Conselho Nacional do CDS torna-se palco de disputa

14-03-2016
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Assunção Cristas será este domingo confirmada como presidente do CDS, mas o dia da sua eleição não passará sem uma disputa interna. Sem concorrência para a presidência do partido, Cristas tem oposição no Conselho Nacional, o órgão máximo do partido entre congressos. A lista afeta a Cristas, liderada pelo histórico António Lobo Xavier, que desta forma volta a um cargo partidário, terá de se bater contra a proposta dos críticos, encabeçada por Filipe Lobo d'Ávila, que até hoje era o porta-voz do CDS. A ideia de que a sucessão de Paulo Portas se faria sem disputa de lugares não se confirma.

A lista dos críticos apresenta um total de 116 candidatos, mais 46 do que os 70 membros que compõem o Conselho Nacional - os nomes a mais surgem como suplentes e valem como prova de força. A seguir a Lobo d'Avila, atual deputado e ex-secretário de Estado da Administração Interna, aparecem Altino Bessa (presidente da importante distrital de Braga), João Casanova Almeida (ex-secretário de Estado da Educação), Raul Almeida (ex-deputado e ex-presidente da distrital de Aveiro), António Loureiro (presidente da câmara municipal de Albergaria), Paulo Almeida (líder da distrital de Coimbra e ex-deputado) e Rui Barreira (diretor da Segurança Social de Braga). Todos se assumiram como apoiantes de Nuno Melo, quando este ainda ponderava uma candidatura. E nunca esconderam as distâncias em relação a Cristas.

Foi um processo atribulado do lado dos críticos da futura presidente. Começou com a apresentação de uma moção de estratégia, subscrita por atuais e ex-deputados, bem como dirigentes de distritais e concelhias, boa parte dos quais agora se alinham na lista alternativa ao Conselho Nacional. Mas nem todos: Hélder Amaral e Abel Batista, presidentes das distritais de Viseu e Viana do Castelo, acabaram por se colocar de fora.

Entre os membros da lista alternativa, há quem fale de "pressões inacreditáveis" para que este grupo não se apresentasse a votos. Um dos elementos dos críticos contou ao Expresso que graças a esse clima (que "começou por ser de assédio, com a oferta de lugares, e acabou por ser de ameaça") chegaram a pensar desistir de concorrer ao Conselho Nacional. O tiro de partida tinha sido dado na quinta-feira, com uma entrevista em que Lobo d'Ávila criticou o "unanimismo norte-coreano" que rodeou a eleição de Cristas, mas depois disso houve muita gente a desistir. Durante a tarde de sábado a lista alternativa parecia não ter pernas para andar. Mas, ao fim do dia, "houve uma vaga de gente a procurar-nos, a oferecer-se para a lista alternativa", conta a mesma fonte. E assim chegaram aos 116 nomes.

O clima de tensão foi notório ao longo da semana e do primeiro dia do congresso, não só em relação a elementos que ficaram fora das escolhas de Cristas como a outros dirigentes que foram desgraduados ou se sentiram desvalorizados pela futura presidente. Não foi por acaso que Paulo Portas dedicou uma parte do seu discurso de despedida à questão dos lugares, pedindo aos centristas que não percam tempo com essas guerras.

Anacoreta convidado por Crista

A existência de mais do que uma proposta para o Conselho Nacional não só não é inédita como era habitual durante o consulado de Paulo Portas. Porém, os apoiantes de Cristas terão tentado na última semana dissuadir a sua apresentação. O movimento Alternativa e Responsabilidade (AR), que nos últimos anos promoveu essa alternativa, decidiu neste congresso não o fazer - e a isso não terá sido alheio o facto de Filipe Anacoreta Correia, o líder dessa corrente, ter sido convidado para a comissão executiva de Cristas. Mais membros do AR deverão integrar as listas da nova presidente para outros órgãos da direção.

No processo de renovação conduzido por Assunção Cristas surgem na futura comissão política sete militantes recém-filiados no CDS: Mariana França Gouveia (professora de Direito), Raquel Vaz Pinto (professora de Ciência Política), Marta Arruda Teixeira (gestora da CGD), Filipe Santiago (economista), João Basto (agrónomo), Duarte Goes (advogado) e Samuel Almeida (fiscaliza). A todos Cristas dará o mesmo tratamento VIP que teve quando se filiou: entrada direta para a Comissão Política do CDS.

Assunção Cristas será este domingo confirmada como presidente do CDS, mas o dia da sua eleição não passará sem uma disputa interna. Sem concorrência para a presidência do partido, Cristas tem oposição no Conselho Nacional, o órgão máximo do partido entre congressos. A lista afeta a Cristas, liderada pelo histórico António Lobo Xavier, que desta forma volta a um cargo partidário, terá de se bater contra a proposta dos críticos, encabeçada por Filipe Lobo d'Ávila, que até hoje era o porta-voz do CDS. A ideia de que a sucessão de Paulo Portas se faria sem disputa de lugares não se confirma.

A lista dos críticos apresenta um total de 116 candidatos, mais 46 do que os 70 membros que compõem o Conselho Nacional - os nomes a mais surgem como suplentes e valem como prova de força. A seguir a Lobo d'Avila, atual deputado e ex-secretário de Estado da Administração Interna, aparecem Altino Bessa (presidente da importante distrital de Braga), João Casanova Almeida (ex-secretário de Estado da Educação), Raul Almeida (ex-deputado e ex-presidente da distrital de Aveiro), António Loureiro (presidente da câmara municipal de Albergaria), Paulo Almeida (líder da distrital de Coimbra e ex-deputado) e Rui Barreira (diretor da Segurança Social de Braga). Todos se assumiram como apoiantes de Nuno Melo, quando este ainda ponderava uma candidatura. E nunca esconderam as distâncias em relação a Cristas.

Foi um processo atribulado do lado dos críticos da futura presidente. Começou com a apresentação de uma moção de estratégia, subscrita por atuais e ex-deputados, bem como dirigentes de distritais e concelhias, boa parte dos quais agora se alinham na lista alternativa ao Conselho Nacional. Mas nem todos: Hélder Amaral e Abel Batista, presidentes das distritais de Viseu e Viana do Castelo, acabaram por se colocar de fora.

Entre os membros da lista alternativa, há quem fale de "pressões inacreditáveis" para que este grupo não se apresentasse a votos. Um dos elementos dos críticos contou ao Expresso que graças a esse clima (que "começou por ser de assédio, com a oferta de lugares, e acabou por ser de ameaça") chegaram a pensar desistir de concorrer ao Conselho Nacional. O tiro de partida tinha sido dado na quinta-feira, com uma entrevista em que Lobo d'Ávila criticou o "unanimismo norte-coreano" que rodeou a eleição de Cristas, mas depois disso houve muita gente a desistir. Durante a tarde de sábado a lista alternativa parecia não ter pernas para andar. Mas, ao fim do dia, "houve uma vaga de gente a procurar-nos, a oferecer-se para a lista alternativa", conta a mesma fonte. E assim chegaram aos 116 nomes.

O clima de tensão foi notório ao longo da semana e do primeiro dia do congresso, não só em relação a elementos que ficaram fora das escolhas de Cristas como a outros dirigentes que foram desgraduados ou se sentiram desvalorizados pela futura presidente. Não foi por acaso que Paulo Portas dedicou uma parte do seu discurso de despedida à questão dos lugares, pedindo aos centristas que não percam tempo com essas guerras.

Anacoreta convidado por Crista

A existência de mais do que uma proposta para o Conselho Nacional não só não é inédita como era habitual durante o consulado de Paulo Portas. Porém, os apoiantes de Cristas terão tentado na última semana dissuadir a sua apresentação. O movimento Alternativa e Responsabilidade (AR), que nos últimos anos promoveu essa alternativa, decidiu neste congresso não o fazer - e a isso não terá sido alheio o facto de Filipe Anacoreta Correia, o líder dessa corrente, ter sido convidado para a comissão executiva de Cristas. Mais membros do AR deverão integrar as listas da nova presidente para outros órgãos da direção.

No processo de renovação conduzido por Assunção Cristas surgem na futura comissão política sete militantes recém-filiados no CDS: Mariana França Gouveia (professora de Direito), Raquel Vaz Pinto (professora de Ciência Política), Marta Arruda Teixeira (gestora da CGD), Filipe Santiago (economista), João Basto (agrónomo), Duarte Goes (advogado) e Samuel Almeida (fiscaliza). A todos Cristas dará o mesmo tratamento VIP que teve quando se filiou: entrada direta para a Comissão Política do CDS.

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