Pedro Passos Coelho. O diabo virá em outubro?

02-01-2017
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Foi o vencedor das últimas legislativas, mas termina o ano de 2016 como grande derrotado da cena política portuguesa. O ano que se aproxima não augura nada de bom para o líder do PSD

2015 terminou em desgraça para Pedro Passos Coelho, mas o ano que se seguiu não lhe foi muito mais favorável. Foi o grande vencedor das eleições legislativas de 2015, mas o maior número de votos e uma coligação com o CDS não foram suficientes para conseguir formar governo.

Fintado por uma maioria parlamentar de esquerda, desde então que se mantém como líder do maior partido da oposição. Em março deste ano tinha sido reeleito com o melhor resultado de sempre de um candidato único no PSD.

Mas a mudança de cadeiras na Assembleia da República não se traduziu numa alteração no discurso por parte do líder dos sociais-democratas. A oposição do PSD tem sido considerada por muitos pouco consistente, com um discurso fatalista e de “vira o disco e toca o mesmo” – quem não se recorda da já mítica frase do presidente do PSD: “Em setembro vem aí o diabo”. Exemplo disso foi o facto de o partido não ter conseguido aproveitar o escândalo dos gestores da Caixa Geral de Depósitos para fazer valer a sua posição enquanto partido da oposição.

2017 será por isso um ano decisivo para Pedro Passos Coelho, especialmente com as eleições autárquicas. Situação que, contudo, parece estar complicada para o PSD. Com a recusa da candidatura à Câmara de Lisboa por parte de Pedro Santana Lopes, o cerco começa a apertar-se para os sociais-democratas, estreitando cada vez mais o caminho para o Largo do Caldas. Houve ainda quem tivesse falado na hipótese de o presidente do PSD se candidatar à câmara da capital, tal como fez a líder do CDS, possibilidade entretanto já afastada pelo próprio. O cenário no Porto, por sua vez, também não está mais fácil, uma vez que se continua à espera de um possível candidato – Marco António Costa e Paulo Rangel recusaram e Rui Moreira vai, à partida assegurar o apoio do CDS e do PS.

E por mais que se tente dar a ideia de que a sua liderança não está em causa, a verdade é que começam-se a sentir algumas ondas de inconformismo dentro do partido. O ex-autarca do Porto Rui Rio já assumiu que poderia vir a ser um candidato à liderança do partido, tal como Santana Lopes. O atual líder parlamentar, Luís Montenegro, e o eurodeputado Paulo Rangel também não descartaram por completo esta possibilidade.

Uma hipótese que, contudo, parece não estar no horizonte de Passos Coelho. O líder do PSD confessou, numa entrevista à Rádio Renascença, ambicionar voltar ao cargo de primeiro-ministro, mas sem a austeridade como pano de fundo. “Não tenho nenhuma fixação pelo lugar, devo dizer. (...) Eu acredito que o país precisa de ter uma abordagem económica e social como aquela que eu proponho”, afirmou.

Foi o vencedor das últimas legislativas, mas termina o ano de 2016 como grande derrotado da cena política portuguesa. O ano que se aproxima não augura nada de bom para o líder do PSD

2015 terminou em desgraça para Pedro Passos Coelho, mas o ano que se seguiu não lhe foi muito mais favorável. Foi o grande vencedor das eleições legislativas de 2015, mas o maior número de votos e uma coligação com o CDS não foram suficientes para conseguir formar governo.

Fintado por uma maioria parlamentar de esquerda, desde então que se mantém como líder do maior partido da oposição. Em março deste ano tinha sido reeleito com o melhor resultado de sempre de um candidato único no PSD.

Mas a mudança de cadeiras na Assembleia da República não se traduziu numa alteração no discurso por parte do líder dos sociais-democratas. A oposição do PSD tem sido considerada por muitos pouco consistente, com um discurso fatalista e de “vira o disco e toca o mesmo” – quem não se recorda da já mítica frase do presidente do PSD: “Em setembro vem aí o diabo”. Exemplo disso foi o facto de o partido não ter conseguido aproveitar o escândalo dos gestores da Caixa Geral de Depósitos para fazer valer a sua posição enquanto partido da oposição.

2017 será por isso um ano decisivo para Pedro Passos Coelho, especialmente com as eleições autárquicas. Situação que, contudo, parece estar complicada para o PSD. Com a recusa da candidatura à Câmara de Lisboa por parte de Pedro Santana Lopes, o cerco começa a apertar-se para os sociais-democratas, estreitando cada vez mais o caminho para o Largo do Caldas. Houve ainda quem tivesse falado na hipótese de o presidente do PSD se candidatar à câmara da capital, tal como fez a líder do CDS, possibilidade entretanto já afastada pelo próprio. O cenário no Porto, por sua vez, também não está mais fácil, uma vez que se continua à espera de um possível candidato – Marco António Costa e Paulo Rangel recusaram e Rui Moreira vai, à partida assegurar o apoio do CDS e do PS.

E por mais que se tente dar a ideia de que a sua liderança não está em causa, a verdade é que começam-se a sentir algumas ondas de inconformismo dentro do partido. O ex-autarca do Porto Rui Rio já assumiu que poderia vir a ser um candidato à liderança do partido, tal como Santana Lopes. O atual líder parlamentar, Luís Montenegro, e o eurodeputado Paulo Rangel também não descartaram por completo esta possibilidade.

Uma hipótese que, contudo, parece não estar no horizonte de Passos Coelho. O líder do PSD confessou, numa entrevista à Rádio Renascença, ambicionar voltar ao cargo de primeiro-ministro, mas sem a austeridade como pano de fundo. “Não tenho nenhuma fixação pelo lugar, devo dizer. (...) Eu acredito que o país precisa de ter uma abordagem económica e social como aquela que eu proponho”, afirmou.

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