Pedro Passos Coelho perdeu completamente a noção

10-10-2017
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Como diz a sabedoria popular, é cada tiro, cada melro. Primeiro foi a fase do Calimero e da negação da democracia representativa. O resultado foi uma fuga para a direita e o início de uma sucessão de quedas em todos os estudos de opinião, que se continua a agravar até hoje.

Depois vieram as profecias da desgraça, com sanções, resgates e ritmos venezuelanos à mistura. Porém, à medida que os números o começaram a tramar, o discurso inverteu-se e afinal era tudo herança dele, apesar de ter passado meses a afirmar que a Geringonça tinha destruído a tal herança e que vinha aí a grande catástrofe. Uma anedota completa. De Calimero passa a ser alvo de chacota, para além de se transformar na melhor coisa que poderia ter acontecido a António Costa: uma oposição fraca, liderada por um líder que não passa uma semana sem meter os pés pelas mãos.

De parvoíce em parvoíce, e com a derrota certa que se adivinha nas autárquicas que se avizinham, Passos Coelho agarrou-se aos fogos florestais, prestando-se ao já célebre e absolutamente degradante papel que a história dos suicídios que não aconteceram lhe proporcionaram, fazendo novo favor a Costa. Apesar da péssima actuação do governo, durante calamidade que se abateu sobre o país durante este Verão quente, Costa escapou quase ileso, em larga medida graças ao seu desorientado adversário.

Depois veio o Ventura, mais a xenofobia, a pena de morte e as castrações químicas. O CDS-PP virou-lhe costas em Loures, Passos ficou isolado com um candidato que recebe elogios do PNR, para depois ser acusado – e com alguma razão – de roubar o discurso aos nacionalistas, vozes respeitáveis do partido, como a de Feliciano Barreiras Duarte, ergueram-se para dizer “basta”, e, dizem as sondagens, a aposta de Passos no populismo primário e na demagogia barata bateu no poste.

Agora virou-se para um relatório das secretas que afinal não foi feito pelas secretas e que causou um grande embaraço ao Expresso. O que virá a seguir? O fantasma de Mário Soares feito com a CIA para o assassinar? Comunistas a comer as crianças dos colégios com contrato de associação ao pequeno-almoço? As irmãs Mortágua a impingir a mudança de sexo aos convivas de Castelo de Vide? O Arménio Carlos e o Mário Nogueira a liderar o genocídio do patronato? Ninguém sabe. Mas sabemos, quem quiser ver, claro, que Pedro Passos Coelho perdeu completamente a noção. E que está a arrastar consigo o PSD, que não sairá do lamaçal tão cedo, mesmo que corram com este bizarro líder já no dia 1 de Outubro, algo que Passos não acredita estar em causa, coitado! Já teve a sua piada, mas agora tornou-se preocupante. Portugal precisa de uma oposição séria e construtiva, não de uma anedota nacional, sem pés, cabeça, ideias ou noção do ridículo.

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Como diz a sabedoria popular, é cada tiro, cada melro. Primeiro foi a fase do Calimero e da negação da democracia representativa. O resultado foi uma fuga para a direita e o início de uma sucessão de quedas em todos os estudos de opinião, que se continua a agravar até hoje.

Depois vieram as profecias da desgraça, com sanções, resgates e ritmos venezuelanos à mistura. Porém, à medida que os números o começaram a tramar, o discurso inverteu-se e afinal era tudo herança dele, apesar de ter passado meses a afirmar que a Geringonça tinha destruído a tal herança e que vinha aí a grande catástrofe. Uma anedota completa. De Calimero passa a ser alvo de chacota, para além de se transformar na melhor coisa que poderia ter acontecido a António Costa: uma oposição fraca, liderada por um líder que não passa uma semana sem meter os pés pelas mãos.

De parvoíce em parvoíce, e com a derrota certa que se adivinha nas autárquicas que se avizinham, Passos Coelho agarrou-se aos fogos florestais, prestando-se ao já célebre e absolutamente degradante papel que a história dos suicídios que não aconteceram lhe proporcionaram, fazendo novo favor a Costa. Apesar da péssima actuação do governo, durante calamidade que se abateu sobre o país durante este Verão quente, Costa escapou quase ileso, em larga medida graças ao seu desorientado adversário.

Depois veio o Ventura, mais a xenofobia, a pena de morte e as castrações químicas. O CDS-PP virou-lhe costas em Loures, Passos ficou isolado com um candidato que recebe elogios do PNR, para depois ser acusado – e com alguma razão – de roubar o discurso aos nacionalistas, vozes respeitáveis do partido, como a de Feliciano Barreiras Duarte, ergueram-se para dizer “basta”, e, dizem as sondagens, a aposta de Passos no populismo primário e na demagogia barata bateu no poste.

Agora virou-se para um relatório das secretas que afinal não foi feito pelas secretas e que causou um grande embaraço ao Expresso. O que virá a seguir? O fantasma de Mário Soares feito com a CIA para o assassinar? Comunistas a comer as crianças dos colégios com contrato de associação ao pequeno-almoço? As irmãs Mortágua a impingir a mudança de sexo aos convivas de Castelo de Vide? O Arménio Carlos e o Mário Nogueira a liderar o genocídio do patronato? Ninguém sabe. Mas sabemos, quem quiser ver, claro, que Pedro Passos Coelho perdeu completamente a noção. E que está a arrastar consigo o PSD, que não sairá do lamaçal tão cedo, mesmo que corram com este bizarro líder já no dia 1 de Outubro, algo que Passos não acredita estar em causa, coitado! Já teve a sua piada, mas agora tornou-se preocupante. Portugal precisa de uma oposição séria e construtiva, não de uma anedota nacional, sem pés, cabeça, ideias ou noção do ridículo.

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