Passos fala para Cavaco: “Temos a expectativa natural de formar Governo”

01-12-2015
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"Sem saber o que o PS quer, não vejo como é que podemos continuar a conversar". Incrédula com a tática de Costa, a coligação ainda não quer dar a guerra por perdida e põe os olhos em Belém. Passos acha politicamente ilegítimo ser o PS a formar Governo e confia no Presidente da República. Mas não tem garantias

"Temos a expectativa de vir a formar Governo. Ganhámos as eleições e o PS perdeu-as." A frase de Pedro Passos Coelho, à saída da sede do PS, tem como primeiro destinatário o Presidente da República. Cercada pela tática de António Costa de tentar transformar uma derrota numa vitória, a coligação desconfia seriamente da boa-fé do líder socialista e começa a preparar-se para o contra-ataque. Resta-lhe, num primeiro momento, Cavaco Silva.

Passos foi claro ao afirmar à porta do Rato que se houve um grande perdedor das eleições de dia 4 foi o Partido Socialista. E ao reafirmar que a sua expectativa "natural" é a de poder formar Governo. Fontes da coligação garantiram ao Expresso que, embora Cavaco tenha sinalizado qual a leitura que fez dos resultados eleitorais quando chamou o próprio Passos a apresentar-lhe uma solução de Governo, neste momento não há qualquer garantia do que fará o Presidente se Costa lhe levar uma alternativa com apoio maioritário no Parlamento.

Há, aliás, na coligação PSD/CDS quem já critique os dois líderes por não terem conseguido liderar o processo, deixando António Costa no papel de distribuidor de jogo, com aparente vontade de não chegar a bom porto nas negociações com a direita. Pedro Santana Lopes foi a voz mais audível a chamar a atenção para isso mesmo, quando desafiou Cavaco a tomar as rédeas da situação e estranhou que Passos Coelho tenha perdido o comando das negociações.

"Foi um erro Passos e Portas terem ido para a primeira reuinião de Costa sem propostas concretas. Quem quer liderar uma negociação não o faz assim", afirmou ao Expresso um barão do PSD, com críticas ao "excesso de confiança" de quem, tendo ganho, as legislativas, descurou a genica sobrevivente do atual líder do PS.

Em privado, Passos já alertou, no entanto, que o que se está a passar não é para ele uma surpresa. Pelo contrário, tanto ele como Paulo Portas alertaram vezes sem conta para as consequências políticas de um resultado que não desse uma maioria absoluta à coligação.

Para já, uma decisão está fechada na coligação PSD/CDS: se Costa conta fazer aprovar um Governo do PS no Parlamento com os votos da esquerda e depois conta poder negociar o que quer que seja com a coligação de direita para aprovar um Orçamento, pode "esperar sentado". "Um governo que chegue ao poder de forma politicamente ilegítima não conta connosco. Terá que contar com a esquerda", afirmou ao Expresso um alto responsável da coligação, acrescentando que "se querem um Orçamento aprovado, então aprovem o nosso, que ganhámos as eleições".

Pouco crentes na real vontade de António Costa em negociar, Passos e Portas ficam agora a aguardar a carta que o líder do PS ficou de lhes enviar com uma contraproposta negocial. Mas o estado de espírito nas hostes é de uma indisfarçável mistura de perplexidade e embaraço.

"Sem saber o que o PS quer, não vejo como é que podemos continuar a conversar". Incrédula com a tática de Costa, a coligação ainda não quer dar a guerra por perdida e põe os olhos em Belém. Passos acha politicamente ilegítimo ser o PS a formar Governo e confia no Presidente da República. Mas não tem garantias

"Temos a expectativa de vir a formar Governo. Ganhámos as eleições e o PS perdeu-as." A frase de Pedro Passos Coelho, à saída da sede do PS, tem como primeiro destinatário o Presidente da República. Cercada pela tática de António Costa de tentar transformar uma derrota numa vitória, a coligação desconfia seriamente da boa-fé do líder socialista e começa a preparar-se para o contra-ataque. Resta-lhe, num primeiro momento, Cavaco Silva.

Passos foi claro ao afirmar à porta do Rato que se houve um grande perdedor das eleições de dia 4 foi o Partido Socialista. E ao reafirmar que a sua expectativa "natural" é a de poder formar Governo. Fontes da coligação garantiram ao Expresso que, embora Cavaco tenha sinalizado qual a leitura que fez dos resultados eleitorais quando chamou o próprio Passos a apresentar-lhe uma solução de Governo, neste momento não há qualquer garantia do que fará o Presidente se Costa lhe levar uma alternativa com apoio maioritário no Parlamento.

Há, aliás, na coligação PSD/CDS quem já critique os dois líderes por não terem conseguido liderar o processo, deixando António Costa no papel de distribuidor de jogo, com aparente vontade de não chegar a bom porto nas negociações com a direita. Pedro Santana Lopes foi a voz mais audível a chamar a atenção para isso mesmo, quando desafiou Cavaco a tomar as rédeas da situação e estranhou que Passos Coelho tenha perdido o comando das negociações.

"Foi um erro Passos e Portas terem ido para a primeira reuinião de Costa sem propostas concretas. Quem quer liderar uma negociação não o faz assim", afirmou ao Expresso um barão do PSD, com críticas ao "excesso de confiança" de quem, tendo ganho, as legislativas, descurou a genica sobrevivente do atual líder do PS.

Em privado, Passos já alertou, no entanto, que o que se está a passar não é para ele uma surpresa. Pelo contrário, tanto ele como Paulo Portas alertaram vezes sem conta para as consequências políticas de um resultado que não desse uma maioria absoluta à coligação.

Para já, uma decisão está fechada na coligação PSD/CDS: se Costa conta fazer aprovar um Governo do PS no Parlamento com os votos da esquerda e depois conta poder negociar o que quer que seja com a coligação de direita para aprovar um Orçamento, pode "esperar sentado". "Um governo que chegue ao poder de forma politicamente ilegítima não conta connosco. Terá que contar com a esquerda", afirmou ao Expresso um alto responsável da coligação, acrescentando que "se querem um Orçamento aprovado, então aprovem o nosso, que ganhámos as eleições".

Pouco crentes na real vontade de António Costa em negociar, Passos e Portas ficam agora a aguardar a carta que o líder do PS ficou de lhes enviar com uma contraproposta negocial. Mas o estado de espírito nas hostes é de uma indisfarçável mistura de perplexidade e embaraço.

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