Fundo Monetário Europeu: PSD acusa Costa de vir atrasado um ano

06-07-2017
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Se queria defender a criação de um Fundo Monetário Europeu (FME), António Costa “perdeu um ano”. É assim que o PSD reage à proposta anunciada terça-feira pelo primeiro-ministro e que segue a linha do que Passos Coelho já havia defendido, em maio de 2015, quando estava no Governo.

“Estranho dizer isto agora quando durante todo o ano de 2016, em inúmeras ocasiões em que o PSD o desafiou a apoiar a nossa proposta, desvalorizou ou não disse nada. Foi de uma total indiferença”, afirma ao Expresso o deputado do PSD Miguel Morgado. “Perdeu um ano em que podia estar a defendê-la e não o fez”, acrescenta, criticando “os contornos muito vagos” em que se referiu a um futuro FME.

Em maio de 2015, Pedro Passos Coelho já tinha defendido a criação de um Fundo Monetário Europeu (FME) para separar aquilo que é política monetária daquilo que deve ser a assistência financeira ou económica. Assim sendo, o futuro FME iria funcionar como contraparte do Banco Central Europeu na zona euro.

Isso mesmo disse o então primeiro-ministro no Instituto Universitário Europeu, em Florença, e também depois de uma reunião com Matteo Renzi, o chefe do Governo italiano. Passos defendeu então que esta solução impediria “uma transferência de rendimentos de uns países para outros e de cidadãos de uns países para cidadãos de outros” e aliviaria tensões mesmo entre os próprios países.

NUNO BOTELHO

“O FME permitiria a uma única instituição supervisionar e monitorizar o progresso de programas de ajustamento, o que significa que o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional seriam dispensados da missão que tiveram até agora”, explicou Passos Coelho no Instituto Universitário Europeu, acrescentando que o FME devia ser “dotado de capacidade financeira suficiente para financiar as reformas nacionais estruturais com repercussões positivas para a zona do euro como um todo, bem como projetos de investimento com foco na modernização da infraestrutura da qual o mercado único depende”.

Miguel Morgado frisa que, nesta proposta, o PSD defendia ainda que os planos de investimento europeus, como o plano Juncker, fossem coordenados pelo FME.

Na conferência “Consolidar o euro, promover a convergência”, esta terça-feira na Gulbenkian, Costa resumiu a um ponto o que pensa sobre o FME: “Importa assegurar a evolução do Mecanismo Europeu de Estabilidade na direção de um Fundo Monetário Europeu, explorando designadamente a sua ação no apoio à gestão mais eficiente das dívidas soberanas”.

Já na moção que levou ao último congresso do PS em junho, Costa defendia, em matéria europeia, que era preciso “um verdadeiro programa de reformas estruturais e uma evolução do atual Mecanismo Europeu de Estabilidade “para um autêntico Fundo Monetário Europeu, com o músculo financeiro necessário para auxiliar os Estados-membros em períodos de instabilidade financeira e dificuldades no acesso ao crédito internacional”.

Se queria defender a criação de um Fundo Monetário Europeu (FME), António Costa “perdeu um ano”. É assim que o PSD reage à proposta anunciada terça-feira pelo primeiro-ministro e que segue a linha do que Passos Coelho já havia defendido, em maio de 2015, quando estava no Governo.

“Estranho dizer isto agora quando durante todo o ano de 2016, em inúmeras ocasiões em que o PSD o desafiou a apoiar a nossa proposta, desvalorizou ou não disse nada. Foi de uma total indiferença”, afirma ao Expresso o deputado do PSD Miguel Morgado. “Perdeu um ano em que podia estar a defendê-la e não o fez”, acrescenta, criticando “os contornos muito vagos” em que se referiu a um futuro FME.

Em maio de 2015, Pedro Passos Coelho já tinha defendido a criação de um Fundo Monetário Europeu (FME) para separar aquilo que é política monetária daquilo que deve ser a assistência financeira ou económica. Assim sendo, o futuro FME iria funcionar como contraparte do Banco Central Europeu na zona euro.

Isso mesmo disse o então primeiro-ministro no Instituto Universitário Europeu, em Florença, e também depois de uma reunião com Matteo Renzi, o chefe do Governo italiano. Passos defendeu então que esta solução impediria “uma transferência de rendimentos de uns países para outros e de cidadãos de uns países para cidadãos de outros” e aliviaria tensões mesmo entre os próprios países.

NUNO BOTELHO

“O FME permitiria a uma única instituição supervisionar e monitorizar o progresso de programas de ajustamento, o que significa que o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional seriam dispensados da missão que tiveram até agora”, explicou Passos Coelho no Instituto Universitário Europeu, acrescentando que o FME devia ser “dotado de capacidade financeira suficiente para financiar as reformas nacionais estruturais com repercussões positivas para a zona do euro como um todo, bem como projetos de investimento com foco na modernização da infraestrutura da qual o mercado único depende”.

Miguel Morgado frisa que, nesta proposta, o PSD defendia ainda que os planos de investimento europeus, como o plano Juncker, fossem coordenados pelo FME.

Na conferência “Consolidar o euro, promover a convergência”, esta terça-feira na Gulbenkian, Costa resumiu a um ponto o que pensa sobre o FME: “Importa assegurar a evolução do Mecanismo Europeu de Estabilidade na direção de um Fundo Monetário Europeu, explorando designadamente a sua ação no apoio à gestão mais eficiente das dívidas soberanas”.

Já na moção que levou ao último congresso do PS em junho, Costa defendia, em matéria europeia, que era preciso “um verdadeiro programa de reformas estruturais e uma evolução do atual Mecanismo Europeu de Estabilidade “para um autêntico Fundo Monetário Europeu, com o músculo financeiro necessário para auxiliar os Estados-membros em períodos de instabilidade financeira e dificuldades no acesso ao crédito internacional”.

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