Passos conta que Portas se demitiu por sms na crise de 2013

30-06-2016
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"Fui almoçar e quando ia a caminho da comissão permanente, às 15h00, recebi um sms do dr. Paulo Portas a dizer que tinha refletido muito e que se ia demitir". A frase é de Pedro Passos Coelho e pode ser lida numa biografia do primeiro-ministro escrita por Sofia Aureliano, assessora do PSD, que é lançada esta terça-feira em Lisboa por Carlos Moedas e a que o Expresso teve acesso.

Dez dias após ter assinado com Portas um novo acordo de coligação para as legislativas, vêm a público em discurso direto as perguntas que Passos fez naquele dia quente ao então ministro dos Negócios Estrangeiros, quando "conseguiu finalmente" falar com ele: "O CDS quer sair do Governo? Vamos dar posse e eu não sei se há Governo? O que é que eu digo ao Presidente da República?".

Paulo Portas respondeu "que a sua decisão era pessoal e que não sabia o que o CDS pretendia fazer", lê-se no capítulo de "Somos o que escolhemos ser" dedicado à crise do verão de há dois anos. Maria Luís Albuquerque, a pessoa cuja escolha para substituir Vítor Gaspar nas Finanças esteve na origem do confronto com Portas, também presta declarações no livro. "Foi o Vítor Gaspar que me disse que o Paulo Portas se ia demitir. Eu tomava posse às cinco, o clima era muito tenso. Mas decidi ir para Belém na mesma, uma vez que não tinha informação em contrário. Mas achei que ia ter o mandato mais curto da história", recorda a ainda ministra.

Vários dirigentes do PSD relatam no livro a forma como acompanharam em direto a gestão da crise por Passos Coelho. "Estávamos na reunião (da comissão permanente do partido) e a TVI começou a noticiar que o ministro Paulo Portas ia apresentar a demissão", relata Luís Montenegro, líder parlamentar. "O que é notável é que desligámos a televisão e ele (Passos) começou a comentar o que estava a acontecer, ainda teve que interromper uma ou duas vezes para atender o telefone, mas o que recordo é que ele apresentou a questão e a forma como a ia colocar ao CDS e transmitir ao país exatamente como fez às oito horas, diante das câmaras. Com esta circunstância: ele não teve um minuto para pensar".

Ao longo de 230 páginas, a autora, licenciada em comunicação social e assessora do grupo parlamentar do PSD, percorre sempre em tom elogioso as etapas fundamentais da vida pessoal e política do primeiro-ministro. Desde "António, um pai apaixonado pela vida", a "Bia, mãe de cognome Coragem", passando por África, ‘’Política, uma mulher de sonho’’, ‘’Frieza: estilo ou personalidade’’, "Laura, o porto seguro", "Visão e Ambição".

Sobre a coligação renovada com o CDS, lê-se que "qualquer coligação tem custos. Mas só faz sentido considerá-los numa segunda fase, cumprindo o requisito da garantia da estabilidade governativa". Conseguirão?

"Fui almoçar e quando ia a caminho da comissão permanente, às 15h00, recebi um sms do dr. Paulo Portas a dizer que tinha refletido muito e que se ia demitir". A frase é de Pedro Passos Coelho e pode ser lida numa biografia do primeiro-ministro escrita por Sofia Aureliano, assessora do PSD, que é lançada esta terça-feira em Lisboa por Carlos Moedas e a que o Expresso teve acesso.

Dez dias após ter assinado com Portas um novo acordo de coligação para as legislativas, vêm a público em discurso direto as perguntas que Passos fez naquele dia quente ao então ministro dos Negócios Estrangeiros, quando "conseguiu finalmente" falar com ele: "O CDS quer sair do Governo? Vamos dar posse e eu não sei se há Governo? O que é que eu digo ao Presidente da República?".

Paulo Portas respondeu "que a sua decisão era pessoal e que não sabia o que o CDS pretendia fazer", lê-se no capítulo de "Somos o que escolhemos ser" dedicado à crise do verão de há dois anos. Maria Luís Albuquerque, a pessoa cuja escolha para substituir Vítor Gaspar nas Finanças esteve na origem do confronto com Portas, também presta declarações no livro. "Foi o Vítor Gaspar que me disse que o Paulo Portas se ia demitir. Eu tomava posse às cinco, o clima era muito tenso. Mas decidi ir para Belém na mesma, uma vez que não tinha informação em contrário. Mas achei que ia ter o mandato mais curto da história", recorda a ainda ministra.

Vários dirigentes do PSD relatam no livro a forma como acompanharam em direto a gestão da crise por Passos Coelho. "Estávamos na reunião (da comissão permanente do partido) e a TVI começou a noticiar que o ministro Paulo Portas ia apresentar a demissão", relata Luís Montenegro, líder parlamentar. "O que é notável é que desligámos a televisão e ele (Passos) começou a comentar o que estava a acontecer, ainda teve que interromper uma ou duas vezes para atender o telefone, mas o que recordo é que ele apresentou a questão e a forma como a ia colocar ao CDS e transmitir ao país exatamente como fez às oito horas, diante das câmaras. Com esta circunstância: ele não teve um minuto para pensar".

Ao longo de 230 páginas, a autora, licenciada em comunicação social e assessora do grupo parlamentar do PSD, percorre sempre em tom elogioso as etapas fundamentais da vida pessoal e política do primeiro-ministro. Desde "António, um pai apaixonado pela vida", a "Bia, mãe de cognome Coragem", passando por África, ‘’Política, uma mulher de sonho’’, ‘’Frieza: estilo ou personalidade’’, "Laura, o porto seguro", "Visão e Ambição".

Sobre a coligação renovada com o CDS, lê-se que "qualquer coligação tem custos. Mas só faz sentido considerá-los numa segunda fase, cumprindo o requisito da garantia da estabilidade governativa". Conseguirão?

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