Cantoneira atropelada por deputado do PS queixa-se de falta de ajuda

05-06-2018
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Maria Lúcia dos Santos trabalhava como cantoneira na Câmara Municipal de Lisboa (CML) desde 2014. Em maio de 2016, foi atropelada por um carro enquanto estava a trabalhar.

"Estava numa volta que não era a minha volta. Estava a falar com um colega e tive o pressentimento de olhar para trás. Vi um carro, para mim o senhor vinha distraído, porque aquela hora não havia nenhum carro na rua. O único carro era o da câmara que estava parado na faixa do BUS e o senhor vinha na faixa do meio e foi contra o camião do lixo. Lembro-me que nem travagens houve... não houve nada. Não houve um pedido de desculpa, não me socorreu. (...)", contou Maria Lúcia em entrevista ao programa SOS24.

O condutor era o atual deputado do PS, Pedro Delgado Alves, que só agora, passado dois anos, foi constituído arguido no caso. A vítima acusa também o deputado de não se ter preocupado com o que aconteceu.

Desde o acidente grave que lhe esmagou uma perna, a vida de Maria Lúcia mudou completamente, uma vez que ficou com incapacidade de 23% e já não pode trabalhar como cantoneira.

"[A CML] podia-se ter preocupado mais com uma pessoa que estava a exercer uma função para eles, devia ter dado mais apoio (...). A partir do momento em que tive o acidente, não quiseram saber de mais nada. É desumano", lamenta a vítima.

Maria Lúcia, que trabalhava a recibos verdes, nunca mais teve contacto com as chefias, apesar de ter voltado a tentar a ter um emprego fixo.

O processo já se arrasta há dois anos e um mês e a ex-cantoneira só quer que tudo termine rapidamente.

A advogada de Maria Lúcia considera que o processo se tem arrastado sem justificação e que o caso já poderia ter sido resolvido.

"A imunidade do deputado foi levantada a 13 de janeiro de 2017 e o senhor deputado só é constituído arguido - e ouvido nessa qualidade - depois de um requerimento de aceleramento processual. Só foi constituído arguido a 28 de maio", afirmou Maria José Guiomar, dizendo mesmo que "este processo já devia ter sido encerrado", uma vez que o prazo máximo para este tipo de processos "é de oito meses".

"Disponibilizei-me sempre para o que fosse necessário"

Em entrevista ao programa SOS24, Pedro Delgado Alves, deputado do PS na Assembleia da República e o responsável pelo acidente, contou o que aconteceu naquela noite.

“Foi em maio de 2016, eu estava a voltar para casa depois do trabalho e, na Avenida Gago Coutinho, e quando me estava a aproximar do carro [da CML], quis afastar-me mais para o centro da via do meio, e quando estava a reduzir a velocidade, acendeu-me uma luz no painel e bloqueou a direção. Já estava muito em cima e embati na esquina esquerda do carro da recolha onde, infelizmente, estava uma das trabalhadoras", relembra.

Pedro Delgado Alves contou ainda que foi ele quem chamou os meios de socorro e que telefonou a Maria Lúcia, quando esta ainda estava internada, para "lamentar" o acidente.

"Logo imediatamente, obviamente trataram-se das coisas relativas ao seguro, a senhora foi de imediato assistida pelo INEM, com ferimentos graves. Nos dias seguintes, cheguei ao contacto com o marido, com quem troquei os elementos do seguro. (...) Cheguei à fala com ela, uma semana depois, lamentando o sucedido e nos últimos dois anos disponibilizei-me para o que fosse necessário".

O deputado do PS explicou também que razões é que podem estar a atrasar a resolução do processo.

"O atraso deveu-se essencialmente à dificuldade de recolha de elementos do Ministério Público", garante.

"Eu mereço estar na CML"

Em entrevista ao SOS24, Maria Lúcia reitera que Pedro Delgado Alves nunca lhe pediu desculpa nem deu justificações para o acidente.

A vítima quer agora que tudo termine e espera ser reintegrada ao serviço da Câmara, onde quer continuar a trabalhar. Maria Lúcia relembra que teve duas propostas de trabalho pela CML, mas que ainda se encontrava a recuperar do acidente e que não as pode aceitar por isso mesmo.

"Gostava que a Câmara Municipal de Lisboa me contactasse porque é onde eu mereço estar", afirma.

A advogada considera que "a Lúcia foi esquecida e foi tratada de forma desumana" pelo empregador, lembrando que a ex-cantoneira foi excluída de um concurso público da Câmara de Lisboa, depois de ter feito as provas para o mesmo, sendo apenas declarada inapta no exame médico.

Maria Lúcia dos Santos trabalhava como cantoneira na Câmara Municipal de Lisboa (CML) desde 2014. Em maio de 2016, foi atropelada por um carro enquanto estava a trabalhar.

"Estava numa volta que não era a minha volta. Estava a falar com um colega e tive o pressentimento de olhar para trás. Vi um carro, para mim o senhor vinha distraído, porque aquela hora não havia nenhum carro na rua. O único carro era o da câmara que estava parado na faixa do BUS e o senhor vinha na faixa do meio e foi contra o camião do lixo. Lembro-me que nem travagens houve... não houve nada. Não houve um pedido de desculpa, não me socorreu. (...)", contou Maria Lúcia em entrevista ao programa SOS24.

O condutor era o atual deputado do PS, Pedro Delgado Alves, que só agora, passado dois anos, foi constituído arguido no caso. A vítima acusa também o deputado de não se ter preocupado com o que aconteceu.

Desde o acidente grave que lhe esmagou uma perna, a vida de Maria Lúcia mudou completamente, uma vez que ficou com incapacidade de 23% e já não pode trabalhar como cantoneira.

"[A CML] podia-se ter preocupado mais com uma pessoa que estava a exercer uma função para eles, devia ter dado mais apoio (...). A partir do momento em que tive o acidente, não quiseram saber de mais nada. É desumano", lamenta a vítima.

Maria Lúcia, que trabalhava a recibos verdes, nunca mais teve contacto com as chefias, apesar de ter voltado a tentar a ter um emprego fixo.

O processo já se arrasta há dois anos e um mês e a ex-cantoneira só quer que tudo termine rapidamente.

A advogada de Maria Lúcia considera que o processo se tem arrastado sem justificação e que o caso já poderia ter sido resolvido.

"A imunidade do deputado foi levantada a 13 de janeiro de 2017 e o senhor deputado só é constituído arguido - e ouvido nessa qualidade - depois de um requerimento de aceleramento processual. Só foi constituído arguido a 28 de maio", afirmou Maria José Guiomar, dizendo mesmo que "este processo já devia ter sido encerrado", uma vez que o prazo máximo para este tipo de processos "é de oito meses".

"Disponibilizei-me sempre para o que fosse necessário"

Em entrevista ao programa SOS24, Pedro Delgado Alves, deputado do PS na Assembleia da República e o responsável pelo acidente, contou o que aconteceu naquela noite.

“Foi em maio de 2016, eu estava a voltar para casa depois do trabalho e, na Avenida Gago Coutinho, e quando me estava a aproximar do carro [da CML], quis afastar-me mais para o centro da via do meio, e quando estava a reduzir a velocidade, acendeu-me uma luz no painel e bloqueou a direção. Já estava muito em cima e embati na esquina esquerda do carro da recolha onde, infelizmente, estava uma das trabalhadoras", relembra.

Pedro Delgado Alves contou ainda que foi ele quem chamou os meios de socorro e que telefonou a Maria Lúcia, quando esta ainda estava internada, para "lamentar" o acidente.

"Logo imediatamente, obviamente trataram-se das coisas relativas ao seguro, a senhora foi de imediato assistida pelo INEM, com ferimentos graves. Nos dias seguintes, cheguei ao contacto com o marido, com quem troquei os elementos do seguro. (...) Cheguei à fala com ela, uma semana depois, lamentando o sucedido e nos últimos dois anos disponibilizei-me para o que fosse necessário".

O deputado do PS explicou também que razões é que podem estar a atrasar a resolução do processo.

"O atraso deveu-se essencialmente à dificuldade de recolha de elementos do Ministério Público", garante.

"Eu mereço estar na CML"

Em entrevista ao SOS24, Maria Lúcia reitera que Pedro Delgado Alves nunca lhe pediu desculpa nem deu justificações para o acidente.

A vítima quer agora que tudo termine e espera ser reintegrada ao serviço da Câmara, onde quer continuar a trabalhar. Maria Lúcia relembra que teve duas propostas de trabalho pela CML, mas que ainda se encontrava a recuperar do acidente e que não as pode aceitar por isso mesmo.

"Gostava que a Câmara Municipal de Lisboa me contactasse porque é onde eu mereço estar", afirma.

A advogada considera que "a Lúcia foi esquecida e foi tratada de forma desumana" pelo empregador, lembrando que a ex-cantoneira foi excluída de um concurso público da Câmara de Lisboa, depois de ter feito as provas para o mesmo, sendo apenas declarada inapta no exame médico.

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