Passos volta a deixar avisos: a situação é “débil”, não criámos folga para “um futuro próximo”

03-07-2019
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PolíticaPassos volta a deixar avisos: a situação é “débil”, não criámos folga para “um futuro próximo”14:09Convidado para falar do pós-eleições europeias, Pedro Passos Coelho relativizou os novos papões - populismos, nacionalismos e euroceticismos - e sugeriu que se troquem “romantismos” por “vontade política estrutural”. Dois alertas: a política monetária não resolve tudo, a situação orçamental continua “débil” e pouco "prudente" e não se ganhou “folga” para “lidar com necessidades num futuro próximo”Ângela Silva"A política monetária (seguida pelo BCE) no pós-crise e o crescimento mais forte dos últimos anos ofereceram um 'dividendo' que não tem sido devidamente aproveitado". Sem registos dramáticos e sem se referir diretamente à situação portuguesa, Pedro Passos Coelho deixou esta quarta-feira uma leitura pouco eufórica sobre o nosso país na UE e recomendou menos 'romantismo' e mais vontade política para mudanças estruturais. Porque a situação continua "débil" e não se ganhou folga ("espaço orçamental adequado") para quando o vento mudar. As duas maiores vulnerabilidades apontadas pelo ex-primeiro-ministro à situação dos países europeus no pós-eleições de maio são, depois da incerteza do e riscos do Brexit, "as limitações da política monetária" - que Passos alerta precisar de ser acompanhada por um reforço estrutural da situação orçamental dos países - e "o atraso ou lentidão registados em algumas reformas" a par da "fragilidade e heterogeneidade da situação orçamental estrutural dos países do euro". A política monetária e as ajudas do Banco Central Europeu no pós-crise foram determinantes mas não resolvem tudo, eis a conclusão central da intervenção de Passos Coelho, que acusa "alguns dos países" saídos da crise de "continuarem a não desenvolver políticas suficientemente prudentes para construirem espaço orçamental para lidar com ciclos descendentes". Convidado pelo Forum para a Competitividade para participar esta quarta-feira num workshop em Leiria sobre as eleições europeias e as políticas publicas de crescimento, desenvolvimento e inovação, o ex-primeiro-ministro fez uma longa exposição fundamentada em dados e relatórios de organismos europeus, e concluiu que a abordagem "mais adequada" não é alimentar papões que na sua opinião os resultados das europeias diliuiram. É, isso sim, insistir em reformas estruturais, quer na União Europeia, quer nos países mais "débeis". Portugal incluido. "O grande desafio para a construção europeia" não passa, na opinião de Passos, por polarizar a discussão entre os que defendem um crescente integração europeia e os que puxam por nacionalismos, "mas antes pela polarização entre status quo e mudança". E a mudança, na sua opinião, implica "vontade política estrutural em tornar a situação orçamental dos países mais resiliente". Sem falar diretamente do caso português, sem nunca criticar as opções do Governo e sem a mínima referência ao excedente orçamental anunciado na semana passada pelo ministro Mário Centeno, Passos diz tudo nas entrelinhas quando deixa indiretas às fragilidades dos Governos que ficam "dependentes" de "negociações complexas ". "A reforma estrutural torna a economia mais resiliente a choques adversos já que introduz elementos acidicionais de flexibilidade que são indutores de maior eficiência", sublinha o ex-PM, que aponta a ajuda do BCE para a criação de "condições favoráveis à reforma estrutural, na medida em que deu tempo aos Governos para a realizar em ambiente de crescimento". Porém. acrescenta, "a fragmentação política e a grande dependência dos governos de coligação de negociações mais complexas e dos resultados a alcançar no curto prazo vem retirando profundidade e estabilidade para a reforma estrutural, que assim não poderá dar a ajuda necessária". "O PPE dificilmente poderá ser excluido" Num discurso escrito antes dos resultados das negociações em Bruxelas que fizeram abortar o plano de uma "geringonça" que pusesse o socialista Timmermans à frente da Comissão Europeia, Pedro Passos Coelho já deixava um alerta: "O PPE só muito dificilmente poderá ser excluido de qualquer negociação". Mas o foco da intervenção foi colocado na urgência de somar à política monetária que ajudou os países a recuperarem da crise "a realização de reformas estruturais que melhorem o potencial de crescimento no longo prazo". Assim como a reforma da União Económica e Monetária. Incógnitas no horizonte referidas pelo ex-PM são, além do Brexit e da guerra comercial Europa/EUA, a situação em Itália, que "pode constituir um foco adicional de incerteza e de perturbação macro-económica", sobretudo se se caminhar para um " divórcio entre a Itália e as regras do euro. Outro "fator adicional de instabilidade agregada" referido por Passos Coelho é "a deterioração acentuada na relação entre os governos francês e alemão", "que prejudica o já fraco consenso para qualquer reforma mais ambiciosa da União Económica e Monetária e pode tornar mais complexa a obtenção de equilibrios políticos no seio da União". Nada de romantismos, portanto. Para o ex-primeiro-ministro, que começa a participar em sessões públicas depois de um longo silêncio, prudência e arrojo reformist,a precisam-se. ÚltimasDoenças cardiovasculares afectam 740 mil pessoas em Portugal. É a população inteira das cidades de Lisboa, Almada e SetúbalHá 51 minutosAna BaptistaRaposa do ártico atravessou 3.500 quilómetros entre a Noruega e o Canadá em 76 diasHá uma horaLusaVenezuela: Algumas zonas de Caracas sem energia elétrica desde há três diasHá uma horaLusaPedro Silva Pereira: “A minha eleição valoriza a voz de Portugal na Europa”Há uma horaPortugal continental teve o mês de junho mais frio dos últimos 19 anosHá uma horaLusaO corpo humano não faz parte da natureza?16:04Henrique RaposoGuerra comercial: ganhos e perdas16:04Óscar AfonsoDe Aveiro para o mundo, para fazer de cada carro uma pequena central elétrica16:04Miguel PradoEles não são nada do que estavas à espera. Eles são os Tool16:04Marco GriecoFabien Cousteau: “Gasta-se 100 vezes mais na exploração do Espaço do que dos oceanos”16:04Raquel Albuquerque

PolíticaPassos volta a deixar avisos: a situação é “débil”, não criámos folga para “um futuro próximo”14:09Convidado para falar do pós-eleições europeias, Pedro Passos Coelho relativizou os novos papões - populismos, nacionalismos e euroceticismos - e sugeriu que se troquem “romantismos” por “vontade política estrutural”. Dois alertas: a política monetária não resolve tudo, a situação orçamental continua “débil” e pouco "prudente" e não se ganhou “folga” para “lidar com necessidades num futuro próximo”Ângela Silva"A política monetária (seguida pelo BCE) no pós-crise e o crescimento mais forte dos últimos anos ofereceram um 'dividendo' que não tem sido devidamente aproveitado". Sem registos dramáticos e sem se referir diretamente à situação portuguesa, Pedro Passos Coelho deixou esta quarta-feira uma leitura pouco eufórica sobre o nosso país na UE e recomendou menos 'romantismo' e mais vontade política para mudanças estruturais. Porque a situação continua "débil" e não se ganhou folga ("espaço orçamental adequado") para quando o vento mudar. As duas maiores vulnerabilidades apontadas pelo ex-primeiro-ministro à situação dos países europeus no pós-eleições de maio são, depois da incerteza do e riscos do Brexit, "as limitações da política monetária" - que Passos alerta precisar de ser acompanhada por um reforço estrutural da situação orçamental dos países - e "o atraso ou lentidão registados em algumas reformas" a par da "fragilidade e heterogeneidade da situação orçamental estrutural dos países do euro". A política monetária e as ajudas do Banco Central Europeu no pós-crise foram determinantes mas não resolvem tudo, eis a conclusão central da intervenção de Passos Coelho, que acusa "alguns dos países" saídos da crise de "continuarem a não desenvolver políticas suficientemente prudentes para construirem espaço orçamental para lidar com ciclos descendentes". Convidado pelo Forum para a Competitividade para participar esta quarta-feira num workshop em Leiria sobre as eleições europeias e as políticas publicas de crescimento, desenvolvimento e inovação, o ex-primeiro-ministro fez uma longa exposição fundamentada em dados e relatórios de organismos europeus, e concluiu que a abordagem "mais adequada" não é alimentar papões que na sua opinião os resultados das europeias diliuiram. É, isso sim, insistir em reformas estruturais, quer na União Europeia, quer nos países mais "débeis". Portugal incluido. "O grande desafio para a construção europeia" não passa, na opinião de Passos, por polarizar a discussão entre os que defendem um crescente integração europeia e os que puxam por nacionalismos, "mas antes pela polarização entre status quo e mudança". E a mudança, na sua opinião, implica "vontade política estrutural em tornar a situação orçamental dos países mais resiliente". Sem falar diretamente do caso português, sem nunca criticar as opções do Governo e sem a mínima referência ao excedente orçamental anunciado na semana passada pelo ministro Mário Centeno, Passos diz tudo nas entrelinhas quando deixa indiretas às fragilidades dos Governos que ficam "dependentes" de "negociações complexas ". "A reforma estrutural torna a economia mais resiliente a choques adversos já que introduz elementos acidicionais de flexibilidade que são indutores de maior eficiência", sublinha o ex-PM, que aponta a ajuda do BCE para a criação de "condições favoráveis à reforma estrutural, na medida em que deu tempo aos Governos para a realizar em ambiente de crescimento". Porém. acrescenta, "a fragmentação política e a grande dependência dos governos de coligação de negociações mais complexas e dos resultados a alcançar no curto prazo vem retirando profundidade e estabilidade para a reforma estrutural, que assim não poderá dar a ajuda necessária". "O PPE dificilmente poderá ser excluido" Num discurso escrito antes dos resultados das negociações em Bruxelas que fizeram abortar o plano de uma "geringonça" que pusesse o socialista Timmermans à frente da Comissão Europeia, Pedro Passos Coelho já deixava um alerta: "O PPE só muito dificilmente poderá ser excluido de qualquer negociação". Mas o foco da intervenção foi colocado na urgência de somar à política monetária que ajudou os países a recuperarem da crise "a realização de reformas estruturais que melhorem o potencial de crescimento no longo prazo". Assim como a reforma da União Económica e Monetária. Incógnitas no horizonte referidas pelo ex-PM são, além do Brexit e da guerra comercial Europa/EUA, a situação em Itália, que "pode constituir um foco adicional de incerteza e de perturbação macro-económica", sobretudo se se caminhar para um " divórcio entre a Itália e as regras do euro. Outro "fator adicional de instabilidade agregada" referido por Passos Coelho é "a deterioração acentuada na relação entre os governos francês e alemão", "que prejudica o já fraco consenso para qualquer reforma mais ambiciosa da União Económica e Monetária e pode tornar mais complexa a obtenção de equilibrios políticos no seio da União". Nada de romantismos, portanto. Para o ex-primeiro-ministro, que começa a participar em sessões públicas depois de um longo silêncio, prudência e arrojo reformist,a precisam-se. ÚltimasDoenças cardiovasculares afectam 740 mil pessoas em Portugal. 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