Três coincidências de uma viagem que Portugal foi dos últimos a fazer

05-07-2017
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A primeira visita do primeiro-ministro, António Costa, à Argentina é marcada por uma série de coincidências históricas que aproximam as relações institucionais dos dois países, embora Portugal seja o último país com relações bilaterais históricas a chegar à nova fase Argentina, iniciada em dezembro de 2015 com a chegada do presidente Mauricio Macri ao poder.

São três as coincidências: António Costa chegou no mesmo dia em que a atual ministra das Relações Exteriores, Susana Malcorra, deixou o cargo a Jorge Faurie, sendo recebido por ambos os chanceleres. O último ato da ministra foi receber Portugal. Malcorra continuará como assessora diplomática a partir de Espanha, onde terá acesso fácil e direto com Portugal.

A segunda coincidência é quando às relações interpessoais. Faurie foi embaixador argentino em Portugal durante dez anos. Quando Costa foi presidente da Casa da América Latina, Faurie foi seu vice durante seis anos. Já o atual presidente argentino, Mauricio Macri, foi presidente da Câmara de Buenos Aires (Chefe de Governo da Cidade) entre 2007 e 2005, em sintonia com António Costa como presidente da Câmara de Lisboa.

A terceira coincidência relaciona-se com o momento económico de ambos países em recuperação depois de um período de recessão. A Argentina deve crescer neste ano em torno de 2,5%, segundo os principais analistas económicos do país.

"O Presidente Macri traçou como objetivo reinstalar a Argentina no cenário internacional. Voltar a estar no radar do mundo", contou Malcorra a Costa "Nos últimos anos, a argentina fechou-se, olhou para dentro e não manteve os históricos laços ibero-americanos", lamentou. "Poder receber hoje o primeiro-ministro e os ministros marca o fim da minha gestão como ministra", concluiu.

Malcorra e Costa, estavam ao lado do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no encerramento do Fórum de Negócios Argentina-Portugal promovido pela Chancelaria argentina no qual os ministros argentinos de Transporte e de Infraestrutura apresentaram os projetos com os quais a Argentina procura investimentos estrangeiros diretos como forma de consolidar a recuperação do país. Desse Fórum, 21 empresas portuguesas participaram com interesse em investir ou de fomentar o comércio exterior bilateral.

PAULO NOVAIS/Lusa

"Num momento de viragem económica seja em Portugal ou seja na Argentina, esta visita é importante. É uma oportunidade única para concretizar a ideia de quem começa primeiro, chega primeiro", avaliou Costa.

Portugal, no entanto, chega à nova Argentina depois dos principais países do mundo e em último entre os países europeus. Desde que assumiu há 18 meses, Macri já visitou 15 países e recebeu 40 chanceleres, Presidentes e chefes de Governo. Portugal chega quando os grandes líderes já estão na segunda ou terceira reunião com o Governo argentino. É o caso dos líderes dos Estados Unidos, Japão, França, Espanha, Itália e, na semana passada em Buenos Aires, a Alemanha, com a visita de Angela Merkel.

"Num momento em que a Europa esta a fechar negociações com o Mercosul (por um acordo de comércio livre), as relações com a Argentina devem começar primeiro para chegar primeiro", insistiu. "É por isso que todos os dirigentes europeus vieram à Argentina", admitiu.

"Temos de concretizar as ambições das empresas de ambos países de exportar e a aproveitar as oportunidades de investimento na área de infraestrutura e de energia (pelo lado português), mas também agroalimentar (pelo lado argentino) ", disse Costa, quem vendeu a proposta de Portugal ser o porto de entrada dos produtos argentinos na Europa.

"Neste momento quando outros países se fecham ao comércio livre, podemos estar na primeira linha para fazer do comércio livre a melhor forma de desenvolver os países, de combater a pobreza, de gerar emprego e crescimento justo para todos", indicou. "Esta é uma visita para abrir portas", sintetizou.

Portugal reabre o escritório da AICEP em Buenos Aires, fechado em 2011 dada a recessão em Portugal e a irrelevância do comércio bilateral travado pelas restrições argentinas ao movimento de capitais. Outro objetivo é restabelecer um voo da TAP à capital argentina. A transportadora portuguesa fechou o escritório na Argentina em 2004 e o acordo aéreo, assinado em 2007, nunca foi concretizado.

"Vamos agora trabalhar para viabilizar esse acordo", apontou António Costa. "Também queremos um acordo para evitar a dupla tributação", pediu.

A agenda, no entanto, é a mesma da última visita de uma autoridade portuguesa à Argentina, em 2015, com Paulo Portas como vice-primeiro-ministro. Desde então, a diplomacia portuguesa em Buenos Aires avançou pouco ou nada. Nenhum acordo será assinado ou anunciado nesta visita.

António Costa será homenageado pela Câmara de Buenos Aires ainda nesta segunda-feira. Na terça, será recebido pelos presidentes do Parlamento (Câmara de Deputados e Senado) e pelo Presidente Mauricio Macri.

"As relações pessoais ajudam sempre as relações institucionais", confia Costa para recuperar o tempo e terreno português na Argentina.

A primeira visita do primeiro-ministro, António Costa, à Argentina é marcada por uma série de coincidências históricas que aproximam as relações institucionais dos dois países, embora Portugal seja o último país com relações bilaterais históricas a chegar à nova fase Argentina, iniciada em dezembro de 2015 com a chegada do presidente Mauricio Macri ao poder.

São três as coincidências: António Costa chegou no mesmo dia em que a atual ministra das Relações Exteriores, Susana Malcorra, deixou o cargo a Jorge Faurie, sendo recebido por ambos os chanceleres. O último ato da ministra foi receber Portugal. Malcorra continuará como assessora diplomática a partir de Espanha, onde terá acesso fácil e direto com Portugal.

A segunda coincidência é quando às relações interpessoais. Faurie foi embaixador argentino em Portugal durante dez anos. Quando Costa foi presidente da Casa da América Latina, Faurie foi seu vice durante seis anos. Já o atual presidente argentino, Mauricio Macri, foi presidente da Câmara de Buenos Aires (Chefe de Governo da Cidade) entre 2007 e 2005, em sintonia com António Costa como presidente da Câmara de Lisboa.

A terceira coincidência relaciona-se com o momento económico de ambos países em recuperação depois de um período de recessão. A Argentina deve crescer neste ano em torno de 2,5%, segundo os principais analistas económicos do país.

"O Presidente Macri traçou como objetivo reinstalar a Argentina no cenário internacional. Voltar a estar no radar do mundo", contou Malcorra a Costa "Nos últimos anos, a argentina fechou-se, olhou para dentro e não manteve os históricos laços ibero-americanos", lamentou. "Poder receber hoje o primeiro-ministro e os ministros marca o fim da minha gestão como ministra", concluiu.

Malcorra e Costa, estavam ao lado do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no encerramento do Fórum de Negócios Argentina-Portugal promovido pela Chancelaria argentina no qual os ministros argentinos de Transporte e de Infraestrutura apresentaram os projetos com os quais a Argentina procura investimentos estrangeiros diretos como forma de consolidar a recuperação do país. Desse Fórum, 21 empresas portuguesas participaram com interesse em investir ou de fomentar o comércio exterior bilateral.

PAULO NOVAIS/Lusa

"Num momento de viragem económica seja em Portugal ou seja na Argentina, esta visita é importante. É uma oportunidade única para concretizar a ideia de quem começa primeiro, chega primeiro", avaliou Costa.

Portugal, no entanto, chega à nova Argentina depois dos principais países do mundo e em último entre os países europeus. Desde que assumiu há 18 meses, Macri já visitou 15 países e recebeu 40 chanceleres, Presidentes e chefes de Governo. Portugal chega quando os grandes líderes já estão na segunda ou terceira reunião com o Governo argentino. É o caso dos líderes dos Estados Unidos, Japão, França, Espanha, Itália e, na semana passada em Buenos Aires, a Alemanha, com a visita de Angela Merkel.

"Num momento em que a Europa esta a fechar negociações com o Mercosul (por um acordo de comércio livre), as relações com a Argentina devem começar primeiro para chegar primeiro", insistiu. "É por isso que todos os dirigentes europeus vieram à Argentina", admitiu.

"Temos de concretizar as ambições das empresas de ambos países de exportar e a aproveitar as oportunidades de investimento na área de infraestrutura e de energia (pelo lado português), mas também agroalimentar (pelo lado argentino) ", disse Costa, quem vendeu a proposta de Portugal ser o porto de entrada dos produtos argentinos na Europa.

"Neste momento quando outros países se fecham ao comércio livre, podemos estar na primeira linha para fazer do comércio livre a melhor forma de desenvolver os países, de combater a pobreza, de gerar emprego e crescimento justo para todos", indicou. "Esta é uma visita para abrir portas", sintetizou.

Portugal reabre o escritório da AICEP em Buenos Aires, fechado em 2011 dada a recessão em Portugal e a irrelevância do comércio bilateral travado pelas restrições argentinas ao movimento de capitais. Outro objetivo é restabelecer um voo da TAP à capital argentina. A transportadora portuguesa fechou o escritório na Argentina em 2004 e o acordo aéreo, assinado em 2007, nunca foi concretizado.

"Vamos agora trabalhar para viabilizar esse acordo", apontou António Costa. "Também queremos um acordo para evitar a dupla tributação", pediu.

A agenda, no entanto, é a mesma da última visita de uma autoridade portuguesa à Argentina, em 2015, com Paulo Portas como vice-primeiro-ministro. Desde então, a diplomacia portuguesa em Buenos Aires avançou pouco ou nada. Nenhum acordo será assinado ou anunciado nesta visita.

António Costa será homenageado pela Câmara de Buenos Aires ainda nesta segunda-feira. Na terça, será recebido pelos presidentes do Parlamento (Câmara de Deputados e Senado) e pelo Presidente Mauricio Macri.

"As relações pessoais ajudam sempre as relações institucionais", confia Costa para recuperar o tempo e terreno português na Argentina.

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