Declarações de Mortágua dividem socialistas

20-09-2016
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Nunca um convidado externo a uma iniciativa do PS causou tanta controvérsia. As declarações da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua – que, no sábado, numa conferência do PS, defendeu que "só a esquerda radical pode salvar o capitalismo" e "é preciso perder a vergonha de ir buscar a quem está acumular" – foram interpretadas como correspondendo à defesa de um imposto (generalizado) sobre a poupança, numa linha política que está longe de ser unânime no partido.

O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto – que nunca escondeu o seu desagrado com a aliança do PS aos partidos à sua esquerda – viu nas palavras da deputada uma "lição ministrada do alto do legado histórico do trotskismo ou de uma qualquer seita comunista heterodoxa" que versa assim: "PS, penitencia-te, ainda vais a tempo, junta-te a nós, 1975 é passado, o capitalismo não sobreviverá ao nosso grandioso compromisso histórico".

Para Sousa Pinto, Mortágua é um exemplar dos "jovens burgueses cripto-comunistas e habilidosos pantomimeiros da velha escola" e, não tem dúvidas, esta "paródia senil", "sairá cara" ao PS. Acusando-a de ser porta-voz dos que "querem reabrir a gaveta onde Soares fechou diferentes caricaturas do socialismo", dos que "não escondem ao que vêm: superar o modelo", contrapõe: "Eu gosto do modelo. Foi construído pelo PS, com tremenda dificuldade, e pela direita democrática. Com o contributo do radicalismo esquerdista nunca se conseguiu construir uma cadeira de pau. Quanto mais o Socialismo". Jamila Madeira (também deputada), João Serrano e João Paulo Pedrosa foram(ex-deputados) foram alguns dos que colocarm "like" no post.

Perante a controvérsia, o porta-voz do PS para a Economia veio esclarecer as palavras da deputada do BE. "Nem a Mariana Mortágua disse o que lhe atribuem, nem o PS aplaudiu em peso as declarações que ela não fez", garante. O vice-presidente do grupo parlamentar afirma que ela "falava num painel sobre desigualdades e apresentou dados sobre desigualdade de rendimentos e concentração da riqueza. Falava, portanto, dos 1% mais ricos". "É sobre esses, não sobre os que poupam", esclareceu, reiterando: "não é seguramente 'ir às poupanças' dos portugueses, nem um 'saque fiscal', nem 'atacar a classe média', nem tentar 'acabar com a livre iniciativa e a propriedade privada'.

Já Porfírio Silva referiu-se ao "burburinho" causado pela intervenção de Mortágua como revelando "a indigência de algum pseudo-debate político". O deputado socialista defende que "essa forma de falar (salvar o capitalismo) se usa há muito tempo para representar o debate sobre a forma como as críticas ao capitalismo acabam por ser mais ou menos usadas pelo próprio capitalismo para se adaptar". E assegura: "Este debate não é novo, nem foi inventado pela Mariana Mortágua. O que ela ontem disse, sobre este ponto, em substância, é que os economistas críticos, que levam Marx ou Keynes mais longe, compreendem melhor o capitalismo do que, por exemplo, os neoliberais - ou os social-democratas, já que ela também estava a criticar a família socialista (e com razão em pontos essenciais, por exemplo quando disse que nos deixámos levar na cantiga da liberalização do capital)".

Nunca um convidado externo a uma iniciativa do PS causou tanta controvérsia. As declarações da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua – que, no sábado, numa conferência do PS, defendeu que "só a esquerda radical pode salvar o capitalismo" e "é preciso perder a vergonha de ir buscar a quem está acumular" – foram interpretadas como correspondendo à defesa de um imposto (generalizado) sobre a poupança, numa linha política que está longe de ser unânime no partido.

O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto – que nunca escondeu o seu desagrado com a aliança do PS aos partidos à sua esquerda – viu nas palavras da deputada uma "lição ministrada do alto do legado histórico do trotskismo ou de uma qualquer seita comunista heterodoxa" que versa assim: "PS, penitencia-te, ainda vais a tempo, junta-te a nós, 1975 é passado, o capitalismo não sobreviverá ao nosso grandioso compromisso histórico".

Para Sousa Pinto, Mortágua é um exemplar dos "jovens burgueses cripto-comunistas e habilidosos pantomimeiros da velha escola" e, não tem dúvidas, esta "paródia senil", "sairá cara" ao PS. Acusando-a de ser porta-voz dos que "querem reabrir a gaveta onde Soares fechou diferentes caricaturas do socialismo", dos que "não escondem ao que vêm: superar o modelo", contrapõe: "Eu gosto do modelo. Foi construído pelo PS, com tremenda dificuldade, e pela direita democrática. Com o contributo do radicalismo esquerdista nunca se conseguiu construir uma cadeira de pau. Quanto mais o Socialismo". Jamila Madeira (também deputada), João Serrano e João Paulo Pedrosa foram(ex-deputados) foram alguns dos que colocarm "like" no post.

Perante a controvérsia, o porta-voz do PS para a Economia veio esclarecer as palavras da deputada do BE. "Nem a Mariana Mortágua disse o que lhe atribuem, nem o PS aplaudiu em peso as declarações que ela não fez", garante. O vice-presidente do grupo parlamentar afirma que ela "falava num painel sobre desigualdades e apresentou dados sobre desigualdade de rendimentos e concentração da riqueza. Falava, portanto, dos 1% mais ricos". "É sobre esses, não sobre os que poupam", esclareceu, reiterando: "não é seguramente 'ir às poupanças' dos portugueses, nem um 'saque fiscal', nem 'atacar a classe média', nem tentar 'acabar com a livre iniciativa e a propriedade privada'.

Já Porfírio Silva referiu-se ao "burburinho" causado pela intervenção de Mortágua como revelando "a indigência de algum pseudo-debate político". O deputado socialista defende que "essa forma de falar (salvar o capitalismo) se usa há muito tempo para representar o debate sobre a forma como as críticas ao capitalismo acabam por ser mais ou menos usadas pelo próprio capitalismo para se adaptar". E assegura: "Este debate não é novo, nem foi inventado pela Mariana Mortágua. O que ela ontem disse, sobre este ponto, em substância, é que os economistas críticos, que levam Marx ou Keynes mais longe, compreendem melhor o capitalismo do que, por exemplo, os neoliberais - ou os social-democratas, já que ela também estava a criticar a família socialista (e com razão em pontos essenciais, por exemplo quando disse que nos deixámos levar na cantiga da liberalização do capital)".

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