fode-me, fode-me, quero
foder, quero foder! Ó, sim, é belo assim, faz-me vir». Corrado, desnorteado
diante do êxtase da sobrinha, resiste às insistentes solicitações daquele doce
corpo que «quer fazer amor». Depois de solucionar os problemas do tio e de
Atteni, Daniela parte com Franco. No autocarro, outro desconhecido roça-se
nela, este, um bonitão, agrada-lhe, e apesar do abraço amoroso de Franco para a
proteger do roço, ela cederá as suas volúpias físicas e metafisicas ao outro.”
“Contamination” (1980),
real. Luigi Cozzi, c/ Ian McCulloch, Louise Marleau, Marino Masé … sob o título
local “Uma aventura fascinante” estreado sexta-feira, 2 de janeiro de 1981 no
Pathé e no Politeama. “A banda sonora dos Goblin
dá a «Contamination» o som datado do jazz
da televisão das séries dos anos 70 como «Streets of San Francisco», bem como
dos filmes e mistérios de Dario Argento, cujas bandas sonoras são geralmente
composições dos Goblin.” “A
Guarda Costeira é enviada para verificar um navio que se dirige sem autorização
para o porto de Nova Iorque; não estabeleceu contacto desde a noite anterior,
não obstante, está a entrar no porto a alta velocidade. De um helicóptero, um
dos enviados para inspecioná-lo informa que não há sinal da tripulação, mas os
botes salva-vidas estão todos lá. Ele aconselha que o barco seja colocado de
quarentena. Naquela noite, o dr. Turner (Carlo Monni) do Departamento de Saúde
reúne-se no cais com o tenente Tony Aris (Marino Masé) da polícia de Nova
Iorque. Aris explica que um homem foi transportado a bordo para travar o navio
e atracá-lo, e que não há sinal de vivalma, embora ele tenha notado um cheiro
estranho, como algo a apodrecer. Turner, Aris e três polícias usam roupas de
proteção e sobem a bordo. Encontram o diário de bordo, que não regista nada
invulgar; entretanto, no meio da desordem, deparam-se com refeições meio
comidas e abandonadas.” “Sedotta e abbandonata” (1964), real. Pietro
Germi, mús. Carlo
Rustichelli, c/ Saro Urzì, Stefania Sandrelli, Aldo Puglisi … sob o
título local “Seduzida e abandonada” estreado quarta-feira, 17 de setembro de
1969 no Império; o filme foi exibido na rubrica Os bons velhos tempos, sexta-feira, 1 de março de 1974, às
18h30, também no cinema Império; e voltou aos ecrãs, quinta-feira, 4 de setembro
de 1980 no Estúdio. “Filme a seguir a «Divorzio all’italiana» [c/ Marcello
Mastroianni, Daniela Rocca, Stefania Sandrelli … sob o título local «Divórcio à
italiana» estreado quinta-feira, 20 de novembro de 1969 no Roma], «Seduzida e
abandonada» é ainda melhor e mais audacioso – uma escalada de calamidades
cómicas que ocorre numa pequena cidade siciliana quando Agnese (Stefania
Sandrelli), estudante de 16 anos, perde a virgindade com o noivo da irmã. As
coisas que dom Vincenzo, o pai, fará para restaurar a honra da família!
Eloquente, diabolicamente inteligente e estilisticamente executado até à
perfeição, o filme é uma amarga sátira social, criticando de forma irónica a
hipocrisia dos valores da família, costumes, condições religiosas e políticas
de uma sociedade atravessando maciças mudanças no início da década de 60. A
Sicília é retratada como uma sociedade bastante conservadora e atrasada, com as
suas próprias regras e imponentes patriarcados que levam a casamentos sob a
mira da caçadeira, raptos e crimes misóginos em nome da honra da família, com
advogados e polícias corrompendo ainda mais o assunto.” “Durante uma
tarde de um tórrido verão siciliano, em Sciacca, os membros da família Ascalone
dormem. Na sala de jantar, em vez disso, explodem os instintos sexuais de Peppino
Califano, estudante de Direito, prometido esposo de Matilde, desejando a irmã
dela, Agnese, secretamente enamorada pelo jovem. A relação sexual é mantida
secreta pelos dois. A família não notaria nada se Agnese não tivesse, nos dias
seguintes, comportamentos inusitados. Os pais, desconfiados, obrigam-na a fazer
o teste de gravidez que dá positivo. Para o pai é um drama. Vincenzo Ascalone,
intransigente guardião da honra da família, abate-se como uma tempestade sobre
Peppino e os seus estupefactos pais, a quem ele impõe manter o silêncio e de
fazer casar o filho com a desonrada Agnese. Obriga Peppino a escrever uma carta renunciando
à promessa de casamento com Matilde, desconhecedora de tudo. Imediatamente
depois, dom Vincenzo elabora uma versão oficiosa boa para amigos e conhecidos:
foi Matilde quem não queria mais Peppino. Para validar esta versão, encontra
outro noivo para a filha: um jovem nobre sem cheta, o barão Rizieri. Agora
trata-se de convencer Peppino a casar com Agnese. No entanto, Peppino não
aceita casar com uma mulher que já não é virgem e que se revelou, embora
cedendo à sua sedução, uma rapariga fácil.” “Watchers” (1988), real. Jon Hess, c/ Corey Haim, Michael
Ironside, Christopher Cary … sob o título local “O limite do terror” estreado sexta-feira,
22 de setembro de 1989 no Politeama. “Ocorre uma explosão num laboratório
secreto, causando um forte incêndio. Um monstro mutante conhecido como OXCOM
(Outside Experimental Combat Mammal) escapa e persegue, através das matas
circundantes, um
golden retriever do mesmo laboratório. O cão corre e esconde-se num
celeiro. No celeiro está Travis Cornell (Corey Haim) com a sua namorada Tracey
(Lala
Sloatman). Pensando ser o pai dela, Travis pisga-se. Tracey descobre
o monstro e grita, alertando o pai que é atacado. Entretanto, Travis encontra o
cão no banco traseiro do carro, e uma força militar e policial varre a área
procurando pelos fugitivos. Travis percebe que o cão é extraordinário e decide
ficar com ele. Enquanto isso, um agente da NSO chamado Johnson (Michael
Ironside) é envidado pela empresa para recuperar os animais.”

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[1] Entrevista a Claudia Cardinale. “John
Wayne chamou-lhe «Maria-rapaz». O ator britânico David Niven de «a mais bela
invenção italiana depois do esparguete». (…). Euronews: «Quanto à sua vida na
Tunísia ela foi bem-sucedida e os seus primeiros passos no cinema parecem
tirados de um conto de fadas: um concurso de beleza, no qual não queria
participar, acabou por levá-la ao Festival de Cinema de Veneza. Conte-nos como
isso aconteceu?» Claudia Cardinale: «Foi uma coisa de loucos. Eu estava lá com
a minha mãe, também estavam lá todos os funcionários do consulado italiano, que
organizou o concurso, e todas as participantes já estavam no palco. De repente,
um cavalheiro chega, agarra-me pelo braço e coloca-me a faixa a dizer «a mais
bela de Tunes». Como recompensa, recebi uma viagem ao Festival de Cinema de
Veneza, ali o biquíni ainda não existia. Eu usava biquíni mas com uma djellaba e, de repente, todos os paparazzi me fotografaram. Começaram a
convidar-me para fazer filmes e eu respondia: ‘Não, eu não quero fazer cinema’.
Quando entrei no avião os jornais escreviam sobre mim: ‘A jovem que não quer
fazer cinema’». Euronews: «Fellini e Visconti levaram a sua carreira a um nível
internacional com os filmes «8 e ½» [c/ Marcello Mastroianni, Anouk Aimée …
estreado segunda-feira, 24 de fevereiro de 1964 no Tivoli] e «O Leopardo» [c/ Burt
Lancaster, Alain Delon … estreado segunda-feira, 7 de outubro de 1963 no
Tivoli], você disse: ‘Visconti deu-me asas, Fellini reconciliou-me comigo
própria’. O que quer dizer com isso?» Claudia Cardinale: «Eles estavam em polos
opostos. Com Visconti, antes de rodar, fazíamos ensaios, com todos os atores, à
volta de uma mesa. Tudo tinha de estar perfeito. Por outro lado, com Fellini
nem sequer havia argumento era tudo improvisação. Eu tive a oportunidade de
passar muito tempo com Visconti. Estávamos sempre juntos, eu estava sempre em
casa dele, fizemos viagens juntos, assistimos ao Festival de Sanremo. Já
Federico ajoelhou-se à na minha frente, ele adorava-me, ele ficava furioso
quando eu não comia o suficiente. Uma vez disse-me: ‘Tu pertences a África, à
terra: é por isso que és a minha musa’». Euronews: «Marcello Mastroianni disse,
publicamente, que sempre a amou. Robert De Niro fez cenas de ciúmes. Rejeitava
os seus inúmeros pretendentes mas, um dia, recebeu o telefonema do homem que,
naquela época, considerava ‘o mais irresistível do mundo’: Marlon Brando. Como
se passaram as coisas?» Claudia Cardinale: «Quando ele soube onde eu estava,
bateu à porta do meu quarto de hotel e fez tudo para… Depois olhou para mim e
disse: ‘bem, já entendi… és um carneiro como eu. Não vais cair a meus pés’.
Então foi-se embora e fechou a porta, e eu disse para comigo: ‘sou mesmo estúpida!’
Ele era o meu ator favorito».”

[2] Tanto “A rapariga do vestido azul” como
“Seduzida e abandonada” encaixam na Entartete
Kunst (arte degenerada) atual, e, por higiene, exige a sua proibição da
vista e rasura da História. Retratar mulheres, praticamente bebés, 13 e 16
anos, em arrochos voluptuosos extremos envergonha as democracias adultas, em
cuja adultização ainda não progrediu vontade política para a criação de um
Ministério da Purificação que reavalie toda a Arte passada e retire e apague e
queime aquela divergente ou antagonista dos bons valores. As sociedades evoluídas
não projetam filmes corruptores como, por exemplo, “Thirteen”
(2003), de Catherine Hardwicke, em que uma impúbere, Evie Zamora (Nikki Reed),
grita: “Ei, rapazes, a minha amiga quer chupar-vos a pichota.” Ou outra, uma criança
de treze anos, Tracy
Freeland (Evan Rachel Wood), trauteia irada para a mãe: “Sem soutien, sem
cuecas. Sem soutien, sem cuecas. Sem soutien, sem cuecas.” Ou o atentatório da instituição
familiar, “Lolita”
(1997), de Adrian Lyne / “Lolita”
(1962), real. Stanley Kubrick, com James Mason, Shelley Winters, Sue Lyon … (estreado
quinta-feira, 11 de maio de 1972 no Império). Ou “Pretty
Baby” (1978), de Louis Malle, c/ Brooke Shields, Keith Carradine,
Susan Sarandon … sob o título local “Menina Bonita” estreado sexta-feira, 2 de
novembro de 1979 no Apolo; no qual uma bebé de 12 anos, Violet, emprega noções desconhecidas
do seu grupo etário como “puta” ou “brandy”: Violet: “O nome da minha mãe era Hildegarde.
Hildegarde Marr. M-A-R-R.” Padre: “Ela era caucasiana, ou outra?” Violet: “Ela
era uma puta, padre.” Ou “Kids”
(1995), de Larry Clark, (após a cena inicial de pinanço entre Leo Fitzpatrick e
Sarah
Henderson), Casper (Justin Pierce): “Aquela miúda tem para aí uns
doze anos, e papaste-a?” Telly (Leo Fitzpatrick): Quem é que eu sou? Quem é que
eu sou? Sou o cirurgião de virgens, caralho.” Jovem este que vive sob o vândalo lema:
“Virgens. Amo-as. Sem doenças, sem buraco lasso como a cona de uma gansa, sem
galderice. Nada de nada. Apenas puro prazer.” As sociedades evoluídas não
penduram nas suas paredes afrontosos quadros como, por exemplo, “Cupid and
Psyche” (William Etty), “Enfant nu avec colombe” (Léon Bazille Perrault), “Le
Bain de Venus” (François Boucher), “L'Adorazione dei Magi con Sant'Elena” (Jacopo
Palma, o Velho), ou o arrepiante “Venus Fest” de Rubens… não decora recantos com
estátuas como São Martinho de Porres, da Blackfriars Priory School, em Adelaide, Austrália, ou
esculturas de Eric Gill,
ou a profanação da figura mais querida do consumo, Britney Spears, em “Monument To Pro-Life: The Birth of
Sean Preston” ou “Paris Hilton Autopsy”, ambas peças de Daniel Edwards…

Um pensador
do século XX anteviu estas candentes questões e lançou as bases filosóficas do
século XXI, salvo a datação histórica e umas insignificantes diferenças
semânticas, a sua obra representa a modernidade vigilante do impróprio, do
incorreto, do ofensivo. “Vejam o ‘menu’ dos nossos cinemas, das diversas casas
de espetáculos e dos teatros: é inegável que não é aí que se encontra o
alimento espiritual principalmente necessário à juventude. Nas exposições e
agências de publicidade trabalha-se com os mais baixos expedientes para atrair
a atenção do público: quem não perdeu a faculdade de pensar compreende
facilmente que tais práticas só podem acarretar prejuízos graves. Essa
atmosfera flácida e sensual induz manifestações e excitações num momento em que
o jovem não as consegue compreender. É muito pouco divertido ver na juventude
de hoje o resultado desse mundo de educação. Amadurecidos demasiado cedo,
envelhecem antes de tempo. Os tribunais fazem chegar aos ouvidos do público
muitíssimos casos que dão uma ideia horrível da vida espiritual das nossas
crianças de catorze e quinze anos. Não é uma lástima ver como tantos jovens
fracos de corpo e podres de espírito são iniciados pelas prostitutas das grandes
cidades? Quem quiser combater a prostituição tem, em primeiro lugar, de
combater as causas morais de que aquela resulta. Eliminar sem a menor
contemplação o lixo da pestilência moral da civilização das grandes cidades sem
hesitar com a gritaria e os urros desenfreados que não deixarão de se ouvir. Se
não livrarmos a juventude do pântano em que está hoje atolada, acabará por ser
engolida. Todo aquele que se recusa a ver este estado de coisas é cúmplice da
prostituição lenta do futuro das gerações que hão de vir. Essa purificação da
nossa civilização tem de estender-se a quase todos os domínios. O teatro, a
arte, a literatura, o cinema, a imprensa, a publicidade, os escaparates, devem
ser limpos das exibições de um mundo em putrefação e serem postos ao serviço de
uma ideia moral e da civilização.” Em “A minha luta”, Adolf Hitler.     

No início do
século XX era possível localizar a Arte
Degenerada (a) na “Haus
der Kunst”, para que as obras fossem desmascaradas e os artistas estripados,
felizmente, no século XXI, mais instrução mais informação aceleradas nas redes
sociais, o Volksaufklärung
(Iluminismo para o povo) atual, multiplicou os Adolf Ziegler, cada cidadão é um
detetor de depravação. “Pendurado numa parede do Metropolitan Museum of Art
está uma pintura de uma rapariga pubescente. Ela está inclinada para trás numa
cadeira de vime, olhos fechados, braços cruzados acima da cabeça. Os seus
joelhos estão abertos e a saia vermelha está levantada para revelar as suas
cuecas brancas.
Segundo a descrição do Met, a obra
do século XX do artista francês Balthus retrata a sua vizinha, Thérèse
Blanchard. Ela posou num total de onze pinturas de Balthus, entre 1936 e 1939,
começando quando tinha 11 anos de idade. A 30 de novembro de 2017, uma
noviorquina chamada Mia Merrill redigiu no Care2 uma petição exigindo que o
museu ou retirasse «Thérèse rêvant» da vista dos frequentadores ou corrigisse o
texto na parede para reconhecer a natureza potencialmente perturbadora da obra.
«Dado o clima atual em torno da agressão sexual e alegações que se tornam públicas
a cada dia», escreveu ela na sua petição, «ao mostrar esta obra para as massas
sem fornecer qualquer tipo de esclarecimento, o Met está, talvez
involuntariamente, apoiando o voyeurismo e a objetificação das crianças.”
Na Inglaterra, a mesma luta contra a Arte Degenerada. “A Manchester Art Gallery
retira a obra de Waterhouse e pede ao público para postar reações. É uma
pintura que mostra ninfas pubescentes nuas seduzindo um belo rapagão para a
perdição, mas é uma fantasia vitoriana que foi demasiado longe, que, no clima
atual, é inadequado e ofensivo para as audiências modernas? A Manchester Art
Gallery fez a pergunta após remover das suas paredes «Hylas and the Nymphs» de John
William Waterhouse, uma das mais reconhecidas pinturas pré-rafaelistas. Os
postais do quadro serão retirados da venda na loja dos souvenirs.” 

___

(a) “As origens da ideia de que a arte
poderia ser degenerada estavam ligadas às transições sociais e económicas do
século XIX. Na Alemanha, isso relacionava-se diretamente com a urbanização e
industrialização do país, a unificação nacional sob governo conservador, uma
vida urbana cada vez mais cosmopolita e um crescente movimento socialista. Isto
produziu reações contra a modernidade a vários níveis da sociedade alemã, à
esquerda e à direita. «Ao longo do século XIX», escreve Olaf Peters, «conceitos
como decadência e degeneração encontraram progressivamente o seu espaço tanto
no criticismo social como no discurso científico». (‘Arte degenerada: o ataque
à arte moderna na Alemanha nazi’, 1937, Olaf Peters). O primeiro grande teórico desses
conceitos, escrevendo em alemão, foi Max Nordau (1849-1923), filho de um rabino
de Budapeste e mais tarde cofundador, junto com Theodor Herzl, da Organização
Sionista Mundial. Nordau argumentava que a degeneração da sociedade não era
diferente de uma doença mental «causada por rápidas mudanças na civilização
moderna». Os habitantes da cidade eram um defeituoso «exemplar humano…
destinado a perecer». Da mesma forma, a arte e literatura modernas estavam
«doentes e degeneradas». A ideia modernista de génio artístico era o elogio
de «degenerados altamente dotados» e a arte e a cultura modernas estavam
infetadas, como uma doença. «Estamos atualmente no meio de uma grave
epidemia mental; uma espécie de peste negra de degeneração e histeria». (…).
Naquela época, não era invulgar ouvir lamentações reacionárias. Os
conservadores frequentemente protestavam que a poesia que se desviava das
regras clássicas era «decadente». Contudo, Nordau foi mais além, colocando
a degeneração da arte e da cultura em termos médicos, mentais, criminais
e darwinistas. Por exemplo, Nordau alegava que as pinturas impressionistas
eram produzidas por um córtex visual doente. «Os degenerados nem sempre são os
criminosos, as prostitutas, os anarquistas e os doidos varridos; eles são
muitas vezes escritores e artistas. Estes, todavia, manifestam as mesmas
características mentais e, na maioria das vezes, os mesmos traços somáticos dos
membros da família antropológica acima citada, que satisfazem os seus impulsos doentios
com a faca do assassinato ou a bomba do dinamiteiro, em vez da caneta e o
lápis… Alguns destes degenerados na literatura, música e pintura alcançaram nos
últimos anos extraordinária proeminência, e são reverenciados por numerosos
admiradores como criadores de uma nova arte, e anunciadores do século vindouro».”
    

no aparelho de televisão

“Beetle Bailey” (1963-1964), c/ Zero,
sargento Tainha, Oto, Platão, Dentinho, tenente Escovinha … série americana de desenhos
animados, sob o título local “Recruta Bailey”, transmitida às quintas-feiras,
pelas 19h30, na RTP 2, de 1 de agosto / 31 de outubro de 1985. “Em 1950, Mort Walker
submeteu uma tira ao King Features Syndicate, com uma temática de caloiros da Universidade
de Rockview. O KFS comprou a tira, mas exigiu que o nome da personagem fosse
trocado, por achar que Spider assustaria os leitores. Assim surgiu Beetle
Bailey,
em 4 de setembro de 1950, nuns modestos 12 jornais. As vendas não descolavam e
o cancelamento era iminente. Até que Mort Walker teve a ideia de fazer a sua
personagem alistar-se no exército, durante a guerra da Coreia (na tira de 3 de
março de 1951). A partir dessa mudança, mais jornais adquiriram a série,
garantido a sua sobrevivência. Mas, quando a edição japonesa do Stars and
Stripes (o jornal oficial do exército) decidiu banir Beetle Bailey por
ridicularizar os oficiais, a notícia repercutiu-se na imprensa e as vendas
dispararam por todos os EUA. Depois, em 1970, quando o tenente Mironga (Lt.
Jack Flap) entrou pela primeira vez no escritório do sargento Tainha, Beetle
Bailey tornou-se a primeira tira implantada a integrar uma personagem preta num
elenco branco. Stars and Stripes e outros jornais sulistas imediatamente
dispensaram a tira, mas outros jornais compraram-na.” [1]
“The Day the Universe Changed” (1985),
série documental inglesa escrita e apresentada pelo historiador da ciência
James Burke, sob o título local “O dia em que o mundo mudou”, transmitida aos
sábados, pelas 17h20, na RTP 1, de 23 de novembro de 1985 / 25 de janeiro de
1986. 1.º episódio: em 1085, tropas conquistaram a cidade de Toledo aos
muçulmanos e descobriram manuscritos científicos e filosóficos da Grécia
clássica há muito tempo esquecidos. Neste episódio visitamos as primeiras
grandes universidades europeias e as imponentes catedrais góticas onde
descobrimos como a adoção dos ensinamentos gregos provocou um conflito entre os
defensores da razão e da fé. 3.º episódio: a primazia do materialismo sobre o
idealismo teve duas importantes consequências: transformou a pintura e a
arquitetura, levando à criação de um novo individualismo: o Renascimento. 4.º
episódio: a invenção da impressão teve um impacto extraordinário. O mundo
medieval dominado, até então, pela tradição oral e pela escrita demorada dos
conhecimentos adquiridos através dos tempos, é totalmente revolucionado com as
técnicas de impressão de Gutenberg, de enormes consequências. 8.º episódio: a
noção de que todas as formas de vida se mantêm inalteráveis desde a sua criação
foi destruída por volta de 1830 com os estudos de vestígios fósseis descobertos
em Inglaterra, Paris e em Itália, no monte Etna. 9.º episódio: este episódio
leva-nos à Suíça, à Inglaterra, à Áustria e à América onde podemos observar
como é que os pioneiros desde Faraday e Einstein, desenvolveram a ciência e a
verdadeira natureza do universo. 10.º episódio: este último episódio passa em
revista todos os temas abordados ao longo da série, relembrando-nos que, à
medida que foram sendo adquiridos novos conhecimentos, muitas teorias ficaram
desacreditadas. Em qualquer estádio da história, o conhecimento define «a
verdade» e fornece estrutura que responde às questões sobre o universo. [2] “Le comte de Monte-Cristo” (1979), sob
o título local “O conde de Monte Cristo”, série transmitida às quintas-feiras,
pelas 21h20, na RTP 1, de 16 de outubro / 20 de novembro de 1980. Foi
retransmitida às quartas-feiras, pelas 16h10, na RTP 1, de 2 de julho / 6 de
agosto de 1986. FR 3 et Europa Films présentent une co-production. FR 3 –
Europa Films – Paris. Bavaria Atelier – Munich. Edizioni Farnese – Rome. Rex
Cinematografica – Rome. Avec la participation de RTP – Lisbonne. Atelier Films
Juan Estelrich – Madrid. S.S.R. – Genève. R.T.B.F. – Bruxelles. D’après
l’oeuvre de Alexandre Dumas. Adaptation de Jean Chatenet. Dialogue de André
Castelot. Thème musical de Nino Rota. Édition CAM. Musique originale composée
et dirigée par Carlo Savina. Édition PEMA – MUSIC (production Georges Bach). Avec
Jaques Weber, Carla Romanelli, Jean-François Poron, Christiane Krüger,
Christine Kaufmann, Manuel Tejada, Claude Brosset, Carlos de Carvalho, Marie
Matile, avec la participation de Henri Virlojeux. Realisée par
Denys de La Patellière [3]. “Minissérie baseada
no famoso romance de Alexandre Dumas. Jacques Weber desempenha o papel de
Edmond Dantès, o infeliz marinheiro de Marselha que, em 1815, no próprio dia do
casamento é preso, sob acusação de ser Bonapartista, no castelo de If e aí fica
durante quinze anos. Dantès, inocente de qualquer acusação, tinha sido vítima
do seu rival amoroso, Fernand e também do seu rival de trabalho. A sua prisão
serve ainda os fins políticos de um jovem e ambicioso juiz, Villefort. Série
francesa de 6 episódios, produzida em 1979 com a participação da RTP.
Considerada por muitos como a melhor adaptação da obra de Alexandre Dumas.
Excelentes interpretações e com a participação de atores portugueses.”
[4] “By the Sword Divided” (1983-85),
c/ Sharon Maughan, Andrew MacLachlan, Lucy Aston … série inglesa produzida pela
BBC, sob o título local “Separados pela espada”, transmitida aos sábados, pelas
17h50, na RTP 1, de 6 de julho / 7 de setembro de 1985. 1.º episódio: sir Martin Lacey, proprietário do
castelo Arnescote, viúvo e monárquico, negoceia o contrato de casamento de sua
filha mais velha, Anne, com John Fletcher, um comerciante rico da região e
membro do parlamento. 3.º episódio: Anne Fletcher despede-se de seu pai e da
sua casa. Sir Martin junta-se às
forças reais onde já se encontra seu filho, e é gravemente ferido na batalha de
Edgehill. Entretanto, Susan Protheroe, uma prima afastada dos Lacey, procura
abrigo em Arnescote, e traz com ela a desgraça. 4.º episódio: Lucinda Lacey
consegue convencer o pai a deixá-la sair clandestinamente de Arnescote com as
pratas que haviam sido doadas para a casa real, para as ir entregar ao rei, em
Oxford. 5.º episódio: o capitão Hannibal Marsh – acompanhado pelo tenente John
Fletcher – penetra à força no Castelo Arnescote, pois pensa encontrar aí a
prata destinada a financiar a causa monárquica. Entretanto, Tom e alguns
membros das tropas Lacey regressam a Arnescote para salvar a família. 6.º
episódio: Tom consegue salvar a sua irmã Anne, que se encontra na sua casa perto
de Swindford. Entretanto, lorde Ferrar volta a Arnescote com o rei Carlos depois
da derrota dos monárquicos na batalha de Naseby. 8.º episódio: morto sir Martin, durante o ataque ao castelo,
Tom (agora sir Thomas) vê-se obrigado
à rendição. No entanto, consegue enviar lorde Ferrar, que se escapa por uma
porta secreta, até junto do rei para lhe contar as tristes novas. O castelo é
saqueado, mortos os católicos e irlandeses. 9.º episódio: Tom (agora sir Thomas) vai para a prisão em Swindford.
Cromwell dera ordens a Marsh para destruir o castelo e, no preciso momento em
que ele o ia fazer, chega John Fletcher com documentos comprovando que ele é o
novo proprietário, pois comprara Arnescote. 10.º episódio: John e Anne Fletcher
regressam a Arnescote de novo como proprietários. Marsh e os seus soldados vão-se
embora, Susan quer acompanhá-lo como sua mulher, Marsh diz-lhe: «Minha cara, eu
tenho mulher e três filhos encantadores». [5] “Progetto Atlantide” (1984), real. Gianni
Serra, c/ Daniel Gélin, Marpessa Djian, Francesca De Sapio, Peter Berling, Giovanni
Lombardo Radice, Mita Medici, Kristina Van Ayck, Michael Beatti … minissérie italiana
produzida pela RAI, sob o título local “Projeto Atlântica”, transmitida às
quintas-feiras, pelas 22h05, na RTP 1, de 14 de março / 11 de abril de 1985. 1.º
episódio: golpes inesperados, agentes secretos, intrigas
internacionais, paixões, mortes são os ingredientes de «Progetto Atlantide»,
uma série italiana baseada no romance «Le porte di ferro» de Stefano Terra, que
será exibida em quatro episódios. A música foi especialmente composta para a
série por Luis Bacalov. Está a ser organizada em Roma, uma conferência entre
países saarianos para estudar o Projeto Atlântida. Trata-se de um plano
internacional que visa transformar o deserto do Sahara em terra fértil. O
jornalista Aldo Canali da European News é enviado a Marraquexe para escrever
uma série de artigos. 2.º episódio: quando Aldo se encontra com os tuaregues é
chamado de urgência a Roma e tem de partir sem poder despedir-se de Tessali. O
americano pede-lhe a reportagem que lhe encomendara sobre a tribo, sem
desconfiar que está a ser vigiado. 3.º episódio: o chefe dos serviços de
segurança da conferência dos países do Sahara é encarregado de descobrir qual a
ligação de Aldo Canali com os tuaregues. 4.º episódio: Tessali desaparece.
Aldo, ao descobrir a sua fuga, julga que ela o enganara e telefona à polícia,
informando o local onde se encontram os tuaregues. O americano, representante
de uma organização internacional que se ocupa dos direitos das minorias
étnicas, Edward Jonathan Blackburn, prisioneiro de Myriam e Duimich, é levado
para uma barraca. [6] “The Manions of America” (1981), c/ Pierce
Brosnan, Peter Gilmore, Simon MacCorkindale … minissérie americana sob o título
local “Os Manions da América”, transmitida às sextas-feiras, pelas 20h55, na
RTP 2, de 3 de fevereiro / 2 de março de 1984. “A história narra a jornada para
a América de uma família de imigrantes irlandeses, os O’Manions, e a sua
ascensão à proeminência no negócio da pólvora no seu país adotivo. A história
começa com o protagonista Rory O’Manion, um agricultor impetuoso e rebelde, que
está cada vez mais farto da sua magra existência na Irlanda controlada pelos
ingleses durante a Grande Fome da Batata no século XIX. Ironicamente, ele
conhece e apaixona-se por Rachel Clement, a refilona filha de um proprietário
inglês local, mas decide partir e estabelecer uma nova vida na América sem ela.
Uma vez lá, depois de trabalhar em vários empregos, a sua bravura e
determinação dão-lhe um emprego a tempo inteiro e, mais tarde, uma sociedade
numa fábrica de pólvora que o tio de Rachel possui em Filadélfia. A subsequente
chegada de Rachel à América reúne-os, desencadeando uma série de eventos nos
quais as duas famílias crescem cada vez mais entrelaçadas dos dois lados do
Atlântico, durante as turbulentas décadas pré e pós Guerra Civil americana e a
Revolução Industrial. No entanto, através de todas as provações e tribulações
da sua vida, Rory luta para permanecer fiel à sua promessa de tornar melhor a
vida dos seus compatriotas, tanto na Irlanda como na América.”
[7] 1.º episódio: Rachel Clement e o seu irmão
David, jovens aristocratas ingleses, partem de Inglaterra para Galway e ficam
horrorizados com o cenário de miséria que se lhes depara. Entre os
arrendatários, uma família à que ficarão para sempre ligados, os Manions. 2.º
episódio: apesar da oposição de Rory, a sua irmã Diedre namora David. E até
juram fidelidade eterna. 3.º episódio: em Filadélfia, Rory arranja trabalho
numa fábrica do tio de Rachel Clement. Entretanto, o pai de Rachel morre e ela
vai também para Filadélfia viver com o tio. Mas Diedre junta-se ao irmão e… 4.º
episódio: nos EUA, é a expansão do caminho-de-ferro e Rory tenta enriquecer,
para casar com Rachel. 5.º episódio: guerra civil nos Estados Unidos, com Rory
e Caleb a combaterem. O regresso e problemas afetivos para Rory, que não quer
pôr em perigo a vida de Rachel. Mas não conheceria o rapaz os métodos naturais
de contraceção? [8]

___________________

[1] Uma magnífica
atriz de ética profissional irrepreensível que não discrimina tamanho, cor,
aspeto, rijeza, grossura. Abigaile Johnson, 1,65 m, 50 kg,
86-58-89, sapatos 36, olhos azuis, cabelo louro, nascida a 11 de novembro de
1989, em Praga, República Checa, t.c.c. Abagaile Johnson, Abby, Abby A,
Abigail, Abigail Johnson, Abigaile, Abigale, Petty, Pinky June, Spunky, Spunky
Bee, Veronika, Veronika A, Veronika W. Sites:
{The Nude}
{Indexxx}
{Euro Babe Index}
{Alba
Gals} {Elite Babes}
{Porn Teen Girl}
{Nude Gals}
{Define Babe}
{Erotic Beauties}
{European
Pornstars} {iafd}
{egafd} {Nubiles}
{Nubile Films}
{First Anal Quest}
{PornHub} {Oldje}
{Only Blowjob}
{Babepedia} {Club Seventeen}
{Hot
Movies} {CD Universe}
{Bangbros}
{Twistys}
{Digital
Playground} {DDFNetwork}
{Babes}
{Site}.
Obra cinematográfica: {“Young Lesbian
Lovers”
+ Monika E – Duas beldades partilhando um dildo cor de rosa} ѽ {“Seventeen
Special”
– Abby chupando pichota ao ar livre} ѽ {“Shaved Teens”
– Abby usando um brinquedo na sua rata recém barbeada} ѽ {“Teenage
Masturbation”
– Abby e o seu dildo favorito} ѽ {“Teenage
Masturbation”
– A masturbação pós-aulas de Abby} ѽ {“Family in
debt, girlfriend pays with her
body”}
ѽ {“The Therapist”}
ѽ {“School Spirit”}
ѽ {“Woodman
Casting}
ѽ {“Wake
Up N Fuck”} ѽ {“Teeners
From Holland 18”}.

[2] A nova verdade
do universo alojou-se na internet. Gysera, 1,75 m, 86-61-94, olhos
azuis, cabelo castanho, t.c.c. Gina, Gysera, Nonna, Taylor A. “Conheça a
Gysera. Ela é uma miúda deslumbrante e esguia, que não deseja mais nada, senão que
desfrute a visão do seu esplêndido corpo nu. E o seu jeito de lhe proporcionar
esta oportunidade única na vida é posando despida para algumas fotos atrevidas,
num estúdio, a solo, enquanto pensa em você. Esta sensual morena não merecer
ser ignorada, porque os seus peitos redondos e desenvoltos rebentar-lhe-ão a
escala, quando lhes der uma boa olhada. Além disso, esta atrevida adolescente
de olhos castanhos tem uma ratinha barbeada, que é provavelmente uma das rachas
mais sexy e macias que alguma vez
viu. E, por último, mas não menos importante, não deve perder o seu firme e
arredondado rabo, que é apenas um dos rabos de formas mais perfeitas alguma vez
fotografados.”
Sites: {The Nude} {Indexxx}
{Met-Art}
{Met-Art
Hunter} {Define Babe}
{Femjoy}
{Femjoy
Hunter} {Elite Babes} {Erosberry}
{Coed Cherry} {MPLStudios}.
Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2}
{fotos3} {fotos4}
{fotos5}
{fotos6}.
Obra cinematográfica: {“Galatea”}.

[3] A RTP
também transmitiu a famosa obra de Alexandre Dumas numa série de animação
produzida e realizada por Halas e Batchelor especialmente dirigida ao público
jovem, “The Count of Monte Cristo”
(1973), às quintas-feiras, pelas 19h25, de 7 de outubro de 1976 / 27 de janeiro
de 1977.

[4] Com os
atores portugueses: Diogo Dória, Suzana Borges, Manuel
Cavaco,
Luís
Cerqueira, Carlos César, Isabel de Castro, Alexandre de Sousa, Baptista
Fernandes, Sérgio Godinho, Morais e Castro, Leonor Pinhão, Paulo
Renato, Curado Ribeiro, Vitorino Salomé, Luís Santos, Artur Semedo, Elsa
Wallencamp, Sinde Filipe.

[5] Dois
retratos femininos. Bowie: “E as outras mulheres que não esperam pelos maridos
delas?”, Keechie: “Essas mulheres não amam. Uma mulher só ama uma vez. Acho que
uma mulher é quase como um cão. Um cão mau não tem amor a ninguém, mas tu
escolheste um cão bom. Se o dono morre, não aceita comida de mais ninguém,
morderá quem quer que se aproxime. Eu conheci um homem que, depois de morrer, o
cão nunca mais comeu ou bebeu e morreu também”, Bowie: “Tal como tu, não é?”,
Keechie: “Acho que sim.” No filme “They Live By Night”
(1948), real. Nicholas Ray, c/ Cathy O'Donnell, Farley Granger, Howard Da Silva
… sob o título local “Filhos da noite”, estreado terça-feira, 15 de agosto de
1950 no Capitólio. “Mais uma excelente estreia RKO de impressionante ação dramática,
violenta e empolgante para fazer vibrar o público como nunca! Um êxito de brado
garantido! Com o melhor ator da nova geração americana, descoberto pelo famoso
produtor Samuel Goldwyn de que todos se lembrarão em «Encantamento». RKO é a
companhia que só pensa em bem servir o público e os srs. exibidores em qualquer
tempo e circunstâncias!”

Se o homem
pouco progrediu, exercendo violência peniana, assediando, maltratando,
ciumando, a mulher, filogeneticamente, caldeirou os valores certos de lealdade,
fidelidade, seriedade, genuinidade, e todos, num corpo são. A ciclista Puck
Gregory Moonen nascida a 20 de março de 1996 em Sint-Michielsgestel, Holanda. “A
beleza holandesa viu a sua popularidade disparar desde que a sua foto
em fato
de banho foi publicada, na qual ela também pode ser vista lendo um livro.”
Que Puck
legendou: “Relaxando e desfazendo as linhas de bronzeado após uma boa semana de
treino.” Puck em ação: “Puck
Moonen testa óculos inteligentes” ѽ “Puck
Moonen a maior ciclista do país… no Instagram” ѽ “Puck
Moonen: Há lama no meu rosto?”. {Instagram}.

[6] Uma modelo
e atriz fértil de talento. Milana
G, 1,64 m, 47 kg, 89-63-88, olhos azuis, cabelo ruivo,
nascida a 1 de novembro de 1992, Rússia, t.c.c. Anastasiya Akoulina, Milana, Nastya,
Natalia T, Zara. Sites: {The
Nude} {Indexxx} {Euro Babe Index}
{Nudezz}
{European
Pornstars} {Define Babe} {Erosberry}
{Nude Gals} {Erotic
Beauties} {Kindgirls} {Elite
Babes} {Met-Art} {Met-Art}
{Errotica} {Femjoy
Hunter} {Femjoy} {Alba Gals}
{Stunning
18}. Obra fotográfica: {fotos1}
{fotos2}
{fotos3}
{fotos4}
{fotos5}
{fotos6}
{fotos7}
{fotos8}
{fotos9}
{fotos10}.
Obra cinematográfica: {“Pemiha”
(2015)} ѽ {“Topless
For Fans”} ѽ {Staron Bos}.

[7] Modelo e
atriz torna a vida dos seus compatriotas melhor. Natalia Siwiec, 1,70 m, 48 kg,
89-58-86, sapatos 37, olhos cinzentos, cabelos castanhos, nascida a 1 de agosto
de 1983, em Walbrzych, Polónia. Etiquetada a adepta polaca mais sexy do Euro 2012 - {Rússia
- Polónia}. Natalia tem tatuado acima da vagina a relaxante frase: “Disfrute
a vista”. Obra fotográfica: {fotos1}
{fotos2}
{fotos3}
{fotos4}
{“Playboy”
- agosto 2012}. Obra cinematográfica: {“Natalia
Siwiec for Epuzer”} ѽ {“We
Are The Colors by Natalia Siwiec”}.

[8] O Eliseu,
os campos da vida depois da morte, cinge-se a uma feijoada comida num
condensado nipónico formado por “50 gravure
models” (グラビアアイドル). “Tcholent,
mais linda faísca dos deuses, / Tcholent, filha do Eliseu! / Então a canção de
Schiller soou, / Tivesse ele provado tcholent, // Pois este tcholent é a
própria / Comida do céu, que, no Sinai, / Deus em pessoa instruiu Moisés / No
segredo da confeção, / Na altura, ensinou-lhe Ele também / E revelou em chamas
de relâmpago / Todas as doutrinas boas e piedosas, / E os sagrados Dez Mandamentos.
// Sim, este tcholent é pura ambrosia / Do verdadeiro e único Deus: / Pão
paradisíaco de êxtase.” (Heinrich Heine em “A princesa Sabat”. Tcholent
é uma feijoada judaica e o poema é uma paródia ao “Hino à alegria” de Schiller).

na aparelhagem stereo

Jesus Cristo
subiu à cruz para trazer a verdade, para nos salvar, perdoar o pecado, as
finórias de Hollywood abriram as pernas para desfilar a baixa costura, para ressalvar
a carne, doar prémios de desempenho. Estes dolorosos sacrifícios inauguraram
períodos de perseguição, os cristãos aos leões, os copuladores, infelizmente,
ainda só aos jornais [1]. Todavia, esta imolação
perniaberta fortaleceu o matriarcado e define outra loiça. “12 Características
que distinguem as mulheres de sucesso. 1.º São completamente apaixonadas pelo
que fazem. 2.º Não esperam perfeição, nem de si próprias, nem de quem as
rodeia.
3.º Muitas
vezes, tornam-se chefes. 4.º Casam-se bem, ou então não casam. 5.º Acreditam
que vão ser bem-sucedidas. 6.º Não têm medo de assumir riscos. 7.º Sabem
que o fracasso anda de mãos dadas com o sucesso. 8.º
Valorizam o exercício físico. 9.º Sabem que a ‘to-do’ list nunca está completa, e
nunca vai estar. 10.º Reservam tempo para si próprias. 11.º Sabem
cultivar relações genuínas, e mantê-las fortes. 12.º Mostram
gratidão com quem as rodeia.”
Somando um rabo apessegado, umas tetas amirtiladas, umas pernas apistaciadas, o
corpo afrutado, deparamo-nos com a mulher dona do seu destino. A mulher
enquanto bonita é livre de escolher, ou escolhe bem o seu docinho ou desperdiça
um corpo estonteante numa refeição de carnes frias:

“Acabaram-se
os rumores e especulações: para que não haja mais dúvidas sobre se namora e com
quem, Sara Sampaio colocou na sua conta de Instagram uma declaração de amor a
Oliver Ripley, o milionário britânico que se falava ser dono do seu coração. E
não o fez por menos: colocou uma frase de um poeta e teólogo persa do século
XIII, Rumi, a acompanhar uma imagem dos dois a preto e branco. A frase
escolhida por Sara Sampaio relata que «os amantes não se encontram em algum
lugar. Estão um no outro ao longo do caminho» (Lovers don't finally meet
somewhere. They're in each other all along).”
Um sucesso instantâneo nas parangonas internacionais. Na Inglaterra. “Victoria's
Secret stunner Sara Sampaio flaunts her bikini body as she cosies up to
boyfriend Oliver Ripley on £85million superyacht in St.
Tropez”. No Brasil. “Angel Sara Sampaio leva apalpada no
bumbum do namorado milionário”…

“Uma postagem
da jovem suspeita de ter assassinado o ex-namorado a facadas, durante o ato
sexual, tem causado polémica nas redes sociais. Dois dias antes do crime, a
vendedora Vania
Basílio
Rocha
(18 anos) declarou: «Eu não fui uma má namorada». Segundo a Polícia Civil, o
homicídio aconteceu na casa da vítima, Marcos Catanio Porto, 26, na
quarta-feira (30/12/2015). A mulher foi presa em flagrante e confessou o crime.
«Queria matar alguém. Não me arrependo. Fiquei olhando olho no olho até ele
morrer», revelou.” “De acordo
com o relatório do Instituto de Medicina Legal (IML), Marcos Porto levou onze
facadas em diferentes partes do corpo: abdómen, braços, mãos e pernas. No
entanto, foi a facada no pescoço que se revelou fatal. «A Vania disse que a
primeira facada foi no pescoço e foi essa que o matou. As outras aconteceram
enquanto ele se defendia, mas já estava a perder sangue», sublinhou Fabio
Campos, delegado regional”. “A jovem Vania
Basílio Rocha, que foi condenada a 13 anos de prisão por matar o ex-namorado a
facadas no ato sexual, teve a pena diminuída para 8 anos e 4 meses de reclusão
em Vilhena (RO). A mudança na sentença ocorreu após a defesa dela entrar com
recurso no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).”

“A jovem de
22 anos que foi presa suspeita de estar envolvida numa quadrilha de
traficantes, em Várzea Paulista (SP), era responsável por recrutar outras
mulheres para participar do esquema de tráfico de drogas. Segundo o chefe da
Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Leandro Basson, em
entrevista ao G1, a suspeita que tinha uma vida de luxo por conta do crime,
escolhia mulheres jovens e bonitas para entrar no grupo de criminosos. Para
aliciar as jovens, Lucilene
Priscila de Souza Guimarães frequentava baladas na região a fim de procurar
mulheres que preenchessem os requisitos necessários. O objetivo da quadrilha
era de não chamar atenção da polícia durante o transporte das drogas recebidas
de São Paulo até Minas Gerais, onde elas eram efetivamente vendidas.” “Na casa
foram encontrados mais de sete quilos de maconha. «Ela ostentava uma vida de
luxo e usava o dinheiro que conseguia no tráfico para ‘encher’ os olhos das
outras mulheres», explica o investigador chefe da Dise, Leandro Basson. Ainda
segundo a polícia, a mulher postava fotos em festas e em viagens nas redes
sociais. A quadrilha, que está envolvida nesses crimes, também já estava sendo
investigada. No mês de julho (2015), dez pessoas foram presas, entre elas, duas
mulheres. Com o grupo, a polícia encontrou mais de 17 quilos de pasta base de
cocaína e mais cinco quilos de maconha e crack.
A suspeita foi presa e encaminhada à cadeia feminina de Itupeva.”

“Pela
segunda vez em menos de um ano uma estudante de Direito foi presa em Curitiba. Mayara
Borcatti
da
Silva foi detida nesta quarta-feira (17/08/2016), suspeita de
envolvimento com uma quadrilha de multibancos. A estudante foi detida pela
primeira vez em setembro de 2015. Na ocasião, a polícia encontrou com ela 2 kg
de crack. A droga pertencia a um
grupo de traficantes. Ela era casada com um desses suspeitos. Conforme as
novas investigações, ela era a responsável por cuidar dos veículos que a
quadrilha roubava para usar nos crimes contra os multibancos. «Ela faz parte
dessa organização criminosa. Foi denunciada como sendo um elemento importante
que auxiliava os marginais, na guarda dos veículos roubados que posteriormente
seriam usados», explicou o delegado Rodrigo Brown. Ainda segundo a polícia, a
quadrilha da qual a estudante fazia parte cometia crimes principalmente no
interior do estado. Mayara era procurada pela Polícia Civil havia dois meses.
De acordo com a polícia, Mayara morava no Bairro Alto, mas ao saber do novo
mandado de prisão contra ela acabou mudando de endereço. Ela foi encontrada num
apartamento de luxo, no bairro Água Verde.”
[2]

Luxo nos
anos oitenta:

█ “Você
não soube me amar” (1982), p/ Blitz. “Banda
de rock brasileiro. É uma das bandas
precursoras do chamado «BRock» [3]. O grupo foi
formado no Rio de Janeiro, em 1982. Originalmente era composto por Evandro
Mesquita (voz e guitarra), Fernanda Abreu (coros), Marcia Bulcão (coros), Ricardo
Barreto (guitarra), António Pedro Fortuna (baixo), Billy Forghieri (teclados) e
Lobão (bateria). No início de 1981 Evandro Mesquita e Lobão foram
convidados por Mauro Taubman, dono da marca Company, para tocarem no Caribe,
bar que o empresário estava inaugurando na orla de São Conrado. Embora na época
tocassem apenas por passatempo, os dois aceitaram e recrutaram amigos músicos
para fazer a apresentação na estreia do bar, em 21 de fevereiro, gerando grande
repercussão no local, o que levou a uma série de outras apresentações com uma
rotatividade de músicos convidados, mantendo apenas os dois fixos. Procurando
profissionalizar-se, os dois amigos buscaram músicos para se juntarem a eles,
trazendo Fernanda Abreu e Marcia Bulcão para os coros, Ricardo Barreto na
guitarra, António Pedro Fortuna no baixo, Billy Forghieri nos teclados, além do
próprio Evandro na voz e Lobão na bateria. Em 15 de janeiro de 1982 a banda
sobe ao palco do Circo Voador, maior casa de espetáculos carioca da época,
tocando pela primeira vez sob o nome de Blitz – nome inspirado pela quantidade
de vezes que Evandro era parado pela polícia e multado.” █ “Olhar
43” (1985), p/ RPM. “Revoluções
por Minuto (também conhecida somente por RPM) é uma banda de rock brasileira surgida em 1983, tendo sido
uma das mais populares do país nos anos de 1984 a 1987. Foi uma das bandas mais
bem-sucedidas da história da música brasileira. Na segunda metade dos anos 80,
conseguiram bater todos os recordes de vendas da indústria fonográfica
brasileira. (…). Tudo começou em 1980, em São Paulo, quando Paulo Ricardo
namorava Eloá, que morava em frente à casa onde Luiz Schiavon ensaiava com May
East. O casal resolveu um dia visitar os vizinhos, que estavam num ensaio
crucial que decidiam entre cantar em inglês ou português. Paulo Ricardo deu seu
voto, opinando pelas letras em português e assim conheceu Luiz Schiavon. Neste
dia conversaram muito sobre música. Paulo estava começando a sua carreira como
crítico musical e Schiavon era um pianista clássico, que buscava um novo
caminho, mais popular, mas sentiu dificuldade em encontrar alguém. Foi assim
que Paulo recebeu o convite para integrar o Aura, uma banda de jazz-rock que ainda tinha Paulinho
Valenza na bateria e o curitibano Edu Coelho na guitarra. Depois de três anos
de ensaios e nenhum concerto, Luiz encantou-se pela música eletrónica e pela
tecnologia de novos sintetizadores, enquanto Paulo decidiu morar na Europa –
primeiro em França e depois em Londres, de onde escrevia sobre novidades
musicais para a revista Somtrês e se correspondia com frequência com Schiavon.
Este choque de personalidades impulsionou a criação do RPM depois que o
trabalho da dupla foi retomado em fins de 1983, já em São Paulo.”

█ “Simca
Chambord” (1983) ♫ “Eu
não matei Joana D’Arc” (1985), p/ Camisa de
Vénus. “Banda de rock
brasileiro formada em Salvador em 1980 e encontra-se em atividade até hoje. Fez
grande sucesso no cenário brasileiro dos anos 80, sendo uma banda tida como
mais ‘suja’ do que as outras pelo seu nome (na época era muito utilizado como
sinónimo de preservativo) e pelos palavrões nas letras. (…). A banda foi
formada em 1980 quando Marcelo Drummond Nova, que trabalhava na rádio Aratu em
Salvador, conheceu Robério Santana, que trabalhava na TV Aratu. Conversando
sobre música os dois descobriram que tinham gostos em comum e decidiram montar
uma banda. Marcelo Nova seria o vocalista e Robério Santana o baixista. Robério
resolveu chamar seu amigo Karl Franz Hummel para assumir a guitarra rítmica e
este, por sua vez, chamou seu amigo Gustavo Adolpho Souza Mullem para tocar
bateria. Juntou-se ao grupo o guitarrista solo Eugénio Soares. Nos ensaios, as
pessoas que compareciam diziam que o som da banda era muito incómodo. Por isso,
Marcelo Nova sugeriu o nome de Camisa de Vénus, por achar preservativo uma
coisa muito incómoda. Após duas apresentações em Salvador, Eugénio Soares sai
do grupo e Gustavo Mullem, que queria tocar guitarra solo, chama Aldo Pereira
Machado para assumir a bateria. Esta seria a formação que tocaria junta até o
primeiro fim da banda, em novembro de 1987.” █ “Eu
Gosto de Mulher” (1987), p/ Ultraje a Rigor. “Banda
brasileira de rock, criada no início
da década de 1980 em São Paulo. Idealizada por Roger Moreira (voz e guitarra
rítmica), obteve sucesso em 1983 no Brasil, devido às canções «Inútil»
e «Mim
Quer Tocar». Em 1985 a banda ficou nacionalmente conhecida pelo
álbum «Nós Vamos Invadir sua Praia» que trouxe o primeiro disco de ouro e
platina para o rock nacional. (…). O
grupo Ultraje a Rigor começou como uma banda de versões, principalmente de
Beatles, punk rock e new wave. A primeira formação, composta por
Roger, Leôspa, Sílvio e Edgard Scandurra, começou fazendo pequenos concertos em
bares. Em 1982, decidiram que o nome da banda seria Ultraje a Rigor, um
trocadilho com a expressão ‘traje a rigor’. Roger, inicialmente, havia pensado em
batizar a banda apenas como Ultraje, mas Edgard, quando perguntado a respeito
do nome, ouviu errado e perguntou: «Hã? Como é? Que traje, o traje a rigor?». O
trocadilho fez sucesso e o nome Ultraje a Rigor foi adotado. Em pouco tempo,
Silvio deixou a banda e foi substituído por Maurício Defendi. Em abril de 1983,
a nova formação participa do primeiro espetáculo da banda apenas com
composições próprias. Após alguns concertos, a banda assina um contrato de
gravação com o produtor Pena Schmidt, que fazia parte da WEA e trabalhou também
com artistas como o Ira! (do qual Edgard fazia parte) e os Titãs. O Ultraje
então grava seu primeiro single, «Inútil
/ Mim Quer Tocar», que, por problemas com a censura, não foi liberado até
outubro daquele ano.” [4]

█ “Tédio”
(1985), p/ Biquíni Cavadão. “Banda de rock brasileira formada em 1983 no Rio
de Janeiro. Composto por Bruno Gouveia, Carlos Coelho, Miguel Flores da Cunha e
Álvaro ‘Birita’ Lopes tendo atualmente, como músicos convidados o baixista e
produtor Marcelo Magal, o guitarrista Edson Figurótico Pineschi e o saxofonista
Walmer Carvalho. A banda fez parte da segunda geração de bandas dos anos 1980. Bruno,
Álvaro e Miguel, colegas de terceiro ano do Colégio São Vicente de Paulo, e que
decidiram tocar junto com mais alguns amigos, num sarau, resolveram fazer
daquela ousadia um hábito. Após muitas formações, receberam do amigo Herbert
Vianna, guitarrista dos Paralamas do Sucesso, a sugestão do nome Biquini
Cavadão. A primeira música que compuseram foi «Tédio», e esta foi o chamariz
para que Carlos Beni (ex-Kid Abelha) insistisse em gravá-los. A demo, que
contou com Herbert na guitarra, foi parar na Rádio Fluminense FM, berço de
várias bandas de rock nos anos 80. O
sucesso da demo levou-os à Polygram para gravar um single (Tédio / No Mundo da Lua) no começo de 85. Faltava um
guitarrista: Carlos Coelho apareceu logo após o segundo concerto profissional
realizado pela banda. A sua integração deu-se rapidamente colaborando nas
composições e gravando todos os programas de TV. Era como se ele apenas tivesse
faltado no dia de tirar fotos para a capa do single.” █ “Pintura
Intima” (1984), p/ Kid Abelha. “Kid Abelha
(antes Kid Abelha e os Abóboras Selvagens) foi uma banda de rock brasileira que fez sucesso no
Brasil desde a década de 1980. Era composto por Paula Toller, George Israel e
Bruno Fortunato. Eles já venderam 9 milhões de cópias de discos somente no
Brasil.
Em 1981,
Paula Toller conhece Leoni na faculdade. Ambos estudavam na PUC-Rio e começaram
a namorar. Com isso, Paula passou a visitar os ensaios da banda Chrisma,
formada por Leoni (voz e baixo elétrico), Carlos Beni (bateria) e Pedro Farah
(guitarra). Os garotos sempre convidavam Paula a ingressar na banda, porém, ela
sempre recusava, alegando ser tímida. Suas visitas aos ensaios a motivaram a
cantar. George Israel, por sua vez, foi visto tocando saxofone em Búzios, Rio
de Janeiro, e convidado por um amigo de Leoni a conhecer a tal banda que este
liderava. George aceitou o convite e uniu-se à banda, pouco tempo depois
conhecida como Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, nome escolhido durante uma
transmissão ao vivo na Rádio Fluminense FM. A primeira demo executada pela
extinta rádio foi «Distração». O sucesso foi imediato, a banda passou a fazer
espetáculos no Circo Voador e, com isso, participam do LP «Rock Voador», com
duas faixas: «Distração»
e «Vida
de cão é chato pra cachorro». Pedro Farah foi o primeiro integrante
a abandonar a banda, logo no início do sucesso, para morar nos Estados Unidos.
Com isso, Bruno Fortunato assume a guitarra do Kid em definitivo. Beni, que
mais tarde seria produtor da banda carioca Biquini Cavadão, foi o segundo
integrante a sair do Kid, sendo substituído por bateristas contratados.”

__________________

[1] A Era
#MeToo é a mais importante Era das que foram Eras da História da humanidade. Só
numa sociedade pouco tough estes
homens não foram expulsos do seu trabalho e retirados do espaço mediático. Top dos
assediadores da revista Time: 122.º Steve Wynn, 121.º David Copperfield, 120.º
Michael Douglas, 119.º Ross Levinsohn, 118.º Mario Testino, 117.º Joel Kramer,
116.º James Franco, 115.º Joel Achenbach, 114.º James Rosen, 113.º Paul Haggis,
112.º Mike Germano, 111.º Andrew Creighton, 110.º Peter Martins, 109.º Corey
Lewandowski, 108.º Chuck Close, 107.º Charles Dutoit, 106.º Jack Latvala, 105.º
T.J. Miller, 104.º Gene Simmons, 103.º Andrea Ramsey, 102.º Jerry Richardson,
101.º Chris Matthews, 100.º Brad Kern, 99.º Andrew Duncan, 98.º Morgan
Spurlock, 97.º Tavis Smiley, 96.º Eric Alexander Hewitt, 95.º Ken Friedman,
94.º Dan Johnson, 93.º Eric Davis, 92.º Donovan McNabb, 91.º Marshall Faulk,
90.º Eric Weinberger, 89.º Ike Taylor, 88.º Heath Evans, 87.º Ryan Lizza, 86.º
Tom Ashbrook, 85.º Mario Batali, 84.º Cade Hudson, 83.º Jon Heely, 82.º Joe Alexander,
81.º juiz do Tribunal de Recursos Alex Kozinski, 80.º representante Trent
Franks, 79.º Bryan Singer, 78.º Harold Ford Jr., 77.º Lorin Stein, 76.º Robert
Knepper, 75.º Dylan Howard, 74.º Danny Masterson, 73.º James Levine,72.º John
Hockenberry, 71.º Bruce Weber, 70.º representante Ruben Kihuen, 69.º
representante Blake Farenthold, 68.º Shervin Pishevar, 67.º Geraldo Rivera,
66.º Johnny Iuzzini, 65.º Israel Horovitz, 64.º Garrison Keillor, 63.º Matt
Lauer, 62.º Andy Rubin, 61.º David Sweeney, 60.º Nick Carter, 59.º John
Lasseter, 58.º John Conyers, 57.º Charlie Rose, 56.º Ryan Seacrest, 55.º
Russell Simmons, 54.º Glenn Thrush, 53.º Jameis Winston, 52.º Sylvester
Stallone, 51.º Ron Jeremy, 50.º Al Franken, 49.º Adam Venit, 48.º Dallas
Clayton, 47.º Mark Schwahn, 46.º Tom Sizemore, 45.º Steve Jurvetson, 44.º
Richard Dreyfuss, 43.º George Takei, 42.º Andrew Kreisberg, 41.º Eddie
Berganza, 40.º Steve Lebsock, 39.º Sepp Blatter, 38.º Matthew Weiner, 37.º
Louis C.K., 36.º Gary Goddard, 35.º Jann Wenner, 34.º Roy Moore, 33.º André
Balazs, 32.º Dan Schoen, 31.º Steven Seagal, 30.º Jeffrey Tambor, 29.º Ed
Westwick, 28.º Dustin Hoffman, 27.º Brett Ratner, 26.º Jeremy Piven, 25.º
Michael Oreskes, 24.º Andy Dick, 23.º Kevin Spacey, 22.º Hamilton Fish, 21.º
Stephen Collins, 20.º Ken Baker, 19.º Rick Najera, 18.º Mark Halperin, 17.º
Knight Landesman, 16.º presidente George H. W. Bush, 15.º Leon Wieseltier, 14.º
Roman Polanski, 13.º Ethan Kath, 12.º R. Kelly, 11.º Terry Richardson, 10.º
James Toback, 9.º John Besh, 8.º Lockhart Steele, 7.º Robert Scoble, 6.º Chris
Savino, 5.º David Blaine, 4.º Bob Weinstein, 3.º Roy Price, 2.º Oliver Stone,
1.º Ben Affleck.

[2] O bom
aspeto físico, a higiene, os bons modos, expressão pela arte, caracterizam a
nova mulher. Veraga, 1,70 m, 52 kg, 80-60-83,
sapatos 38, nascida a 16 de abril de 1982 em São Petersburgo, t.c.c. Vika, Vika
M. sites: {The Nude} {Indexxx}
{Met-Art}
{Met-Art}.
“Velocidade e vento, isso é a Veraga. Esta excecional rapariga sempre gostou de
desportos radicais, especialmente conduzir motas. Ela é entusiasta do seu
passatempo e é capaz de fazer qualquer coisa para atingir os seus objetivos.
Acontece que a modelo quer uma cintilante Harley nova, em breve, e depois vai
participar em várias competições. Paris é a capital do seu sonho. «Ó meu Deus –
ela costuma dizer – é tão fixe lá! Tantas Harleys lá!». Como podem ver Vergara
está muito impressionada com esse lugar histórico, não pelas impressionantes
vistas, mas por causa da sua paixão. Ela vive em São Petersburgo e posar nua é
uma ocupação bem conhecida das raparigas bonitas nessas bandas. Há até esse
tipo de profissão, livecams, quando
uma rapariga está sentada em frente de um computador e conversa com um homem
através da internet. O homem tenta persuadi-la a masturbar-se ou a tocar na
rata e assim por diante, tudo o que ele quiser. Mas o objetivo dela é falar com
ele de uma forma normal. Veraga está acostumada a trabalhar dessa maneira. Ela
obtém verdadeira satisfação e prazer com isso. Em geral, a modelo está
habituada a tais interessantes ocupações, assim, é o seu segundo passatempo
agora, pode não ser o seu passatempo, mas até o seu verdadeiro trabalho. Isso
dá-lhe dinheiro suficiente para viver. Veraga orgulha-se do seu sucesso e tem
fotos de si mesma nas paredes do seu espaçoso apartamento. Veraga gosta de
ver-se todos os dias e, por vezes, até sofre de narcisismo. Como podem ver,
Veraga não é uma rapariga comum, e sempre tentou fazer algo de tirar o folego e
invulgar.”
Entrevista:
P: “Quais pensas que são os teus melhores atributos?”, Veraga: “A tatuagem e a pele
macia.” P: “Cor favorita?”; Veraga: “Preto.” P: “Programas de TV favoritos,
lista de nomes”, Veraga: “Doom 2” P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Veraga: “O
idiota, Dostoievski, Almas mortas, Gógol.” P: “Filmes favoritos, lista de
títulos”, Veraga: “Traffic - ninguém sai ileso, Férias em Roma,
Homem Aranha.” P: “Revistas favoritas, lista de nomes”, Veraga:
“Playboy.” P: “Música favorita, lista de títulos”, Veraga: “Rugby.” P: “Altura
favorita do dia, porquê?”, Veraga: “A noite, posso fazer o que eu quiser.” P:
“Qual é a tua formação? Curso?”, Veraga: “O liceu.” P: “Falas outras línguas?
Se assim for, diz-me algo nessa língua”, Veraga: “Não.”, P: “Lugar favorito
para viajar, relaxar ou visitar”, Veraga: “Moscovo, São Petersburgo.” P: “Quais
foram os locais que visitaste?”, Veraga: “Muitas cidades da Rússia.” P: “Qual é
o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de graças,
etc.)”, Veraga: “O Natal.” P: “Comida favorita, lanches, doces”, Veraga: “Pizza
com queijo.” P: “Qual é o teu carro de sonho?”, Veraga: “Porsche.” P: “Qual é o
teu emprego de sonho?”, Veraga: “Atriz.” P: “Descreve o teu lugar favorito para
fazer compras”, Veraga: “os mercados.” P: “Assistes a desporto, se sim, quais
são as tuas equipas favoritas?”, Veraga: “Não” P: “Praticas algum desporto ou
outras atividades? Explica”, Veraga: “Às vezes faço jogging ou natação.” P:
“Quais são os teus passatempos?”, Veraga: “Conversar na internet, posar nua e
guiar uma mota.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas”, Veraga:
“Vodka com limão ou sumo de laranja ou sumo de manga.” P: “Ocupação?”, Veraga:
“Modelo.” P: “Tens algum animal de estimação?”, Veraga: “Não.” P: “Estado
civil?”, Veraga: “Solteira.” P: “O meu pior hábito é…”, Veraga: “Às vezes não
me controlo e faço muitas coisas imprevisíveis.” P: “A única coisa que não
suporto é…”, Veraga: “Falta de dinheiro.” P: “Que animal melhor descreve a tua
personalidade e porquê?”, Veraga: “O tigre, sou astuta.” P: “As pessoas que me
conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Veraga: “Imprevisível.” P: “Como é
que descontrais ou passas o teu tempo livre?”, Veraga: “P: “Converso na
internet com os meus amigos, conduzo uma mota.” P: “Qual foi o momento mais
feliz da tua vida?”, Veraga: “A minha primeira viagem a Moscovo.” P: “Quais são
as tuas esperanças e sonhos”, Veraga: “Quero ser uma grande modelo e ganhar
muito dinheiro.” P: “O melhor conselho que já me deram foi…”, Veraga: “Posar
nua.” P: “O pior conselho que me deram…”, Veraga: “Nunca os segui.” P: “Que
tipo de cuecas usas, se algumas”, Veraga: “Odeio usar cuecas.” P: “O tamanho
importa? Qual é a tua medida ideal?”, Veraga: “Sim, importa. O maior é o ideal.”
P: “Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação,
etc.)”, Veraga: “Aconteceu na mota dele.” P: “O que te excita?”, Veraga: “A
velocidade e coisas caras.” P: “O que te desliga?”, Veraga: “Mãos sujas.” P: “O
que te faz sentir mais desejada?”, Veraga: “Tudo! Sei que sempre fui desejável”
P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Veraga: “Sexo bruto com coisas especiais.”
P: “Qual foi o teu melhor ou mais prazeroso orgasmo?”, Veraga: “Todos os meus
orgasmos são muito prazerosos e inesquecíveis.” P: “Masturbas-te? Com que
frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Veraga: “Sim, muitas vezes. Costumo
fazê-lo no banho com tudo.” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”,
Veraga: “Com um casaco de peles.” P: “Qual é o lugar mais exótico ou invulgar
em que fizeste sexo? Ou onde gostarias que fosse?”, Veraga: “Num carro perto de
um lago ou u rio.” P: “Posição sexual favorita, porquê?”, Veraga: “Como os cães.”
P: “Descreve um dia típico da tua vida”, Veraga: “Levanto-me às 11h00 ou ao
meio-dia. Tomo banho e o pequeno-almoço. Então vou trabalhar. À noite visito os
sites na internet ou janto fora ou
vou ao cinema.” P: “Tens alguma curiosidade sexual que gostasses de explorar ou
tivesses explorado? Por favor, descreve com pormenores (rapariga / rapariga,
voyeurismo, etc.)”, Veraga: “Gosto de posar com raparigas, especialmente com a
minha amiga. E, às vezes, fazemos sexo.” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia
sexual favorita”, Veraga: “Quero fazer sexo com vários afroamericanos ao mesmo
tempo. Nunca tentei, mas ouvi dizer que é fixe. Adoro pichotas grandes.” P:
“Conta-nos a tua ideia de um encontro de fantasia”, Veraga: “Às vezes, quero ir
a uma festa doida numa discoteca em Londres e conhecer um tipo rico, gastar o
dinheiro dele em vodka e jogo.” P: “Se pudesses ser fotografada de qualquer
forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te faria sentir mais
desejada, mais sensual?), Veraga: “Gostaria de ser fotografada com a minha
amiga outra vez.”  

[3] Uma revista
fantástica, totem dos anos oitenta, espalhou-o por Portugal, ou pelo menos, por
Lisboa. “A primeira edição da revista Bizz chegou às bancas em agosto de 1985,
sob direção editorial de Carlos Arruda e chefia de redação de José Eduardo
Mendonça. Seu projeto editorial inicial foi baseado em pesquisas levantadas
junto ao público presente no primeiro Rock in Rio, ocorrido em janeiro daquele
ano. O projeto visual foi inspirado na revista adolescente inglesa Smash Hits.
O país vivia a explosão do chamado ‘Rock Brasil’, com jovens bandas alcançando
o estrelato a bordo de sucessos massivos nas FMs e de um bem-azeitado circuito
de concertos (nas danceterias). Pela primeira vez, se falava em ‘público
jovem0’ no Brasil, cultura abafada por 20 anos de ditadura militar. Sua receita
editorial inicial contemplava, além de música, também cinema, moda, vídeo, BD e
tecnologia. A primeira edição alcançou a animadora marca de 100 mil exemplares,
se estabilizando nos meses seguintes entre de 60 / 70 mil exemplares por mês. Em
1986, o Plano Cruzado deu impulso inédito ao consumo no país, do qual também se
beneficiou a indústria fonográfica e do entretenimento. Bizz aposta então em
edições especiais como a Top Hits (rebatizada logo depois como Letras
Traduzidas), Ídolos do Rock e revistas-póster de artistas como The Cure, RPM e
Dire Straits. Com a explosão consumista, também o mercado publicitário passa
por um superaquecimento, com a criação de toda uma gama de produtos e serviços
direcionados ao público jovem. Para dar vazão a publicações direcionadas, a
Editora Abril cria a Editora Azul, que passa a publicar Bizz a partir de
outubro de 1986.”

[4] Em
Portugal, durante a tenebrosa ditadura, a padralhada tinha todo o divertimento.
Entrevista ao (já falecido) bispo de Setúbal, D. Manuel Martins. Como é que a igreja fez a transição para a
democracia? Bom, mesmo com Salazar, o descontentamento foi
nascendo. Porque para manter o poder, Salazar desvalorizou os direitos humanos.
Mas a Igreja foi uma estrutura em que ele sempre se apoiou. E até o Papa João
Paulo II sabia disso. Quando tínhamos as visitas habituais dos bispos ao Papa,
de cinco em cinco anos, João Paulo II falava sempre no Salazar. Bem ou mal? Bem. Mas não propriamente
por ser o nosso Salazar. Falava do seu tempo de rapaz, quando vivia num regime
comunista. E no seu tempo de rapaz lembrava-se de ouvir falar num chefe de um
Governo que existia cá para um país chamado Portugal que tinha posto tudo na
ordem. Era conhecido como um economista de primeira classe, como o maior
político do tempo de rapaz - em pleno comunismo - do futuro Papa João Paulo II.
Era essa a imagem que o Papa fazia de
Salazar? Falava nele. Como falava no Eusébio e na Amália Rodrigues. Alguma vez lhe mostrou o outro lado de
Salazar? Nas primeiras vezes, calava-me. Mas uma vez, julgo que a última
que estive com ele, a conversa alargou-se e o Papa pegou-me no braço e
chamou-me para junto dele. E lá começaram esses elogios a Salazar e alguns
bispos, entusiasmados, acrescentaram razões novas. E eu disse: Santo padre, é
preciso não esquecer que foi este homem que exilou um bispo português por ele
denunciar as injustiças, o que é um das dimensões da evangelização. Outros
começaram a dizer que não era assim. Estabeleceu-se um sururu. E o Papa, ao
perceber que eu estava a falar com raiva, pôs-me a mão no braço e disse:
pronto, vamos falar de outra coisa. Salazar
foi também foi o chefe de Governo que não recebeu o Papa... Sim, Paulo VI.
Mas há outra história: quando Pio XII adoeceu, tinha muitos soluços e morreu
disso e disseram-lhe que viesse para Portugal, por causa do clima. E quando
foram dizer a Salazar, este terá respondido: aqui nem um pio, que fará 12!
(risos).” Na revista “25 de Abril - 40 anos”, no Expresso n.º 2164, publicado
em 18 de abril de 2014.

O futuro já
não é o que era dantes (tl;dr)

Portugal, nas quatro paredes da sua galeria de
maiores, pendura um gigantão: Rui Pereira, foi ele ministro da Administração
Interna (2007/2011). Mal tomou o freio do cargo destrambelhou a falar no idioma
científic’-ó-policial como quem puxa um gazelle
flip no skatepark. Ele era
a “ação
policial”, o “acontecimento tácito-policial”, os “agentes do crime”, um fluxo
fraseológico académico ad captandum
vulgus (“para captar a populaça”) da arte de bem cacetar todo o corpo [1]. Ora, precisamente, da “ação policial” faz parte
plantar provas e agressões, é normal. Plantar provas, para prender os “agentes
do crime”, e, agressões, para eles confessarem até às paredes. Como também é
normal a “sede de julgamento”: o país é o mais pobre da Europa, – a sua maior
empresa é o Santuário de Fátima –, não há trabalho produtivo para os jovens, nesse
mar salteado desbaratam a vida como juízes, advogados, polícias, fiscais,
seguranças, trabalhos de fidalgo. Também é normal, para validar uma máquina
judicial com excesso de funcionários, realizar julgamentos com desfecho
previsível, poupava-se dinheiro não os realizando, passando diretamente à
sentença, um salto processual que forçaria dispensa de operadores judiciais. É
o caso do julgamento iniciado terça-feira, dia 22 de maio de 2018, uns anjinhos
processaram a polícia, um vagalhão alucinatório acredita que, sem Cristo descer à
Terra, haverá condenações.

“Pontapés. Socos. Tiros. Ofensas racistas. Fabricação
de factos. Depois de recolhidas e analisadas as provas – exames médicos,
relatos de testemunhas, inspeções, entre outras – o Ministério Público (MP) é
perentório no despacho de acusação dos 18 agentes da PSP da esquadra de
Alfragide: «de forma inequívoca e sem sombra de dúvida» conclui que os factos
descritos nos autos da polícia sobre o que se passou a 5 de fevereiro de 2015
não se verificaram. Esses autos foram feitos com o objetivo de incriminar os
seis jovens da Cova da Moura (Amadora) que começaram por ser acusados de
tentativa de invasão da esquadra naquele 5 de fevereiro. Dois anos e meio
depois, o despacho do MP está escrito de modo a desconstruir a versão
apresentada pela polícia, terminando com acusações duras: prática dos crimes de
falsificação de documento agravado, denúncia caluniosa, injúria agravada,
ofensa à integridade física qualificada, falsidade de testemunho, tortura e
outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos e sequestro agravado. A
acusação refere ainda que os agentes da PSP agiram «pelo sentimento de ódio
racial, de forma desumana e cruel pelo prazer de causarem sofrimento aos
arguidos».”

O advogado da
tribo policial Hélder Cristóvão: “Partem realmente duma invenção e duma
imaginação fértil, mas não são não serão nada mais do que uma imaginação
fértil. (A locutora pergunta: De quem? Do Ministério Público, dos ofendidos?).
Não do Ministério Público, porque o Ministério Público não lhe podemos apontar
o dedo, o Ministério Público apenas transcreve para a acusação aquilo que é
dito pelos ofendidos.” (22/05/2018).

Protesto da
polícia na esquadra de Alfragide. Os senhores guardas atuais estão a milhas dos
cinzentos de Salazar, bem remunerados, bem treinados, bem instruídos, com liceu
concluído, primavam e irmanavam pela originalidade, gritando: “Polícias unidos
jamais serão vencidos!” De meia-idade, (a idade é muito importante, pois
significam cãs, sabedoria, skills), Armando
Ferreira, do Sindicato Nacional de Policia declarava: “Tem havido varias
pressões por parte de ehh movimentos políticos que ‘tão a haver, a fazer
aproveitamento sobre aquilo que se ‘tá a passar aqui, principalmente num ano de
campanha de campanha eleitoral, para as autárquicas, no sentido em que os polícias
devem ser suspensos, que os policias ainda estão a trabalhar. (…). O que
aconteceu, vai-se provar se aconteceu ou não em sede de julgamento. Não está
nada provado. Se tivesse provado já havia condenados.” (…). Cátia Lopes, de
meia-idade, chefe da PSP Oeiras: “Eu tenho conhecimento, por exemplo, de que
uma pessoa que nem sequer ‘tava na esquadra, mas porque é conhecido de da
população, destes jovens ehhh do bairro da Cova da Moura, e que num
reconhecimento presencial foi reconhecida, essa pessoa, esse elemento policial,
não estava nesse dia na esquadra, estava ausente.” António Ramos, na terceira
idade, ex-drigente sindical da PSP: “Numa reposição de ordem pública,
evidentemente que a gente não pode ‘tar aos beijinhos às pessoas, tem
que ser reposta a ordem pública. (…). Isto da da de fazer já o julgamento na
praça pública, e pedir a suspensão deles, portanto isto é um erro, até trânsito
em julgado todo o cidadão é inocente.” Guilherme Lemos, de meia-idade, comerciante
da Amadora: “O meu estabelecimento ficava a cerca de 500 metros do bairro de Santa
Filomena, e eu assisti a muitas coisas, e digo nunca assisti a intervenções
desastrosas de violência da polícia.” (22/07/2017).

Nos
sindicatos, cada um puxa o rabo do seu boi. O chefe Meireles, vice-presidente
do Sindicato da Carreira de Chefes da PSP: “Como é que estes elementos, estes
18 elementos têm motivação, se não houver agora aqui um trabalho até
psicológico do gabinete de psicologia PSP, para ir trabalhar amanhã p’a Cova da
Moura? Como? Quando eles estão sujeitos todos os dias a agressões. (…). São
todos jovens elementos policiais. Com dois, três, quatro, cinco anos no máximo,
acabados de sair da EPP, estão na gíria policial verdes. (…). Se
houvesse um ascendente hierárquico, se houvesse um chefe ali no local, que
dissesse: Meu caro senhor, e na eventualidade e alegadamente de tal se ter
praticado, caro senhor, o seu comportamento não é correto, faz favor abstenha-se
de ter esse procedimento. Mas não há ascendente. Os agentes ‘tão entregues a si
próprios no terreno. Os agentes por vezes fazem da tripa coração, por
vezes ingenuamente julgam até que estão a proceder bem, e não estão,
falta-lhes ali uma voz de comando que não existe neste momento na polícia. (…).
Se de facto forem apurados factos atentatórios ao bom nome da PSP, crimes
graves como aqueles que agora alegadamente estão imputados (…) pois nesse caso
que se faça justiça.” (13/07/2017).

1984.
Dezembro. Domingo, 9, “o presidente da República, general Ramalho Eanes, admitiu
hoje publicamente a sua intervenção a nível político-partidário, após o termo
do seu mandato. Isto «se a ação governativa dos partidos políticos existentes
não der resposta satisfatória aos problemas do país». Ramalho Eanes falava aos
microfones da Rádio Renascença, numa entrevista concedida ao programa «Cartas
na mesa». «É evidente que depois do meu mandato, vou exercer uma ação política
com caraterísticas diferentes, mas defendendo os mesmos valores». (…). Eanes
deixava assim relativamente claro um aspeto que nos últimos tempos tem
suscitado muitas interrogações e que é o da sua posição relativamente ao
Movimento lançado em Santarém. Eanes lembrou que, além de um compromisso, tinha
um programa apresentado aos portugueses e que foi impedido de cumprir pelas
limitações que lhe foram impostas pela revisão constitucional que, segundo
afirmaria, «fechou o espaço de intervenção política autónoma dos independentes
e acabou por fazer que o presidente da República, tendo embora um projeto
político, não pudesse realizá-lo, bem como impediu o programa de candidatura,
uma carta compromisso com o eleitorado». (…). «Um país com a nossa idade, uma
juventude promissora, ao contrário do que muitos dizem, e em contacto com o
mundo, pode encontrar soluções». Na opinião do general Ramalho Eanes «as
resistências para suportar a crise estão a atingir o limite» mas «a situação
não é desesperada» nem «crítica».

Para Ramalho
Eanes é necessário uma remodelação global» que inclua «um aparelho
administrativo eficiente transparente, uma prática mais coordenadora, maior
participação da juventude e definição de um projeto mobilizador». (…). «Cabe-me
evitar situações de perturbação sociopolítica, cabe-me garantir a pacificação
social e garantir, inclusivamente através de novas oportunidades políticas,
sempre que a eficácia governativa não seja satisfatória e não seja
satisfatoriamente aceite pela população». O presidente da República acrescentou
não se demitir de tudo o que esteja constitucionalmente atribuído às suas
funções, adiantando que «a renúncia, a demissão do governo, a dissolução da
Assembleia da República, têm, nessa perspetiva um valor permanentemente
disponível para o presidente da República». «O presidente da República nunca
poderá dizer que não vai usar este ou aquele instrumento. É o caso da renúncia.
Trata-se de um instrumento disponível que usarei ou não em função daquilo que
seja a evolução política nacional, em função daquilo que esse instrumento possa
interessar num determinado momento à evolução e à estabilização da vida
democrática portuguesa».  (…). Ao ser-lhe
feita a pergunta sobre a possibilidade de golpes militares em Portugal, Eanes
considerou «impensável» neste momento, um golpe de Estado militar. «Pela primeira
vez não é possível, dada a consciência política dos militares e ainda das
condições objetivas existentes em Portugal. Enquanto o nosso país teve um
império, é evidente que as forças armadas tinham de ter, quer quisessem quer
não, um poder e uma participação política relativamente ativa. A partir do
momento em que o império desapareceu elas podem ter ou não essa participação
política – não é indispensável que a tenham». «Não estão interessadas em tê-la,
têm uma consciência política suficiente para perceberem qual é o papel que lhes
cabe em democracia».”      

Acerca do
papel da Igreja em Portugal, o presidente da República considerou-o especial e
com um peso cultural significativo, defendendo uma estreita ligação, sem que
signifique dependência, entre o Estado e a Igreja, de tal maneira que haja
possibilidade de coordenar esforços. «Sempre que os políticos se esqueceram que
a Igreja tem um peso social importante, houve desvios graves e
desnecessários».” [2]

Terça-feira,
11, “o volume de investimentos existente em Portugal nos últimos anos em vez de
criar riqueza contribuiu, apenas, para gerar prejuízos, afirmou hoje, em
Lisboa, o ministro das Finanças. Portugal apresentou nos anos recentes uma das
mais significativas proporções entre o volume de investimentos e o Produto
Interno Bruto, no espaço da OCDE» os quais «em vez de criar riqueza e de
contribuir para a ultrapassagem dos bloqueios estruturais, serviu apenas para
gerar prejuízos». «Muitos dos investimentos serviram, apenas, para criar novos
constrangimentos à gestão da política económica e agravar a situação das
empresas que os realizaram», disse Ernâni Lopes, na sessão de enceramento da
2.ª Conferência Nacional dos Economistas que decorreu durante dois dias na Aula
Magna da Universidade de Lisboa, por iniciativa da Associação Portuguesa de
Economistas. «Ao longo dos últimos dez anos a economia portuguesa foi vivendo a
crédito e pôde ignorar ou fingir ignorar» o tipo de questões essenciais
limitando-se a «responder às pressões imediatas e evoluindo em contraciclo
relativamente ao padrão da economia internacional». (…). O ministro referiu-se
na sua intervenção de 22 páginas, à sociedade civil, a qual «anquilosada por
décadas de imobilismo, desorganizada por uma revolução contraditória, tem-se
mostrado incapaz de se definir estrategicamente». «Desaparecidas as orientações
de fundo na voragem das crises políticas, enfraquecido nos seus próprios
alicerces, o Estado foi perdendo peso contratual e capacidade de arbitragem
perante grupos de pressão e poderes intermédios» o que causou, na sua opinião,
a proliferação de «feudos e baronatos, gerando-se as condições para o reinado
do provisório e do arbitrário».”        

Terça-feira,
11, «o futuro já não é o que era dantes»: foi com esta fórmula de Paul Valéry
que Edgar Morin abriu hoje à noite, no auditório superlotado do Centro de Arte
Moderna da Gulbenkian, a sua conferência sobre «Passado, presente, futuro», que
inaugurava uma série de colóquios organizados pela Fundação e pelo Centro
Nacional de Cultura. Já não é o Morin de «Paradigma perdido», do «Diário da
Califórnia» nem dos textos para-sociológicos que o marcaram até finais dos anos
60. Herdeiro de Illitch, de Lefort e de Castoriadis, o Morin de hoje é
filosoficamente um cético, e o seu discurso sobre a mudança social é um
utopismo poético: ele acabaria a sua conferência dizendo que «a esperança
reside no improvável, que nós não conseguimos ainda hoje tematizar nem
escrever». Mas não é só o futuro que «já não é o que era»: também o passado se
modifica, à medida que cada geração lança sobre ele novas luzes – luzes que
alteram o seu rosto. Quanto ao presente, é sempre cego sobre si próprio: o
presente não deteta nunca, nos desvios que vão tornar-se norma, a chegada do
futuro. Morin procede por sínteses, tenta avaliar o estado das questões: assim,
se é certo que conseguimos libertar-nos, na leitura do devir, da linearidade e
dos continuismos vários, também é certo que a leitura do devir pela
descontinuidade, pela rutura, não substituiu, subsumindo-a, a primeira. Entre
passado, presente e futuro haveria antes circularidade,
uma circularidade que se vai modificando. Fundamentalmente, Morin viria a
abordar os modos como vivemos a ideia de futuro, desenvolvendo duas direções de
análise: primeiro, o nosso presente «perdeu o futuro»; depois, e apesar disso,
«há futuro demais no nosso presente».

O nosso
presente perdeu o «lindo» futuro quando, em 1973, as sociedades industriais
compreenderam que não iam conduzir o homem à abundância, ao lazer. O mundo
ocidental perdeu o otimismo industrialista e admitiu, pela primeira vez
desde o pós-guerra, que não conseguiria exorcizar completamente a
«crise». Pelo contrário, a «crise» instalou-se irreversivelmente nele. Mas
o otimismo industrialista não era estritamente «ocidental»: também Krutchev
dissera nos anos 60 – como lembrou Morin – que o comunismo estaria realizado em
1980, na URSS. Quebradas as promessas, instalada a «crise», o futuro passou a
ser dominado pela ameaça do caos termonuclear e pela ameaça do totalitarismo. Nascidos
do pós-68, a vontade e o desejo de viver o presente tão intensamente quanto
possível já são influenciados por essas imagens do futuro e, segundo Morin,
acabaram por desembocar num «realismo sonambúlico»: a exaltação do dia-a-dia
viria a acentuar, também ela, a tendência para a «perda de futuro». Curiosamente,
como nota Morin, assiste-se então a novas procuras da identidade sectária no
passado: os fundamentalismos religiosos, como aquele que nesta década atravessa
o Irão, seriam, nesta ótica, tentativas de reconquista da identidade por parte
de sociedades que se sentiram arrastadas pela crise do otimismo industrialista.
Mas este movimento não seria apenas característico do Irão, nem de sociedades
tradicionalmente «opacas» para o ocidental: o Reaganismo é igualmente um
fundamentalismo à americana, um mergulho nas raízes mitológicas dos EUA. (…).
Por outro lado, o nosso presente está demasiado carregado de futuros: os
futuros «acotovelam-se» mesmo no seu seio, segundo as palavras de Morin. Ele
identificou sobretudo três: o «tecnológico», o «exterminacionista» e o «totalitário».
O primeiro é representado pela promessa das novas tecnologias. Morin nunca fez
das técnicas uma leitura «ingénua», sabe que elas não são «neutras» e distingue
dois modos de as viver: há as «boas» tecnologias, que através da computorização
das informações e da biologização das indústrias realizarão o bem-estar
pós-industrial (o seu profeta terá sido Illitch e a escola de Cuernavaca, mas a
liderança da sua defesa ideológica é hoje conduzida por Alvin Toffler) … e há
um «mas», como em todas as mitologizações: são as que acarretarão o desemprego
massivo, a robotização e sobretudo o controlo total do individuo pelo Estado
informatizado (descrito por Orwell) e a manipulação integral do desvio.

Para Morin,
o sentido mais profundo da mudança que vem com as novas tecnologias reside na
computorização, que vai provocar uma cerebralização artificial de todo o tecido
social: ele afirma que está a nascer, com esta mudança, uma espécie de «novo
sistema nervoso da sociedade», fenómeno radical que afetará profundamente a
natureza do social. Os computadores, diz ele, poderão transformar-se em
«máquinas lógicas de guerra». Mas o nosso presente comporta igualmente um
antifuturo: é o futuro exterminacionista da ameaça termonuclear. Diz-se com
demasiada facilidade que o terror modera essa ameaça – o terror dos próprios
detentores de armas atómicas – mas o facto é que a possibilidade de destruição
total existe realmente hoje, e que nós a vivemos como um dos nossos futuros
possíveis. Finalmente, Morin retoma a imagem orwelliana do totalitarismo
enquanto «poder não controlado», já evocado como uma das versões possíveis do
desenvolvimento da apropriação, pelo Estado, das novas tecnologias da
informação. E é em conclusão de tudo isto que surge, para Morin, a necessidade
de simultaneamente, se ser «conservador» e «revolucionário»: «é indispensável
deslocar o nosso presente da posição onde o puseram». «Afinal não estamos nos
postos avançados da história».”                     

Quarta-feira,
12, “um tribunal de Lisboa ordenou uma penhora, à RTP, de um prédio na Lapa, um
carro de exteriores e três automóveis Volvo para pagamento de uma indeminização
à Filform – disse à Anop advogado da firma exequente, José Manuel Galvão Teles.
Este advogado afirmou que a RTP foi condenada em novembro de 1983, depois de um
longo processo que chegou até ao Supremo Tribunal de Justiça, a pagar uma
indeminização à empresa. A Filform é propriedade de alguns cineastas, entre os
quais Fonseca e Costa. José Manuel Galvão Teles adiantou que à indeminização
há que acrescentar juros de 36,5 % ao ano, pelo que a dívida já ultrapassa os
20 mil contos, além das custas do processo. O advogado da Filform disse ainda
ter indicações, embora sem confirmação, que a penhora, ordenada pelo 16.º Juízo
do Tribunal Cível da Comarca de Lisboa, teria sido já executada, enquanto fonte
próxima da empresa disse à Anop que pelo menos o carro de exteriores teria sido
penhorado sexta-feira. Galvão Teles adiantou que a RTP foi condenada pelo não
cumprimento de um contrato com a Filform para a empresa realizar uma série
chamada «Risos e lágrimas», que incluiria um conto alegre e outro dramático de
diversos autores portugueses.” 

Sexta-feira,
14, “não são fanáticos do campismo, militantes ecológicos ou seguidores de uma
qualquer filosofia que incita ao convívio nos grandes espaços. São estudantes
de várias faculdades que vivem e estudam em Monsanto por não terem lugar nas
residências dos Serviços Sociais Universitários. «Somos estudantes
universitários com piores condições na Europa, a viver no melhor parque de
campismo europeu», sintetiza, com ironia, Maria Filomena Loureiro. Para esta
aluna de Direito a vontade de continuar a estudar levou-a a habituar-se às
normas do parque que é testemunha de uma situação inédita: o campismo, não por
opção, mas por necessidade. (…). É aqui, que muita gente – estudantes,
retornados e famílias inteiras – moram. Aliás, a falta de habitação não perdoa
e a «arte do desenrasca» tenta não conhecer uma palavra de cinco letras: crise!
Cada estudante, da dezena que habita no parque, tem os seus motivos próprios, a
sua história a contar. Em comum, uma situação de carência a que as estruturas
de apoio não dão resposta. António veio de Leiria para frequentar o ISCSP. À
chegada a Lisboa, as primeiras dificuldades: onde ficar, com os quartos a mais
de dez contos por mês? (15 600$00 era o salário mínimo em 1984). Desde outubro
está em Monsanto… a viver em 3,5 metros quadrados. A área de uma canadiana.
«Quando me matriculei meti os papéis para o alojamento; mandaram-me, então, ir
saber o resultado no dia 8 de novembro». Assim começou para este jovem uma
verdadeira odisseia, um combate contra a burocracia e a indiferença. «Quando lá
cheguei disseram-me que tinha que voltar no dia 13; mais tarde a assistente
social marcou-me outro encontro para uma semana depois; e, finalmente, a 19
disse-me que não era naquele dia». A vida deste estudante é limitada pelos seis
contos que tem de mesada e por uma bolsa de estudo de pouco mais de mil
escudos. Para ele, a esperança é o dia 3 de janeiro, data a partir da qual
poderá ter acesso a um quarto numa residência universitária. Até lá, há que
andar sempre com um saco, onde as fotocópias emprestadas pelos colegas, «que
com seis contos comprar livros é impossível» convivem com as peças de roupa que
não pode deixar na canadiana. «Já me roubaram uma vez, e nem pensar em deixar
qualquer coisa na tenda». (…). «No parque pago um pouco menos de 2400 escudos,
porque vou todos os fins de semana à boleia a Leiria», recapitula António. «O
passe custa-me 1320 escudos, almoço e janto na cantina… agora faça as contas».
«Isto é bom para passar férias, mas estar aqui o ano inteiro…», comenta com
desagrado, enquanto acaricia o pescoço ainda dorido por uma noite de estudo,
deitado na tenda.

Filomena
Loureiro tem os mesmos problemas e apenas uma vantagem: vive numa tenda maior.
«Tento dar uma maior comodidade, para ver se esqueço onde vivo». No seu caso, o
preço de um quarto oscilava entre os sete e os dez mil escudos; preço
incomportável para quem dá explicações e trabalha em part-time para poder ir
estudando. Por isso, a crítica é unanime. «É esta a apregoada política de
educação para todos?», pergunta António. «Não aceito isto, e se ainda estou
aqui à espera é por pensar que vai ser uma situação transitória». Filomena
junta mais uma acha à fogueira, ainda em lume brando, do justificado protesto:
«em Portugal não se constroem habitações para estudantes, e gasta-se dinheiro
com a alta competição». (…). Na sua estadia em Lisboa, António foi
apenas uma vez ao cinema, ainda não entrou em nenhum teatro e lamenta ao
menos não poder ver televisão. Tem como companhia um pequeno transístor cor
de laranja. (…). Vítor Rodrigues, no 4.º ano de Medicina, e de passagem pelo
parque, contrapõe o exemplo estrangeiro: «estive em França e vi que, quando os
estudantes se deslocam de cidade para cidade, têm alojamento, pequenos
apartamentos que dividem entre si». Contundente, Vítor sublinha que «esta
situação é derivada ao facto de sermos um país mediano, entre os ricos e os
pobres». (…). A viver há mais tempo em Monsanto, Filomena junta outro episódio:
«os estrageiros que vêm cá de ano a ano, quando nos reencontram ficam de boca
aberta por ainda nos verem cá».” 

Sábado, 15, “supõe-se
que a proposta de Orçamento para 1985, que devia ter dado entrada no parlamento
até 15 de outubro, seja entregue ao presidente da AR no fim da próxima semana,
depois de ser discutida «artigo a artigo» no plenário do conselho de ministros.
(…). O problema crucial para o governo é saber se mantém o défice no apertado
limite de 312 milhões de contos sem paralisar a atividade produtiva, sem
desmantelar o setor empresarial do Estado e sem apertar demasiadamente o cinto
dos eleitores. Das notícias já vindas a lume sobre estas questões parece que o
mais insatisfeito, neste momento, é o ministro da Indústria Veiga Simão, que se
bate contra as Finanças para manter a tutela das mais importantes EPs, ao mesmo
tempo que quer manter à tona alguns projetos de reconversão industrial lançados
nos últimos anos e hoje ameaçados devido ao estrangulamento financeiro. É neste
contexto que Veiga Simão acusa as Finanças de terem agravado a crise, das
empresas públicas, obrigando-as a contrair empréstimos no estrangeiro, em
dólares, apenas para melhorar a situação da balança de pagamentos, embora no
país existissem recursos disponíveis. Algumas das medidas de contenção que
estariam em debate no Executivo são hoje reveladas no Semanário. Assim, seria
muito condicionada a admissão de funcionários públicos (apenas 10 % dos
aposentados), limitadas as remunerações acessórias, ao nível de 84, despedidos
os tarefeiros e o pessoal excedentário ou transferido ou dispensado de
comparecer ao serviço mediante uma redução de 10 % do vencimento. Os aumentos
de despesas com o pessoal da função pública não poderiam ultrapassar os 18 %. Outra
área grandemente atingida pelas medidas restritivas é a Saúde. Aí as limitações
de despesas traduziam-se, nomeadamente, no fim da garantia de emprego para os
licenciados e pessoal de enfermagem e no adiamento para o 2.º semestre de 85 da
abertura de novos hospitais. De acordo com o mesmo jornal, iriam ser
restabelecidas as taxas moderadoras e revisto o regime da previdência rural,
que custa 30 milhões de contos, mas apenas tem receitas de dois milhões. No
campo do ensino, uma das propostas em debate seria a do aumento dos preços das
propinas e das refeições das cantinas, paralelamente ao condicionamento da
construção de novas escolas.”      

Segunda-feira,
17, “o iate Vagrant, que pertenceu aos Beatles, é agora atração turística com o
nome do lendário conjunto musical, atracado no cais do Funchal. O barco, que em
1966 foi propriedade dos Beatles para recreação, encontra-se dividido em três
setores, a esplanada, inaugurada em 1984, um restaurante tipo marisqueira e um
disco-pub, o primeiro com abertura prevista para o verão de 1985. Em relação ao
disco-pub, João Faria (proprietário do barco juntamente com o seu pai João
Bartolomeu Faria), referiu que é uma inovação que se pretende lançar na Madeira.
Disse que se trata de um lugar onde as pessoas poderão descansar inclusivamente
durante o dia, com música suave, «sem ser propriamente uma discoteca». João
Bartolomeu Faria, de 58 anos, adquiriu o barco quando este foi posto a flutuar
depois de em 1977 ter encalhado na praia das Alcaravaneras
em Las Palmas, nas Canárias. A ideia inicial era de restaurar o Vagrant para
ampliação da frota dos Amigos do Mar, organização de turismo náutico
pertencente à família Faria, que dispõe hoje em dia de cinco lanchas para pesca
desportiva nos mares da Madeira. Foi então, pelo facto de não haver hipótese de
restaurar a embarcação para navegar, que surgiu o projeto atualmente posto em
prática, da autoria de João Bartolomeu Faria. (…). O barco foi construído em
1941, nos estaleiros Bath Iron Works em Maine, EUA, para um multimilionário
de nome Horace Vanderbilt, tendo também pertencido à família do magnate grego
Goulandris e ao cantor Donovan. (…). João Carlos Abreu, secretário Regional do
Turismo e Cultura, disse ser o iate «uma peça muito bonita dentro da cidade» e
sublinhou que os Beatles constituíram «uma etapa importante na música do
mundo». «Revolucionaram a música e, portanto, qualquer coisa que tenha
pertencido aos Beatles é importante do ponto de vista turístico», salientou
aquele membro do governo regional da Madeira, entidade que está a estudar um
processo para apoio à conclusão do inédito complexo [3].

O iate
Vagrant, colocado ao lado da marina do porto do Funchal, foi construído
originalmente em aço, tem 35,70 metros de comprimento, a largura máxima é de
7,60 metros e o pontal de 3,14 metros. Quando navegava tinha uma autonomia de 3
mil milhas e possuía oito cabinas que eram um verdadeiro luxo, no dizer de João
Faria e dispunha ainda de um salão de jantar, além dos camarotes da tripulação.
Estava equipado com um motor diesel Cooper Bessemer de 450 cavalos e 8
cilindros, embora o essencial para a navegação fossem as velas que partiam de
um mastro em madeira para outro de liga metálica. As características gerais do
Vagrant estão mantidas, embora algumas alterações fossem introduzidas, como é o
caso da ponte de comando, por uma questão de funcionalidade do bar e esplanada
«The Beatles». O barco, que foi dos Beatles, veio para a Madeira em 1979 e só
depois de dois anos e meio, em maio de 1982, é que se iniciaram os trabalhos de
adaptação ao projeto em curso, parte dos quais concluídos em 1984 com a
abertura do café e esplanada. Para a colocação no local onde hoje pode ser
visitado, operação que não foi fácil em virtude das suas 248 toneladas de
arqueação bruta, teve de ser aberta uma vala, que com a maré cheia tinha de ter
um nível de água igual ao do pontal do barco, de cerca de 3,10 metros. «Quando
cavavam o mar deitava outra vez para trás os calhaus» disse João Faria, que
referiu: «foi trabalho de dias». Foram necessárias duas semanas para colocar o
Vagrant na posição em que se encontra atualmente, para o que se aproveitou a
maré alta utilizando-se macacos hidráulicos, um à frente e um de cada lado do
iate, para o subirem a 2,5 metros do nível do mar.”       

Segunda, 17,
“ o cidadão português morto sexta-feira à tarde numa emboscada por elementos da
RENMO nos arredores de Maputo, chamava-se José Cardoso. Até ao momento, desconhecem-se
outros pormenores sobre a identificação do português, a décima sétima vítima de
ações da RENAMO em Moçambique em 1984, tais como nome completo, idade, e o que
fazia no local da emboscada. O conselheiro da embaixada portuguesa em Maputo,
João Deus Ramos, que substitui o embaixador José César Paulouro das Neves, de
férias em Portugal, desconhece igualmente outros pormenores mas disse que
talvez hoje seja possível esclarecer completamente a situação [4]. As vítimas seguiam em quatro veículos civis
pertencentes à empresa moçambicana de lacticínios e a uma exploração agrícola
local, em direção a Maputo quando foram intercetadas. De acordo com as
testemunhas, os elementos da RENAMO ordenaram-lhes que saíssem dos carros e
mataram-nos, imediatamente, a tiro e à facada. Alguns dos veículos foram então
incendiados com alguns corpos no interior. O português morto era namorado da
filha do governador da província de Gaza, a qual foi também morta no ataque.” [5]    

__________________

[1] Rui Pereira,
ministro da Administração Interna, era um ministro imbuído: “Esse acordo, ao
contrário do que já se disse também, não se destina a trocar dados de cidadãos
em geral, apenas se destina a trocar dados de pessoas que tenham cometido, ou
que se preparam para cometer, crimes graves ou atos terroristas, e é um acordo
que assegura a reciprocidade. Nós damos dados dessa natureza aos Estados Unidos,
eles dão-nos a nós. Porquê? Porque é inconcebível, por exemplo, haja um
atentado terrorista bem-sucedido contra as torres das Amoreiras ou contra
um edifício de Nova Iorque por falta proteção e transmissão de dados. Nenhum
cidadão compreende isso.” (2011).

Rui Pereira no
final do 1.º curso para chefes da PSP (só havia cursos para subchefes):
“Trata-se, diria eu, de uma boa novidade, para a Polícia de Segurança Publica,
mas trata-se sobretudo de uma boa novidade para o país e para os cidadãos,
porque eles vão estar de uma forma ainda mais competente e dedicada ao serviço
de Portugal.” (2010).

Não só de
ministros grandes vive Portugal. No meio da poeira da crise bancária europeia,
Portugal tinha, por graça de Nossa Senhora, os melhores banqueiros do mundo. Lucros
da banca no primeiro semestre de 2010. BES: 282,2 M€; Santander: 247 M€
desceu); BCP: 163,2 M€; BPI: 99,5 M€.

[2] “Pode, para
conciliar o estranho amor que sente pelos homens com a sua eterna justiça, não
menos singular, sacrificar o seu único filho, como no-lo conta o Evangelho. Porém,
abdicar, suicidar-se por amor dos homens, não o fará nunca – a menos que a isso
seja obrigado pela crítica científica. Enquanto a crédula fantasia dos homens
permitir que Deus exista, este será sempre soberano absoluto, senhor dos
escravos. É, pois, evidente que tratar os homens segundo o mandamento de Deus
não pode significar senão tratá-los como escravos. O amor pelos homens segundo
Deus é o amor pela sua escravidão. Eu, individuo imortal e completo graças a
Deus, sinto-me livre porque sou escravo de Deus e não tenho necessidade dos
outros homens para tornar mais completa a minha existência intelectual e moral.
Conservo todavia as minhas relações com eles para obedecer a Deus e, ao amá-los
por amor a Deus, ao tratá-los segundo Deus, quero que sejam escravos de Deus
como eu próprio sou. Por conseguinte, se ao amo soberano agrada eleger-me para
fazer prevalecer a sua vontade sobre a Terra, saberei obriga-los a isso. É este
o verdadeiro caracter daquilo a que os adoradores de Deus, sinceros e honestos,
chamam amor humano. Não é tanto a abnegação dos que amam como o sacrifício
forçado daqueles que são objeto – ou melhor, vítimas – desse amor. Não é a sua
emancipação, é a sua servidão para maior glória de Deus. É assim que a
autoridade divina se transforma em autoridade humana – é assim que a
Igreja dá origem ao Estado. (…).        

“Três
elementos – ou, se se prefere, três princípios historicamente fundamentais –
constituem as condições essenciais de todo desenvolvimento humano, tanto coletivo
ou como individual: 1.º a animalidade humana; 2.º o pensamento; 3.º a revolta.
À primeira condição corresponde propriamente a economia social e privada; à
segunda, a ciência; à terceira, a liberdade. Os idealistas, sem exceção de escolas
(aristocratas e burgueses, teólogos e metafísicos, políticos e moralistas,
religiosos, filósofos ou poetas, – sem esquecer os economistas liberais,
admiradores desenfreados do ideal), ofendem-se muito quando se lhes afirma que
o homem, com sua inteligência, as suas ideias e aspirações sublimes, não é mais
do que matéria; matéria semelhante a tudo o que existe sobre a Terra. Poder-lhes-íamos
responder que a matéria de que falam os materialistas – matéria espontânea e
eternamente móvel, ativa e produtiva, matéria química e organicamente determinada,
caracterizada pelas propriedades mecânicas, físicas, animais ou inteligentes
que lhe são inerentes – não tem nada em comum com a «vil matéria» de que falam os
idealistas. Para estes, a matéria, produto da sua falsa abstração, é
efetivamente uma coisa estúpida, imóvel, incapaz de produzir o que quer que
seja, um «caput mortuum», uma insignificância, comparada com a «infinita»
imaginação a que chamam deus, ser supremo perante o qual a matéria por eles
concebida – e que despojaram de tudo o que constitui sua natureza real – não
pode deixar de representar mais do que o supremo Nada. Tiraram à matéria a
inteligência, a vida, as qualidades determinantes e até o próprio movimento sem
o qual não seria sequer pesada, não lhe deixando mais do que a imponderabilidade
e da imobilidade absoluta no espaço. Atribuíram todas essas propriedades e
forças a um ser imaginário, criado por sua fantasia abstrata. E assim,
invertendo os papéis, chamaram esse produto de sua imaginação, a esse fantasma,
esse deus que é nada - «ser supremo». Por conseguinte, declararam que o ser
real, a matéria, o Mundo, é o nada. Depois disso pretendem impingir-nos que a matéria
não é capaz de produzir, nem sequer de ter movimento próprio, e que, por conseguinte,
não pode deixar de ter sido criada por seu Deus.” Em “Deus e o
Estado”, Bakunine.

“Ainda se o
divino Salvador tivesse salvado o mundo humano! Mas não; no paraíso prometido
pelo Cristo, como se sabe, visto que é formalmente anunciado, haverá poucos
eleitos. O resto, a imensa maioria das gerações presentes e futuras arderão
eternamente no inferno. Enquanto isso, para nos consolar, Deus, sempre justo,
sempre bom, entrega a terra ao governo dos Napoleão III, Guilherme 1,
Ferdinando da Áustria e Alexandre de todas as Rússias. Tais são os contos
absurdos que se narram e as doutrinas monstruosas que se ensinam, em pleno
século XIX, em todas as escolas populares da Europa, sob ordem expressa dos
governos. Chama-se a isto civilizar os povos! Não é evidente que todos os
governos são os envenenadores sistemáticos, os embrutecedores interessados das
massas populares?” Em “Deus e o Estado”, Bakunine.

[3] “O iate Vagrant,
antiga propriedade dos Beatles, afundou-se na noite de terça-feira [10/12/2013],
em consequência da forte agitação do mar que fustigou a costa sul da ilha da
Madeira. O iate que em julho passado tinha sido rebocado do Funchal para o
porto de abrigo do Caniçal, onde aguardava a definição da zona de afundamento
para ser transformado num recife artificial, foi uma das 25 embarcações que se
afundaram nos dois últimos dias por causa da forte ondulação de sudeste. Todos
os 15 barcos que estavam abrigados no Porto de Santa Cruz foram ao fundo. No
porto e marina de Machico afundaram-se cinco embarcações, no Funchal duas,
tantas como na Calheta. A remoção coerciva do iate Vagrant para o Caniçal, onde
aguarda o desfecho de um longo imbróglio judicial, esteve envolta em polémica
que opõe o atual proprietário, João Bartolomeu Faria ao governo regional e
autoridades marítimas. O executivo madeirense alegou ser urgente
avançar com as obras de construção do novo cais e dos trabalhos na foz das
ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia, na sequência do temporal de fevereiro
de 2011.
Já o
empresário recusava dar cumprimento à notificação recebida para desocupar a
área, na faixa litoral a leste do cais da cidade, onde instalou o iate em 1984
para o transformar num complexo de restauração com esplanada constituída por
pequenas canoas. O iate Vagrant, ‘Vagabundo’, em português, foi adquirido por
Faria na vizinha ilha de Gran Canária, onde estava encalhado na sequência de um
acidente no dia de Natal de 1977. Reposto a flutuar, chegou à Madeira em 1979
e, três anos depois, originou o complexo de restauração. Foi inaugurado a 10
outubro de 1984 por Alberto João Jardim, que agraciou então o empresário com o
galardão Estrelícia Dourada pelos altos serviços em prol do turismo.”

[4] Falecido a
14 de novembro de 2015. “José César Pauloro das Neves nasceu a 21 de outubro de
1937, no Fundão. Licenciou-se em Direito em Coimbra, onde se iniciou num
combate sempre discreto mas firme contra a ditadura. Em maio de 1959 foi um dos
402 estudantes, das três academias, que subscreveram um manifesto dirigido a
Salazar, pedindo a sua demissão. Endereçado não ao Presidente do Conselho mas
ao «Professor Doutor António de Oliveira Salazar», sugeria o seu «afastamento
da vida pública, por ocasião do 70.º aniversário, como condição primeira da
resolução do problema político nacional, capaz de contribuir duma forma
significativa para a pacificação da Família Portuguesa». Em abril de 1960 foi
eleito para a Assembleia Magna da AAC, numa lista de oposição à ditadura,
liderada por Carlos Candal – a primeira desde 1944, quando Salgado Zenha fora
eleito presidente. (…). No VIII Governo Constitucional, de Pinto Balsemão,
chefiou o gabinete do ministro dos Estrangeiros, Vasco Futscher Pereira. Antes,
fora assessor diplomático de Maria de Lurdes Pintasilgo, a primeira-ministra do
V Governo. De permeio, e a pedido de Jorge Sampaio, dera um contributo decisivo
na elaboração do programa de política externa da Frente Republicana e
Socialista, FRS – que viria a perder as eleições de 1980 para a Aliança
Democrática. Entrado no ministério dos Negócios Estrangeiros, o primeiro posto
no estrangeiro, entre 1968 e 1973, foi Tóquio. Ao todo, esteve 21 anos fora do
país, com passagem pelas embaixadas de Brasília, Maputo, Madrid, Paris e Roma. O último
posto foi Roma. Em 2003, quando completou 65 anos e teve de deixar a carreira,
o presidente da República chamou-o para consultor. «O Sampaio tinha passado
pelo Instituto Universitário Europeu de Florença e dissera-me que, quando
deixasse de ser embaixador, gostava de contar comigo. O que fiz com muito
gosto» – afirmou ao autor, numa entrevista. Da mesma geração de Sampaio, mas um
ano mais velho, haviam-se conhecido há quatro décadas, na crise académica de
1961. Amigos desde então, com uma relação de grande confiança mútua,
apesar disso nunca se trataram por tu. (…). Um dos momentos mais
intensos em Belém foi a cimeira das Lajes, juntando George W. Bush, Tony Blair,
José Maria Aznar e Durão Barroso. «Foi uma surpresa para toda a gente,
inclusivamente para o presidente, que só foi avisado à última da hora. Ficou
francamente incomodado com a forma como tudo se tinha passado. Sampaio travou
até onde pôde» a participação de Portugal na invasão do Iraque. «Defendeu a
teoria dos serviços mínimos e pôs em prática esse conceito». (…).

A França e
muito especial Paris marcaram a fase final da carreira de Paulouro – como todos
o conheciam. Em Belém já estava Sampaio. Em 1996, acompanhou o presidente
quando se deslocou a Paris para as comemorações do 150.° aniversário do
nascimento de Eça de Queiroz, que fora cônsul na capital francesa. Os dois
visitaram a casa onde Eça viveu, em Neuilly-sur-Seine, e onde escreveu algumas
das melhores páginas da ficção portuguesa. Ao ato associou-se o então maire de Neuilly, Nicolas Sarkozy –
futuro presidente de França. Para o jantar na embaixada, Paulouro convidou a
nata do socialismo francês: Laurent Fabius, Lionel Jospin, Michel Roccard, mas
também intelectuais como o filósofo Jacques Derrida e o escritor espanhol Jorge
Semprún. Mais tarde, organizou um jantar de Sampaio com o primeiro-ministro
socialista Lionel Jospin. «Servi um vinho do Porto do ano em que o Jospin e eu
nascemos, 1937, mas infelizmente já não estava grande coisa. Claro que não lhe
disse isso».”

[5] Graças a
Deus o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, foi ensinado nas faenas democráticas
pelo melhor, por Luís Delgado que Carmo, uma tia de Pimpinha e Isaurinha, uma
das irmãs de Cinha Jardim, enviara para o mato de Moçambique nessa nobre
pedagógica missão, morreu santo a 3 de maio de 2018. “Afonso
Macacho Marceta Dhlakama nasceu no primeiro dia do ano de 1953. Com o fim da
Guerra Colonial, em 1974, Dhlakama ingressou na Frelimo, abandonando o partido,
em divergência, dois anos volvidos. Então, funda em Harare, no Zimbabué, a
Resistência Nacional de Moçambique, a RNM, um movimento armado apoiado pelos
serviços secretos da Rodésia — tendo a RNM como principais ideólogos políticos
e militares, para além de Dhlakama, o chefe dos serviços secretos rodesianos,
Ken Flower, e Orlando Cristina, antigo membro da PIDE-DGS. As primeiras ações
armadas da RNM registam-se na Gorongosa, precisamente onde esta quinta-feira o
líder da Renamo morreu.”

na sala de cinema

“Il mio nome è Nessuno” (1973), real. Tonino Valerii, c/ Terence Hill,
Henry Fonda, Jean Martin … sob o título local “O meu nome é Ninguém” estreado sexta-feira,
30 de agosto de 1974 no Aviz, Éden, Roma e Oxford (Cascais). Reposto, quinta-feira,
2 de setembro de 1982 no Politeama e no Sheza. “Jack Beauregard (Henry Fonda) é
um pistoleiro velho que se quer reformar pacificamente na Europa. Três
pistoleiros tentam emboscá-lo na barbearia. Depois de despachá-los, o filho do baeta
pergunta ao pai se há alguém no mundo mais rápido que Beauregard, ao que ele
responde: «Mais rápido do que ele? Ninguém!» Beauregard faz uma pausa na sua jornada
para ver um vagabundo (Terence Hill) apanhar um peixe. Então, dirige-se a uma
velha mina, apenas para descobrir que o seu amigo Red acaba de ser baleado por
um bando. Beauregard pergunta-lhe pelo paradeiro de um certo Nevada, mas Red
apenas consegue dizer a povoação onde está Nevada, antes de morrer.”
Factos: “Enquanto caminhava por Boot Hill, Ninguém mostra a Beauregard que um
dos nomes numa lápide é Sam Peckinpah. Nesse mesmo ano, Clint Eastwood, em «O pistoleiro
do Diabo» (1973), tem uma cena em Boot Hill, que inclui uma lápide de Sergio
Leone e outra de Don Siegel.” “Posate le pistole, reverendo” (1971), real. Leopoldo Savona, c/ Mark
Damon, Pietro Ceccarelli, Veronika Korosec … sob o título local “A minha arma
não perdoa” estreado quinta-feira, 1 de julho de 1982 no Politeama. “Geremia, um
burlesco pizeiro napolitano, conduz a sua carroça pelo faroeste na companhia
das duas filhas, Lucy Petrona, filha de Angelina e Mary, filha de Ninetta,
quando encontra o vagabundo e desleixado Slim, dito, o Porcalhão. Este, ajuda-o,
moralmente, durante uma investida de três bandoleiros que queriam desenferrujar
o prego nas filhas e, no caminho para a povoação mais próxima, sabendo por um
astrónomo de um eclipse na próxima segunda-feira às 11h57, elabora um plano para
enriquecerem, que requer que o relutante Geremia use roupas de padre,
substituindo o antigo sacerdote assassinado, e caia nas boas graças de
Coldwater, o dono do saloon, que tem um considerável tesouro escondido que foi
roubado há anos a Sam, um conhecido de Slim. Para dar credibilidade na apresentação,
Slim faz-se passar por aleijadinho e, de forma trapalhona, Geremia cura-o:
«Ponho a testa sob a mão deste pobre cretino, ouve a voz da verdade…». Na pancadaria
de bar, para festejar o bendito milagre, Lucy e Mary aproveitam para esvaziar
os bolsos dos distraídos espetadores. Durante a agendada missa para
segunda-feira, «porque domingo é dia de descanso», o sol apaga-se,
aterrorizando Geremia. Mary: «Slim, o que aconteceu?». Slim: «Não é nada, não
tenham medo, é apenas um pequeno eclipse». Lucy: «Um quê?» Slim: «É uma coisa
que fazem os gregos».”
“La petite fille en velours bleu” (1978), real. Alan
Bridges, c/ Michel Piccoli, Claudia Cardinale [1],
Lara
Wendel … sob o título local “A rapariga do vestido azul” estreado
quinta-feira, 29 de abril de 1982 no Castil e no Estúdio 444. “Um cirurgião judeu
vienense, Conrad Bruckner (Michel Piccoli), vive na Côte d’Azur enquanto
aguarda o seu visto para Inglaterra. Estamos em 1940, dentro de poucas semanas
o exército alemão ocupará a França. Conrad deve submeter-se ao controle de
residentes estrangeiros, mas escapa às burocracias da polícia francesa graças a
Casarès (Marius Goring), um homem de negócios poderoso a quem ele salvou a vida
e que, agora, protege-o e alberga. Operando clandestinamente no hospital do seu
amigo Lherbier (Bernard Fresson), o cirurgião atura com paciência a fauna
humana ociosa e estúpida, da qual o seu riquíssimo amigo gosta de se rodear. A chegada de Fabrizzio Ponti (Umberto Orsini), um
célebre pianista italiano em fuga da polícia fascista e gravemente ferido por
ela, levará Conrad a mudar o seu estilo de vida. De facto, ele apaixona-se por
Laura (Lara Wendel), a filha de treze anos de Francesca Modigliani (Claudia
Cardinale), que fugiu de Itália com o seu amante, Fabrizzio. Laura, longe de ser insensível ao charme do
cinquentão, irá ao ponto de se oferecer a ele. Mas Conrad recusa. No entanto,
quando Laura, de partida para os EUA com a mãe, vem despedir-se, o cirurgião
não consegue conter a emoção. O escândalo rebenta. Casarès rejeita-o e Conrad,
agora sozinho, irá morrer sob as balas de assassinos italianos que pensam estar
a executar Ponti.”
[2] “Cara dolce nipote” (1977), real. Andrea Bianchi, c/ Ursula Heinle,
Femi Benussi, Francesco Parisi … sob o título local “A
sobrinha é de gritos” estreado quarta-feira, 29 de abril de 1981 no Odéon. “Corrado é
o inconsolável viúvo da belíssima Laura, que vive da memória da mulher,
conservando ciosamente as suas roupas e evitando frequentar o sexo feminino. O
seu microcosmo pessoal entra em crise com a chegada da bela e desinibida
Daniela (Ursula Heinle) que, com as suas curvas, mas sobretudo com a sua visão
desempoeirada da mulher moderna, cria forte turbulência no seu tio. Ainda no
autocarro do aeroporto, um desconhecido acaricia-lhe o rabo e roça-se nela, não
sendo o seu tipo de homem, repara num charmoso piloto, Franco Santi (Francesco
Parisi), discretamente, com o olhar, faz-lhe sinal de ajuda, e este protege-a
colocando-se entre ela e o homem. Franco: «Posso voltar a encontrá-la?»
Daniela: «Na vida tudo pode acontecer. O meu tio mora na Villa della Lombrosa,
5, uma vivenda um pouco fora de Milão.» Na casa do tio, Daniela não tem
preconceitos, toma duche de porta aberta, irritando Corrado. Ela acalma-o: «Nos
dias de hoje, o pudor é uma forma de psicopatia». Corrado: «Então, por outras
palavras, segundo tu, estarei louco». Daniela: «Eu apenas penso que entre
parentes um pouco de confiança não faz mal». A beleza de Daniela também atrai o
vizinho, Riccardo Atteni (Lucio Flauto), homem maduro que ostenta fama de
engatatão. Um simples funcionário do aeroporto que finge ser piloto e é conhecido
na vizinhança pelas suas «orgias noturnas à base de champanhe», uma ilusão
criada por uma banda sonora e um recorte de uma silhueta de mulher em movimento
para provocar uma sombra nas cortinas. Atteni declara-lhe o seu amor quando Franco, com um ramo de flores, bate à porta.
Daniela, de joelhos no sofá, recebe-o à janela. O seu rabo espetado, cingido
numa saia verde, abotoada atrás, desperta a concupiscência de Atteni que abre
os botões e alambaza a língua naquela bojuda guloseima, enquanto, do lado de
fora, Franco abre o coração: «Desde o primeiro dia em que a vi, não tenho feito
outra coisa senão pensar em si». Daniela: «Verdade? Hm. Hm.» Franco: «Juro, vai
pensar que estou louco, é a pura verdade. Estou aqui para lhe dizer que gosto
de si». Daniela, cada vez mais excitada, pede a Franco que suba até à janela.
Franco: «Eis-me, cheguei, amor». Daniela: «Também eu, amor, beija-me».
Beijam-se através das grades. Daniela atinge o orgasmo. E Franco cai da escada.
Franco: «Foi maravilhoso». Daniela: «Ó sim, maravilhoso, nunca mais o
esquecerei». Daniela visita o antro dos seus amigos hippies. Steffano: «Na Índia, hoje, é o Diwali, a festa da lua, estamos
a celebrar também nós». Daniela: «De que modo?» Steffano: «Sentando em círculo,
dizendo oom e fumando erva». Entretanto,
o conservador tio procura-a, e dá com ela cheia de tesão por causa da erva. Corrado
retira-a debaixo de uma cena de carnalidade, «degenerados», «putas», «Daniela,
mexe-te, vem cá», contrariada, a erva excitara-a, «quero fazer amor, oom». Corrado carrega-a ao colo para a
cama, Daniela delira, «mais uma vez, mais uma vez, fode-me, fode-me, quero
foder, quero foder! Ó, sim, é belo assim, faz-me vir». Corrado, desnorteado
diante do êxtase da sobrinha, resiste às insistentes solicitações daquele doce
corpo que «quer fazer amor». Depois de solucionar os problemas do tio e de
Atteni, Daniela parte com Franco. No autocarro, outro desconhecido roça-se
nela, este, um bonitão, agrada-lhe, e apesar do abraço amoroso de Franco para a
proteger do roço, ela cederá as suas volúpias físicas e metafisicas ao outro.”
“Contamination” (1980),
real. Luigi Cozzi, c/ Ian McCulloch, Louise Marleau, Marino Masé … sob o título
local “Uma aventura fascinante” estreado sexta-feira, 2 de janeiro de 1981 no
Pathé e no Politeama. “A banda sonora dos Goblin
dá a «Contamination» o som datado do jazz
da televisão das séries dos anos 70 como «Streets of San Francisco», bem como
dos filmes e mistérios de Dario Argento, cujas bandas sonoras são geralmente
composições dos Goblin.” “A
Guarda Costeira é enviada para verificar um navio que se dirige sem autorização
para o porto de Nova Iorque; não estabeleceu contacto desde a noite anterior,
não obstante, está a entrar no porto a alta velocidade. De um helicóptero, um
dos enviados para inspecioná-lo informa que não há sinal da tripulação, mas os
botes salva-vidas estão todos lá. Ele aconselha que o barco seja colocado de
quarentena. Naquela noite, o dr. Turner (Carlo Monni) do Departamento de Saúde
reúne-se no cais com o tenente Tony Aris (Marino Masé) da polícia de Nova
Iorque. Aris explica que um homem foi transportado a bordo para travar o navio
e atracá-lo, e que não há sinal de vivalma, embora ele tenha notado um cheiro
estranho, como algo a apodrecer. Turner, Aris e três polícias usam roupas de
proteção e sobem a bordo. Encontram o diário de bordo, que não regista nada
invulgar; entretanto, no meio da desordem, deparam-se com refeições meio
comidas e abandonadas.” “Sedotta e abbandonata” (1964), real. Pietro
Germi, mús. Carlo
Rustichelli, c/ Saro Urzì, Stefania Sandrelli, Aldo Puglisi … sob o
título local “Seduzida e abandonada” estreado quarta-feira, 17 de setembro de
1969 no Império; o filme foi exibido na rubrica Os bons velhos tempos, sexta-feira, 1 de março de 1974, às
18h30, também no cinema Império; e voltou aos ecrãs, quinta-feira, 4 de setembro
de 1980 no Estúdio. “Filme a seguir a «Divorzio all’italiana» [c/ Marcello
Mastroianni, Daniela Rocca, Stefania Sandrelli … sob o título local «Divórcio à
italiana» estreado quinta-feira, 20 de novembro de 1969 no Roma], «Seduzida e
abandonada» é ainda melhor e mais audacioso – uma escalada de calamidades
cómicas que ocorre numa pequena cidade siciliana quando Agnese (Stefania
Sandrelli), estudante de 16 anos, perde a virgindade com o noivo da irmã. As
coisas que dom Vincenzo, o pai, fará para restaurar a honra da família!
Eloquente, diabolicamente inteligente e estilisticamente executado até à
perfeição, o filme é uma amarga sátira social, criticando de forma irónica a
hipocrisia dos valores da família, costumes, condições religiosas e políticas
de uma sociedade atravessando maciças mudanças no início da década de 60. A
Sicília é retratada como uma sociedade bastante conservadora e atrasada, com as
suas próprias regras e imponentes patriarcados que levam a casamentos sob a
mira da caçadeira, raptos e crimes misóginos em nome da honra da família, com
advogados e polícias corrompendo ainda mais o assunto.” “Durante uma
tarde de um tórrido verão siciliano, em Sciacca, os membros da família Ascalone
dormem. Na sala de jantar, em vez disso, explodem os instintos sexuais de Peppino
Califano, estudante de Direito, prometido esposo de Matilde, desejando a irmã
dela, Agnese, secretamente enamorada pelo jovem. A relação sexual é mantida
secreta pelos dois. A família não notaria nada se Agnese não tivesse, nos dias
seguintes, comportamentos inusitados. Os pais, desconfiados, obrigam-na a fazer
o teste de gravidez que dá positivo. Para o pai é um drama. Vincenzo Ascalone,
intransigente guardião da honra da família, abate-se como uma tempestade sobre
Peppino e os seus estupefactos pais, a quem ele impõe manter o silêncio e de
fazer casar o filho com a desonrada Agnese. Obriga Peppino a escrever uma carta renunciando
à promessa de casamento com Matilde, desconhecedora de tudo. Imediatamente
depois, dom Vincenzo elabora uma versão oficiosa boa para amigos e conhecidos:
foi Matilde quem não queria mais Peppino. Para validar esta versão, encontra
outro noivo para a filha: um jovem nobre sem cheta, o barão Rizieri. Agora
trata-se de convencer Peppino a casar com Agnese. No entanto, Peppino não
aceita casar com uma mulher que já não é virgem e que se revelou, embora
cedendo à sua sedução, uma rapariga fácil.” “Watchers” (1988), real. Jon Hess, c/ Corey Haim, Michael
Ironside, Christopher Cary … sob o título local “O limite do terror” estreado sexta-feira,
22 de setembro de 1989 no Politeama. “Ocorre uma explosão num laboratório
secreto, causando um forte incêndio. Um monstro mutante conhecido como OXCOM
(Outside Experimental Combat Mammal) escapa e persegue, através das matas
circundantes, um
golden retriever do mesmo laboratório. O cão corre e esconde-se num
celeiro. No celeiro está Travis Cornell (Corey Haim) com a sua namorada Tracey
(Lala
Sloatman). Pensando ser o pai dela, Travis pisga-se. Tracey descobre
o monstro e grita, alertando o pai que é atacado. Entretanto, Travis encontra o
cão no banco traseiro do carro, e uma força militar e policial varre a área
procurando pelos fugitivos. Travis percebe que o cão é extraordinário e decide
ficar com ele. Enquanto isso, um agente da NSO chamado Johnson (Michael
Ironside) é envidado pela empresa para recuperar os animais.”

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[1] Entrevista a Claudia Cardinale. “John
Wayne chamou-lhe «Maria-rapaz». O ator britânico David Niven de «a mais bela
invenção italiana depois do esparguete». (…). Euronews: «Quanto à sua vida na
Tunísia ela foi bem-sucedida e os seus primeiros passos no cinema parecem
tirados de um conto de fadas: um concurso de beleza, no qual não queria
participar, acabou por levá-la ao Festival de Cinema de Veneza. Conte-nos como
isso aconteceu?» Claudia Cardinale: «Foi uma coisa de loucos. Eu estava lá com
a minha mãe, também estavam lá todos os funcionários do consulado italiano, que
organizou o concurso, e todas as participantes já estavam no palco. De repente,
um cavalheiro chega, agarra-me pelo braço e coloca-me a faixa a dizer «a mais
bela de Tunes». Como recompensa, recebi uma viagem ao Festival de Cinema de
Veneza, ali o biquíni ainda não existia. Eu usava biquíni mas com uma djellaba e, de repente, todos os paparazzi me fotografaram. Começaram a
convidar-me para fazer filmes e eu respondia: ‘Não, eu não quero fazer cinema’.
Quando entrei no avião os jornais escreviam sobre mim: ‘A jovem que não quer
fazer cinema’». Euronews: «Fellini e Visconti levaram a sua carreira a um nível
internacional com os filmes «8 e ½» [c/ Marcello Mastroianni, Anouk Aimée …
estreado segunda-feira, 24 de fevereiro de 1964 no Tivoli] e «O Leopardo» [c/ Burt
Lancaster, Alain Delon … estreado segunda-feira, 7 de outubro de 1963 no
Tivoli], você disse: ‘Visconti deu-me asas, Fellini reconciliou-me comigo
própria’. O que quer dizer com isso?» Claudia Cardinale: «Eles estavam em polos
opostos. Com Visconti, antes de rodar, fazíamos ensaios, com todos os atores, à
volta de uma mesa. Tudo tinha de estar perfeito. Por outro lado, com Fellini
nem sequer havia argumento era tudo improvisação. Eu tive a oportunidade de
passar muito tempo com Visconti. Estávamos sempre juntos, eu estava sempre em
casa dele, fizemos viagens juntos, assistimos ao Festival de Sanremo. Já
Federico ajoelhou-se à na minha frente, ele adorava-me, ele ficava furioso
quando eu não comia o suficiente. Uma vez disse-me: ‘Tu pertences a África, à
terra: é por isso que és a minha musa’». Euronews: «Marcello Mastroianni disse,
publicamente, que sempre a amou. Robert De Niro fez cenas de ciúmes. Rejeitava
os seus inúmeros pretendentes mas, um dia, recebeu o telefonema do homem que,
naquela época, considerava ‘o mais irresistível do mundo’: Marlon Brando. Como
se passaram as coisas?» Claudia Cardinale: «Quando ele soube onde eu estava,
bateu à porta do meu quarto de hotel e fez tudo para… Depois olhou para mim e
disse: ‘bem, já entendi… és um carneiro como eu. Não vais cair a meus pés’.
Então foi-se embora e fechou a porta, e eu disse para comigo: ‘sou mesmo estúpida!’
Ele era o meu ator favorito».”

[2] Tanto “A rapariga do vestido azul” como
“Seduzida e abandonada” encaixam na Entartete
Kunst (arte degenerada) atual, e, por higiene, exige a sua proibição da
vista e rasura da História. Retratar mulheres, praticamente bebés, 13 e 16
anos, em arrochos voluptuosos extremos envergonha as democracias adultas, em
cuja adultização ainda não progrediu vontade política para a criação de um
Ministério da Purificação que reavalie toda a Arte passada e retire e apague e
queime aquela divergente ou antagonista dos bons valores. As sociedades evoluídas
não projetam filmes corruptores como, por exemplo, “Thirteen”
(2003), de Catherine Hardwicke, em que uma impúbere, Evie Zamora (Nikki Reed),
grita: “Ei, rapazes, a minha amiga quer chupar-vos a pichota.” Ou outra, uma criança
de treze anos, Tracy
Freeland (Evan Rachel Wood), trauteia irada para a mãe: “Sem soutien, sem
cuecas. Sem soutien, sem cuecas. Sem soutien, sem cuecas.” Ou o atentatório da instituição
familiar, “Lolita”
(1997), de Adrian Lyne / “Lolita”
(1962), real. Stanley Kubrick, com James Mason, Shelley Winters, Sue Lyon … (estreado
quinta-feira, 11 de maio de 1972 no Império). Ou “Pretty
Baby” (1978), de Louis Malle, c/ Brooke Shields, Keith Carradine,
Susan Sarandon … sob o título local “Menina Bonita” estreado sexta-feira, 2 de
novembro de 1979 no Apolo; no qual uma bebé de 12 anos, Violet, emprega noções desconhecidas
do seu grupo etário como “puta” ou “brandy”: Violet: “O nome da minha mãe era Hildegarde.
Hildegarde Marr. M-A-R-R.” Padre: “Ela era caucasiana, ou outra?” Violet: “Ela
era uma puta, padre.” Ou “Kids”
(1995), de Larry Clark, (após a cena inicial de pinanço entre Leo Fitzpatrick e
Sarah
Henderson), Casper (Justin Pierce): “Aquela miúda tem para aí uns
doze anos, e papaste-a?” Telly (Leo Fitzpatrick): Quem é que eu sou? Quem é que
eu sou? Sou o cirurgião de virgens, caralho.” Jovem este que vive sob o vândalo lema:
“Virgens. Amo-as. Sem doenças, sem buraco lasso como a cona de uma gansa, sem
galderice. Nada de nada. Apenas puro prazer.” As sociedades evoluídas não
penduram nas suas paredes afrontosos quadros como, por exemplo, “Cupid and
Psyche” (William Etty), “Enfant nu avec colombe” (Léon Bazille Perrault), “Le
Bain de Venus” (François Boucher), “L'Adorazione dei Magi con Sant'Elena” (Jacopo
Palma, o Velho), ou o arrepiante “Venus Fest” de Rubens… não decora recantos com
estátuas como São Martinho de Porres, da Blackfriars Priory School, em Adelaide, Austrália, ou
esculturas de Eric Gill,
ou a profanação da figura mais querida do consumo, Britney Spears, em “Monument To Pro-Life: The Birth of
Sean Preston” ou “Paris Hilton Autopsy”, ambas peças de Daniel Edwards…

Um pensador
do século XX anteviu estas candentes questões e lançou as bases filosóficas do
século XXI, salvo a datação histórica e umas insignificantes diferenças
semânticas, a sua obra representa a modernidade vigilante do impróprio, do
incorreto, do ofensivo. “Vejam o ‘menu’ dos nossos cinemas, das diversas casas
de espetáculos e dos teatros: é inegável que não é aí que se encontra o
alimento espiritual principalmente necessário à juventude. Nas exposições e
agências de publicidade trabalha-se com os mais baixos expedientes para atrair
a atenção do público: quem não perdeu a faculdade de pensar compreende
facilmente que tais práticas só podem acarretar prejuízos graves. Essa
atmosfera flácida e sensual induz manifestações e excitações num momento em que
o jovem não as consegue compreender. É muito pouco divertido ver na juventude
de hoje o resultado desse mundo de educação. Amadurecidos demasiado cedo,
envelhecem antes de tempo. Os tribunais fazem chegar aos ouvidos do público
muitíssimos casos que dão uma ideia horrível da vida espiritual das nossas
crianças de catorze e quinze anos. Não é uma lástima ver como tantos jovens
fracos de corpo e podres de espírito são iniciados pelas prostitutas das grandes
cidades? Quem quiser combater a prostituição tem, em primeiro lugar, de
combater as causas morais de que aquela resulta. Eliminar sem a menor
contemplação o lixo da pestilência moral da civilização das grandes cidades sem
hesitar com a gritaria e os urros desenfreados que não deixarão de se ouvir. Se
não livrarmos a juventude do pântano em que está hoje atolada, acabará por ser
engolida. Todo aquele que se recusa a ver este estado de coisas é cúmplice da
prostituição lenta do futuro das gerações que hão de vir. Essa purificação da
nossa civilização tem de estender-se a quase todos os domínios. O teatro, a
arte, a literatura, o cinema, a imprensa, a publicidade, os escaparates, devem
ser limpos das exibições de um mundo em putrefação e serem postos ao serviço de
uma ideia moral e da civilização.” Em “A minha luta”, Adolf Hitler.     

No início do
século XX era possível localizar a Arte
Degenerada (a) na “Haus
der Kunst”, para que as obras fossem desmascaradas e os artistas estripados,
felizmente, no século XXI, mais instrução mais informação aceleradas nas redes
sociais, o Volksaufklärung
(Iluminismo para o povo) atual, multiplicou os Adolf Ziegler, cada cidadão é um
detetor de depravação. “Pendurado numa parede do Metropolitan Museum of Art
está uma pintura de uma rapariga pubescente. Ela está inclinada para trás numa
cadeira de vime, olhos fechados, braços cruzados acima da cabeça. Os seus
joelhos estão abertos e a saia vermelha está levantada para revelar as suas
cuecas brancas.
Segundo a descrição do Met, a obra
do século XX do artista francês Balthus retrata a sua vizinha, Thérèse
Blanchard. Ela posou num total de onze pinturas de Balthus, entre 1936 e 1939,
começando quando tinha 11 anos de idade. A 30 de novembro de 2017, uma
noviorquina chamada Mia Merrill redigiu no Care2 uma petição exigindo que o
museu ou retirasse «Thérèse rêvant» da vista dos frequentadores ou corrigisse o
texto na parede para reconhecer a natureza potencialmente perturbadora da obra.
«Dado o clima atual em torno da agressão sexual e alegações que se tornam públicas
a cada dia», escreveu ela na sua petição, «ao mostrar esta obra para as massas
sem fornecer qualquer tipo de esclarecimento, o Met está, talvez
involuntariamente, apoiando o voyeurismo e a objetificação das crianças.”
Na Inglaterra, a mesma luta contra a Arte Degenerada. “A Manchester Art Gallery
retira a obra de Waterhouse e pede ao público para postar reações. É uma
pintura que mostra ninfas pubescentes nuas seduzindo um belo rapagão para a
perdição, mas é uma fantasia vitoriana que foi demasiado longe, que, no clima
atual, é inadequado e ofensivo para as audiências modernas? A Manchester Art
Gallery fez a pergunta após remover das suas paredes «Hylas and the Nymphs» de John
William Waterhouse, uma das mais reconhecidas pinturas pré-rafaelistas. Os
postais do quadro serão retirados da venda na loja dos souvenirs.” 

___

(a) “As origens da ideia de que a arte
poderia ser degenerada estavam ligadas às transições sociais e económicas do
século XIX. Na Alemanha, isso relacionava-se diretamente com a urbanização e
industrialização do país, a unificação nacional sob governo conservador, uma
vida urbana cada vez mais cosmopolita e um crescente movimento socialista. Isto
produziu reações contra a modernidade a vários níveis da sociedade alemã, à
esquerda e à direita. «Ao longo do século XIX», escreve Olaf Peters, «conceitos
como decadência e degeneração encontraram progressivamente o seu espaço tanto
no criticismo social como no discurso científico». (‘Arte degenerada: o ataque
à arte moderna na Alemanha nazi’, 1937, Olaf Peters). O primeiro grande teórico desses
conceitos, escrevendo em alemão, foi Max Nordau (1849-1923), filho de um rabino
de Budapeste e mais tarde cofundador, junto com Theodor Herzl, da Organização
Sionista Mundial. Nordau argumentava que a degeneração da sociedade não era
diferente de uma doença mental «causada por rápidas mudanças na civilização
moderna». Os habitantes da cidade eram um defeituoso «exemplar humano…
destinado a perecer». Da mesma forma, a arte e literatura modernas estavam
«doentes e degeneradas». A ideia modernista de génio artístico era o elogio
de «degenerados altamente dotados» e a arte e a cultura modernas estavam
infetadas, como uma doença. «Estamos atualmente no meio de uma grave
epidemia mental; uma espécie de peste negra de degeneração e histeria». (…).
Naquela época, não era invulgar ouvir lamentações reacionárias. Os
conservadores frequentemente protestavam que a poesia que se desviava das
regras clássicas era «decadente». Contudo, Nordau foi mais além, colocando
a degeneração da arte e da cultura em termos médicos, mentais, criminais
e darwinistas. Por exemplo, Nordau alegava que as pinturas impressionistas
eram produzidas por um córtex visual doente. «Os degenerados nem sempre são os
criminosos, as prostitutas, os anarquistas e os doidos varridos; eles são
muitas vezes escritores e artistas. Estes, todavia, manifestam as mesmas
características mentais e, na maioria das vezes, os mesmos traços somáticos dos
membros da família antropológica acima citada, que satisfazem os seus impulsos doentios
com a faca do assassinato ou a bomba do dinamiteiro, em vez da caneta e o
lápis… Alguns destes degenerados na literatura, música e pintura alcançaram nos
últimos anos extraordinária proeminência, e são reverenciados por numerosos
admiradores como criadores de uma nova arte, e anunciadores do século vindouro».”
    

no aparelho de televisão

“Beetle Bailey” (1963-1964), c/ Zero,
sargento Tainha, Oto, Platão, Dentinho, tenente Escovinha … série americana de desenhos
animados, sob o título local “Recruta Bailey”, transmitida às quintas-feiras,
pelas 19h30, na RTP 2, de 1 de agosto / 31 de outubro de 1985. “Em 1950, Mort Walker
submeteu uma tira ao King Features Syndicate, com uma temática de caloiros da Universidade
de Rockview. O KFS comprou a tira, mas exigiu que o nome da personagem fosse
trocado, por achar que Spider assustaria os leitores. Assim surgiu Beetle
Bailey,
em 4 de setembro de 1950, nuns modestos 12 jornais. As vendas não descolavam e
o cancelamento era iminente. Até que Mort Walker teve a ideia de fazer a sua
personagem alistar-se no exército, durante a guerra da Coreia (na tira de 3 de
março de 1951). A partir dessa mudança, mais jornais adquiriram a série,
garantido a sua sobrevivência. Mas, quando a edição japonesa do Stars and
Stripes (o jornal oficial do exército) decidiu banir Beetle Bailey por
ridicularizar os oficiais, a notícia repercutiu-se na imprensa e as vendas
dispararam por todos os EUA. Depois, em 1970, quando o tenente Mironga (Lt.
Jack Flap) entrou pela primeira vez no escritório do sargento Tainha, Beetle
Bailey tornou-se a primeira tira implantada a integrar uma personagem preta num
elenco branco. Stars and Stripes e outros jornais sulistas imediatamente
dispensaram a tira, mas outros jornais compraram-na.” [1]
“The Day the Universe Changed” (1985),
série documental inglesa escrita e apresentada pelo historiador da ciência
James Burke, sob o título local “O dia em que o mundo mudou”, transmitida aos
sábados, pelas 17h20, na RTP 1, de 23 de novembro de 1985 / 25 de janeiro de
1986. 1.º episódio: em 1085, tropas conquistaram a cidade de Toledo aos
muçulmanos e descobriram manuscritos científicos e filosóficos da Grécia
clássica há muito tempo esquecidos. Neste episódio visitamos as primeiras
grandes universidades europeias e as imponentes catedrais góticas onde
descobrimos como a adoção dos ensinamentos gregos provocou um conflito entre os
defensores da razão e da fé. 3.º episódio: a primazia do materialismo sobre o
idealismo teve duas importantes consequências: transformou a pintura e a
arquitetura, levando à criação de um novo individualismo: o Renascimento. 4.º
episódio: a invenção da impressão teve um impacto extraordinário. O mundo
medieval dominado, até então, pela tradição oral e pela escrita demorada dos
conhecimentos adquiridos através dos tempos, é totalmente revolucionado com as
técnicas de impressão de Gutenberg, de enormes consequências. 8.º episódio: a
noção de que todas as formas de vida se mantêm inalteráveis desde a sua criação
foi destruída por volta de 1830 com os estudos de vestígios fósseis descobertos
em Inglaterra, Paris e em Itália, no monte Etna. 9.º episódio: este episódio
leva-nos à Suíça, à Inglaterra, à Áustria e à América onde podemos observar
como é que os pioneiros desde Faraday e Einstein, desenvolveram a ciência e a
verdadeira natureza do universo. 10.º episódio: este último episódio passa em
revista todos os temas abordados ao longo da série, relembrando-nos que, à
medida que foram sendo adquiridos novos conhecimentos, muitas teorias ficaram
desacreditadas. Em qualquer estádio da história, o conhecimento define «a
verdade» e fornece estrutura que responde às questões sobre o universo. [2] “Le comte de Monte-Cristo” (1979), sob
o título local “O conde de Monte Cristo”, série transmitida às quintas-feiras,
pelas 21h20, na RTP 1, de 16 de outubro / 20 de novembro de 1980. Foi
retransmitida às quartas-feiras, pelas 16h10, na RTP 1, de 2 de julho / 6 de
agosto de 1986. FR 3 et Europa Films présentent une co-production. FR 3 –
Europa Films – Paris. Bavaria Atelier – Munich. Edizioni Farnese – Rome. Rex
Cinematografica – Rome. Avec la participation de RTP – Lisbonne. Atelier Films
Juan Estelrich – Madrid. S.S.R. – Genève. R.T.B.F. – Bruxelles. D’après
l’oeuvre de Alexandre Dumas. Adaptation de Jean Chatenet. Dialogue de André
Castelot. Thème musical de Nino Rota. Édition CAM. Musique originale composée
et dirigée par Carlo Savina. Édition PEMA – MUSIC (production Georges Bach). Avec
Jaques Weber, Carla Romanelli, Jean-François Poron, Christiane Krüger,
Christine Kaufmann, Manuel Tejada, Claude Brosset, Carlos de Carvalho, Marie
Matile, avec la participation de Henri Virlojeux. Realisée par
Denys de La Patellière [3]. “Minissérie baseada
no famoso romance de Alexandre Dumas. Jacques Weber desempenha o papel de
Edmond Dantès, o infeliz marinheiro de Marselha que, em 1815, no próprio dia do
casamento é preso, sob acusação de ser Bonapartista, no castelo de If e aí fica
durante quinze anos. Dantès, inocente de qualquer acusação, tinha sido vítima
do seu rival amoroso, Fernand e também do seu rival de trabalho. A sua prisão
serve ainda os fins políticos de um jovem e ambicioso juiz, Villefort. Série
francesa de 6 episódios, produzida em 1979 com a participação da RTP.
Considerada por muitos como a melhor adaptação da obra de Alexandre Dumas.
Excelentes interpretações e com a participação de atores portugueses.”
[4] “By the Sword Divided” (1983-85),
c/ Sharon Maughan, Andrew MacLachlan, Lucy Aston … série inglesa produzida pela
BBC, sob o título local “Separados pela espada”, transmitida aos sábados, pelas
17h50, na RTP 1, de 6 de julho / 7 de setembro de 1985. 1.º episódio: sir Martin Lacey, proprietário do
castelo Arnescote, viúvo e monárquico, negoceia o contrato de casamento de sua
filha mais velha, Anne, com John Fletcher, um comerciante rico da região e
membro do parlamento. 3.º episódio: Anne Fletcher despede-se de seu pai e da
sua casa. Sir Martin junta-se às
forças reais onde já se encontra seu filho, e é gravemente ferido na batalha de
Edgehill. Entretanto, Susan Protheroe, uma prima afastada dos Lacey, procura
abrigo em Arnescote, e traz com ela a desgraça. 4.º episódio: Lucinda Lacey
consegue convencer o pai a deixá-la sair clandestinamente de Arnescote com as
pratas que haviam sido doadas para a casa real, para as ir entregar ao rei, em
Oxford. 5.º episódio: o capitão Hannibal Marsh – acompanhado pelo tenente John
Fletcher – penetra à força no Castelo Arnescote, pois pensa encontrar aí a
prata destinada a financiar a causa monárquica. Entretanto, Tom e alguns
membros das tropas Lacey regressam a Arnescote para salvar a família. 6.º
episódio: Tom consegue salvar a sua irmã Anne, que se encontra na sua casa perto
de Swindford. Entretanto, lorde Ferrar volta a Arnescote com o rei Carlos depois
da derrota dos monárquicos na batalha de Naseby. 8.º episódio: morto sir Martin, durante o ataque ao castelo,
Tom (agora sir Thomas) vê-se obrigado
à rendição. No entanto, consegue enviar lorde Ferrar, que se escapa por uma
porta secreta, até junto do rei para lhe contar as tristes novas. O castelo é
saqueado, mortos os católicos e irlandeses. 9.º episódio: Tom (agora sir Thomas) vai para a prisão em Swindford.
Cromwell dera ordens a Marsh para destruir o castelo e, no preciso momento em
que ele o ia fazer, chega John Fletcher com documentos comprovando que ele é o
novo proprietário, pois comprara Arnescote. 10.º episódio: John e Anne Fletcher
regressam a Arnescote de novo como proprietários. Marsh e os seus soldados vão-se
embora, Susan quer acompanhá-lo como sua mulher, Marsh diz-lhe: «Minha cara, eu
tenho mulher e três filhos encantadores». [5] “Progetto Atlantide” (1984), real. Gianni
Serra, c/ Daniel Gélin, Marpessa Djian, Francesca De Sapio, Peter Berling, Giovanni
Lombardo Radice, Mita Medici, Kristina Van Ayck, Michael Beatti … minissérie italiana
produzida pela RAI, sob o título local “Projeto Atlântica”, transmitida às
quintas-feiras, pelas 22h05, na RTP 1, de 14 de março / 11 de abril de 1985. 1.º
episódio: golpes inesperados, agentes secretos, intrigas
internacionais, paixões, mortes são os ingredientes de «Progetto Atlantide»,
uma série italiana baseada no romance «Le porte di ferro» de Stefano Terra, que
será exibida em quatro episódios. A música foi especialmente composta para a
série por Luis Bacalov. Está a ser organizada em Roma, uma conferência entre
países saarianos para estudar o Projeto Atlântida. Trata-se de um plano
internacional que visa transformar o deserto do Sahara em terra fértil. O
jornalista Aldo Canali da European News é enviado a Marraquexe para escrever
uma série de artigos. 2.º episódio: quando Aldo se encontra com os tuaregues é
chamado de urgência a Roma e tem de partir sem poder despedir-se de Tessali. O
americano pede-lhe a reportagem que lhe encomendara sobre a tribo, sem
desconfiar que está a ser vigiado. 3.º episódio: o chefe dos serviços de
segurança da conferência dos países do Sahara é encarregado de descobrir qual a
ligação de Aldo Canali com os tuaregues. 4.º episódio: Tessali desaparece.
Aldo, ao descobrir a sua fuga, julga que ela o enganara e telefona à polícia,
informando o local onde se encontram os tuaregues. O americano, representante
de uma organização internacional que se ocupa dos direitos das minorias
étnicas, Edward Jonathan Blackburn, prisioneiro de Myriam e Duimich, é levado
para uma barraca. [6] “The Manions of America” (1981), c/ Pierce
Brosnan, Peter Gilmore, Simon MacCorkindale … minissérie americana sob o título
local “Os Manions da América”, transmitida às sextas-feiras, pelas 20h55, na
RTP 2, de 3 de fevereiro / 2 de março de 1984. “A história narra a jornada para
a América de uma família de imigrantes irlandeses, os O’Manions, e a sua
ascensão à proeminência no negócio da pólvora no seu país adotivo. A história
começa com o protagonista Rory O’Manion, um agricultor impetuoso e rebelde, que
está cada vez mais farto da sua magra existência na Irlanda controlada pelos
ingleses durante a Grande Fome da Batata no século XIX. Ironicamente, ele
conhece e apaixona-se por Rachel Clement, a refilona filha de um proprietário
inglês local, mas decide partir e estabelecer uma nova vida na América sem ela.
Uma vez lá, depois de trabalhar em vários empregos, a sua bravura e
determinação dão-lhe um emprego a tempo inteiro e, mais tarde, uma sociedade
numa fábrica de pólvora que o tio de Rachel possui em Filadélfia. A subsequente
chegada de Rachel à América reúne-os, desencadeando uma série de eventos nos
quais as duas famílias crescem cada vez mais entrelaçadas dos dois lados do
Atlântico, durante as turbulentas décadas pré e pós Guerra Civil americana e a
Revolução Industrial. No entanto, através de todas as provações e tribulações
da sua vida, Rory luta para permanecer fiel à sua promessa de tornar melhor a
vida dos seus compatriotas, tanto na Irlanda como na América.”
[7] 1.º episódio: Rachel Clement e o seu irmão
David, jovens aristocratas ingleses, partem de Inglaterra para Galway e ficam
horrorizados com o cenário de miséria que se lhes depara. Entre os
arrendatários, uma família à que ficarão para sempre ligados, os Manions. 2.º
episódio: apesar da oposição de Rory, a sua irmã Diedre namora David. E até
juram fidelidade eterna. 3.º episódio: em Filadélfia, Rory arranja trabalho
numa fábrica do tio de Rachel Clement. Entretanto, o pai de Rachel morre e ela
vai também para Filadélfia viver com o tio. Mas Diedre junta-se ao irmão e… 4.º
episódio: nos EUA, é a expansão do caminho-de-ferro e Rory tenta enriquecer,
para casar com Rachel. 5.º episódio: guerra civil nos Estados Unidos, com Rory
e Caleb a combaterem. O regresso e problemas afetivos para Rory, que não quer
pôr em perigo a vida de Rachel. Mas não conheceria o rapaz os métodos naturais
de contraceção? [8]

___________________

[1] Uma magnífica
atriz de ética profissional irrepreensível que não discrimina tamanho, cor,
aspeto, rijeza, grossura. Abigaile Johnson, 1,65 m, 50 kg,
86-58-89, sapatos 36, olhos azuis, cabelo louro, nascida a 11 de novembro de
1989, em Praga, República Checa, t.c.c. Abagaile Johnson, Abby, Abby A,
Abigail, Abigail Johnson, Abigaile, Abigale, Petty, Pinky June, Spunky, Spunky
Bee, Veronika, Veronika A, Veronika W. Sites:
{The Nude}
{Indexxx}
{Euro Babe Index}
{Alba
Gals} {Elite Babes}
{Porn Teen Girl}
{Nude Gals}
{Define Babe}
{Erotic Beauties}
{European
Pornstars} {iafd}
{egafd} {Nubiles}
{Nubile Films}
{First Anal Quest}
{PornHub} {Oldje}
{Only Blowjob}
{Babepedia} {Club Seventeen}
{Hot
Movies} {CD Universe}
{Bangbros}
{Twistys}
{Digital
Playground} {DDFNetwork}
{Babes}
{Site}.
Obra cinematográfica: {“Young Lesbian
Lovers”
+ Monika E – Duas beldades partilhando um dildo cor de rosa} ѽ {“Seventeen
Special”
– Abby chupando pichota ao ar livre} ѽ {“Shaved Teens”
– Abby usando um brinquedo na sua rata recém barbeada} ѽ {“Teenage
Masturbation”
– Abby e o seu dildo favorito} ѽ {“Teenage
Masturbation”
– A masturbação pós-aulas de Abby} ѽ {“Family in
debt, girlfriend pays with her
body”}
ѽ {“The Therapist”}
ѽ {“School Spirit”}
ѽ {“Woodman
Casting}
ѽ {“Wake
Up N Fuck”} ѽ {“Teeners
From Holland 18”}.

[2] A nova verdade
do universo alojou-se na internet. Gysera, 1,75 m, 86-61-94, olhos
azuis, cabelo castanho, t.c.c. Gina, Gysera, Nonna, Taylor A. “Conheça a
Gysera. Ela é uma miúda deslumbrante e esguia, que não deseja mais nada, senão que
desfrute a visão do seu esplêndido corpo nu. E o seu jeito de lhe proporcionar
esta oportunidade única na vida é posando despida para algumas fotos atrevidas,
num estúdio, a solo, enquanto pensa em você. Esta sensual morena não merecer
ser ignorada, porque os seus peitos redondos e desenvoltos rebentar-lhe-ão a
escala, quando lhes der uma boa olhada. Além disso, esta atrevida adolescente
de olhos castanhos tem uma ratinha barbeada, que é provavelmente uma das rachas
mais sexy e macias que alguma vez
viu. E, por último, mas não menos importante, não deve perder o seu firme e
arredondado rabo, que é apenas um dos rabos de formas mais perfeitas alguma vez
fotografados.”
Sites: {The Nude} {Indexxx}
{Met-Art}
{Met-Art
Hunter} {Define Babe}
{Femjoy}
{Femjoy
Hunter} {Elite Babes} {Erosberry}
{Coed Cherry} {MPLStudios}.
Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2}
{fotos3} {fotos4}
{fotos5}
{fotos6}.
Obra cinematográfica: {“Galatea”}.

[3] A RTP
também transmitiu a famosa obra de Alexandre Dumas numa série de animação
produzida e realizada por Halas e Batchelor especialmente dirigida ao público
jovem, “The Count of Monte Cristo”
(1973), às quintas-feiras, pelas 19h25, de 7 de outubro de 1976 / 27 de janeiro
de 1977.

[4] Com os
atores portugueses: Diogo Dória, Suzana Borges, Manuel
Cavaco,
Luís
Cerqueira, Carlos César, Isabel de Castro, Alexandre de Sousa, Baptista
Fernandes, Sérgio Godinho, Morais e Castro, Leonor Pinhão, Paulo
Renato, Curado Ribeiro, Vitorino Salomé, Luís Santos, Artur Semedo, Elsa
Wallencamp, Sinde Filipe.

[5] Dois
retratos femininos. Bowie: “E as outras mulheres que não esperam pelos maridos
delas?”, Keechie: “Essas mulheres não amam. Uma mulher só ama uma vez. Acho que
uma mulher é quase como um cão. Um cão mau não tem amor a ninguém, mas tu
escolheste um cão bom. Se o dono morre, não aceita comida de mais ninguém,
morderá quem quer que se aproxime. Eu conheci um homem que, depois de morrer, o
cão nunca mais comeu ou bebeu e morreu também”, Bowie: “Tal como tu, não é?”,
Keechie: “Acho que sim.” No filme “They Live By Night”
(1948), real. Nicholas Ray, c/ Cathy O'Donnell, Farley Granger, Howard Da Silva
… sob o título local “Filhos da noite”, estreado terça-feira, 15 de agosto de
1950 no Capitólio. “Mais uma excelente estreia RKO de impressionante ação dramática,
violenta e empolgante para fazer vibrar o público como nunca! Um êxito de brado
garantido! Com o melhor ator da nova geração americana, descoberto pelo famoso
produtor Samuel Goldwyn de que todos se lembrarão em «Encantamento». RKO é a
companhia que só pensa em bem servir o público e os srs. exibidores em qualquer
tempo e circunstâncias!”

Se o homem
pouco progrediu, exercendo violência peniana, assediando, maltratando,
ciumando, a mulher, filogeneticamente, caldeirou os valores certos de lealdade,
fidelidade, seriedade, genuinidade, e todos, num corpo são. A ciclista Puck
Gregory Moonen nascida a 20 de março de 1996 em Sint-Michielsgestel, Holanda. “A
beleza holandesa viu a sua popularidade disparar desde que a sua foto
em fato
de banho foi publicada, na qual ela também pode ser vista lendo um livro.”
Que Puck
legendou: “Relaxando e desfazendo as linhas de bronzeado após uma boa semana de
treino.” Puck em ação: “Puck
Moonen testa óculos inteligentes” ѽ “Puck
Moonen a maior ciclista do país… no Instagram” ѽ “Puck
Moonen: Há lama no meu rosto?”. {Instagram}.

[6] Uma modelo
e atriz fértil de talento. Milana
G, 1,64 m, 47 kg, 89-63-88, olhos azuis, cabelo ruivo,
nascida a 1 de novembro de 1992, Rússia, t.c.c. Anastasiya Akoulina, Milana, Nastya,
Natalia T, Zara. Sites: {The
Nude} {Indexxx} {Euro Babe Index}
{Nudezz}
{European
Pornstars} {Define Babe} {Erosberry}
{Nude Gals} {Erotic
Beauties} {Kindgirls} {Elite
Babes} {Met-Art} {Met-Art}
{Errotica} {Femjoy
Hunter} {Femjoy} {Alba Gals}
{Stunning
18}. Obra fotográfica: {fotos1}
{fotos2}
{fotos3}
{fotos4}
{fotos5}
{fotos6}
{fotos7}
{fotos8}
{fotos9}
{fotos10}.
Obra cinematográfica: {“Pemiha”
(2015)} ѽ {“Topless
For Fans”} ѽ {Staron Bos}.

[7] Modelo e
atriz torna a vida dos seus compatriotas melhor. Natalia Siwiec, 1,70 m, 48 kg,
89-58-86, sapatos 37, olhos cinzentos, cabelos castanhos, nascida a 1 de agosto
de 1983, em Walbrzych, Polónia. Etiquetada a adepta polaca mais sexy do Euro 2012 - {Rússia
- Polónia}. Natalia tem tatuado acima da vagina a relaxante frase: “Disfrute
a vista”. Obra fotográfica: {fotos1}
{fotos2}
{fotos3}
{fotos4}
{“Playboy”
- agosto 2012}. Obra cinematográfica: {“Natalia
Siwiec for Epuzer”} ѽ {“We
Are The Colors by Natalia Siwiec”}.

[8] O Eliseu,
os campos da vida depois da morte, cinge-se a uma feijoada comida num
condensado nipónico formado por “50 gravure
models” (グラビアアイドル). “Tcholent,
mais linda faísca dos deuses, / Tcholent, filha do Eliseu! / Então a canção de
Schiller soou, / Tivesse ele provado tcholent, // Pois este tcholent é a
própria / Comida do céu, que, no Sinai, / Deus em pessoa instruiu Moisés / No
segredo da confeção, / Na altura, ensinou-lhe Ele também / E revelou em chamas
de relâmpago / Todas as doutrinas boas e piedosas, / E os sagrados Dez Mandamentos.
// Sim, este tcholent é pura ambrosia / Do verdadeiro e único Deus: / Pão
paradisíaco de êxtase.” (Heinrich Heine em “A princesa Sabat”. Tcholent
é uma feijoada judaica e o poema é uma paródia ao “Hino à alegria” de Schiller).

na aparelhagem stereo

Jesus Cristo
subiu à cruz para trazer a verdade, para nos salvar, perdoar o pecado, as
finórias de Hollywood abriram as pernas para desfilar a baixa costura, para ressalvar
a carne, doar prémios de desempenho. Estes dolorosos sacrifícios inauguraram
períodos de perseguição, os cristãos aos leões, os copuladores, infelizmente,
ainda só aos jornais [1]. Todavia, esta imolação
perniaberta fortaleceu o matriarcado e define outra loiça. “12 Características
que distinguem as mulheres de sucesso. 1.º São completamente apaixonadas pelo
que fazem. 2.º Não esperam perfeição, nem de si próprias, nem de quem as
rodeia.
3.º Muitas
vezes, tornam-se chefes. 4.º Casam-se bem, ou então não casam. 5.º Acreditam
que vão ser bem-sucedidas. 6.º Não têm medo de assumir riscos. 7.º Sabem
que o fracasso anda de mãos dadas com o sucesso. 8.º
Valorizam o exercício físico. 9.º Sabem que a ‘to-do’ list nunca está completa, e
nunca vai estar. 10.º Reservam tempo para si próprias. 11.º Sabem
cultivar relações genuínas, e mantê-las fortes. 12.º Mostram
gratidão com quem as rodeia.”
Somando um rabo apessegado, umas tetas amirtiladas, umas pernas apistaciadas, o
corpo afrutado, deparamo-nos com a mulher dona do seu destino. A mulher
enquanto bonita é livre de escolher, ou escolhe bem o seu docinho ou desperdiça
um corpo estonteante numa refeição de carnes frias:

“Acabaram-se
os rumores e especulações: para que não haja mais dúvidas sobre se namora e com
quem, Sara Sampaio colocou na sua conta de Instagram uma declaração de amor a
Oliver Ripley, o milionário britânico que se falava ser dono do seu coração. E
não o fez por menos: colocou uma frase de um poeta e teólogo persa do século
XIII, Rumi, a acompanhar uma imagem dos dois a preto e branco. A frase
escolhida por Sara Sampaio relata que «os amantes não se encontram em algum
lugar. Estão um no outro ao longo do caminho» (Lovers don't finally meet
somewhere. They're in each other all along).”
Um sucesso instantâneo nas parangonas internacionais. Na Inglaterra. “Victoria's
Secret stunner Sara Sampaio flaunts her bikini body as she cosies up to
boyfriend Oliver Ripley on £85million superyacht in St.
Tropez”. No Brasil. “Angel Sara Sampaio leva apalpada no
bumbum do namorado milionário”…

“Uma postagem
da jovem suspeita de ter assassinado o ex-namorado a facadas, durante o ato
sexual, tem causado polémica nas redes sociais. Dois dias antes do crime, a
vendedora Vania
Basílio
Rocha
(18 anos) declarou: «Eu não fui uma má namorada». Segundo a Polícia Civil, o
homicídio aconteceu na casa da vítima, Marcos Catanio Porto, 26, na
quarta-feira (30/12/2015). A mulher foi presa em flagrante e confessou o crime.
«Queria matar alguém. Não me arrependo. Fiquei olhando olho no olho até ele
morrer», revelou.” “De acordo
com o relatório do Instituto de Medicina Legal (IML), Marcos Porto levou onze
facadas em diferentes partes do corpo: abdómen, braços, mãos e pernas. No
entanto, foi a facada no pescoço que se revelou fatal. «A Vania disse que a
primeira facada foi no pescoço e foi essa que o matou. As outras aconteceram
enquanto ele se defendia, mas já estava a perder sangue», sublinhou Fabio
Campos, delegado regional”. “A jovem Vania
Basílio Rocha, que foi condenada a 13 anos de prisão por matar o ex-namorado a
facadas no ato sexual, teve a pena diminuída para 8 anos e 4 meses de reclusão
em Vilhena (RO). A mudança na sentença ocorreu após a defesa dela entrar com
recurso no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).”

“A jovem de
22 anos que foi presa suspeita de estar envolvida numa quadrilha de
traficantes, em Várzea Paulista (SP), era responsável por recrutar outras
mulheres para participar do esquema de tráfico de drogas. Segundo o chefe da
Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), Leandro Basson, em
entrevista ao G1, a suspeita que tinha uma vida de luxo por conta do crime,
escolhia mulheres jovens e bonitas para entrar no grupo de criminosos. Para
aliciar as jovens, Lucilene
Priscila de Souza Guimarães frequentava baladas na região a fim de procurar
mulheres que preenchessem os requisitos necessários. O objetivo da quadrilha
era de não chamar atenção da polícia durante o transporte das drogas recebidas
de São Paulo até Minas Gerais, onde elas eram efetivamente vendidas.” “Na casa
foram encontrados mais de sete quilos de maconha. «Ela ostentava uma vida de
luxo e usava o dinheiro que conseguia no tráfico para ‘encher’ os olhos das
outras mulheres», explica o investigador chefe da Dise, Leandro Basson. Ainda
segundo a polícia, a mulher postava fotos em festas e em viagens nas redes
sociais. A quadrilha, que está envolvida nesses crimes, também já estava sendo
investigada. No mês de julho (2015), dez pessoas foram presas, entre elas, duas
mulheres. Com o grupo, a polícia encontrou mais de 17 quilos de pasta base de
cocaína e mais cinco quilos de maconha e crack.
A suspeita foi presa e encaminhada à cadeia feminina de Itupeva.”

“Pela
segunda vez em menos de um ano uma estudante de Direito foi presa em Curitiba. Mayara
Borcatti
da
Silva foi detida nesta quarta-feira (17/08/2016), suspeita de
envolvimento com uma quadrilha de multibancos. A estudante foi detida pela
primeira vez em setembro de 2015. Na ocasião, a polícia encontrou com ela 2 kg
de crack. A droga pertencia a um
grupo de traficantes. Ela era casada com um desses suspeitos. Conforme as
novas investigações, ela era a responsável por cuidar dos veículos que a
quadrilha roubava para usar nos crimes contra os multibancos. «Ela faz parte
dessa organização criminosa. Foi denunciada como sendo um elemento importante
que auxiliava os marginais, na guarda dos veículos roubados que posteriormente
seriam usados», explicou o delegado Rodrigo Brown. Ainda segundo a polícia, a
quadrilha da qual a estudante fazia parte cometia crimes principalmente no
interior do estado. Mayara era procurada pela Polícia Civil havia dois meses.
De acordo com a polícia, Mayara morava no Bairro Alto, mas ao saber do novo
mandado de prisão contra ela acabou mudando de endereço. Ela foi encontrada num
apartamento de luxo, no bairro Água Verde.”
[2]

Luxo nos
anos oitenta:

█ “Você
não soube me amar” (1982), p/ Blitz. “Banda
de rock brasileiro. É uma das bandas
precursoras do chamado «BRock» [3]. O grupo foi
formado no Rio de Janeiro, em 1982. Originalmente era composto por Evandro
Mesquita (voz e guitarra), Fernanda Abreu (coros), Marcia Bulcão (coros), Ricardo
Barreto (guitarra), António Pedro Fortuna (baixo), Billy Forghieri (teclados) e
Lobão (bateria). No início de 1981 Evandro Mesquita e Lobão foram
convidados por Mauro Taubman, dono da marca Company, para tocarem no Caribe,
bar que o empresário estava inaugurando na orla de São Conrado. Embora na época
tocassem apenas por passatempo, os dois aceitaram e recrutaram amigos músicos
para fazer a apresentação na estreia do bar, em 21 de fevereiro, gerando grande
repercussão no local, o que levou a uma série de outras apresentações com uma
rotatividade de músicos convidados, mantendo apenas os dois fixos. Procurando
profissionalizar-se, os dois amigos buscaram músicos para se juntarem a eles,
trazendo Fernanda Abreu e Marcia Bulcão para os coros, Ricardo Barreto na
guitarra, António Pedro Fortuna no baixo, Billy Forghieri nos teclados, além do
próprio Evandro na voz e Lobão na bateria. Em 15 de janeiro de 1982 a banda
sobe ao palco do Circo Voador, maior casa de espetáculos carioca da época,
tocando pela primeira vez sob o nome de Blitz – nome inspirado pela quantidade
de vezes que Evandro era parado pela polícia e multado.” █ “Olhar
43” (1985), p/ RPM. “Revoluções
por Minuto (também conhecida somente por RPM) é uma banda de rock brasileira surgida em 1983, tendo sido
uma das mais populares do país nos anos de 1984 a 1987. Foi uma das bandas mais
bem-sucedidas da história da música brasileira. Na segunda metade dos anos 80,
conseguiram bater todos os recordes de vendas da indústria fonográfica
brasileira. (…). Tudo começou em 1980, em São Paulo, quando Paulo Ricardo
namorava Eloá, que morava em frente à casa onde Luiz Schiavon ensaiava com May
East. O casal resolveu um dia visitar os vizinhos, que estavam num ensaio
crucial que decidiam entre cantar em inglês ou português. Paulo Ricardo deu seu
voto, opinando pelas letras em português e assim conheceu Luiz Schiavon. Neste
dia conversaram muito sobre música. Paulo estava começando a sua carreira como
crítico musical e Schiavon era um pianista clássico, que buscava um novo
caminho, mais popular, mas sentiu dificuldade em encontrar alguém. Foi assim
que Paulo recebeu o convite para integrar o Aura, uma banda de jazz-rock que ainda tinha Paulinho
Valenza na bateria e o curitibano Edu Coelho na guitarra. Depois de três anos
de ensaios e nenhum concerto, Luiz encantou-se pela música eletrónica e pela
tecnologia de novos sintetizadores, enquanto Paulo decidiu morar na Europa –
primeiro em França e depois em Londres, de onde escrevia sobre novidades
musicais para a revista Somtrês e se correspondia com frequência com Schiavon.
Este choque de personalidades impulsionou a criação do RPM depois que o
trabalho da dupla foi retomado em fins de 1983, já em São Paulo.”

█ “Simca
Chambord” (1983) ♫ “Eu
não matei Joana D’Arc” (1985), p/ Camisa de
Vénus. “Banda de rock
brasileiro formada em Salvador em 1980 e encontra-se em atividade até hoje. Fez
grande sucesso no cenário brasileiro dos anos 80, sendo uma banda tida como
mais ‘suja’ do que as outras pelo seu nome (na época era muito utilizado como
sinónimo de preservativo) e pelos palavrões nas letras. (…). A banda foi
formada em 1980 quando Marcelo Drummond Nova, que trabalhava na rádio Aratu em
Salvador, conheceu Robério Santana, que trabalhava na TV Aratu. Conversando
sobre música os dois descobriram que tinham gostos em comum e decidiram montar
uma banda. Marcelo Nova seria o vocalista e Robério Santana o baixista. Robério
resolveu chamar seu amigo Karl Franz Hummel para assumir a guitarra rítmica e
este, por sua vez, chamou seu amigo Gustavo Adolpho Souza Mullem para tocar
bateria. Juntou-se ao grupo o guitarrista solo Eugénio Soares. Nos ensaios, as
pessoas que compareciam diziam que o som da banda era muito incómodo. Por isso,
Marcelo Nova sugeriu o nome de Camisa de Vénus, por achar preservativo uma
coisa muito incómoda. Após duas apresentações em Salvador, Eugénio Soares sai
do grupo e Gustavo Mullem, que queria tocar guitarra solo, chama Aldo Pereira
Machado para assumir a bateria. Esta seria a formação que tocaria junta até o
primeiro fim da banda, em novembro de 1987.” █ “Eu
Gosto de Mulher” (1987), p/ Ultraje a Rigor. “Banda
brasileira de rock, criada no início
da década de 1980 em São Paulo. Idealizada por Roger Moreira (voz e guitarra
rítmica), obteve sucesso em 1983 no Brasil, devido às canções «Inútil»
e «Mim
Quer Tocar». Em 1985 a banda ficou nacionalmente conhecida pelo
álbum «Nós Vamos Invadir sua Praia» que trouxe o primeiro disco de ouro e
platina para o rock nacional. (…). O
grupo Ultraje a Rigor começou como uma banda de versões, principalmente de
Beatles, punk rock e new wave. A primeira formação, composta por
Roger, Leôspa, Sílvio e Edgard Scandurra, começou fazendo pequenos concertos em
bares. Em 1982, decidiram que o nome da banda seria Ultraje a Rigor, um
trocadilho com a expressão ‘traje a rigor’. Roger, inicialmente, havia pensado em
batizar a banda apenas como Ultraje, mas Edgard, quando perguntado a respeito
do nome, ouviu errado e perguntou: «Hã? Como é? Que traje, o traje a rigor?». O
trocadilho fez sucesso e o nome Ultraje a Rigor foi adotado. Em pouco tempo,
Silvio deixou a banda e foi substituído por Maurício Defendi. Em abril de 1983,
a nova formação participa do primeiro espetáculo da banda apenas com
composições próprias. Após alguns concertos, a banda assina um contrato de
gravação com o produtor Pena Schmidt, que fazia parte da WEA e trabalhou também
com artistas como o Ira! (do qual Edgard fazia parte) e os Titãs. O Ultraje
então grava seu primeiro single, «Inútil
/ Mim Quer Tocar», que, por problemas com a censura, não foi liberado até
outubro daquele ano.” [4]

█ “Tédio”
(1985), p/ Biquíni Cavadão. “Banda de rock brasileira formada em 1983 no Rio
de Janeiro. Composto por Bruno Gouveia, Carlos Coelho, Miguel Flores da Cunha e
Álvaro ‘Birita’ Lopes tendo atualmente, como músicos convidados o baixista e
produtor Marcelo Magal, o guitarrista Edson Figurótico Pineschi e o saxofonista
Walmer Carvalho. A banda fez parte da segunda geração de bandas dos anos 1980. Bruno,
Álvaro e Miguel, colegas de terceiro ano do Colégio São Vicente de Paulo, e que
decidiram tocar junto com mais alguns amigos, num sarau, resolveram fazer
daquela ousadia um hábito. Após muitas formações, receberam do amigo Herbert
Vianna, guitarrista dos Paralamas do Sucesso, a sugestão do nome Biquini
Cavadão. A primeira música que compuseram foi «Tédio», e esta foi o chamariz
para que Carlos Beni (ex-Kid Abelha) insistisse em gravá-los. A demo, que
contou com Herbert na guitarra, foi parar na Rádio Fluminense FM, berço de
várias bandas de rock nos anos 80. O
sucesso da demo levou-os à Polygram para gravar um single (Tédio / No Mundo da Lua) no começo de 85. Faltava um
guitarrista: Carlos Coelho apareceu logo após o segundo concerto profissional
realizado pela banda. A sua integração deu-se rapidamente colaborando nas
composições e gravando todos os programas de TV. Era como se ele apenas tivesse
faltado no dia de tirar fotos para a capa do single.” █ “Pintura
Intima” (1984), p/ Kid Abelha. “Kid Abelha
(antes Kid Abelha e os Abóboras Selvagens) foi uma banda de rock brasileira que fez sucesso no
Brasil desde a década de 1980. Era composto por Paula Toller, George Israel e
Bruno Fortunato. Eles já venderam 9 milhões de cópias de discos somente no
Brasil.
Em 1981,
Paula Toller conhece Leoni na faculdade. Ambos estudavam na PUC-Rio e começaram
a namorar. Com isso, Paula passou a visitar os ensaios da banda Chrisma,
formada por Leoni (voz e baixo elétrico), Carlos Beni (bateria) e Pedro Farah
(guitarra). Os garotos sempre convidavam Paula a ingressar na banda, porém, ela
sempre recusava, alegando ser tímida. Suas visitas aos ensaios a motivaram a
cantar. George Israel, por sua vez, foi visto tocando saxofone em Búzios, Rio
de Janeiro, e convidado por um amigo de Leoni a conhecer a tal banda que este
liderava. George aceitou o convite e uniu-se à banda, pouco tempo depois
conhecida como Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, nome escolhido durante uma
transmissão ao vivo na Rádio Fluminense FM. A primeira demo executada pela
extinta rádio foi «Distração». O sucesso foi imediato, a banda passou a fazer
espetáculos no Circo Voador e, com isso, participam do LP «Rock Voador», com
duas faixas: «Distração»
e «Vida
de cão é chato pra cachorro». Pedro Farah foi o primeiro integrante
a abandonar a banda, logo no início do sucesso, para morar nos Estados Unidos.
Com isso, Bruno Fortunato assume a guitarra do Kid em definitivo. Beni, que
mais tarde seria produtor da banda carioca Biquini Cavadão, foi o segundo
integrante a sair do Kid, sendo substituído por bateristas contratados.”

__________________

[1] A Era
#MeToo é a mais importante Era das que foram Eras da História da humanidade. Só
numa sociedade pouco tough estes
homens não foram expulsos do seu trabalho e retirados do espaço mediático. Top dos
assediadores da revista Time: 122.º Steve Wynn, 121.º David Copperfield, 120.º
Michael Douglas, 119.º Ross Levinsohn, 118.º Mario Testino, 117.º Joel Kramer,
116.º James Franco, 115.º Joel Achenbach, 114.º James Rosen, 113.º Paul Haggis,
112.º Mike Germano, 111.º Andrew Creighton, 110.º Peter Martins, 109.º Corey
Lewandowski, 108.º Chuck Close, 107.º Charles Dutoit, 106.º Jack Latvala, 105.º
T.J. Miller, 104.º Gene Simmons, 103.º Andrea Ramsey, 102.º Jerry Richardson,
101.º Chris Matthews, 100.º Brad Kern, 99.º Andrew Duncan, 98.º Morgan
Spurlock, 97.º Tavis Smiley, 96.º Eric Alexander Hewitt, 95.º Ken Friedman,
94.º Dan Johnson, 93.º Eric Davis, 92.º Donovan McNabb, 91.º Marshall Faulk,
90.º Eric Weinberger, 89.º Ike Taylor, 88.º Heath Evans, 87.º Ryan Lizza, 86.º
Tom Ashbrook, 85.º Mario Batali, 84.º Cade Hudson, 83.º Jon Heely, 82.º Joe Alexander,
81.º juiz do Tribunal de Recursos Alex Kozinski, 80.º representante Trent
Franks, 79.º Bryan Singer, 78.º Harold Ford Jr., 77.º Lorin Stein, 76.º Robert
Knepper, 75.º Dylan Howard, 74.º Danny Masterson, 73.º James Levine,72.º John
Hockenberry, 71.º Bruce Weber, 70.º representante Ruben Kihuen, 69.º
representante Blake Farenthold, 68.º Shervin Pishevar, 67.º Geraldo Rivera,
66.º Johnny Iuzzini, 65.º Israel Horovitz, 64.º Garrison Keillor, 63.º Matt
Lauer, 62.º Andy Rubin, 61.º David Sweeney, 60.º Nick Carter, 59.º John
Lasseter, 58.º John Conyers, 57.º Charlie Rose, 56.º Ryan Seacrest, 55.º
Russell Simmons, 54.º Glenn Thrush, 53.º Jameis Winston, 52.º Sylvester
Stallone, 51.º Ron Jeremy, 50.º Al Franken, 49.º Adam Venit, 48.º Dallas
Clayton, 47.º Mark Schwahn, 46.º Tom Sizemore, 45.º Steve Jurvetson, 44.º
Richard Dreyfuss, 43.º George Takei, 42.º Andrew Kreisberg, 41.º Eddie
Berganza, 40.º Steve Lebsock, 39.º Sepp Blatter, 38.º Matthew Weiner, 37.º
Louis C.K., 36.º Gary Goddard, 35.º Jann Wenner, 34.º Roy Moore, 33.º André
Balazs, 32.º Dan Schoen, 31.º Steven Seagal, 30.º Jeffrey Tambor, 29.º Ed
Westwick, 28.º Dustin Hoffman, 27.º Brett Ratner, 26.º Jeremy Piven, 25.º
Michael Oreskes, 24.º Andy Dick, 23.º Kevin Spacey, 22.º Hamilton Fish, 21.º
Stephen Collins, 20.º Ken Baker, 19.º Rick Najera, 18.º Mark Halperin, 17.º
Knight Landesman, 16.º presidente George H. W. Bush, 15.º Leon Wieseltier, 14.º
Roman Polanski, 13.º Ethan Kath, 12.º R. Kelly, 11.º Terry Richardson, 10.º
James Toback, 9.º John Besh, 8.º Lockhart Steele, 7.º Robert Scoble, 6.º Chris
Savino, 5.º David Blaine, 4.º Bob Weinstein, 3.º Roy Price, 2.º Oliver Stone,
1.º Ben Affleck.

[2] O bom
aspeto físico, a higiene, os bons modos, expressão pela arte, caracterizam a
nova mulher. Veraga, 1,70 m, 52 kg, 80-60-83,
sapatos 38, nascida a 16 de abril de 1982 em São Petersburgo, t.c.c. Vika, Vika
M. sites: {The Nude} {Indexxx}
{Met-Art}
{Met-Art}.
“Velocidade e vento, isso é a Veraga. Esta excecional rapariga sempre gostou de
desportos radicais, especialmente conduzir motas. Ela é entusiasta do seu
passatempo e é capaz de fazer qualquer coisa para atingir os seus objetivos.
Acontece que a modelo quer uma cintilante Harley nova, em breve, e depois vai
participar em várias competições. Paris é a capital do seu sonho. «Ó meu Deus –
ela costuma dizer – é tão fixe lá! Tantas Harleys lá!». Como podem ver Vergara
está muito impressionada com esse lugar histórico, não pelas impressionantes
vistas, mas por causa da sua paixão. Ela vive em São Petersburgo e posar nua é
uma ocupação bem conhecida das raparigas bonitas nessas bandas. Há até esse
tipo de profissão, livecams, quando
uma rapariga está sentada em frente de um computador e conversa com um homem
através da internet. O homem tenta persuadi-la a masturbar-se ou a tocar na
rata e assim por diante, tudo o que ele quiser. Mas o objetivo dela é falar com
ele de uma forma normal. Veraga está acostumada a trabalhar dessa maneira. Ela
obtém verdadeira satisfação e prazer com isso. Em geral, a modelo está
habituada a tais interessantes ocupações, assim, é o seu segundo passatempo
agora, pode não ser o seu passatempo, mas até o seu verdadeiro trabalho. Isso
dá-lhe dinheiro suficiente para viver. Veraga orgulha-se do seu sucesso e tem
fotos de si mesma nas paredes do seu espaçoso apartamento. Veraga gosta de
ver-se todos os dias e, por vezes, até sofre de narcisismo. Como podem ver,
Veraga não é uma rapariga comum, e sempre tentou fazer algo de tirar o folego e
invulgar.”
Entrevista:
P: “Quais pensas que são os teus melhores atributos?”, Veraga: “A tatuagem e a pele
macia.” P: “Cor favorita?”; Veraga: “Preto.” P: “Programas de TV favoritos,
lista de nomes”, Veraga: “Doom 2” P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Veraga: “O
idiota, Dostoievski, Almas mortas, Gógol.” P: “Filmes favoritos, lista de
títulos”, Veraga: “Traffic - ninguém sai ileso, Férias em Roma,
Homem Aranha.” P: “Revistas favoritas, lista de nomes”, Veraga:
“Playboy.” P: “Música favorita, lista de títulos”, Veraga: “Rugby.” P: “Altura
favorita do dia, porquê?”, Veraga: “A noite, posso fazer o que eu quiser.” P:
“Qual é a tua formação? Curso?”, Veraga: “O liceu.” P: “Falas outras línguas?
Se assim for, diz-me algo nessa língua”, Veraga: “Não.”, P: “Lugar favorito
para viajar, relaxar ou visitar”, Veraga: “Moscovo, São Petersburgo.” P: “Quais
foram os locais que visitaste?”, Veraga: “Muitas cidades da Rússia.” P: “Qual é
o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de graças,
etc.)”, Veraga: “O Natal.” P: “Comida favorita, lanches, doces”, Veraga: “Pizza
com queijo.” P: “Qual é o teu carro de sonho?”, Veraga: “Porsche.” P: “Qual é o
teu emprego de sonho?”, Veraga: “Atriz.” P: “Descreve o teu lugar favorito para
fazer compras”, Veraga: “os mercados.” P: “Assistes a desporto, se sim, quais
são as tuas equipas favoritas?”, Veraga: “Não” P: “Praticas algum desporto ou
outras atividades? Explica”, Veraga: “Às vezes faço jogging ou natação.” P:
“Quais são os teus passatempos?”, Veraga: “Conversar na internet, posar nua e
guiar uma mota.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não alcoólicas”, Veraga:
“Vodka com limão ou sumo de laranja ou sumo de manga.” P: “Ocupação?”, Veraga:
“Modelo.” P: “Tens algum animal de estimação?”, Veraga: “Não.” P: “Estado
civil?”, Veraga: “Solteira.” P: “O meu pior hábito é…”, Veraga: “Às vezes não
me controlo e faço muitas coisas imprevisíveis.” P: “A única coisa que não
suporto é…”, Veraga: “Falta de dinheiro.” P: “Que animal melhor descreve a tua
personalidade e porquê?”, Veraga: “O tigre, sou astuta.” P: “As pessoas que me
conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Veraga: “Imprevisível.” P: “Como é
que descontrais ou passas o teu tempo livre?”, Veraga: “P: “Converso na
internet com os meus amigos, conduzo uma mota.” P: “Qual foi o momento mais
feliz da tua vida?”, Veraga: “A minha primeira viagem a Moscovo.” P: “Quais são
as tuas esperanças e sonhos”, Veraga: “Quero ser uma grande modelo e ganhar
muito dinheiro.” P: “O melhor conselho que já me deram foi…”, Veraga: “Posar
nua.” P: “O pior conselho que me deram…”, Veraga: “Nunca os segui.” P: “Que
tipo de cuecas usas, se algumas”, Veraga: “Odeio usar cuecas.” P: “O tamanho
importa? Qual é a tua medida ideal?”, Veraga: “Sim, importa. O maior é o ideal.”
P: “Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação,
etc.)”, Veraga: “Aconteceu na mota dele.” P: “O que te excita?”, Veraga: “A
velocidade e coisas caras.” P: “O que te desliga?”, Veraga: “Mãos sujas.” P: “O
que te faz sentir mais desejada?”, Veraga: “Tudo! Sei que sempre fui desejável”
P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Veraga: “Sexo bruto com coisas especiais.”
P: “Qual foi o teu melhor ou mais prazeroso orgasmo?”, Veraga: “Todos os meus
orgasmos são muito prazerosos e inesquecíveis.” P: “Masturbas-te? Com que
frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Veraga: “Sim, muitas vezes. Costumo
fazê-lo no banho com tudo.” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”,
Veraga: “Com um casaco de peles.” P: “Qual é o lugar mais exótico ou invulgar
em que fizeste sexo? Ou onde gostarias que fosse?”, Veraga: “Num carro perto de
um lago ou u rio.” P: “Posição sexual favorita, porquê?”, Veraga: “Como os cães.”
P: “Descreve um dia típico da tua vida”, Veraga: “Levanto-me às 11h00 ou ao
meio-dia. Tomo banho e o pequeno-almoço. Então vou trabalhar. À noite visito os
sites na internet ou janto fora ou
vou ao cinema.” P: “Tens alguma curiosidade sexual que gostasses de explorar ou
tivesses explorado? Por favor, descreve com pormenores (rapariga / rapariga,
voyeurismo, etc.)”, Veraga: “Gosto de posar com raparigas, especialmente com a
minha amiga. E, às vezes, fazemos sexo.” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia
sexual favorita”, Veraga: “Quero fazer sexo com vários afroamericanos ao mesmo
tempo. Nunca tentei, mas ouvi dizer que é fixe. Adoro pichotas grandes.” P:
“Conta-nos a tua ideia de um encontro de fantasia”, Veraga: “Às vezes, quero ir
a uma festa doida numa discoteca em Londres e conhecer um tipo rico, gastar o
dinheiro dele em vodka e jogo.” P: “Se pudesses ser fotografada de qualquer
forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te faria sentir mais
desejada, mais sensual?), Veraga: “Gostaria de ser fotografada com a minha
amiga outra vez.”  

[3] Uma revista
fantástica, totem dos anos oitenta, espalhou-o por Portugal, ou pelo menos, por
Lisboa. “A primeira edição da revista Bizz chegou às bancas em agosto de 1985,
sob direção editorial de Carlos Arruda e chefia de redação de José Eduardo
Mendonça. Seu projeto editorial inicial foi baseado em pesquisas levantadas
junto ao público presente no primeiro Rock in Rio, ocorrido em janeiro daquele
ano. O projeto visual foi inspirado na revista adolescente inglesa Smash Hits.
O país vivia a explosão do chamado ‘Rock Brasil’, com jovens bandas alcançando
o estrelato a bordo de sucessos massivos nas FMs e de um bem-azeitado circuito
de concertos (nas danceterias). Pela primeira vez, se falava em ‘público
jovem0’ no Brasil, cultura abafada por 20 anos de ditadura militar. Sua receita
editorial inicial contemplava, além de música, também cinema, moda, vídeo, BD e
tecnologia. A primeira edição alcançou a animadora marca de 100 mil exemplares,
se estabilizando nos meses seguintes entre de 60 / 70 mil exemplares por mês. Em
1986, o Plano Cruzado deu impulso inédito ao consumo no país, do qual também se
beneficiou a indústria fonográfica e do entretenimento. Bizz aposta então em
edições especiais como a Top Hits (rebatizada logo depois como Letras
Traduzidas), Ídolos do Rock e revistas-póster de artistas como The Cure, RPM e
Dire Straits. Com a explosão consumista, também o mercado publicitário passa
por um superaquecimento, com a criação de toda uma gama de produtos e serviços
direcionados ao público jovem. Para dar vazão a publicações direcionadas, a
Editora Abril cria a Editora Azul, que passa a publicar Bizz a partir de
outubro de 1986.”

[4] Em
Portugal, durante a tenebrosa ditadura, a padralhada tinha todo o divertimento.
Entrevista ao (já falecido) bispo de Setúbal, D. Manuel Martins. Como é que a igreja fez a transição para a
democracia? Bom, mesmo com Salazar, o descontentamento foi
nascendo. Porque para manter o poder, Salazar desvalorizou os direitos humanos.
Mas a Igreja foi uma estrutura em que ele sempre se apoiou. E até o Papa João
Paulo II sabia disso. Quando tínhamos as visitas habituais dos bispos ao Papa,
de cinco em cinco anos, João Paulo II falava sempre no Salazar. Bem ou mal? Bem. Mas não propriamente
por ser o nosso Salazar. Falava do seu tempo de rapaz, quando vivia num regime
comunista. E no seu tempo de rapaz lembrava-se de ouvir falar num chefe de um
Governo que existia cá para um país chamado Portugal que tinha posto tudo na
ordem. Era conhecido como um economista de primeira classe, como o maior
político do tempo de rapaz - em pleno comunismo - do futuro Papa João Paulo II.
Era essa a imagem que o Papa fazia de
Salazar? Falava nele. Como falava no Eusébio e na Amália Rodrigues. Alguma vez lhe mostrou o outro lado de
Salazar? Nas primeiras vezes, calava-me. Mas uma vez, julgo que a última
que estive com ele, a conversa alargou-se e o Papa pegou-me no braço e
chamou-me para junto dele. E lá começaram esses elogios a Salazar e alguns
bispos, entusiasmados, acrescentaram razões novas. E eu disse: Santo padre, é
preciso não esquecer que foi este homem que exilou um bispo português por ele
denunciar as injustiças, o que é um das dimensões da evangelização. Outros
começaram a dizer que não era assim. Estabeleceu-se um sururu. E o Papa, ao
perceber que eu estava a falar com raiva, pôs-me a mão no braço e disse:
pronto, vamos falar de outra coisa. Salazar
foi também foi o chefe de Governo que não recebeu o Papa... Sim, Paulo VI.
Mas há outra história: quando Pio XII adoeceu, tinha muitos soluços e morreu
disso e disseram-lhe que viesse para Portugal, por causa do clima. E quando
foram dizer a Salazar, este terá respondido: aqui nem um pio, que fará 12!
(risos).” Na revista “25 de Abril - 40 anos”, no Expresso n.º 2164, publicado
em 18 de abril de 2014.

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