PCP atira-se ao governo por travar a criação de riqueza no sector leiteiro

19-10-2019
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PolíticaPCP atira-se ao governo por travar a criação de riqueza no sector leiteiro18-02-2019HUGO DELGADO/LusaPequenos produtores queixam-se que o fim das quotas leiteiras veio inundar o mercado com leite de outros países e esmagar os preços abaixo dos custos de produção. Eurodeputado João Ferreira culpa o anterior e o atual governo pela crise num sector que podia ser autossuficiente no mercado interno e ainda exportarIsabel PauloNo arranque das jornadas parlamentares do PCP, no distrito de Braga, nesta segunda-feira, o líder da bancada comunista, João Oliveira, e o eurodeputado João Ferreira deslocaram-se a Barcelos para ouvir os pequenos e médios produtores de leite, desiludidos com a Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia. Além das queixas sobre o fim das quotas leiteiras, que afirmaram estar a esmagar o preço do leite e a colocar em risco a rentabilidade do sector, os produtores sustentam ser discriminatória e injusta a diferença de subsídios aos lavradores do continente em relação aos dos Açores. “É preciso que os partidos desmistifiquem que os subsídios são para os bolsos dos produtores”, diz José António, de 55 anos, sublinhando que os subsídios são para o consumidor ter acesso a leite mais barato. Proprietário de uma produção com 170 vacas, José António lamenta que o mercado seja inundado por leite mais barato da vizinha Espanha, quando o país podia ser autossuficiente e ainda exportar, se as quotas fossem repostas. Os produtores presentes no encontro com o PCP queixam-se ainda dos grandes distribuidores, que “esmagam os preços para níveis insustentáveis para os pequenos produtores”, garantindo que a se a situação não for revertida “mais vale fechar a produção”, apesar de ter um filho que gostaria de lhe seguir as pisadas. José António diz não perceber porque pedem os políticos subsídios para ajudar os pedreiros ou melhores ordenados para os professores e enfermeiros, esquecendo “os agricultores e lavradores que trabalham desde madrugada até às 10 horas da noite e com poucos ou nenhuns direitos”. A título de exemplo conta que a mulher teve de ser operada a uma mão “devido a anos e anos de ordenha” e passados “15 dias retiraram-lhe a baixa quando ainda mal podia mexer a mão”. João Ferreira avançou, esta segunda-feira, em Barcelos, que se há um sector em Portugal que quer e é capaz de criar riqueza “e é travado” é o da produção de leite, afirmando ter sido um erro do anterior e deste governo não se ter batido pela manutenção das quotas, Para o cabeça de lista do PCP às eleições para o Parlamento Europeu, é imprescindível que o governo restabeleça uma “profunda modificação da PAC” e dos instrumentos de regulação dos mercados, introduzindo uma maior justiça na distribuição dos pagamentos entre produtores e países. João Ferreira aponta o dedo à ação “negativa desenvolvida pelos deputados do PS, PSD e CDS” no Parlamento Europeu, que, diz, têm somado os seus votos a maiorias que rejeitaram e inviabilizaram muitas das medidas apresentadas pelos deputados do PCP, “com claros benefícios para o país”. João Ferreira convidou os produtores de leite de Barcelos a comparecerem na Assembleia da República quando a questão da política agrícola for levada a discussão, mas os pequenos produtores lembraram, esta segunda-feira, que a ordenha é feita duas vezes por dia e se forem contratar para o fazerem “mais depressa terão de fechar” as suas produções, face à já esmagada rentabilidade das explorações. Na sua intervenção no início das jornadas parlamentares, Jerónimo de Sousa denunciou o que chamou de “política de enfeudamento do governo à PAC e submissão aos interesses do grande agro-negócio”. O secretário-geral do PCP afirma que o problema da produção leiteira é, cada vez mais, vítima das opções de uma política ao serviço dos grandes interesses, que determinaram o fim das quotas leiteiras com impacto no preço de produção. “O preço do leite é hoje pressionado pela inundação dos grandes países produtores, que baixou para níveis insustentáveis, enquanto os preços de produção continuam a subir, com o leite pago em média a 31 cêntimos por quilo e custos de produção que rondam os 33 cêntimos” alerta Jerônimo de Sousa. João Ferreira não poupa nas críticas a António Costa, ao lembrar que tem insistido que o PS é o partido que mais defende a UE em Portugal. “Acontece que aquilo de que os trabalhadores, o povo e o país precisam é de quem os defenda perante as imposições e arbitrariedades de quem manda na UE, não de quem se submeta a essas imposições”, afirma, acrescentando que é preciso avançar na libertação do país, que no sector da produção de leite tem capacidade, não só para ser autossuficiente, como exportador.ÚltimasFundos credores do BES processam EstadoHá 5 minutosDiogo Cavaleiro“Sinais do Governo” de aposta na Concertação mantêm Saraiva na CIPHá 15 minutosRosa Pedroso Lima“Sinais do Governo” mantêm Saraiva à frente da CIPHá 16 minutosA vitória fácil de Assad e PutinHá uma horaJosé Pedro Tavares, correspondente em AncaraCatalunha: concentração desta tarde pode dar em sexto dia de violênciaHá uma horaVirgílio AzevedoLusaAquecimento global rouba até 8% ao PIB português em 2100Há uma horaJorge Nascimento RodriguesPasse-viteHá uma hora‘Tsunami Democràtic’, a app secreta que levou os catalães às ruas14:49Gorka Castillo, na CatalunhaDois ministros para os fundos: um parte o bolo e o outro distribui as fatias14:40Filipe Santos CostaPedro Nuno Santos não sobe mas ganha peso no Executivo14:38Filipe Santos Costa

PolíticaPCP atira-se ao governo por travar a criação de riqueza no sector leiteiro18-02-2019HUGO DELGADO/LusaPequenos produtores queixam-se que o fim das quotas leiteiras veio inundar o mercado com leite de outros países e esmagar os preços abaixo dos custos de produção. Eurodeputado João Ferreira culpa o anterior e o atual governo pela crise num sector que podia ser autossuficiente no mercado interno e ainda exportarIsabel PauloNo arranque das jornadas parlamentares do PCP, no distrito de Braga, nesta segunda-feira, o líder da bancada comunista, João Oliveira, e o eurodeputado João Ferreira deslocaram-se a Barcelos para ouvir os pequenos e médios produtores de leite, desiludidos com a Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia. Além das queixas sobre o fim das quotas leiteiras, que afirmaram estar a esmagar o preço do leite e a colocar em risco a rentabilidade do sector, os produtores sustentam ser discriminatória e injusta a diferença de subsídios aos lavradores do continente em relação aos dos Açores. “É preciso que os partidos desmistifiquem que os subsídios são para os bolsos dos produtores”, diz José António, de 55 anos, sublinhando que os subsídios são para o consumidor ter acesso a leite mais barato. Proprietário de uma produção com 170 vacas, José António lamenta que o mercado seja inundado por leite mais barato da vizinha Espanha, quando o país podia ser autossuficiente e ainda exportar, se as quotas fossem repostas. Os produtores presentes no encontro com o PCP queixam-se ainda dos grandes distribuidores, que “esmagam os preços para níveis insustentáveis para os pequenos produtores”, garantindo que a se a situação não for revertida “mais vale fechar a produção”, apesar de ter um filho que gostaria de lhe seguir as pisadas. José António diz não perceber porque pedem os políticos subsídios para ajudar os pedreiros ou melhores ordenados para os professores e enfermeiros, esquecendo “os agricultores e lavradores que trabalham desde madrugada até às 10 horas da noite e com poucos ou nenhuns direitos”. A título de exemplo conta que a mulher teve de ser operada a uma mão “devido a anos e anos de ordenha” e passados “15 dias retiraram-lhe a baixa quando ainda mal podia mexer a mão”. João Ferreira avançou, esta segunda-feira, em Barcelos, que se há um sector em Portugal que quer e é capaz de criar riqueza “e é travado” é o da produção de leite, afirmando ter sido um erro do anterior e deste governo não se ter batido pela manutenção das quotas, Para o cabeça de lista do PCP às eleições para o Parlamento Europeu, é imprescindível que o governo restabeleça uma “profunda modificação da PAC” e dos instrumentos de regulação dos mercados, introduzindo uma maior justiça na distribuição dos pagamentos entre produtores e países. João Ferreira aponta o dedo à ação “negativa desenvolvida pelos deputados do PS, PSD e CDS” no Parlamento Europeu, que, diz, têm somado os seus votos a maiorias que rejeitaram e inviabilizaram muitas das medidas apresentadas pelos deputados do PCP, “com claros benefícios para o país”. João Ferreira convidou os produtores de leite de Barcelos a comparecerem na Assembleia da República quando a questão da política agrícola for levada a discussão, mas os pequenos produtores lembraram, esta segunda-feira, que a ordenha é feita duas vezes por dia e se forem contratar para o fazerem “mais depressa terão de fechar” as suas produções, face à já esmagada rentabilidade das explorações. Na sua intervenção no início das jornadas parlamentares, Jerónimo de Sousa denunciou o que chamou de “política de enfeudamento do governo à PAC e submissão aos interesses do grande agro-negócio”. O secretário-geral do PCP afirma que o problema da produção leiteira é, cada vez mais, vítima das opções de uma política ao serviço dos grandes interesses, que determinaram o fim das quotas leiteiras com impacto no preço de produção. “O preço do leite é hoje pressionado pela inundação dos grandes países produtores, que baixou para níveis insustentáveis, enquanto os preços de produção continuam a subir, com o leite pago em média a 31 cêntimos por quilo e custos de produção que rondam os 33 cêntimos” alerta Jerônimo de Sousa. João Ferreira não poupa nas críticas a António Costa, ao lembrar que tem insistido que o PS é o partido que mais defende a UE em Portugal. “Acontece que aquilo de que os trabalhadores, o povo e o país precisam é de quem os defenda perante as imposições e arbitrariedades de quem manda na UE, não de quem se submeta a essas imposições”, afirma, acrescentando que é preciso avançar na libertação do país, que no sector da produção de leite tem capacidade, não só para ser autossuficiente, como exportador.ÚltimasFundos credores do BES processam EstadoHá 5 minutosDiogo Cavaleiro“Sinais do Governo” de aposta na Concertação mantêm Saraiva na CIPHá 15 minutosRosa Pedroso Lima“Sinais do Governo” mantêm Saraiva à frente da CIPHá 16 minutosA vitória fácil de Assad e PutinHá uma horaJosé Pedro Tavares, correspondente em AncaraCatalunha: concentração desta tarde pode dar em sexto dia de violênciaHá uma horaVirgílio AzevedoLusaAquecimento global rouba até 8% ao PIB português em 2100Há uma horaJorge Nascimento RodriguesPasse-viteHá uma hora‘Tsunami Democràtic’, a app secreta que levou os catalães às ruas14:49Gorka Castillo, na CatalunhaDois ministros para os fundos: um parte o bolo e o outro distribui as fatias14:40Filipe Santos CostaPedro Nuno Santos não sobe mas ganha peso no Executivo14:38Filipe Santos Costa

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