Ladrões de Bicicletas: Triste, é muito triste

22-05-2019
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É triste ver em jovens dirigentes de partidos antigos a mesma táctica de fuga para a frente, de repetir as mesmas críticas que nunca conseguiram fazer a si próprios. Telejornal de ontem, Assunção Cristas à saída de Belém: "Não vemos sinais claros,  no actual Orçamento (...), claramente incapaz de relançar a economia, claramente incapaz de criar emprego. Não há emprego a ser criado de forma sustentável". A Radio Renascença colocou mais ideias: "O desemprego infelizmente também não decresceu de forma significativa”, declarou Assunção Cristas. “Isso preocupa-nos porque estas políticas, com esta solução das esquerdas unidas, não nos parece que estejam a fazer nada de bem à economia, à vida dos portugueses, numa perspectiva de médio-longo prazo. O grande problema do país é o emprego. Só há mais emprego com investimento e nós não vemos investimento”, sublinhou a líder do CDS. 

Acordou tarde para o problema e sobretudo quando está na oposição. Com a ajuda dos valores compilados pelo Nuno Serra e chamando a atenção para o facto de se estar a justar estimativas (INE) com dados administrativos (desempregados ocupados). Mas não pude resistir, depois de ter visto as declaraões citadas pela Rádio Renascença.

O que me aflige - mas não estranha - é o despudor total.

Há mais de seis anos atrás, Paulo Portas dizia o mesmo do Governo Sócrates, sem que nos anos seguintes fosse capaz de olhar com rigor, seriedade e honestidade para o que o CDS fez ao país - e de que ainda é responsável. Os videos não são pré-históricos, mas têm a estranha e reveladora patine da falta de pudor. Diria mesmo agora: da capacidade de mentir sem corar.  

8/3/2010

"Um endividamento de 47% do PIB, sufocante para a economia"...

16/03/2010

0'50': "É um programa de estabilidade e crescimento. Tem a ver com a nossa economia.  Não tem  uma única visão económica do futuro de Portugal"... 

1'15': "Um programa que não tenha uma visão da economia e sobre como é que a vamos pôr a crescer, é um plano que é doloroso para a sociedade, mas não é redentor para o país"...

Há cinco anos, Paulo Portas e Assunção Cristas (foto no dia das
eleições, em Maio de 2011), prometia dar a volta ao país. E não conseguiu.

O CDS deixou o Governo em 2015 com uma emigração permanente histórica, um desemprego de mais de um milhão de portugueses, uma economia que continua atada e estagnada, uma economia asfixiada sem capacidade de crescer, com um endividamento público e privado que é várias vezes aquilo que o CDS achava em 2010 ser asfixiante.

Conselho prático: antes de falar para as televisões, pede-se um segundo de silêncio e honestidade aos jovens dirigentes. Acção!


É triste ver em jovens dirigentes de partidos antigos a mesma táctica de fuga para a frente, de repetir as mesmas críticas que nunca conseguiram fazer a si próprios. Telejornal de ontem, Assunção Cristas à saída de Belém: "Não vemos sinais claros,  no actual Orçamento (...), claramente incapaz de relançar a economia, claramente incapaz de criar emprego. Não há emprego a ser criado de forma sustentável". A Radio Renascença colocou mais ideias: "O desemprego infelizmente também não decresceu de forma significativa”, declarou Assunção Cristas. “Isso preocupa-nos porque estas políticas, com esta solução das esquerdas unidas, não nos parece que estejam a fazer nada de bem à economia, à vida dos portugueses, numa perspectiva de médio-longo prazo. O grande problema do país é o emprego. Só há mais emprego com investimento e nós não vemos investimento”, sublinhou a líder do CDS. 

Acordou tarde para o problema e sobretudo quando está na oposição. Com a ajuda dos valores compilados pelo Nuno Serra e chamando a atenção para o facto de se estar a justar estimativas (INE) com dados administrativos (desempregados ocupados). Mas não pude resistir, depois de ter visto as declaraões citadas pela Rádio Renascença.

O que me aflige - mas não estranha - é o despudor total.

Há mais de seis anos atrás, Paulo Portas dizia o mesmo do Governo Sócrates, sem que nos anos seguintes fosse capaz de olhar com rigor, seriedade e honestidade para o que o CDS fez ao país - e de que ainda é responsável. Os videos não são pré-históricos, mas têm a estranha e reveladora patine da falta de pudor. Diria mesmo agora: da capacidade de mentir sem corar.  

8/3/2010

"Um endividamento de 47% do PIB, sufocante para a economia"...

16/03/2010

0'50': "É um programa de estabilidade e crescimento. Tem a ver com a nossa economia.  Não tem  uma única visão económica do futuro de Portugal"... 

1'15': "Um programa que não tenha uma visão da economia e sobre como é que a vamos pôr a crescer, é um plano que é doloroso para a sociedade, mas não é redentor para o país"...

Há cinco anos, Paulo Portas e Assunção Cristas (foto no dia das
eleições, em Maio de 2011), prometia dar a volta ao país. E não conseguiu.

O CDS deixou o Governo em 2015 com uma emigração permanente histórica, um desemprego de mais de um milhão de portugueses, uma economia que continua atada e estagnada, uma economia asfixiada sem capacidade de crescer, com um endividamento público e privado que é várias vezes aquilo que o CDS achava em 2010 ser asfixiante.

Conselho prático: antes de falar para as televisões, pede-se um segundo de silêncio e honestidade aos jovens dirigentes. Acção!

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