Margem Esquerda: A autobiografia do mundo de Carolina

02-09-2019
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Não sei por que há quem se espante com as declarações da ex-mulher de Pinto da Costa!

O espanto para mim só está na menina Carolina Salgado ter publicado uma autobiografia do seu mundo. Tirou o véu àquilo de que, em surdina, muita gente suspeitava.

Sabia-se que algumas máfias com interesses cruzados na política e no futebol eram capazes de tudo para calarem as vozes incómodas que se erguiam no direito/dever de exercerem a cidadania. Pois é do exercício da cidadania que se trata, quando Ricardo Bexiga denunciou a promiscuidade entre a política e o futebol, ou quando Gil Mendes e, depois, eu próprio, denunciamos as arbitrariedades e ilegalidades do ex-presidente da Câmara do Marco.

Na altura, Gil Mendes foi convidado a ir à autarquia receber um subsídio e saiu de lá todo partido, com uma tareia. O Tio de Gil Mendes, que havia testemunhado algumas denúncias, foi agredido violentamente junto à sua casa comercial e eu recebi, durante meses e meses, telefonemas anónimos com ameaças (sabia-se bem de quem só poderiam vir e isso foi, por mim, denunciado. Um critico de Avelino, conhecido pela tára de escrever cartas anónimas tornara-se seu assessor). E repare-se: numa das primeiras vezes consegui apanhar o número do telemóvel e esse número, inclusivamente, apareceu quando fazia, diante de agentes da PJ, as denúncias e imediatamente disse aos agentes: «olhem, cá está ele!» E nada resultou.

De tudo isto foi dado conta a quem de direito e tornado público. Muita gente assobiou para o lado. Não se conheceu, com excepção do Bloco de Esquerda (nada tenho a ver com esta força política), nenhuma reacção dos partidos, muito embora todas as denúncias tivessem a ver com determinada forma de estar na política, fazer política e utilizar dinheiros dos contribuintes. O que diz muito da qualidade da democracia e das preocupações dos partidos.

Aliás, não sei se seria mais correcto falar em oligarquias partidárias: os líderes de uns partidos cruzem famílias com os de outros partidos, saltam para a coluna dos notáveis partidários e aí ficam para a eternidade (sempre exigindo que lhes agradeçamos o favor de se terem por alguém), são sempre os mesmos a serem ouvidos pela comunicação social e escolhidos para cargos importantes, dizem as mesmas coisas (só variando o pólo em que se encontram) e há já famílias a dominar territórios partidários (como é o caso do PS no Porto).

Voltando ao fundamental: não sei se o “Caso Carolina”, como ficará para a história, terá consequências! Só me recordo do processo que me foi movido, onde a acusação dizia que eu “sabia muito bem que era mentira o que afirmava”, coisa que eu, sinceramente, não sabia!

Fui a julgamento. Durante o julgamento, o Avelino era tratado por Doutor e eu por sr. … Além disso, Avelino permitiu-se afirmar em pleno tribunal que eu "não tinha corpo para duas latadas”. Nada lhe aconteceu.

A absolvição disse-me tanto como se fosse condenado. E, por que até hoje nada aconteceu ao Avelino, continuo a pensar que, em matéria deste género, deveriam dar uma comenda ao Avelino. Já, agora, a todos os Avelinos da Carolina ou de outras carolinas.

Como imaginam, em expecativas de se fazer justiça, eu estou aviado.

Só há, no “caso carolina” um pormenor que me satisfaz: o sorriso que estou a ver desprender-se do magistrado honesto e com sentido profissional que se empenhou neste caso. O seu sorriso vale a autobiografia do mundo de Carolina.

Se valesse a pena, ainda emigrava!

A bem da Pátria, espero, pelo menos, que os Gatos Fedorentos tirem partido destas cenas e dos capítulos que lhes sucederão.

Não sei por que há quem se espante com as declarações da ex-mulher de Pinto da Costa!

O espanto para mim só está na menina Carolina Salgado ter publicado uma autobiografia do seu mundo. Tirou o véu àquilo de que, em surdina, muita gente suspeitava.

Sabia-se que algumas máfias com interesses cruzados na política e no futebol eram capazes de tudo para calarem as vozes incómodas que se erguiam no direito/dever de exercerem a cidadania. Pois é do exercício da cidadania que se trata, quando Ricardo Bexiga denunciou a promiscuidade entre a política e o futebol, ou quando Gil Mendes e, depois, eu próprio, denunciamos as arbitrariedades e ilegalidades do ex-presidente da Câmara do Marco.

Na altura, Gil Mendes foi convidado a ir à autarquia receber um subsídio e saiu de lá todo partido, com uma tareia. O Tio de Gil Mendes, que havia testemunhado algumas denúncias, foi agredido violentamente junto à sua casa comercial e eu recebi, durante meses e meses, telefonemas anónimos com ameaças (sabia-se bem de quem só poderiam vir e isso foi, por mim, denunciado. Um critico de Avelino, conhecido pela tára de escrever cartas anónimas tornara-se seu assessor). E repare-se: numa das primeiras vezes consegui apanhar o número do telemóvel e esse número, inclusivamente, apareceu quando fazia, diante de agentes da PJ, as denúncias e imediatamente disse aos agentes: «olhem, cá está ele!» E nada resultou.

De tudo isto foi dado conta a quem de direito e tornado público. Muita gente assobiou para o lado. Não se conheceu, com excepção do Bloco de Esquerda (nada tenho a ver com esta força política), nenhuma reacção dos partidos, muito embora todas as denúncias tivessem a ver com determinada forma de estar na política, fazer política e utilizar dinheiros dos contribuintes. O que diz muito da qualidade da democracia e das preocupações dos partidos.

Aliás, não sei se seria mais correcto falar em oligarquias partidárias: os líderes de uns partidos cruzem famílias com os de outros partidos, saltam para a coluna dos notáveis partidários e aí ficam para a eternidade (sempre exigindo que lhes agradeçamos o favor de se terem por alguém), são sempre os mesmos a serem ouvidos pela comunicação social e escolhidos para cargos importantes, dizem as mesmas coisas (só variando o pólo em que se encontram) e há já famílias a dominar territórios partidários (como é o caso do PS no Porto).

Voltando ao fundamental: não sei se o “Caso Carolina”, como ficará para a história, terá consequências! Só me recordo do processo que me foi movido, onde a acusação dizia que eu “sabia muito bem que era mentira o que afirmava”, coisa que eu, sinceramente, não sabia!

Fui a julgamento. Durante o julgamento, o Avelino era tratado por Doutor e eu por sr. … Além disso, Avelino permitiu-se afirmar em pleno tribunal que eu "não tinha corpo para duas latadas”. Nada lhe aconteceu.

A absolvição disse-me tanto como se fosse condenado. E, por que até hoje nada aconteceu ao Avelino, continuo a pensar que, em matéria deste género, deveriam dar uma comenda ao Avelino. Já, agora, a todos os Avelinos da Carolina ou de outras carolinas.

Como imaginam, em expecativas de se fazer justiça, eu estou aviado.

Só há, no “caso carolina” um pormenor que me satisfaz: o sorriso que estou a ver desprender-se do magistrado honesto e com sentido profissional que se empenhou neste caso. O seu sorriso vale a autobiografia do mundo de Carolina.

Se valesse a pena, ainda emigrava!

A bem da Pátria, espero, pelo menos, que os Gatos Fedorentos tirem partido destas cenas e dos capítulos que lhes sucederão.

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