Penacova tem dois deputados eleitos para o parlamento

02-09-2019
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                       Maurício Marques                               D.R

Não, não é provincianismo nem é querer reduzir o mundo a
este pequeno pedaço de terra, mas ontem, nas eleições legislativas, aconteceu
algo que merece ser sublinhado. Dois cidadãos do concelho foram eleitos para a
Assembleia da República. Maurício Marques nas listas da coligação Portugal à
Frente e Pedro Coimbra pelo Partido Socialista.

Curiosamente, ambos lideram, atualmente, as respetivas comissões
políticas distritais e ambos têm tido percursos políticos sólidos, incluindo a
esfera local.  

Com o atual sistema eleitoral, em que a vontade dos partidos
se sobrepõe à iniciativa individual dos deputados, não podemos esperar grandes
resultados ao nível da defesa dos interesses do distrito e, muito menos, do
município.

De qualquer forma, vejo como muito positivo, o facto de
termos dois deputados no parlamento de forças políticas diferentes. É um sinal
da pluralidade de escolhas em que hoje vivemos. Mas será que a nossa democracia
atingiu a maturidade?

No norte da Europa, e principalmente nos países
escandinavos, a cultura de compromisso entre partidos e outros agentes é uma
prática corrente há muitos anos. E não é por acaso que esses países são dos
mais evoluídos do mundo. Visitei a Dinamarca, em trabalho, por duas vezes,
falei com forças partidárias opostas, com sindicatos e patrões e percebi que em
matérias fundamentais, o interesse coletivo, da sociedade, está acima das
querelas entre partidos. Tal como cá, o jogo político existe, mas os entendimentos
entre forças ideologicamente contrárias acontecem, coisa que aqui, por
enquanto, não passa de uma miragem. É uma cultura democrática que,
infelizmente, está longe da nossa realidade e, pelos vistos, quarenta e um anos
de liberdade não foram suficientes.

                                Pedro Coimbra                                        D.R

Em relação à possibilidade de alterar o atual sistema
eleitoral, a discussão arrefeceu nos últimos tempos, mas era útil que essa
reflexão acontecesse. No fundo, o que se pretende é aproximar os eleitores, dos
seus eleitos.

Em Inglaterra, por exemplo, os deputados são escolhidos em
círculos uninominais e ao votarmos num candidato, num só candidato, mais
próximo de nós, ele passa a ser responsabilizado diretamente, o que resulta
numa maior responsabilização também do próprio eleitor.

Mas será que em Portugal este sistema resultaria? À partida
traria vantagens, mas confesso que tenho muitas dúvidas, precisamente, porque o
país, a sociedade e os partidos continuam a revelar uma enorme falta de cultura
democrática.

Maurício Marques, do PSD, ex-presidente de câmara, com larga
experiência política, foi reeleito para um segundo mandato no parlamento. Na
anterior legislatura e num plano mais local, foi de sua autoria o relatório
final da petição pública contra a construção da mini-hídrica no Mondego, um
projeto que, felizmente, acabou por não sair do papel. Pedro Coimbra, do PS, atual
presidente da Assembleia Municipal, é um político de reconhecidas qualidades e
saberá, certamente, prestigiar o grupo parlamentar socialista. Julgo que, enquanto penacovenses, devemos exultar esta eleição
e esperar que, apesar de pertencerem a partidos diferentes, possam conjugar
esforços para juntos defenderem os interesses da nossa região.

                       Maurício Marques                               D.R

Não, não é provincianismo nem é querer reduzir o mundo a
este pequeno pedaço de terra, mas ontem, nas eleições legislativas, aconteceu
algo que merece ser sublinhado. Dois cidadãos do concelho foram eleitos para a
Assembleia da República. Maurício Marques nas listas da coligação Portugal à
Frente e Pedro Coimbra pelo Partido Socialista.

Curiosamente, ambos lideram, atualmente, as respetivas comissões
políticas distritais e ambos têm tido percursos políticos sólidos, incluindo a
esfera local.  

Com o atual sistema eleitoral, em que a vontade dos partidos
se sobrepõe à iniciativa individual dos deputados, não podemos esperar grandes
resultados ao nível da defesa dos interesses do distrito e, muito menos, do
município.

De qualquer forma, vejo como muito positivo, o facto de
termos dois deputados no parlamento de forças políticas diferentes. É um sinal
da pluralidade de escolhas em que hoje vivemos. Mas será que a nossa democracia
atingiu a maturidade?

No norte da Europa, e principalmente nos países
escandinavos, a cultura de compromisso entre partidos e outros agentes é uma
prática corrente há muitos anos. E não é por acaso que esses países são dos
mais evoluídos do mundo. Visitei a Dinamarca, em trabalho, por duas vezes,
falei com forças partidárias opostas, com sindicatos e patrões e percebi que em
matérias fundamentais, o interesse coletivo, da sociedade, está acima das
querelas entre partidos. Tal como cá, o jogo político existe, mas os entendimentos
entre forças ideologicamente contrárias acontecem, coisa que aqui, por
enquanto, não passa de uma miragem. É uma cultura democrática que,
infelizmente, está longe da nossa realidade e, pelos vistos, quarenta e um anos
de liberdade não foram suficientes.

                                Pedro Coimbra                                        D.R

Em relação à possibilidade de alterar o atual sistema
eleitoral, a discussão arrefeceu nos últimos tempos, mas era útil que essa
reflexão acontecesse. No fundo, o que se pretende é aproximar os eleitores, dos
seus eleitos.

Em Inglaterra, por exemplo, os deputados são escolhidos em
círculos uninominais e ao votarmos num candidato, num só candidato, mais
próximo de nós, ele passa a ser responsabilizado diretamente, o que resulta
numa maior responsabilização também do próprio eleitor.

Mas será que em Portugal este sistema resultaria? À partida
traria vantagens, mas confesso que tenho muitas dúvidas, precisamente, porque o
país, a sociedade e os partidos continuam a revelar uma enorme falta de cultura
democrática.

Maurício Marques, do PSD, ex-presidente de câmara, com larga
experiência política, foi reeleito para um segundo mandato no parlamento. Na
anterior legislatura e num plano mais local, foi de sua autoria o relatório
final da petição pública contra a construção da mini-hídrica no Mondego, um
projeto que, felizmente, acabou por não sair do papel. Pedro Coimbra, do PS, atual
presidente da Assembleia Municipal, é um político de reconhecidas qualidades e
saberá, certamente, prestigiar o grupo parlamentar socialista. Julgo que, enquanto penacovenses, devemos exultar esta eleição
e esperar que, apesar de pertencerem a partidos diferentes, possam conjugar
esforços para juntos defenderem os interesses da nossa região.

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