Portas sugere a Carlos Costa que se demita

12-03-2016
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Paulo Portas, no seu derradeiro discurso como presidente do CDS, sugeriu ao governador do Banco de Portugal (BdP) que se demita. O recado ficou claro numa parte da intervenção dedicada à situação da banca portuguesa, na qual Portas considerou que o BdP continua a ter "falhas significativas na área da supervisão" e "não tem conseguido instalar competências e capacidades transacionais que o habilitem a vender bancos, que é uma das suas competências".

O ex-governante frisou que aceitou "recondução do atual governador apenas e só porque estávamos em plena venda no Novo Banco", lembrando depois que "essa venda ainda não aconteceu." Com base nestes dois pecados do banco central - o falhanço na supervisão, evidente no caso BES, e a incapacidade de vender o Novo Banco - Portas apontou para a demissão do governador Carlos Costa: "É bom que cada um saiba perguntar se a si próprio se é parte da solução ou se é parte do problema."

Ainda sobre a banca portuguesa, Portas não passou ao lado dos riscos de concentração da propriedade dos bancos em mãos espanholas. Apontou o dedo às decisões da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, que querem uma Europa com a banca mais concentrada, e demarcou-se dessa via, lembrando que uma análise de risco ou uma decisão de financiamento tomada em Madrid defende pior o interesse das empresas portuguesas.

"Seria indesejável que ficássemos com um sistema financeiro que se dividisse apenas entre Espanha de um lado e a Caixa Geral de Depósitos do outro", alertou Portas, alinhando-se com a preocupação do Presidente da República, conforme o Expresso notícia este sábado.

Avisos sobre Angola

Por outro lado, Portas puxou pelo seu passado como ministro dos Negócios Estrangeiros e pela "autoridade que tem quem trabalhou muito para melhorar as relações com Angola" para apelar ao "compromisso" na relação entre os dois países.

"Portugal não está em condições de substituir Angola na sua política externa", disse Portas, lembrando "o número de portugueses que lá vivem", bem como as empresas portuguesas que estão naquele país ou negoceiam com aquele mercado.

"Apelo a todos - um apelo dirigido aos órgãos de soberania - a terem isto presente, se lembrarem destes factos. A evitarem a tendência para a judicialização da relação entre Portugal e Angola. A Procurarem em todas as frentes o compromisso. O método do compromisso é o que melhores resultados produz entre países e estados que têm afinidades eletivas", defendeu o quase ex-presidente do CDS.

"O lugar que Portugal deixar de ocupar em Angola vai ser ocupado por outros países, se calhar os que se empenham em prejudicar as relações entre Portugal e Angola são exatamente os mesmo que gostariam de nos substituir em Luanda", avisou.

Paulo Portas, no seu derradeiro discurso como presidente do CDS, sugeriu ao governador do Banco de Portugal (BdP) que se demita. O recado ficou claro numa parte da intervenção dedicada à situação da banca portuguesa, na qual Portas considerou que o BdP continua a ter "falhas significativas na área da supervisão" e "não tem conseguido instalar competências e capacidades transacionais que o habilitem a vender bancos, que é uma das suas competências".

O ex-governante frisou que aceitou "recondução do atual governador apenas e só porque estávamos em plena venda no Novo Banco", lembrando depois que "essa venda ainda não aconteceu." Com base nestes dois pecados do banco central - o falhanço na supervisão, evidente no caso BES, e a incapacidade de vender o Novo Banco - Portas apontou para a demissão do governador Carlos Costa: "É bom que cada um saiba perguntar se a si próprio se é parte da solução ou se é parte do problema."

Ainda sobre a banca portuguesa, Portas não passou ao lado dos riscos de concentração da propriedade dos bancos em mãos espanholas. Apontou o dedo às decisões da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, que querem uma Europa com a banca mais concentrada, e demarcou-se dessa via, lembrando que uma análise de risco ou uma decisão de financiamento tomada em Madrid defende pior o interesse das empresas portuguesas.

"Seria indesejável que ficássemos com um sistema financeiro que se dividisse apenas entre Espanha de um lado e a Caixa Geral de Depósitos do outro", alertou Portas, alinhando-se com a preocupação do Presidente da República, conforme o Expresso notícia este sábado.

Avisos sobre Angola

Por outro lado, Portas puxou pelo seu passado como ministro dos Negócios Estrangeiros e pela "autoridade que tem quem trabalhou muito para melhorar as relações com Angola" para apelar ao "compromisso" na relação entre os dois países.

"Portugal não está em condições de substituir Angola na sua política externa", disse Portas, lembrando "o número de portugueses que lá vivem", bem como as empresas portuguesas que estão naquele país ou negoceiam com aquele mercado.

"Apelo a todos - um apelo dirigido aos órgãos de soberania - a terem isto presente, se lembrarem destes factos. A evitarem a tendência para a judicialização da relação entre Portugal e Angola. A Procurarem em todas as frentes o compromisso. O método do compromisso é o que melhores resultados produz entre países e estados que têm afinidades eletivas", defendeu o quase ex-presidente do CDS.

"O lugar que Portugal deixar de ocupar em Angola vai ser ocupado por outros países, se calhar os que se empenham em prejudicar as relações entre Portugal e Angola são exatamente os mesmo que gostariam de nos substituir em Luanda", avisou.

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