Denúncias da ministra contra advogados: 17 mil. Condenados: zero

04-06-2017
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Das 17 mil denúncias feitas ao Ministério Público pela ministra da Justiça relativa a irregularidades nos honorários declarados pelos advogados, apenas seis desses casos foram a julgamento e nenhum foi condenado em tribunal. Em dezembro de 2011, Paula Teixeira da Cruz assumia que suspeitava de irregularidades nos pedidos de honorários dos advogados oficiosos (que prestam serviços jurídicos para os mais carenciados e são pagos pelo Estado)e que iria pedir uma auditoria ao sistema par tirar a limpo essas mesmas suspeitas. Essa auditoria resultou na identificação de 17 mil irregularidades envolvendo 1035 advogados inscritos no sistema de acesso ao direito.

Passados quase quatro anos, os resultados mostram que as situações denunciadas não eram irregulares e a maioria acabou por ser arquivada: apenas 463 casos foram alvo de um inquérito crime e seis advogados foram acusados por pedidos de pagamentos fraudulentos (crime de burla simples ou qualificada). Em três desses seis casos, os juristas aceitaram pagar uma quantia para a investigação ser suspensa. Relativamente aos restantes três, não é conhecida nenhuma condenação. Os dados constam do Relatório de Atividades no Âmbito do Acesso ao Direito do Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA). "Pelo Conselho Geral foi mantido o acompanhamento aos colegas visados com participações criminais infundadas decorrentes da auditoria levada a cabo pelo Ministério da Justiça", pode ler-se no documento. "Do um universo de 17.425 desconformidades, foram abertos 463 processos de inquérito, 368 dos quais já foram arquivados, não sendo conhecida até à presente data qualquer condenação".

Para Elina Fraga, bastonária da OA, "a ministra da Justiça marcou o início do seu mandato por uma conduta persecutória contra os advogados, num ataque à sua honra e consideração, desferido em conferência de imprensa e acompanhado de participações criminais à Procuradoria-Geral da República". Fazendo agora um balanço, Elina Fraga considera que "em final de mandato, não teve a dignidade de se retratar, com o mesmo estrondo e socorrendo-se dos mesmos microfones e holofotes, assumindo publicamente que, decorridos quatro anos, as suas participações não deram em nenhuma condenação". O DN tentou obter uma reação oficial do gabinete de Paula Teixeira da Cruz mas até ao fecho desta edição tal não foi possível.

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Passados quase quatro anos, os resultados mostram que as situações denunciadas não eram irregulares e a maioria acabou por ser arquivada: apenas 463 casos foram alvo de um inquérito crime e seis advogados foram acusados por pedidos de pagamentos fraudulentos (crime de burla simples ou qualificada). Em três desses seis casos, os juristas aceitaram pagar uma quantia para a investigação ser suspensa. Relativamente aos restantes três, não é conhecida nenhuma condenação. Os dados constam do Relatório de Atividades no Âmbito do Acesso ao Direito do Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA). "Pelo Conselho Geral foi mantido o acompanhamento aos colegas visados com participações criminais infundadas decorrentes da auditoria levada a cabo pelo Ministério da Justiça", pode ler-se no documento. "Do um universo de 17.425 desconformidades, foram abertos 463 processos de inquérito, 368 dos quais já foram arquivados, não sendo conhecida até à presente data qualquer condenação".

Para Elina Fraga, bastonária da OA, "a ministra da Justiça marcou o início do seu mandato por uma conduta persecutória contra os advogados, num ataque à sua honra e consideração, desferido em conferência de imprensa e acompanhado de participações criminais à Procuradoria-Geral da República". Fazendo agora um balanço, Elina Fraga considera que "em final de mandato, não teve a dignidade de se retratar, com o mesmo estrondo e socorrendo-se dos mesmos microfones e holofotes, assumindo publicamente que, decorridos quatro anos, as suas participações não deram em nenhuma condenação". O DN tentou obter uma reação oficial do gabinete de Paula Teixeira da Cruz mas até ao fecho desta edição tal não foi possível.

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