chacun à sa place

07-10-2019
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O PS perderá, amanhã, a possibilidade da maioria absoluta, porque o Bloco lha tirará. Não serão nem o PSD, nem o CDS, muito menos o moribundo PCP, os responsáveis por isso. O pacto de sangue que António Costa fez com os bloquistas, para ter um governo de legislatura, teve os seus custos: deu palco e poder a uma agremiação política que, de outro modo, penderia, naturalmente, para a irrelevância. O Bloco agradeceu e aproveitou. Amanhã apresentará a conta no Largo do Rato. O carteiro toca sempre duas vezes.

O PSD ficará condenado a ser o maior partido da oposição. E assim ficará, ad eternum, se não perceber que precisa de 116 deputados para voltar a governar e que, para isso, tem de arrumar a direita e construir um bloco político alternativo ao bloco de esquerda. Qualquer criança é capaz de entender isso. Mas será que Rui Rio, com novo fôlego para se manter mais uns anos como líder, conseguirá aceitar que a vocação do seu partido é liderar um espaço político a que ele nega pertencer?

O CDS poderá entrar num suicídio alucinante se decidir correr com Assunção Cristas. Apesar de estar longe da perfeição, não arranjarão melhor do que ela, nem nada que se lhe chegue. Pelo partido do Dr. Portas já se fala no regresso do Dr. Monteiro, o que nos proporcionaria bons momentos de humor. Pedro Mota Soares e Nuno Melo não acrescentariam nada ao que já existe. O que o CDS precisa é de ter presente que não pode ser apenas um clube de bons amigos do Caldas, que se distribuem, de tempos a tempos, por lugares elegíveis em listas de deputados. O CDS não existe sociológica e ideologicamente. E, ou resolve esses problemas, ou desaparecerá, qualquer que seja o líder.

O Bloco, como grande vitorioso destas eleições, ficará, muito provavelmente, com o futuro do próximo governo nas mãos, como, de resto, já teve o do que cessa funções. É evidente que a próxima legislatura lhe sairá mais cara do que a anterior, e, se quiser credibilizar-se como verdadeiro partido de esquerda e não como um grupo de moças de recados de António Costa, terá de ser mais exigente a viabilizar orçamentos. Isso implicará exigir medidas que colidirão com as exigências e os filtros de Bruxelas, que o PS não poderá aceitar. No limite, chegará o dia em que terá de derrubar o governo, ou ficará sem qualquer utilidade para o eleitorado.

O PCP junta, ao problema gerontocrático das suas elites e, principalmente, das suas bases, o de ter sido o partido mais prejudicado pela geringonça. Foi vampirizado pelo PS e pelo Bloco e, se continuar a viabilizar orçamentos de estado amigos de Bruxelas, levará o destino dos seus antigos congéneres europeus, que, durante anos, o Dr. Cunhal conseguiu evitar, com inteligência e pertinácia. Não será, portanto, com o PCP que António Costa poderá contar para mais quatro anos.

PAN: espera-se que, com o abrandar da moda do holocausto ambiental e dos animaizinhos em restaurantes, se torne numa espécie em vias de extinção.

Iniciativa Liberal: consiga, ou não, eleger um deputado, o Iniciativa Liberal tem de compor uma futura solução política à direita. Tem ideias, pode refrescar o ambiente e provará, amanhã, que tem eleitores. Sá Carneiro foi buscar o PPM, que nunca elegera meio deputado, para integrar a AD. Sabia o que fazia. Depois desta campanha, o IL não poderá deixar de fazer parte da solução.

O PS perderá, amanhã, a possibilidade da maioria absoluta, porque o Bloco lha tirará. Não serão nem o PSD, nem o CDS, muito menos o moribundo PCP, os responsáveis por isso. O pacto de sangue que António Costa fez com os bloquistas, para ter um governo de legislatura, teve os seus custos: deu palco e poder a uma agremiação política que, de outro modo, penderia, naturalmente, para a irrelevância. O Bloco agradeceu e aproveitou. Amanhã apresentará a conta no Largo do Rato. O carteiro toca sempre duas vezes.

O PSD ficará condenado a ser o maior partido da oposição. E assim ficará, ad eternum, se não perceber que precisa de 116 deputados para voltar a governar e que, para isso, tem de arrumar a direita e construir um bloco político alternativo ao bloco de esquerda. Qualquer criança é capaz de entender isso. Mas será que Rui Rio, com novo fôlego para se manter mais uns anos como líder, conseguirá aceitar que a vocação do seu partido é liderar um espaço político a que ele nega pertencer?

O CDS poderá entrar num suicídio alucinante se decidir correr com Assunção Cristas. Apesar de estar longe da perfeição, não arranjarão melhor do que ela, nem nada que se lhe chegue. Pelo partido do Dr. Portas já se fala no regresso do Dr. Monteiro, o que nos proporcionaria bons momentos de humor. Pedro Mota Soares e Nuno Melo não acrescentariam nada ao que já existe. O que o CDS precisa é de ter presente que não pode ser apenas um clube de bons amigos do Caldas, que se distribuem, de tempos a tempos, por lugares elegíveis em listas de deputados. O CDS não existe sociológica e ideologicamente. E, ou resolve esses problemas, ou desaparecerá, qualquer que seja o líder.

O Bloco, como grande vitorioso destas eleições, ficará, muito provavelmente, com o futuro do próximo governo nas mãos, como, de resto, já teve o do que cessa funções. É evidente que a próxima legislatura lhe sairá mais cara do que a anterior, e, se quiser credibilizar-se como verdadeiro partido de esquerda e não como um grupo de moças de recados de António Costa, terá de ser mais exigente a viabilizar orçamentos. Isso implicará exigir medidas que colidirão com as exigências e os filtros de Bruxelas, que o PS não poderá aceitar. No limite, chegará o dia em que terá de derrubar o governo, ou ficará sem qualquer utilidade para o eleitorado.

O PCP junta, ao problema gerontocrático das suas elites e, principalmente, das suas bases, o de ter sido o partido mais prejudicado pela geringonça. Foi vampirizado pelo PS e pelo Bloco e, se continuar a viabilizar orçamentos de estado amigos de Bruxelas, levará o destino dos seus antigos congéneres europeus, que, durante anos, o Dr. Cunhal conseguiu evitar, com inteligência e pertinácia. Não será, portanto, com o PCP que António Costa poderá contar para mais quatro anos.

PAN: espera-se que, com o abrandar da moda do holocausto ambiental e dos animaizinhos em restaurantes, se torne numa espécie em vias de extinção.

Iniciativa Liberal: consiga, ou não, eleger um deputado, o Iniciativa Liberal tem de compor uma futura solução política à direita. Tem ideias, pode refrescar o ambiente e provará, amanhã, que tem eleitores. Sá Carneiro foi buscar o PPM, que nunca elegera meio deputado, para integrar a AD. Sabia o que fazia. Depois desta campanha, o IL não poderá deixar de fazer parte da solução.

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