A rameira da esquerda

24-06-2016
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Hoje, à porta do Congresso do PS, houve manifestantes contra os cortes nos contratos de associação. Concorde-se ou não com as posições defendidas, fico contente com o facto de haver pessoas, em Portugal, que lutam por aquilo em que acreditam.

Numa das partilhas de partilhas do Facebook, descobri três fotografias com cartazes dessa manifestação no mural de Carlos Guedes. Copiei uma delas, porque o texto merece algumas considerações.

Alguns poderão considerar que a palavra “rameira” é ofensiva, mas, na verdade, do ponto de vista da pessoa que segura o cartaz, só a contracção “da” é que poderá ser neutra. Na casa daquela senhora (ou daquele senhor), as crianças foram ensinadas, à força de repreensões firmes, a dizer “pela direita” e “pelo outro lado”, porque “esquerda” é uma palavra feia e se voltas a dizer isso ainda levas mais.

Nestes meios, algumas pessoas deixaram mesmo de ir passar férias para locais que incluam a palavra “Costa”. Sabe-se, aliás, que Assunção Cristas já exigiu ao município de Almada que mudasse o nome de Praia do CDS, por ficar na Costa, que horror!, da Caparica. É certo que a sigla não é a do partido, mas Cristas não quer ser confundida com rameiras.

O facto de o autor (ou autora) do cartaz preferir “da” a “de” explica que a rameira, Costa, não é de esquerda, mas que abre as pernas a toda a esquerda. Ser rameira já será mau, mas estar disposta a vender o corpo à esquerda é estar a pedir para apanhar doenças e comichões. Não há preservativo que valha e, de qualquer modo, nos meios frequentados pelo senhor (ou pela senhora) do cartaz, o preservativo está proibido, valha-nos o Senhor.

Entretanto, há quem diga que Costa, a rameira, angariou clientes à custa da publicação de pequenos anúncios em jornais. Putanheiros bem informados terão visto um anúncio com os seguintes dizeres: “Primeiro-ministro em funções faz tudo a pessoas de esquerda: homens, mulheres, casais e outros. Não atende telefonemas anónimos ou de pessoas com apelido Coelho.”

Se Costa se tivesse aliado a Passos Coelho e a Paulo Portas, seria uma senhora séria, ou, no mínimo, uma acompanhante de luxo. Assim, é só primeiro-ministro de vida fácil.

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Hoje, à porta do Congresso do PS, houve manifestantes contra os cortes nos contratos de associação. Concorde-se ou não com as posições defendidas, fico contente com o facto de haver pessoas, em Portugal, que lutam por aquilo em que acreditam.

Numa das partilhas de partilhas do Facebook, descobri três fotografias com cartazes dessa manifestação no mural de Carlos Guedes. Copiei uma delas, porque o texto merece algumas considerações.

Alguns poderão considerar que a palavra “rameira” é ofensiva, mas, na verdade, do ponto de vista da pessoa que segura o cartaz, só a contracção “da” é que poderá ser neutra. Na casa daquela senhora (ou daquele senhor), as crianças foram ensinadas, à força de repreensões firmes, a dizer “pela direita” e “pelo outro lado”, porque “esquerda” é uma palavra feia e se voltas a dizer isso ainda levas mais.

Nestes meios, algumas pessoas deixaram mesmo de ir passar férias para locais que incluam a palavra “Costa”. Sabe-se, aliás, que Assunção Cristas já exigiu ao município de Almada que mudasse o nome de Praia do CDS, por ficar na Costa, que horror!, da Caparica. É certo que a sigla não é a do partido, mas Cristas não quer ser confundida com rameiras.

O facto de o autor (ou autora) do cartaz preferir “da” a “de” explica que a rameira, Costa, não é de esquerda, mas que abre as pernas a toda a esquerda. Ser rameira já será mau, mas estar disposta a vender o corpo à esquerda é estar a pedir para apanhar doenças e comichões. Não há preservativo que valha e, de qualquer modo, nos meios frequentados pelo senhor (ou pela senhora) do cartaz, o preservativo está proibido, valha-nos o Senhor.

Entretanto, há quem diga que Costa, a rameira, angariou clientes à custa da publicação de pequenos anúncios em jornais. Putanheiros bem informados terão visto um anúncio com os seguintes dizeres: “Primeiro-ministro em funções faz tudo a pessoas de esquerda: homens, mulheres, casais e outros. Não atende telefonemas anónimos ou de pessoas com apelido Coelho.”

Se Costa se tivesse aliado a Passos Coelho e a Paulo Portas, seria uma senhora séria, ou, no mínimo, uma acompanhante de luxo. Assim, é só primeiro-ministro de vida fácil.

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