Grande Loja do Queijo Limiano

20-07-2018
marcar artigo

José António Barreiros coloca a questão, no sítio certo: deverão os comentadores de jornal, rádio e tv, pronunciarem-se sobre assuntos cujo alcance e dimensão exactas, desconhecem ?

Esperemos então pelos esclarecimentos da gente do DIAP do Porto. Já sabemos que o PGR autorizou. Vamos lá a isso. Em conferência de imprensa, se for possível, porque é o mais desejável.

Antes disso:

Acabo de ouvir na Sic, uma antecipação do programa Quadratura do Círculo, de logo mais à noitinha. Apontei o que Jorge Coelho vai dizer ( já disse e está gravado), sobre o caso do advogado Bexiga , ofendido injustiçado:

“ Um caso destes…em que as provas são evidentes! Se um caso destes é arquivado, então caso algum chega a lado algum!”

Pacheco Pereira, também informado como sempre, nestas matérias de política geral, acrescenta que estranha que se passe um ano…quase dois anos, para fazer uma perícia!

Apetece perguntar, se estes comentadores fazem uma pequena ideia do que é um Inquérito por ofensas á integridade física, como começa, como se desenvolve e como se instrói, pelos órgãos de polícia criminal ou pelas autoridades judiciárias.

Mas, adiantando razões, causa maior perplexidade que um indivíduo que foi ministro das polícias ( GNR e PSP) nem saiba como é que estas entidades procedem em casos destes. Então, quando esteve lá no ministério e mudou chefias e sub-chefias, não houve nenhum nomeado ou apaniguado que lhe explicasse como é que a PSP ou a GNR actua em casos como este? Jorge Coelho é um pândego! Só pode ser assim…

Recordemos os factos, sumariamente, contados na altura pelo próprio:

Saí do escritório e quando cheguei junto do meu carro fui surpreendido por dois indivíduos. Um deles bateu-me violentamente com um barrote de madeira e o outro pontapeou-me. Não caí nem fugi, enfrentei-os, apesar de estar ferido”, contou ao CM Ricardo Bexiga.

O segurança do parque de estacionamento, que observou a cena, correu em seu auxílio, mas não conseguiu apanhar os meliantes. Alertou a Polícia e o INEM, que socorreu Ricardo Bexiga no local, transportando-o ao Hospital de Santo António, onde recebeu tratamento.

Ricardo Bexiga ficou com o braço esquerdo partido e foi suturado com 15 pontos na cabeça. À saída da unidade hospitalar, o vereador socialista era aguardado por vários militantes da concelhia e da distrital do PS, nomeadamente, Carlos Lage, Manuel Pizarro, Joaquim Couto, Nunes Martins e Rio Fernandes.

Assim, em Janeiro de 2005, o ofendido que agora é vogal do conselho de gerência da CP, foi agredido “à falsa fé”, por dois encapuçados no parque de estacionamento de carros, na antiga Alfãndega do Porto, na Ribeira, às 7 e meia da tarde, no Inverno. Não viu os agressores que lhe bateram, um deles com um bastão que não foi encontrado. Ficou ferido na cabeça e foi suturado com pontos, no Hospital locar que com certeza preencheu uma ficha clínica com os ferimentos. Desconfiou dos autores, mas não os reconheceu- nem depois disso.

Pacheco Pereira espanta-se com o facto de o exame médico ocorrer mais de um ano depois…mas que exame médico? Saberá PP distinguir um exame médico directo, de um de sanidade? Não importa, porque o importante é a mensagem que veicula ignorância do assunto: dois anos depois, ó gente! Estão a ver, estes incompetentes? Estamos como estamos por causa desta cambada, ó gente!

E esta a mensagem destes comentadores. Adiante, então, para as evidências de Jorge Coelho.

Para este ilustre político, ministro antigo da Administração Interna, precisamente e depois de equipamentos sociais, dirigente de partido, antigo funcionário da Carris, alcandorado a voos altíssimos de várias iniciativas privadas que lhe trouxeram um conforto material que já assinalou em reportagens de revista ( Sábado, por exemplo), as evidências sobre a autoria da agressão ao ofendido correligionário, são de tal modo que se este caso passa assim ao arquivamento por falta de provas, então, segundo o perito, nenhum outro tem hipóteses de sucesso judicial. É este o argumento especializado de Jorge Coelho, vindo sabe-se lá de onde!

Base do argumento: provavelmente, o livro da Carolina. Ó i ò ai! Juridicamente, o argumento é outro, mas esse, não interessa nada a Jorge Coelho, Pacheco Pereira ou até mesmo ao ofendido Bexiga. O facto de um co-arguido não poder ser testemunha de um facto em que terá participado ou de o respectivo depoimento ter uma validade reduzida, para esses comentadores, vale o que vale a ignorância: zero. Mas vale ainda assim, a arrogância do convencimento sobre as evidências. Mas Jorge Coelho pode sempre perguntar ao seu correligionário Rui Pereira que pode sempre perguntar a Fernanda Palma, professora de Direito Penal, como é que esta coisa do processo penal funciona. Que provas é que afinal são válidas, mesmo quando a evidência salta pelos olhos dentro...Ou então- melhor ainda!- perguntar ao inefável deputado Ricardo Rodrigues, também seu correligionário, como é que estas leis penais se aprovam assim!

Só me apetece dizer, comentando no mesmo tom de evidência, que se fôssemos pelos critérios processuais, próprios e particulares, de Jorge Coelho, o caso estranho do tabuleiro de xadrez, provavelmente teria outro desfecho.

Publicado por josé

22 Comments:

Post a Comment

José António Barreiros coloca a questão, no sítio certo: deverão os comentadores de jornal, rádio e tv, pronunciarem-se sobre assuntos cujo alcance e dimensão exactas, desconhecem ?

Esperemos então pelos esclarecimentos da gente do DIAP do Porto. Já sabemos que o PGR autorizou. Vamos lá a isso. Em conferência de imprensa, se for possível, porque é o mais desejável.

Antes disso:

Acabo de ouvir na Sic, uma antecipação do programa Quadratura do Círculo, de logo mais à noitinha. Apontei o que Jorge Coelho vai dizer ( já disse e está gravado), sobre o caso do advogado Bexiga , ofendido injustiçado:

“ Um caso destes…em que as provas são evidentes! Se um caso destes é arquivado, então caso algum chega a lado algum!”

Pacheco Pereira, também informado como sempre, nestas matérias de política geral, acrescenta que estranha que se passe um ano…quase dois anos, para fazer uma perícia!

Apetece perguntar, se estes comentadores fazem uma pequena ideia do que é um Inquérito por ofensas á integridade física, como começa, como se desenvolve e como se instrói, pelos órgãos de polícia criminal ou pelas autoridades judiciárias.

Mas, adiantando razões, causa maior perplexidade que um indivíduo que foi ministro das polícias ( GNR e PSP) nem saiba como é que estas entidades procedem em casos destes. Então, quando esteve lá no ministério e mudou chefias e sub-chefias, não houve nenhum nomeado ou apaniguado que lhe explicasse como é que a PSP ou a GNR actua em casos como este? Jorge Coelho é um pândego! Só pode ser assim…

Recordemos os factos, sumariamente, contados na altura pelo próprio:

Saí do escritório e quando cheguei junto do meu carro fui surpreendido por dois indivíduos. Um deles bateu-me violentamente com um barrote de madeira e o outro pontapeou-me. Não caí nem fugi, enfrentei-os, apesar de estar ferido”, contou ao CM Ricardo Bexiga.

O segurança do parque de estacionamento, que observou a cena, correu em seu auxílio, mas não conseguiu apanhar os meliantes. Alertou a Polícia e o INEM, que socorreu Ricardo Bexiga no local, transportando-o ao Hospital de Santo António, onde recebeu tratamento.

Ricardo Bexiga ficou com o braço esquerdo partido e foi suturado com 15 pontos na cabeça. À saída da unidade hospitalar, o vereador socialista era aguardado por vários militantes da concelhia e da distrital do PS, nomeadamente, Carlos Lage, Manuel Pizarro, Joaquim Couto, Nunes Martins e Rio Fernandes.

Assim, em Janeiro de 2005, o ofendido que agora é vogal do conselho de gerência da CP, foi agredido “à falsa fé”, por dois encapuçados no parque de estacionamento de carros, na antiga Alfãndega do Porto, na Ribeira, às 7 e meia da tarde, no Inverno. Não viu os agressores que lhe bateram, um deles com um bastão que não foi encontrado. Ficou ferido na cabeça e foi suturado com pontos, no Hospital locar que com certeza preencheu uma ficha clínica com os ferimentos. Desconfiou dos autores, mas não os reconheceu- nem depois disso.

Pacheco Pereira espanta-se com o facto de o exame médico ocorrer mais de um ano depois…mas que exame médico? Saberá PP distinguir um exame médico directo, de um de sanidade? Não importa, porque o importante é a mensagem que veicula ignorância do assunto: dois anos depois, ó gente! Estão a ver, estes incompetentes? Estamos como estamos por causa desta cambada, ó gente!

E esta a mensagem destes comentadores. Adiante, então, para as evidências de Jorge Coelho.

Para este ilustre político, ministro antigo da Administração Interna, precisamente e depois de equipamentos sociais, dirigente de partido, antigo funcionário da Carris, alcandorado a voos altíssimos de várias iniciativas privadas que lhe trouxeram um conforto material que já assinalou em reportagens de revista ( Sábado, por exemplo), as evidências sobre a autoria da agressão ao ofendido correligionário, são de tal modo que se este caso passa assim ao arquivamento por falta de provas, então, segundo o perito, nenhum outro tem hipóteses de sucesso judicial. É este o argumento especializado de Jorge Coelho, vindo sabe-se lá de onde!

Base do argumento: provavelmente, o livro da Carolina. Ó i ò ai! Juridicamente, o argumento é outro, mas esse, não interessa nada a Jorge Coelho, Pacheco Pereira ou até mesmo ao ofendido Bexiga. O facto de um co-arguido não poder ser testemunha de um facto em que terá participado ou de o respectivo depoimento ter uma validade reduzida, para esses comentadores, vale o que vale a ignorância: zero. Mas vale ainda assim, a arrogância do convencimento sobre as evidências. Mas Jorge Coelho pode sempre perguntar ao seu correligionário Rui Pereira que pode sempre perguntar a Fernanda Palma, professora de Direito Penal, como é que esta coisa do processo penal funciona. Que provas é que afinal são válidas, mesmo quando a evidência salta pelos olhos dentro...Ou então- melhor ainda!- perguntar ao inefável deputado Ricardo Rodrigues, também seu correligionário, como é que estas leis penais se aprovam assim!

Só me apetece dizer, comentando no mesmo tom de evidência, que se fôssemos pelos critérios processuais, próprios e particulares, de Jorge Coelho, o caso estranho do tabuleiro de xadrez, provavelmente teria outro desfecho.

Publicado por josé

22 Comments:

Post a Comment

marcar artigo