Pedro Nuno Santos não conta com a direita para zelar pelos trabalhadores

14-10-2019
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Depois de o presidente Carlos César ter dito que o PS é o único partido capaz de gerar entendimentos à esquerda e à direita, Pedro Nuno Santos defendeu que os socialistas não poderão contar com PSD e CDS para defender os direitos dos trabalhadores. O mesmo é dizer, o PS deve procurar apoios à esquerda para zelar pelos interesses do eleitorado-chave do partido.

"Desenganemo-nos se acharmos que um partido como o nosso pode apenas dirigir o seu discurso para os sectores mais dinâmico e criativos da sociedade", afirmou defendendo que o discurso socialista deve dirigir-se aos muitos "trabalhadores portugueses que trabalham mais de 40 horas por semana e que ganham mal, ganham pouco".

"O PS só manterá uma maioria no país se não deixar de falar para este povo que esteve sempre na origem de partidos como o nosso. Estamos cá para os representar", atirou.

Leia Também Carlos César: PS é o único capaz de negociar à esquerda e à direita

Se para a direita o Estado é uma "coisa má", o dirigente socialista garante que é "exactamente ao contrário". "O mercado produz vencedores e derrotados e o Estado é um instrumento de desenvolvimento económico" que deve servir para colmatar desigualdades.

"Não contamos com PSD e CDS para proteger os trabalhadores", concluiu o governante responsável por representar o Executivo socialista no Parlamento. "Isto não é radicalismo, é ser socialista", atirou.

A intervenção de Pedro Nuno Santos começou por abordar o contexto de debate ideológico em curso no partido e, seguindo a linha já evidenciada em diversos artigos e entrevistas, o governante sustentou que não são "categorias mais ou menos vazias que definem o que quer que seja" porque "nenhum programa pode ser feito se não soubermos quem somos, o que representamos e o papel que atribuímos ao Estado".

E se a direita actua com base numa "perspectiva individualista da sociedade, para nós a comunidade é uma ideia forte", o que faz com que a solução para os problemas deva ser "encontrada colectivamente". O que significa que o PS deve privilegiar entendimentos à esquerda, desde logo porque os "partidos socialistas e sociais-democratas não foram criados para representar a elite". Antes, o ministro Santos Silva, que advoga um PS mais ao centro, avisava para os riscos de o partido perder autonomia devido a uma eventual dependência das forças mais à esquerda.

E ao cabo de mais de meia legislatura cumprida por um Governo apoiado no Parlamento por BE, PCP e Verdes, Pedro Nuno Santos diz que agora os militantes podem finalmente dizer-se socialistas: "depois destes dois anos e meio liderados por António Costa podemos todos dizer sim, eu sou socialista". Seguiu-se a maior ovação do dia e um abraço entre o actual secretário-geral e aquele que muitos apontam como provável sucessor de Costa.

Depois de o presidente Carlos César ter dito que o PS é o único partido capaz de gerar entendimentos à esquerda e à direita, Pedro Nuno Santos defendeu que os socialistas não poderão contar com PSD e CDS para defender os direitos dos trabalhadores. O mesmo é dizer, o PS deve procurar apoios à esquerda para zelar pelos interesses do eleitorado-chave do partido.

"Desenganemo-nos se acharmos que um partido como o nosso pode apenas dirigir o seu discurso para os sectores mais dinâmico e criativos da sociedade", afirmou defendendo que o discurso socialista deve dirigir-se aos muitos "trabalhadores portugueses que trabalham mais de 40 horas por semana e que ganham mal, ganham pouco".

"O PS só manterá uma maioria no país se não deixar de falar para este povo que esteve sempre na origem de partidos como o nosso. Estamos cá para os representar", atirou.

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Se para a direita o Estado é uma "coisa má", o dirigente socialista garante que é "exactamente ao contrário". "O mercado produz vencedores e derrotados e o Estado é um instrumento de desenvolvimento económico" que deve servir para colmatar desigualdades.

"Não contamos com PSD e CDS para proteger os trabalhadores", concluiu o governante responsável por representar o Executivo socialista no Parlamento. "Isto não é radicalismo, é ser socialista", atirou.

A intervenção de Pedro Nuno Santos começou por abordar o contexto de debate ideológico em curso no partido e, seguindo a linha já evidenciada em diversos artigos e entrevistas, o governante sustentou que não são "categorias mais ou menos vazias que definem o que quer que seja" porque "nenhum programa pode ser feito se não soubermos quem somos, o que representamos e o papel que atribuímos ao Estado".

E se a direita actua com base numa "perspectiva individualista da sociedade, para nós a comunidade é uma ideia forte", o que faz com que a solução para os problemas deva ser "encontrada colectivamente". O que significa que o PS deve privilegiar entendimentos à esquerda, desde logo porque os "partidos socialistas e sociais-democratas não foram criados para representar a elite". Antes, o ministro Santos Silva, que advoga um PS mais ao centro, avisava para os riscos de o partido perder autonomia devido a uma eventual dependência das forças mais à esquerda.

E ao cabo de mais de meia legislatura cumprida por um Governo apoiado no Parlamento por BE, PCP e Verdes, Pedro Nuno Santos diz que agora os militantes podem finalmente dizer-se socialistas: "depois destes dois anos e meio liderados por António Costa podemos todos dizer sim, eu sou socialista". Seguiu-se a maior ovação do dia e um abraço entre o actual secretário-geral e aquele que muitos apontam como provável sucessor de Costa.

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