Sem título

11-07-2018
marcar artigo

Pego no telemóvel e ligo-lhe. Ela atende. Deste lado, eu sorrio (gosto tanto da voz dela). Pergunto-lhe a que horas chegará. Vamos falando dos nossos dias. Nisto, passa uma ambulância, sirene ligada, aqui na rua. Por momentos, deixamos de nos ouvir. Depois, ela pergunta, em jeito de comentário: «Meu amor (gosto tanto que ela me chame «meu amor»), foste a Nova Iorque e não me disseste nada?». Não fui a Nova Iorque, obviamente. Fui apenas ao Céu e voltei, movida pelo delicioso sentido de humor da minha namorada. E trouxe como bagagem o peito cheio de amor por ela.

Vinte anos depois da reabilitação pela Assembleia da República de Aristides de Sousa Mendes (cônsul de Portugal em Bordéus durante a 2.ª Guerra Mundial) é criado o Museu Virtual com o seu nome. A página web permite percorrer três corredores: o da Guerra, o da Fuga e o da Liberdade. Assim ficamos a saber um pouco melhor, ou, pelo menos, a poder ver imagens do horror que cercou o mais violento conflito bélico do século XX, mas também da esperança que constituiu a acção de Aristides para muitos judeus.Desde ontem, tenho avidamente descoberto o MVASM. Quem quiser pode visitar a página clicando aqui

Gostaria de ouvir o Senhor Procurador-Geral da República pronunciar-se sobre esta questão. E, já agora, também teria muito gosto em ouvir o Senhor Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho e Pinto, dizer qualquer coisa sobre o assunto, já que, embora o tenha ouvido referir muita corrupção e tal e tal, ainda não o ouvi proferir uma palavra sobre o caso «Apito Dourado». Porque será? I wonder . Sobre isto e muitas outras coisas. Porque isto dá mesmo em que pensar.

Tendo em conta que este caso até estava sob a jurisdição do Tribunal da Relação do Porto, que proferiu a decisão supra e outras duas nela referenciadas e que se pronunciaram no mesmo sentido, não se compreende que o Ministério Público tenha preferido arquivar o processo em vez de, ao menos, deduzir acusação e levar o caso a julgamento! Há coisas que custam a perceber e esta é, manifestamente, uma delas. Desconheço o teor integral do despacho de arquivamento e quero acreditar que o Minstério Público fez o melhor que pôde. Mas embora eu queira acreditar nisso, a verdade é que não consigo. As peças não encaixam e há um cheiro demasiado intenso a dúvida a pairar sobre tudo isto.

«O artigo 26.º do Código Penal dispõe que: “É punível como autor quem executar o facto, por si mesmo ou por intermédio de outrem, ou tomar parte directa na sua execução por acordo ou juntamente com outro ou outros, e ainda quem, dolosamente, determinar outra pessoa à prática do facto, desde que haja execução ou começo de execução”. Esta disposição legal consigna a autoria mediata, a instigação e a autoria imediata e a co-autoria. Assim a instigação que se verifica quando um determinado agente, dolosamente, determina – isto é condiciona de modo necessário e suficiente - outra pessoa à prática do facto, desde que haja execução ou começo de execução. Estamos em presença da autoria imediata quando quem executa o facto por si mesmo ou por intermédio de outrem, toma parte directa na sua execução. Embora se encontrem arestos no sentido de que não é possível a punição a título de autoria moral sem que esteja identificado o autor material – v.g. o Ac STJ de 28/07/87, in BMJ 369, 392 – julgamos mais consentânea com o espírito e a letra da lei a corrente jurisprudencial que considera ser de punir o autor moral ainda que não esteja identificado o autor material . Neste sentido aponta-se o Ac. RP de 26/11/86, in CJ Ano XI, T5, pág. 255 onde se escreveu: “Desde que há autor material embora indeterminado, a figura do autor moral não pode desprezar-se, já que este, com a sua actividade, contribuiu para a realização do facto criminoso, não podendo deixar de responsabilizar-se pela totalidade deste, na suposição de que também as outras forças concorrentes entraram no âmbito dassuas vontades e consciência ”. E no mesmo sentido se pronunciou o Ac. RP de 26/10/86, in BMJ nº 361, pág. 609. Para a verificação da instigação não se exige qualquer relação directa, nomeadamente por contacto, com os autores materiais, nem que seja o instigador a escolher as circunstâncias de tempo, modo e lugar da execução do crime. Essencial é apenas que sem a intervenção do instigador o crime não teria sido cometido .»

O caso da agressão a Ricardo Bexiga foi arquivado ( clicar para ler notícia do PÚBLICO ). Se bem me lembro, haviam sido constituídos arguidos Carolina Salgado (dispensa apresentações) e Fernando Madureira (líder dos Super Dragões, claque oficial do F.C. Porto) (desconheço se Pinto da Costa também foi constituído arguido). A primeira foi constituída arguida porque assumiu, no livro «Eu, Carolina», a autoria moral do crime de ofensa à integridade física agravada cuja vítima foi Ricardo Bexiga. Segundo afirmou Carolina, terá contactado os agressores de Ricardo Bexiga, a quem deu instruções para quelevassem a cabo a agressão, e a quem pagou uma determinada quantia em dinheiro como ertribuição pelo cumprimento dessas mesmas instruções. Convém lembrar que estas declarações terão sido reproduzidas por Carolina Salgado em sede de inquérito no âmbito do processo judicial (mas isto é especulação, já que o processo está em segredo de justiça).Já Fernando Madureira foi constituído arguido porque, segundo Carolina, terá sido uma das pessoas que agrediu Bexiga e que recebeu um determinado pagamento por isso, ou seja, terá sido um dos autores materiais do crime.Supreendentemente, na quinta-feira passada ficámos todos a saber que este processo foi arquivado por falta de prova.Por favor, corrijam-me caso eu esteja errada. Carolina Salgado é autora moral confessa de um crime de ofensa à integridade física na forma agravada; Fernando Madureira foi identificado por Carolina como um dos autores materiais desse mesmo crime; a vítima está identificada (Ricardo Bexiga); as agressões e as lesões estão identificadas, pelo que se conclui que existiu, de facto, crime.Ora, ainda que possa admitir-se o absoluto silêncio de Carolina Salgado em sede de julgamento, há um livro publicado com determinadas afirmações, que lhe imputam a confissão da autoria moral do crime. E esse livro, como toda a gente sabe, é do domínio público e os senhores juízes julgadores do caso dele poderiam tomar conhecimento precisamente porque é um facto público e notório. Ainda que não fosse possível condenar Madureira (caso a única prova fossem as declarações de Carolina e ela se remetesse ao silêncio, ou seja, em suma, não fosse produzida prova contra ele), sempre seria possível levar ambos os arguidos a julgamento e condenar, pelo menos um deles (Carolina) pela autoria (moral) do crime, ou não?Convém lembrar que,. Assim decidiu (e bem) o Tribunal da Relação do Porto no Acórdão de 10-11-2004, subscrito pelos Juízes Desembargadores Arlindo Manuel Teixeira Pinto, Joaquim Rodrigues Dias Cabral, Isabel Celeste Alves Pais Martins e David Pinto Monteiro (n.º convencional JTRP00037335), ( clicar aqui para aceder ao texto integral do Acórdão ). Com efeito, lê-se na referida decisão (sublinhados meus):

Estou absolutamente viciada nesta canção dos Clã:. Claro que a letra só poderia ser do Carlos Tê, mas a música do Hélder Gonçalves também é excepcional. Vai para a grafonola durante o fim-de-semana e enquanto apetecer. Quem quiser ouvir só tem de clicar em «Play».Bom dia! Hoje é sexta-feira! E como diz a música dos The Cure,! Bom dia! :)Btw (não tem nada que ver, mas 'tá bem), andei a fazer umas limpezas na barra lateral da chafarica: apaguei umas imagens, removi links inactivos e tal e tal. E então, está melhor ou continua a demorar eternidades até que as funcionalidades do Assumidamente estejam todas carregadas? Aguardo e agradeço o vosso feedback (ouviram, meninas Jotinha & Companhia Lda.?). Merci!

De que o sexo é absolutamente fundamental nas nossas vidas, já ninguém tem dúvidas. O que alguns de nós - espero que muito pouc@s - ainda não sabem é que o sexo pode ser um excelente mote para conversa. E a conversa pode dar origem a muita coisa, como por exemplo, crónicas. E as crónicas podem originar um livro. E o livro, quem sabe, um filme (eu ainda não desisti da ideia!).Com o atrevimento e a boa-disposição que a caracterizam, a minha querida e grande amiga Ana Anes tem aceitado desafios ao longo da vida que muitos outros não tiveram o atrevimento de enfrentar. Pois claro! É do signo solar Carneiro (como eu!) e, como reza a nota biográfica, a primeira luta foi logo travada no momento do nascimento, contra o cordão umbilical que se enrolou em torno do pescoço. E foi, obviamente, ganha, porque a Ana Anes não é mulher para se deixar vencer por nada deste mundo! Por isso é que a vida lhe tem sorrido e os frutos são os melhores. E como não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe, depois de «7 anos de mau sexo» chegou o fim do jejum!Para a minha querida Ana Anes e para gáudio de tod@s quant@s gostam dela - e somos muit@s - , o ano de 2008 começou, definitivamente, com o pé direito.No passado dia 25 de Janeiro chegou às livrarias a edição impressa de «7 anos de mau sexo», uma compilação de crónicas que a Ana escreveu , com divertidíssimas ilustrações de Mónica Catalá e prefácio de João Pereira Coutinho. Um livro que, a a estas horas, já deve ter passado à frente dos olhos de quase toda a gente e que José de Pina resume deste modo:As crónicas estão classificadas com malaguetas, consoante o grau de «atrevimento» dos textos.Sobre as crónicas de «uma malagueta», diz-nos a Ana Anes: «Não. Estas crónicas ainda não são para tomar com Viagra. Estas são apenas para pensarem no sentido das vossas vidas - numa vertente muito Deepak Chopra e Brian Weiss - para, depois, em conformidade, ou as mudarem ou tomarem algo mais forte com whisky e ficarem estranhamente frios e calados... e as mudarem na mesma!».As crónicas de «duas malaguetas» já impõem mais respeito (ou não, ou não): «Antes de começarem a ler estas crónicas, é melhor irem a uma sex-shop buscar umas algemas com plumas cor-de-rosa e uma venda. Aqui o ar condicionado avariou há dez minutos e quem tiver mais peças de roupa vestidas vai ao castigo.».Para as de «três malaguetas», esperam-se corações - e outras coisas terminadas em «ões» - fortes e resistentes: «Está na altura de usar tudo o que têm à mão: imaginação, o número de parceiros que quiserem, a corda da roupa da vizinha, os vídeos caseiros dos papás, e toca de gozar sete minutos, horas, meses ou anos de muito bom e totalmente amoral sexo. A gerência pede que poupem os animais de estimação.».Preparem-se para umas boas horas de gargalhadas, ironia, pragmatismo, astúcia e perspicácia. São textos da Ana Anes, minhas senhoras e meus senhores, muitos dos quais eu tive o privilégio de ler antes de publicados. E como são textos da Ana Anes, não é preciso dizer mais nada! Leiam e chorem por mais.Para a minha grande amiga Ana Anes --, vai daqui um abraço apertado, com votos de muitas felicidades para a apresentação do livro - pela jornalista Fernanda Freitas com João Pereira Coutinho -, que decorrerá hoje, pelas 21h, no Café Bar BA, no Bairro Alto Hotel , em Lisboa. As leituras serão feitas por Nuno Nodin e José Manuel Anes. A música estará a cargo de Carlos Didelet. Com muita pena minha, eu não poderei estar fisicamente presente, mas todas as minhas energias positivas estarão voltadas para este evento!Para aguçar a curiosidade, aqui fica o texto de introdução, a nota biográfica da Ana Anes e a ficha técnica do livro:

António Marinho e Pinto (perdoem-me os mais susceptíveis, mas tenho uma certa dificuldade em atribuir-lhe o epíteto de «Bastonário») espelha bem aquele tipo de gente que gosta de abrir a bocarra para dizer o que qualquer patego - por mais culto ou erudito que fosse - diria. Fala com a eloquência de um qualquer frequentador habitual do café da esquina e, em consequência, profere o mesmo tipo de atoardas que todos os dias ouvimos na boca daquelas pessoas que sabem falar de tudo e mais alguma coisa, a quem eu chamo «especialistas em banalidades, com licenciatura em Psicologia, Mestrado em Medicina e Doutoramento em Direito».

Eu compreendo que Marinho e Pinto goste de abrir a bocanha para dizer, ou melhor, repetir, aquilo que segundo ele já toda a gente sabe porque veio nos jornais. E compreendo anda melhor que ele tenha à vontade (para não dizer «lata») para acusar em praça pública genericamente («há pessoas», «há políticos», «há grupos económicos», etc.), não diga os nomes. Palavra de honra que compreendo. É que Marinho e Pinto tem aquilo que eu vou, neste preciso instante, baptizar de «coragem doseada»: uma coragem que chega para o boato, mas não é bastante para a certeza; que existe para a acusação, mas não é assim tanta para a nomeação; que é muita para enxovalhar, mas não é assim tanta para confrontar.

Se Marinho e Pinto tem assim tantas provas e tanta certeza daquilo que está a dizer, porque não diz os nomes? Não me digam que é por temer processos de injúrias, porque se há assim tanta prova e essa prova chegou ao conhecimento dele, também a poderia carear para juízo, se fosse o caso, não poderia? Então porque é que «chama os bois pelos nomes», para usar linguagem figurada? Acho que é óbvio perceber porquê...

Marinho e Pinto é daquela cêpa do estardalhaço, da bocarra cariada aberta, da invocação da «crise» por tudo e por nada. E essa cêpa é má e é pernicioso que uma pessoa como ele esteja a ocupar o cargo institucional que ocupa. Marinho e Pinto sabe que esta actução é útil para o transformar numa pessoa mediática, mas também sabe que não é a melhor para a instituição a que preside. No entanto, está disposto a sacrificar aquilo que é basilar para que a máquina judicial funcione - o bom relacionamento entre as instituições - por mais meia dúzia de minutos na TV e uma chamada ao Parlamento. Marinho e Pinto disfere ataques - francamente infundados - às Magistraturas, especialmente ao Ministério Público; aponta o dedo ao Procurador-Geral da República; critica a actuação da Polícia Judiciária... enfim, é um não mais acabar de críticas que só ajudam a reforçar a primeira ideia com que começou o seu discurso na abertura oficial do Ano Judicial, ou seja, a de que vivemos presentemente a pior crise de semmpre da justiça em Portugal - o que não é verdade.

Marinho e Pinto prefere ser alarmista a trabalhar em conjunto com aqueles que são os únicos que podem mudar o tal estado de coisas que ele apregoa viver-se e ser tão negativo. Pois é. Também eu sei que é mais fácil dizer «a casa está a arder» do que pegar num balde de água para apagar o fogo. E depois quem vai apagar o fogo sempre fica chamuscado, enquanto que quem fica a ver sempre tem hipótese de ser filmado pelas câmaras da TVI, não é?!

Já muita gente percebeu o que é que o Dr. António Marinho e Pinto quer: alcançar um estatuto de «pseudo-salvador da justiça», enquanto empurra a justiça para a morte. E isso fica mal a qualquer pessoa, mas fica ainda pior a quem usa uma toga. Por isso é que cada vez mais é uma evidência que gente que usa toga há muita, mas gente que seja um verdadeiro Advogado há muito pouca. Ao menos os mandatos à frente da Ordem dos Advogados são relativamente curtos (três anos). Oxalá Marinho e Pinto não tenha tempo para dar cabo de tudo.

Pego no telemóvel e ligo-lhe. Ela atende. Deste lado, eu sorrio (gosto tanto da voz dela). Pergunto-lhe a que horas chegará. Vamos falando dos nossos dias. Nisto, passa uma ambulância, sirene ligada, aqui na rua. Por momentos, deixamos de nos ouvir. Depois, ela pergunta, em jeito de comentário: «Meu amor (gosto tanto que ela me chame «meu amor»), foste a Nova Iorque e não me disseste nada?». Não fui a Nova Iorque, obviamente. Fui apenas ao Céu e voltei, movida pelo delicioso sentido de humor da minha namorada. E trouxe como bagagem o peito cheio de amor por ela.

Vinte anos depois da reabilitação pela Assembleia da República de Aristides de Sousa Mendes (cônsul de Portugal em Bordéus durante a 2.ª Guerra Mundial) é criado o Museu Virtual com o seu nome. A página web permite percorrer três corredores: o da Guerra, o da Fuga e o da Liberdade. Assim ficamos a saber um pouco melhor, ou, pelo menos, a poder ver imagens do horror que cercou o mais violento conflito bélico do século XX, mas também da esperança que constituiu a acção de Aristides para muitos judeus.Desde ontem, tenho avidamente descoberto o MVASM. Quem quiser pode visitar a página clicando aqui

Gostaria de ouvir o Senhor Procurador-Geral da República pronunciar-se sobre esta questão. E, já agora, também teria muito gosto em ouvir o Senhor Bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho e Pinto, dizer qualquer coisa sobre o assunto, já que, embora o tenha ouvido referir muita corrupção e tal e tal, ainda não o ouvi proferir uma palavra sobre o caso «Apito Dourado». Porque será? I wonder . Sobre isto e muitas outras coisas. Porque isto dá mesmo em que pensar.

Tendo em conta que este caso até estava sob a jurisdição do Tribunal da Relação do Porto, que proferiu a decisão supra e outras duas nela referenciadas e que se pronunciaram no mesmo sentido, não se compreende que o Ministério Público tenha preferido arquivar o processo em vez de, ao menos, deduzir acusação e levar o caso a julgamento! Há coisas que custam a perceber e esta é, manifestamente, uma delas. Desconheço o teor integral do despacho de arquivamento e quero acreditar que o Minstério Público fez o melhor que pôde. Mas embora eu queira acreditar nisso, a verdade é que não consigo. As peças não encaixam e há um cheiro demasiado intenso a dúvida a pairar sobre tudo isto.

«O artigo 26.º do Código Penal dispõe que: “É punível como autor quem executar o facto, por si mesmo ou por intermédio de outrem, ou tomar parte directa na sua execução por acordo ou juntamente com outro ou outros, e ainda quem, dolosamente, determinar outra pessoa à prática do facto, desde que haja execução ou começo de execução”. Esta disposição legal consigna a autoria mediata, a instigação e a autoria imediata e a co-autoria. Assim a instigação que se verifica quando um determinado agente, dolosamente, determina – isto é condiciona de modo necessário e suficiente - outra pessoa à prática do facto, desde que haja execução ou começo de execução. Estamos em presença da autoria imediata quando quem executa o facto por si mesmo ou por intermédio de outrem, toma parte directa na sua execução. Embora se encontrem arestos no sentido de que não é possível a punição a título de autoria moral sem que esteja identificado o autor material – v.g. o Ac STJ de 28/07/87, in BMJ 369, 392 – julgamos mais consentânea com o espírito e a letra da lei a corrente jurisprudencial que considera ser de punir o autor moral ainda que não esteja identificado o autor material . Neste sentido aponta-se o Ac. RP de 26/11/86, in CJ Ano XI, T5, pág. 255 onde se escreveu: “Desde que há autor material embora indeterminado, a figura do autor moral não pode desprezar-se, já que este, com a sua actividade, contribuiu para a realização do facto criminoso, não podendo deixar de responsabilizar-se pela totalidade deste, na suposição de que também as outras forças concorrentes entraram no âmbito dassuas vontades e consciência ”. E no mesmo sentido se pronunciou o Ac. RP de 26/10/86, in BMJ nº 361, pág. 609. Para a verificação da instigação não se exige qualquer relação directa, nomeadamente por contacto, com os autores materiais, nem que seja o instigador a escolher as circunstâncias de tempo, modo e lugar da execução do crime. Essencial é apenas que sem a intervenção do instigador o crime não teria sido cometido .»

O caso da agressão a Ricardo Bexiga foi arquivado ( clicar para ler notícia do PÚBLICO ). Se bem me lembro, haviam sido constituídos arguidos Carolina Salgado (dispensa apresentações) e Fernando Madureira (líder dos Super Dragões, claque oficial do F.C. Porto) (desconheço se Pinto da Costa também foi constituído arguido). A primeira foi constituída arguida porque assumiu, no livro «Eu, Carolina», a autoria moral do crime de ofensa à integridade física agravada cuja vítima foi Ricardo Bexiga. Segundo afirmou Carolina, terá contactado os agressores de Ricardo Bexiga, a quem deu instruções para quelevassem a cabo a agressão, e a quem pagou uma determinada quantia em dinheiro como ertribuição pelo cumprimento dessas mesmas instruções. Convém lembrar que estas declarações terão sido reproduzidas por Carolina Salgado em sede de inquérito no âmbito do processo judicial (mas isto é especulação, já que o processo está em segredo de justiça).Já Fernando Madureira foi constituído arguido porque, segundo Carolina, terá sido uma das pessoas que agrediu Bexiga e que recebeu um determinado pagamento por isso, ou seja, terá sido um dos autores materiais do crime.Supreendentemente, na quinta-feira passada ficámos todos a saber que este processo foi arquivado por falta de prova.Por favor, corrijam-me caso eu esteja errada. Carolina Salgado é autora moral confessa de um crime de ofensa à integridade física na forma agravada; Fernando Madureira foi identificado por Carolina como um dos autores materiais desse mesmo crime; a vítima está identificada (Ricardo Bexiga); as agressões e as lesões estão identificadas, pelo que se conclui que existiu, de facto, crime.Ora, ainda que possa admitir-se o absoluto silêncio de Carolina Salgado em sede de julgamento, há um livro publicado com determinadas afirmações, que lhe imputam a confissão da autoria moral do crime. E esse livro, como toda a gente sabe, é do domínio público e os senhores juízes julgadores do caso dele poderiam tomar conhecimento precisamente porque é um facto público e notório. Ainda que não fosse possível condenar Madureira (caso a única prova fossem as declarações de Carolina e ela se remetesse ao silêncio, ou seja, em suma, não fosse produzida prova contra ele), sempre seria possível levar ambos os arguidos a julgamento e condenar, pelo menos um deles (Carolina) pela autoria (moral) do crime, ou não?Convém lembrar que,. Assim decidiu (e bem) o Tribunal da Relação do Porto no Acórdão de 10-11-2004, subscrito pelos Juízes Desembargadores Arlindo Manuel Teixeira Pinto, Joaquim Rodrigues Dias Cabral, Isabel Celeste Alves Pais Martins e David Pinto Monteiro (n.º convencional JTRP00037335), ( clicar aqui para aceder ao texto integral do Acórdão ). Com efeito, lê-se na referida decisão (sublinhados meus):

Estou absolutamente viciada nesta canção dos Clã:. Claro que a letra só poderia ser do Carlos Tê, mas a música do Hélder Gonçalves também é excepcional. Vai para a grafonola durante o fim-de-semana e enquanto apetecer. Quem quiser ouvir só tem de clicar em «Play».Bom dia! Hoje é sexta-feira! E como diz a música dos The Cure,! Bom dia! :)Btw (não tem nada que ver, mas 'tá bem), andei a fazer umas limpezas na barra lateral da chafarica: apaguei umas imagens, removi links inactivos e tal e tal. E então, está melhor ou continua a demorar eternidades até que as funcionalidades do Assumidamente estejam todas carregadas? Aguardo e agradeço o vosso feedback (ouviram, meninas Jotinha & Companhia Lda.?). Merci!

De que o sexo é absolutamente fundamental nas nossas vidas, já ninguém tem dúvidas. O que alguns de nós - espero que muito pouc@s - ainda não sabem é que o sexo pode ser um excelente mote para conversa. E a conversa pode dar origem a muita coisa, como por exemplo, crónicas. E as crónicas podem originar um livro. E o livro, quem sabe, um filme (eu ainda não desisti da ideia!).Com o atrevimento e a boa-disposição que a caracterizam, a minha querida e grande amiga Ana Anes tem aceitado desafios ao longo da vida que muitos outros não tiveram o atrevimento de enfrentar. Pois claro! É do signo solar Carneiro (como eu!) e, como reza a nota biográfica, a primeira luta foi logo travada no momento do nascimento, contra o cordão umbilical que se enrolou em torno do pescoço. E foi, obviamente, ganha, porque a Ana Anes não é mulher para se deixar vencer por nada deste mundo! Por isso é que a vida lhe tem sorrido e os frutos são os melhores. E como não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe, depois de «7 anos de mau sexo» chegou o fim do jejum!Para a minha querida Ana Anes e para gáudio de tod@s quant@s gostam dela - e somos muit@s - , o ano de 2008 começou, definitivamente, com o pé direito.No passado dia 25 de Janeiro chegou às livrarias a edição impressa de «7 anos de mau sexo», uma compilação de crónicas que a Ana escreveu , com divertidíssimas ilustrações de Mónica Catalá e prefácio de João Pereira Coutinho. Um livro que, a a estas horas, já deve ter passado à frente dos olhos de quase toda a gente e que José de Pina resume deste modo:As crónicas estão classificadas com malaguetas, consoante o grau de «atrevimento» dos textos.Sobre as crónicas de «uma malagueta», diz-nos a Ana Anes: «Não. Estas crónicas ainda não são para tomar com Viagra. Estas são apenas para pensarem no sentido das vossas vidas - numa vertente muito Deepak Chopra e Brian Weiss - para, depois, em conformidade, ou as mudarem ou tomarem algo mais forte com whisky e ficarem estranhamente frios e calados... e as mudarem na mesma!».As crónicas de «duas malaguetas» já impõem mais respeito (ou não, ou não): «Antes de começarem a ler estas crónicas, é melhor irem a uma sex-shop buscar umas algemas com plumas cor-de-rosa e uma venda. Aqui o ar condicionado avariou há dez minutos e quem tiver mais peças de roupa vestidas vai ao castigo.».Para as de «três malaguetas», esperam-se corações - e outras coisas terminadas em «ões» - fortes e resistentes: «Está na altura de usar tudo o que têm à mão: imaginação, o número de parceiros que quiserem, a corda da roupa da vizinha, os vídeos caseiros dos papás, e toca de gozar sete minutos, horas, meses ou anos de muito bom e totalmente amoral sexo. A gerência pede que poupem os animais de estimação.».Preparem-se para umas boas horas de gargalhadas, ironia, pragmatismo, astúcia e perspicácia. São textos da Ana Anes, minhas senhoras e meus senhores, muitos dos quais eu tive o privilégio de ler antes de publicados. E como são textos da Ana Anes, não é preciso dizer mais nada! Leiam e chorem por mais.Para a minha grande amiga Ana Anes --, vai daqui um abraço apertado, com votos de muitas felicidades para a apresentação do livro - pela jornalista Fernanda Freitas com João Pereira Coutinho -, que decorrerá hoje, pelas 21h, no Café Bar BA, no Bairro Alto Hotel , em Lisboa. As leituras serão feitas por Nuno Nodin e José Manuel Anes. A música estará a cargo de Carlos Didelet. Com muita pena minha, eu não poderei estar fisicamente presente, mas todas as minhas energias positivas estarão voltadas para este evento!Para aguçar a curiosidade, aqui fica o texto de introdução, a nota biográfica da Ana Anes e a ficha técnica do livro:

António Marinho e Pinto (perdoem-me os mais susceptíveis, mas tenho uma certa dificuldade em atribuir-lhe o epíteto de «Bastonário») espelha bem aquele tipo de gente que gosta de abrir a bocarra para dizer o que qualquer patego - por mais culto ou erudito que fosse - diria. Fala com a eloquência de um qualquer frequentador habitual do café da esquina e, em consequência, profere o mesmo tipo de atoardas que todos os dias ouvimos na boca daquelas pessoas que sabem falar de tudo e mais alguma coisa, a quem eu chamo «especialistas em banalidades, com licenciatura em Psicologia, Mestrado em Medicina e Doutoramento em Direito».

Eu compreendo que Marinho e Pinto goste de abrir a bocanha para dizer, ou melhor, repetir, aquilo que segundo ele já toda a gente sabe porque veio nos jornais. E compreendo anda melhor que ele tenha à vontade (para não dizer «lata») para acusar em praça pública genericamente («há pessoas», «há políticos», «há grupos económicos», etc.), não diga os nomes. Palavra de honra que compreendo. É que Marinho e Pinto tem aquilo que eu vou, neste preciso instante, baptizar de «coragem doseada»: uma coragem que chega para o boato, mas não é bastante para a certeza; que existe para a acusação, mas não é assim tanta para a nomeação; que é muita para enxovalhar, mas não é assim tanta para confrontar.

Se Marinho e Pinto tem assim tantas provas e tanta certeza daquilo que está a dizer, porque não diz os nomes? Não me digam que é por temer processos de injúrias, porque se há assim tanta prova e essa prova chegou ao conhecimento dele, também a poderia carear para juízo, se fosse o caso, não poderia? Então porque é que «chama os bois pelos nomes», para usar linguagem figurada? Acho que é óbvio perceber porquê...

Marinho e Pinto é daquela cêpa do estardalhaço, da bocarra cariada aberta, da invocação da «crise» por tudo e por nada. E essa cêpa é má e é pernicioso que uma pessoa como ele esteja a ocupar o cargo institucional que ocupa. Marinho e Pinto sabe que esta actução é útil para o transformar numa pessoa mediática, mas também sabe que não é a melhor para a instituição a que preside. No entanto, está disposto a sacrificar aquilo que é basilar para que a máquina judicial funcione - o bom relacionamento entre as instituições - por mais meia dúzia de minutos na TV e uma chamada ao Parlamento. Marinho e Pinto disfere ataques - francamente infundados - às Magistraturas, especialmente ao Ministério Público; aponta o dedo ao Procurador-Geral da República; critica a actuação da Polícia Judiciária... enfim, é um não mais acabar de críticas que só ajudam a reforçar a primeira ideia com que começou o seu discurso na abertura oficial do Ano Judicial, ou seja, a de que vivemos presentemente a pior crise de semmpre da justiça em Portugal - o que não é verdade.

Marinho e Pinto prefere ser alarmista a trabalhar em conjunto com aqueles que são os únicos que podem mudar o tal estado de coisas que ele apregoa viver-se e ser tão negativo. Pois é. Também eu sei que é mais fácil dizer «a casa está a arder» do que pegar num balde de água para apagar o fogo. E depois quem vai apagar o fogo sempre fica chamuscado, enquanto que quem fica a ver sempre tem hipótese de ser filmado pelas câmaras da TVI, não é?!

Já muita gente percebeu o que é que o Dr. António Marinho e Pinto quer: alcançar um estatuto de «pseudo-salvador da justiça», enquanto empurra a justiça para a morte. E isso fica mal a qualquer pessoa, mas fica ainda pior a quem usa uma toga. Por isso é que cada vez mais é uma evidência que gente que usa toga há muita, mas gente que seja um verdadeiro Advogado há muito pouca. Ao menos os mandatos à frente da Ordem dos Advogados são relativamente curtos (três anos). Oxalá Marinho e Pinto não tenha tempo para dar cabo de tudo.

marcar artigo