Rui Rio só irá à Assembleia da República para falar com a bancada do PSD na semana que vem - ou seja, quase três semanas depois de ter sido entronizado como presidente social-democrata, e mais de duas semanas de se ter reunido pela primeira vez com António Costa em São Bento e com Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém.
Na próxima quinta-feira acontece a primeira reunião do grupo parlamentar depois do congresso que formalizou a nova liderança do partido e de depois da atribulada eleição de Fernando Negrão como líder da bancada - e, precisamente por essa razão, Negrão faz questão de enfrentar diretamente os deputados. Os 35 que votaram nele, os 21 que anularam o voto e os 32 que entregaram o boletim em branco.
Ontem, à saída do segundo encontro com Marcelo em Belém, Rio invocou como razão para não ir ainda à Assembleia da República o facto de a direção da bancada ainda não estar toda eleita - ainda não foi a votos a lista dos coordenadores e vice-coordenadores setoriais. "Deixe estabilizar", disse Rio aos jornalistas.
Fernando Negrão adiantou ao Expresso que "em princípio" essa eleição deverá acontecer na próxima sexta-feira.
Mas não é esse formalismo a única razão para Rio adiar a ida ao Parlamento. Em declarações ao Expresso, Fernando Negrão explica que, enquanto líder parlamentar, também prefere que o presidente do PSD se encontre com os deputados apenas na semana que vem.
"Face ao que aconteceu [na votação para a liderança da bancada], acho que a primeira reunião não deve ser com o presidente do partido. Isto é entre mim e os deputados."
Recorde-se que Negrão recebeu na passada quinta-feira 35 votos favoráveis, 32 brancos e 21 nulos. Por não haver lista alternativa nem a possibilidade do voto contra, o antigo magistrado foi declarado eleito. Mas Negrão não escondeu a consciência de que houve gente que foi incluída nas suas listas (seja para vice-presidentes da bancada, coordenadores ou vice-coordenadores) e que não votou a favor. Apontou por isso o dedo à ética de alguns dos seus deputados.
"Há um problema, não de natureza política, mas de natureza ética, há um problema neste grupo parlamentar, porque houve pessoas - eventualmente duas, podem ser mais - que aceitaram integrar a lista e depois terão votado em branco", afirmou após a proclamação dos resultados.
Fonte da direção do PSD admitiu ao Expresso que terão sido "dez ou mais" os deputados que tiveram essa atitude dúplice. Em entrevista à edição do Expresso de sábado passado, Negrão disse ter suspeitas sobre quem são os deputados que aceitaram integrar as listas mas não votaram a favor. Recusou, porém, identificá-los.
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Rui Rio só irá à Assembleia da República para falar com a bancada do PSD na semana que vem - ou seja, quase três semanas depois de ter sido entronizado como presidente social-democrata, e mais de duas semanas de se ter reunido pela primeira vez com António Costa em São Bento e com Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém.
Na próxima quinta-feira acontece a primeira reunião do grupo parlamentar depois do congresso que formalizou a nova liderança do partido e de depois da atribulada eleição de Fernando Negrão como líder da bancada - e, precisamente por essa razão, Negrão faz questão de enfrentar diretamente os deputados. Os 35 que votaram nele, os 21 que anularam o voto e os 32 que entregaram o boletim em branco.
Ontem, à saída do segundo encontro com Marcelo em Belém, Rio invocou como razão para não ir ainda à Assembleia da República o facto de a direção da bancada ainda não estar toda eleita - ainda não foi a votos a lista dos coordenadores e vice-coordenadores setoriais. "Deixe estabilizar", disse Rio aos jornalistas.
Fernando Negrão adiantou ao Expresso que "em princípio" essa eleição deverá acontecer na próxima sexta-feira.
Mas não é esse formalismo a única razão para Rio adiar a ida ao Parlamento. Em declarações ao Expresso, Fernando Negrão explica que, enquanto líder parlamentar, também prefere que o presidente do PSD se encontre com os deputados apenas na semana que vem.
"Face ao que aconteceu [na votação para a liderança da bancada], acho que a primeira reunião não deve ser com o presidente do partido. Isto é entre mim e os deputados."
Recorde-se que Negrão recebeu na passada quinta-feira 35 votos favoráveis, 32 brancos e 21 nulos. Por não haver lista alternativa nem a possibilidade do voto contra, o antigo magistrado foi declarado eleito. Mas Negrão não escondeu a consciência de que houve gente que foi incluída nas suas listas (seja para vice-presidentes da bancada, coordenadores ou vice-coordenadores) e que não votou a favor. Apontou por isso o dedo à ética de alguns dos seus deputados.
"Há um problema, não de natureza política, mas de natureza ética, há um problema neste grupo parlamentar, porque houve pessoas - eventualmente duas, podem ser mais - que aceitaram integrar a lista e depois terão votado em branco", afirmou após a proclamação dos resultados.
Fonte da direção do PSD admitiu ao Expresso que terão sido "dez ou mais" os deputados que tiveram essa atitude dúplice. Em entrevista à edição do Expresso de sábado passado, Negrão disse ter suspeitas sobre quem são os deputados que aceitaram integrar as listas mas não votaram a favor. Recusou, porém, identificá-los.