Esquerda podia ter travado exposição polémica na Assembleia da República

17-07-2018
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Em causa está uma exposição que vai ser inaugurada nas instalações do Parlamento com os bustos de Carmona, Américo Tomás e Craveiro. Proposta foi discutida na comissão de Educação e não houve polémica. Atas dizem que PCP e BE estiveram nessa reunião, mas estes desmentem. Assunto vai ser reavaliado.

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A indignação do PCP, do BE e do PS pela inclusão dos três Presidentes da República do Estado Novo numa exposição patente na Assembleia da República não se verificou quando, em junho e julho, o assunto foi tratado na comissão parlamentar de Educação. Segundo o relato feito pelo presidente da comissão, Abel Batista (CDS), a proposta de exposição, feita pela Câmara Municipal de Barcelos, foi discutida a 25 de junho, numa reunião que contou, de acordo com as respetivas atas, com a presença dos representantes do PCP e do BE, os dois partidos que agora mais se insurgem contra os bustos de António Óscar Carmona, Américo Tomás e Craveiro Lopes.

Ainda segundo o historial apresentado por Abel Batista, os deputados sabiam que a exposição foi organizada pela Câmara de Barcelos, sendo claro que compreendia todos os Presidentes, desde a I República à Democracia, passando pela ditadura. Mais: o dossiê discutido na comissão incluía até as fotos dos 18 bustos que agora chegaram à Assembleia da República (AR).

Rita Rato e Miguel Tiago, do PCP, e Catarina Martins, do BE, estiveram presentes nessa reunião em que a comissão de Educação "apreciou a proposta e deu anuência à realização da exposição". Também estiveram nada menos do que nove deputados do PS, entre eles Inês de Medeiros e Gabriela Canavilhas. Pelo menos assim diz a ata da reunião, elaborada de acordo com as assinaturas dos próprios na folha de presenças. Só Os Verdes não tiveram qualquer representante, por Heloísa Apolónia estar em "trabalho parlamentar".

Abel Batista ressalvou, contudo, que as atas não especificam se as deputadas comunista e bloquista estavam na sala no preciso momento em que este assunto foi abordado. Porém, a 1 de julho, quando foi aprovada a ata dessa reunião, a mesma teve a anuência do PSD, CDS, PS e PCP - apenas o BE não a assinou, não se sabe porquê. "Todos sabiam, ninguém se opôs, a presidente da AR autorizou", resumiu o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, num debate no Plenário, esta tarde, quando o assunto foi levantado pelo PCP.

A declaração de Magalhães foi contestada pelo líder parlamentar do BE, que insistiu que o seu partido "não aprovou porque não estava presente no momento da deliberação ou discussão, e não estava presente na votação da ata em causa". Também João Oliveira garantiu que "o PCP não participou nesta decisão na comissão de Educação, que foi tomada numa reunião em que estiveram ausentes os grupos parlamentares do PCP, Verdes e BE". Não explicou, porém, o facto de o PCP ter assinado a respetiva ata sem levantar objeções.

O caso da exposição sobre "100 anos de Presidentes" incendiou esta quarta-feira de manhã a comissão de Assuntos Constitucionais e voltou a animar o debate em Plenário, durante a tarde. O PCP, que em ambas as ocasiões levantou o assunto, considerou, pela voz do líder parlamentar, que "a defesa da democracia não é compatível com o branqueamento do fascismo e dos seus responsáveis políticos". Pelo BE, Pedro Filipe Soares pediu o cancelamento da abertura da exposição, prevista para esta quinta-feira, por considerar que os presidentes "do fascismo" não podem estar "no mesmo patamar que os Presidentes eleitos democraticamente".

PSD e CDS desvalorizaram a polémica, sublinhando que se trata de uma "mera exposição histórica", mas ficou marcada para ao fim da tarde uma reunião da comissão de Educação para reavaliar o assunto.

Em causa está uma exposição que vai ser inaugurada nas instalações do Parlamento com os bustos de Carmona, Américo Tomás e Craveiro. Proposta foi discutida na comissão de Educação e não houve polémica. Atas dizem que PCP e BE estiveram nessa reunião, mas estes desmentem. Assunto vai ser reavaliado.

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A indignação do PCP, do BE e do PS pela inclusão dos três Presidentes da República do Estado Novo numa exposição patente na Assembleia da República não se verificou quando, em junho e julho, o assunto foi tratado na comissão parlamentar de Educação. Segundo o relato feito pelo presidente da comissão, Abel Batista (CDS), a proposta de exposição, feita pela Câmara Municipal de Barcelos, foi discutida a 25 de junho, numa reunião que contou, de acordo com as respetivas atas, com a presença dos representantes do PCP e do BE, os dois partidos que agora mais se insurgem contra os bustos de António Óscar Carmona, Américo Tomás e Craveiro Lopes.

Ainda segundo o historial apresentado por Abel Batista, os deputados sabiam que a exposição foi organizada pela Câmara de Barcelos, sendo claro que compreendia todos os Presidentes, desde a I República à Democracia, passando pela ditadura. Mais: o dossiê discutido na comissão incluía até as fotos dos 18 bustos que agora chegaram à Assembleia da República (AR).

Rita Rato e Miguel Tiago, do PCP, e Catarina Martins, do BE, estiveram presentes nessa reunião em que a comissão de Educação "apreciou a proposta e deu anuência à realização da exposição". Também estiveram nada menos do que nove deputados do PS, entre eles Inês de Medeiros e Gabriela Canavilhas. Pelo menos assim diz a ata da reunião, elaborada de acordo com as assinaturas dos próprios na folha de presenças. Só Os Verdes não tiveram qualquer representante, por Heloísa Apolónia estar em "trabalho parlamentar".

Abel Batista ressalvou, contudo, que as atas não especificam se as deputadas comunista e bloquista estavam na sala no preciso momento em que este assunto foi abordado. Porém, a 1 de julho, quando foi aprovada a ata dessa reunião, a mesma teve a anuência do PSD, CDS, PS e PCP - apenas o BE não a assinou, não se sabe porquê. "Todos sabiam, ninguém se opôs, a presidente da AR autorizou", resumiu o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, num debate no Plenário, esta tarde, quando o assunto foi levantado pelo PCP.

A declaração de Magalhães foi contestada pelo líder parlamentar do BE, que insistiu que o seu partido "não aprovou porque não estava presente no momento da deliberação ou discussão, e não estava presente na votação da ata em causa". Também João Oliveira garantiu que "o PCP não participou nesta decisão na comissão de Educação, que foi tomada numa reunião em que estiveram ausentes os grupos parlamentares do PCP, Verdes e BE". Não explicou, porém, o facto de o PCP ter assinado a respetiva ata sem levantar objeções.

O caso da exposição sobre "100 anos de Presidentes" incendiou esta quarta-feira de manhã a comissão de Assuntos Constitucionais e voltou a animar o debate em Plenário, durante a tarde. O PCP, que em ambas as ocasiões levantou o assunto, considerou, pela voz do líder parlamentar, que "a defesa da democracia não é compatível com o branqueamento do fascismo e dos seus responsáveis políticos". Pelo BE, Pedro Filipe Soares pediu o cancelamento da abertura da exposição, prevista para esta quinta-feira, por considerar que os presidentes "do fascismo" não podem estar "no mesmo patamar que os Presidentes eleitos democraticamente".

PSD e CDS desvalorizaram a polémica, sublinhando que se trata de uma "mera exposição histórica", mas ficou marcada para ao fim da tarde uma reunião da comissão de Educação para reavaliar o assunto.

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