Deputado do PS acusado de não pagar rendas e de entregar casa “destruída” – Observador

17-05-2018
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Renato Sampaio é acusado de não pagar "meses a fio" a renda da sua casa no Porto. Entregou "a casa destruída e degradada", acusa a ex-senhoria. Deputado responde: "Processo judicial já".

O deputado Renato Sampaio, que também é presidente da concelhia do PS/Porto, é acusado pela ex-senhoria de não ter pago “rendas a fio”. O deputado abandonou o imóvel depois de a advogada da senhoria ter emitido uma ordem de despejo, mas terá deixado a casa “destruída e degradada”, a necessitar de obras que “ascendem a 20 mil euros”, disse a ex-senhoria, Cristina Padrão.

Em declarações ao Observador, o deputado nega: “Aquilo é tudo absolutamente mentira. Vou fazer uma ação em tribunal, tenho comprovativos de tudo”. Renato Sampaio confirmou que não pagou os três meses de renda “por motivos de doença” no tempo devido, mas que já liquidou a dívida — pagamento que também é confirmado por Cristina Padrão.

O caso foi inicialmente noticiado pelo Jornal Económico e veio a público depois de a senhoria ter feito um post público no Facebook: “Há sempre um dia em que uma pessoa fica farta. (…) Vai daí, passo a tornar públicas as primeiras imagens que documentam o estado em que o engenheiro e deputado Renato Sampaio devolveu o apartamento, depois de o ter habitado durante mais de 40 anos. Temos pena…“. Nas 21 imagens que Cristina Padrão publica na rede social é visível a destruição do imóvel e o estado de degradação em que o mesmo foi entregue aos proprietários.

Ao Observador, a ex-senhoria de Renato Sampaio diz que “em setembro, outubro e novembro, o deputado não pagou nenhuma destas rendas“. A senhoria conta ainda: “Estivemos até à meia noite de 8 de novembro [de 2017] a ver se entrava algum dinheiro na minha conta e nada“. A advogada de Cristina Padrão enviou, através de e-mail e correio, a 9 de novembro, a notificação da renúncia do contrato de arrendamento, o valor das rendas em atraso e a respetiva indemnização. “O contrato tinha sido renunciado por atraso no pagamento das rendas, e eram exigidas as rendas e a indemnização” — por estarem três meses em atraso, o valor da indemnização correspondia a metade do valor de cada renda em atraso. O valor da indemnização é de 270 euros.

A notificação findava num prazo de 30 dias e o deputado teria de abandonar o local no fim desse prazo, “A hipótese de liquidar a dívida já não era opção, porque o contrato tinha cessado por falta de pagamento das rendas. Se eles quisessem continuar a morar na casa, era feito um novo contrato, teriam de liquidar tudo em dívida, e já com um valor de renda atualizada, uma renda de gente, era feito um novo contrato“, explica a ex-senhoria, Cristina Padrão.

A proprietária do imóvel explica que o deputado não deu resposta nos 30 dias estipulados pela notificação e que foi, então, enviada por email e carta uma nova notificação de despejo. “Nessa notificação, o deputado Renato Sampaio era informado de que teria de abandonar o locado num novo prazo de 30 dias”, caso não acontecesse , aí sim, seria levantada uma ação judicial contra o deputado e a sua mulher, explica Cristina Padrão.

Cristina Padrão foi então informada por carta, pelo deputado Renato Sampaio, que este lhe iria entregar a casa a 1 de maio. “Eles recusam-se a conversar connosco, não se consegue trazer o deputado à mesa de negociações“, diz Cristina Padrão. Questionada sobre se o deputado fez algum pedido para haver obras na habitação, a senhoria responde: “Não, nunca me pediu fazer obras nenhumas lá em casa“.

Veja as fotografias partilhadas por Cristina Padrão:

Renato Sampaio disse ao Observador que viu as fotografias que foram partilhadas no Facebook, mas explica: “As fotos da casa de banho que aparecem na publicação são de uma casa de banho que nós não utilizávamos, usávamos como lavandaria“. Confrontado com as fotografias dos móveis da cozinha ou do teto partido, o deputado remete-se ao silêncio, frisando que é tudo mentira. Mas confirma que nunca pediu à senhoria para fazer obras na casa.

Renato Sampaio confirmou ao Observador que não pagou os três meses indicados pela senhoria, mas acrescenta que “já tem tudo pago” e os comprovativos de pagamento de todas as rendas. A situação de novembro [de 2017] , onde há um atraso de três meses no pagamento das rendas, é justificada por motivos de doença: “Impossibilitou-me de processar o pagamento mas no dia 22 de novembro paguei tudo em dívida”. Cristina Padrão confirmou ao Observador que a dívida foi liquidada nesta data.

A tipologia do imóvel era T2+1. O primeiro valor de renda, em 1974, era de 4 mil e quinhentos escudos. Este valor esteve congelado e até 2013, o deputado pagava uma renda mensal de 90 euros, valor que foi atualizado para os 180 euros, pagos atualmente.

A casa, situada no centro do Porto, nas Antas, era dos avós de Cristina Padrão e foram eles que a arrendaram a Renato Sampaio, a 1 de abril de 1974. “O deputado passa a semana em Lisboa. No Porto, só costuma estar durante o fim de semana. Em permanência esteve sempre a esposa. A rotina era na terça-feira de manhã o deputado descer até Lisboa e voltar sexta à tarde”, contou Cristina Padrão, acrescentando que “a família morava ali há muitos anos” e que “todos os vizinhos os conheciam bem”.

Renato Sampaio é acusado de não pagar "meses a fio" a renda da sua casa no Porto. Entregou "a casa destruída e degradada", acusa a ex-senhoria. Deputado responde: "Processo judicial já".

O deputado Renato Sampaio, que também é presidente da concelhia do PS/Porto, é acusado pela ex-senhoria de não ter pago “rendas a fio”. O deputado abandonou o imóvel depois de a advogada da senhoria ter emitido uma ordem de despejo, mas terá deixado a casa “destruída e degradada”, a necessitar de obras que “ascendem a 20 mil euros”, disse a ex-senhoria, Cristina Padrão.

Em declarações ao Observador, o deputado nega: “Aquilo é tudo absolutamente mentira. Vou fazer uma ação em tribunal, tenho comprovativos de tudo”. Renato Sampaio confirmou que não pagou os três meses de renda “por motivos de doença” no tempo devido, mas que já liquidou a dívida — pagamento que também é confirmado por Cristina Padrão.

O caso foi inicialmente noticiado pelo Jornal Económico e veio a público depois de a senhoria ter feito um post público no Facebook: “Há sempre um dia em que uma pessoa fica farta. (…) Vai daí, passo a tornar públicas as primeiras imagens que documentam o estado em que o engenheiro e deputado Renato Sampaio devolveu o apartamento, depois de o ter habitado durante mais de 40 anos. Temos pena…“. Nas 21 imagens que Cristina Padrão publica na rede social é visível a destruição do imóvel e o estado de degradação em que o mesmo foi entregue aos proprietários.

Ao Observador, a ex-senhoria de Renato Sampaio diz que “em setembro, outubro e novembro, o deputado não pagou nenhuma destas rendas“. A senhoria conta ainda: “Estivemos até à meia noite de 8 de novembro [de 2017] a ver se entrava algum dinheiro na minha conta e nada“. A advogada de Cristina Padrão enviou, através de e-mail e correio, a 9 de novembro, a notificação da renúncia do contrato de arrendamento, o valor das rendas em atraso e a respetiva indemnização. “O contrato tinha sido renunciado por atraso no pagamento das rendas, e eram exigidas as rendas e a indemnização” — por estarem três meses em atraso, o valor da indemnização correspondia a metade do valor de cada renda em atraso. O valor da indemnização é de 270 euros.

A notificação findava num prazo de 30 dias e o deputado teria de abandonar o local no fim desse prazo, “A hipótese de liquidar a dívida já não era opção, porque o contrato tinha cessado por falta de pagamento das rendas. Se eles quisessem continuar a morar na casa, era feito um novo contrato, teriam de liquidar tudo em dívida, e já com um valor de renda atualizada, uma renda de gente, era feito um novo contrato“, explica a ex-senhoria, Cristina Padrão.

A proprietária do imóvel explica que o deputado não deu resposta nos 30 dias estipulados pela notificação e que foi, então, enviada por email e carta uma nova notificação de despejo. “Nessa notificação, o deputado Renato Sampaio era informado de que teria de abandonar o locado num novo prazo de 30 dias”, caso não acontecesse , aí sim, seria levantada uma ação judicial contra o deputado e a sua mulher, explica Cristina Padrão.

Cristina Padrão foi então informada por carta, pelo deputado Renato Sampaio, que este lhe iria entregar a casa a 1 de maio. “Eles recusam-se a conversar connosco, não se consegue trazer o deputado à mesa de negociações“, diz Cristina Padrão. Questionada sobre se o deputado fez algum pedido para haver obras na habitação, a senhoria responde: “Não, nunca me pediu fazer obras nenhumas lá em casa“.

Veja as fotografias partilhadas por Cristina Padrão:

Renato Sampaio disse ao Observador que viu as fotografias que foram partilhadas no Facebook, mas explica: “As fotos da casa de banho que aparecem na publicação são de uma casa de banho que nós não utilizávamos, usávamos como lavandaria“. Confrontado com as fotografias dos móveis da cozinha ou do teto partido, o deputado remete-se ao silêncio, frisando que é tudo mentira. Mas confirma que nunca pediu à senhoria para fazer obras na casa.

Renato Sampaio confirmou ao Observador que não pagou os três meses indicados pela senhoria, mas acrescenta que “já tem tudo pago” e os comprovativos de pagamento de todas as rendas. A situação de novembro [de 2017] , onde há um atraso de três meses no pagamento das rendas, é justificada por motivos de doença: “Impossibilitou-me de processar o pagamento mas no dia 22 de novembro paguei tudo em dívida”. Cristina Padrão confirmou ao Observador que a dívida foi liquidada nesta data.

A tipologia do imóvel era T2+1. O primeiro valor de renda, em 1974, era de 4 mil e quinhentos escudos. Este valor esteve congelado e até 2013, o deputado pagava uma renda mensal de 90 euros, valor que foi atualizado para os 180 euros, pagos atualmente.

A casa, situada no centro do Porto, nas Antas, era dos avós de Cristina Padrão e foram eles que a arrendaram a Renato Sampaio, a 1 de abril de 1974. “O deputado passa a semana em Lisboa. No Porto, só costuma estar durante o fim de semana. Em permanência esteve sempre a esposa. A rotina era na terça-feira de manhã o deputado descer até Lisboa e voltar sexta à tarde”, contou Cristina Padrão, acrescentando que “a família morava ali há muitos anos” e que “todos os vizinhos os conheciam bem”.

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