O deputado do PSD Miguel Morgado, fundador do movimento “Nascidos a 5 de Julho” – que visa combater a agenda da esquerda – lamenta o “resultado desastroso” nas eleições legislativas, mas recusa-se a adiantar se vai entrar na corrida à liderança do partido.
Em entrevista à SIC Notícias, Miguel Morgado admitiu esta segunda-feira que o PSD necessita de se refundar e unir os militantes e apoiantes, após dois anos de uma estratégia errada de Rui Rio. “Não vou apresentar uma candidatura aqui, nem nos próximos dias. Mas trata-se de uma derrota inqualificável para o PSD. Depois do que aconteceu ontem, com a derrota sem qualificações e sem paliativos que o PSD sofreu, tal como o CDS também sofreu, acho que este momento, que é de amargura, deve ser convertido numa oportunidade para termos um debate sem condicionamentos e um debate livre para reencontrarmos a nossa vocação enquanto grande partido nacional”, defendeu o antigo assessor político de Passos Coelho, que reconheceu contudo que tem “experiência” e uma “dívida de gratidão” para com o PSD numa “altura tão difícil” como esta para o partido.
Face à fragmentação política e à viragem à esquerda, Miguel Morgado sustentou que cabe ao PSD redefinir a sua estratégia mostrando ao país que é um partido de “confiança”. “Proponho um novo rumo de reencontro com a sua vocação com um projeto de sociedade coerente que não seja socialista. (...) A busca da pureza ideológica procurada ao longo de dois anos é artificial e conduziu a resultados desastrosos”, reforçou, defendendo que o PSD sempre foi um partido “pluralista” .
Recordando que sempre foi crítico da atual direção do PSD, Miguel Morgado sublinhou que teve oportunidade de confrontar várias vezes Rui Rio relativamente ao caminho que estava a seguir. “Contestei a atual liderança desde o início. A questão estratégica foi sempre o alvo da minha crítica”, frisou o deputado social-democrata que não defende contudo eleições diretas antecipadas.
“Rui Rio lá irá fazer as suas ponderações. Eu responsabilizo-o pelo rumo estratégico que ele escolheu, por tudo o que aconteceu no PSD nos últimos dois anos, e também por estas eleições. Não me coibirei de dizer isso, da maneira mais frontal que é possível. Mas não peço a sua demissão ”, acrescentou.
Lamentando que a direita esteja a atravessar uma crise, Miguel Morgado defendeu ainda que é vital apostar em duas linhas: o reformismo e o europeísmo. “A direita vive uma crise profunda que precisa de ser discutida e superada”, insistiu.
Questionado sobre se admite uma aliança com o Chega, o deputado do PSD afastou essa hipótese, frisando que propõe a demarcação total do PSD em relação ao PS, assim como de projetos de extrema-direita. “Não se pode agradar a todos”, atirou.
O deputado do PSD negou ainda que tenha uma estratégia articulada com outros críticos de Rui Rio para afastá-lo da liderança e disse desejar que os futuros candidatos disputem o lugar “sem ressentimentos ou golpes palacianos”. “O país está a olhar para nós”, concluiu.
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O deputado do PSD Miguel Morgado, fundador do movimento “Nascidos a 5 de Julho” – que visa combater a agenda da esquerda – lamenta o “resultado desastroso” nas eleições legislativas, mas recusa-se a adiantar se vai entrar na corrida à liderança do partido.
Em entrevista à SIC Notícias, Miguel Morgado admitiu esta segunda-feira que o PSD necessita de se refundar e unir os militantes e apoiantes, após dois anos de uma estratégia errada de Rui Rio. “Não vou apresentar uma candidatura aqui, nem nos próximos dias. Mas trata-se de uma derrota inqualificável para o PSD. Depois do que aconteceu ontem, com a derrota sem qualificações e sem paliativos que o PSD sofreu, tal como o CDS também sofreu, acho que este momento, que é de amargura, deve ser convertido numa oportunidade para termos um debate sem condicionamentos e um debate livre para reencontrarmos a nossa vocação enquanto grande partido nacional”, defendeu o antigo assessor político de Passos Coelho, que reconheceu contudo que tem “experiência” e uma “dívida de gratidão” para com o PSD numa “altura tão difícil” como esta para o partido.
Face à fragmentação política e à viragem à esquerda, Miguel Morgado sustentou que cabe ao PSD redefinir a sua estratégia mostrando ao país que é um partido de “confiança”. “Proponho um novo rumo de reencontro com a sua vocação com um projeto de sociedade coerente que não seja socialista. (...) A busca da pureza ideológica procurada ao longo de dois anos é artificial e conduziu a resultados desastrosos”, reforçou, defendendo que o PSD sempre foi um partido “pluralista” .
Recordando que sempre foi crítico da atual direção do PSD, Miguel Morgado sublinhou que teve oportunidade de confrontar várias vezes Rui Rio relativamente ao caminho que estava a seguir. “Contestei a atual liderança desde o início. A questão estratégica foi sempre o alvo da minha crítica”, frisou o deputado social-democrata que não defende contudo eleições diretas antecipadas.
“Rui Rio lá irá fazer as suas ponderações. Eu responsabilizo-o pelo rumo estratégico que ele escolheu, por tudo o que aconteceu no PSD nos últimos dois anos, e também por estas eleições. Não me coibirei de dizer isso, da maneira mais frontal que é possível. Mas não peço a sua demissão ”, acrescentou.
Lamentando que a direita esteja a atravessar uma crise, Miguel Morgado defendeu ainda que é vital apostar em duas linhas: o reformismo e o europeísmo. “A direita vive uma crise profunda que precisa de ser discutida e superada”, insistiu.
Questionado sobre se admite uma aliança com o Chega, o deputado do PSD afastou essa hipótese, frisando que propõe a demarcação total do PSD em relação ao PS, assim como de projetos de extrema-direita. “Não se pode agradar a todos”, atirou.
O deputado do PSD negou ainda que tenha uma estratégia articulada com outros críticos de Rui Rio para afastá-lo da liderança e disse desejar que os futuros candidatos disputem o lugar “sem ressentimentos ou golpes palacianos”. “O país está a olhar para nós”, concluiu.