Rio denuncia “poder político fraco” e critica Banco de Portugal

11-09-2019
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Foi um Rui Rio em versão revisão da matéria dada aquele que protagonizou o almoço-debate organizado pela Câmara de Comércio e Indústria, em Lisboa. Com Paulo Portas na audiência (na qualidade de vice-presidente da organização), o líder social-democrata repetiu várias ideias que tem deixado nas suas últimas intervenções públicas: a urgência de criar mais e melhores empregos, a colagem de António Costa a José Sócrates (“Sócrates falhou nas finanças públicas e António Costa falhou nos serviços públicos”), o ambiente como prioridade absoluta e a denúncia dos “estrangulamentos estruturais” que impedem o crescimento do país. A lição até às eleições legislativas está estudada e Rio não vai fugir ao guião.

Exceção feita à crítica deixada pelo presidente do PSD ao desempenho do Banco de Portugal nos últimos anos. Desafiado por Miguel Horta e Costa, vice presidente da Câmara de Indústria e Comércio, a pronunciar-se sobre a atuação do supervisor, Rio foi taxativo: “Nenhum português pode ver a atuação do Banco de Portugal com bons olhos. Se tivesse estado mais atento, se tivesse sido mais independente, não tínhamos chegado à situação a que chegámos”.

Quanto ao resto, Rio manteve-se fiel ao registo. O líder do PSD voltou a garantir que tudo fará para que, no poder ou na oposição, seja possível avançar com quatro grandes reformas estruturais: descentralização, Segurança Social, justiça e sistema político. E sem um consenso alargado e urgente, prevê o social-democrata, a janela de oportunidade vai fechar-se.

“O país tem estrangulamentos estruturais. Ou nos libertamos desses estrangulamentos ou a maioria terá de ser ainda mais alargada para se libertar desse estrangulamento. O poder político já é tão fraco que os poderes fáticos já têm mais poder do que o poder político”, denunciou Rio.

Nota para a defesa de uma lei nacional capaz de balizar regras “elementares” para o funcionamento interno dos partidos. De acordo com Rio, se os partidos têm financiamento público, então os contribuintes têm o direito de exigir “maior transparência” interna dos partidos. Que regras seriam estas, o líder do PSD não explicou.

Críticas ao PS também se ouviram aqui e ali. No modelo económico seguido, que se limita a “distribuir o que há e não aplica nada para preparar o futuro”, mas também na gestão dos serviços públicos, em particular da Saúde. “O PS enche a boca a dizer que criou o SNS, mas o primeiro a não cumpri-lo é o PS. O PS pegou no SNS e pô-lo num caos completo”, acusou Rio defendendo melhor gestão e mais autonomia nos hospitais.

A terminar, e novamente desafiado pelo moderador, Rio voltou a explicar o que pensa de uma ‘geringonça’ de direita no futuro. O líder social-democrata deu a resposta da praxe (uma maioria de direita nunca seria uma ‘geringonça’, porque “uma geringonça é algo mal amanhado”) e deixou uma garantia: “Apoio uma maioria de direita. Mas não numa lógica de 'geringonça'. Somar 116 deputados de qualquer maneira, não. Com sentido estratégico, sim.” Para Assunção Cristas (e Paulo Portas) ouvirem.

Com poucas perguntas (além do moderador, apenas um dos presentes quis questionar o líder do PSD), Rio terminou a sua intervenção e deu lugar a outro protagonista da tarde: a vichyssoise, sopa que tanta tinta já fez correr na direita portuguesa.

Foi um Rui Rio em versão revisão da matéria dada aquele que protagonizou o almoço-debate organizado pela Câmara de Comércio e Indústria, em Lisboa. Com Paulo Portas na audiência (na qualidade de vice-presidente da organização), o líder social-democrata repetiu várias ideias que tem deixado nas suas últimas intervenções públicas: a urgência de criar mais e melhores empregos, a colagem de António Costa a José Sócrates (“Sócrates falhou nas finanças públicas e António Costa falhou nos serviços públicos”), o ambiente como prioridade absoluta e a denúncia dos “estrangulamentos estruturais” que impedem o crescimento do país. A lição até às eleições legislativas está estudada e Rio não vai fugir ao guião.

Exceção feita à crítica deixada pelo presidente do PSD ao desempenho do Banco de Portugal nos últimos anos. Desafiado por Miguel Horta e Costa, vice presidente da Câmara de Indústria e Comércio, a pronunciar-se sobre a atuação do supervisor, Rio foi taxativo: “Nenhum português pode ver a atuação do Banco de Portugal com bons olhos. Se tivesse estado mais atento, se tivesse sido mais independente, não tínhamos chegado à situação a que chegámos”.

Quanto ao resto, Rio manteve-se fiel ao registo. O líder do PSD voltou a garantir que tudo fará para que, no poder ou na oposição, seja possível avançar com quatro grandes reformas estruturais: descentralização, Segurança Social, justiça e sistema político. E sem um consenso alargado e urgente, prevê o social-democrata, a janela de oportunidade vai fechar-se.

“O país tem estrangulamentos estruturais. Ou nos libertamos desses estrangulamentos ou a maioria terá de ser ainda mais alargada para se libertar desse estrangulamento. O poder político já é tão fraco que os poderes fáticos já têm mais poder do que o poder político”, denunciou Rio.

Nota para a defesa de uma lei nacional capaz de balizar regras “elementares” para o funcionamento interno dos partidos. De acordo com Rio, se os partidos têm financiamento público, então os contribuintes têm o direito de exigir “maior transparência” interna dos partidos. Que regras seriam estas, o líder do PSD não explicou.

Críticas ao PS também se ouviram aqui e ali. No modelo económico seguido, que se limita a “distribuir o que há e não aplica nada para preparar o futuro”, mas também na gestão dos serviços públicos, em particular da Saúde. “O PS enche a boca a dizer que criou o SNS, mas o primeiro a não cumpri-lo é o PS. O PS pegou no SNS e pô-lo num caos completo”, acusou Rio defendendo melhor gestão e mais autonomia nos hospitais.

A terminar, e novamente desafiado pelo moderador, Rio voltou a explicar o que pensa de uma ‘geringonça’ de direita no futuro. O líder social-democrata deu a resposta da praxe (uma maioria de direita nunca seria uma ‘geringonça’, porque “uma geringonça é algo mal amanhado”) e deixou uma garantia: “Apoio uma maioria de direita. Mas não numa lógica de 'geringonça'. Somar 116 deputados de qualquer maneira, não. Com sentido estratégico, sim.” Para Assunção Cristas (e Paulo Portas) ouvirem.

Com poucas perguntas (além do moderador, apenas um dos presentes quis questionar o líder do PSD), Rio terminou a sua intervenção e deu lugar a outro protagonista da tarde: a vichyssoise, sopa que tanta tinta já fez correr na direita portuguesa.

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