Vítima dos 'jihadistas' pede que Portugal reconheça genocídio dos yazidi

12-04-2018
marcar artigo

A jovem yazidi Farida Khalaf, sobrevivente de um massacre e ao cativeiro do grupo extremista Estado Islâmico, pediu esta quarta-feira ao parlamento português que ajude a realizar um dos seus sonhos reconhecendo o genocídio do seu povo.Farida Khalaf foi recebida por representantes das Comissões de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e recordou os abusos de que foi vítima por parte dos 'jihadistas' em 2014.Atualmente refugiada na Alemanha, Farida Khalaf vivia em Kocho, na zona de Sinjar, quando o grupo conhecido então como Estado Islâmico do Iraque e do Levante atacou em agosto de 2014 a aldeia, separou homens e mulheres, terá matado os primeiros e sequestrou as segundas.O pai e o irmão mais velho de Farida terão sido mortos, ela foi levada e contou aos deputados que foram constituídos dois grupos de mulheres, um com destino à Síria e outro que ficou no Iraque, do qual fazia parte."Atacaram-me, à minha família e aldeia. Destruíram todos os sonhos que tínhamos", recordou, com a ajuda de um tradutor.Farida Khalaf foi vendida, violada e violentamente espancada, tentou matar-se, tentou fugir e acabou por conseguir, e entre os seus sonhos está "ver os militantes do ISIS (Estado Islâmico) em tribunal".A jovem yazidi assinala que fala por outros da sua minoria étnico-religiosa que não podem falar, que também estiveram em cativeiro, que continuam a viver em tendas, em centros de refugiados."Um dos meus maiores sonhos é que seja reconhecido o genocídio", disse.A jovem yazidi estava acompanhada de Teresa Violante, diretora das Conferências do Estoril, os representantes oficiais em Portugal da Organização Yazda, constituída na sequência daquele massacre, para que o crime possa ser levado às instâncias corretas."A instância própria à luz do direito internacional para julgar, para avaliar, para indagar, para inquirir (...) é o Tribunal Penal Internacional (TPI) e não uma qualquer instância nacional", declarou Teresa Violante.Mas o recurso ao TPI "não é fácil" e a Organização Yazda está a tentar que instituições e países reconheçam formalmente a existência de um genocídio contra os yazidi para pressionar o Conselho de Segurança da ONU a remeter o caso para aquele tribunal internacional.Farida Khalaf pediu a Portugal para se juntar ao Reino Unido, à França e ao Canadá, entre outros, que já reconheceram formalmente o genocídio dos yazidis.Teresa Violante disse que a Arménia também o fez, tal como "o parlamento dos Estados Unidos e a administração (de Barack) Obama".Pedro Bacelar de Vasconcelos (PS), presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, prometeu que se fará tudo "para que (os 'jihadistas') recebam punição"."Tudo faremos a nível da comissão e do partido (PSD) para reconhecer estes crimes cometidos contra a humanidade como um genocídio", declarou José Cesário, da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, também prometeu que o partido tentará "o reconhecimento (do genocídio) por parte do parlamento português".Congratulando Farida Khalaf pela sua "coragem" e "força", Vânia Dias da Silva, do CDS-PP, disse pensar que "em breve" existirá uma resolução da Assembleia da República reconhecendo o genocídio dos yazidi.

A jovem yazidi Farida Khalaf, sobrevivente de um massacre e ao cativeiro do grupo extremista Estado Islâmico, pediu esta quarta-feira ao parlamento português que ajude a realizar um dos seus sonhos reconhecendo o genocídio do seu povo.Farida Khalaf foi recebida por representantes das Comissões de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e recordou os abusos de que foi vítima por parte dos 'jihadistas' em 2014.Atualmente refugiada na Alemanha, Farida Khalaf vivia em Kocho, na zona de Sinjar, quando o grupo conhecido então como Estado Islâmico do Iraque e do Levante atacou em agosto de 2014 a aldeia, separou homens e mulheres, terá matado os primeiros e sequestrou as segundas.O pai e o irmão mais velho de Farida terão sido mortos, ela foi levada e contou aos deputados que foram constituídos dois grupos de mulheres, um com destino à Síria e outro que ficou no Iraque, do qual fazia parte."Atacaram-me, à minha família e aldeia. Destruíram todos os sonhos que tínhamos", recordou, com a ajuda de um tradutor.Farida Khalaf foi vendida, violada e violentamente espancada, tentou matar-se, tentou fugir e acabou por conseguir, e entre os seus sonhos está "ver os militantes do ISIS (Estado Islâmico) em tribunal".A jovem yazidi assinala que fala por outros da sua minoria étnico-religiosa que não podem falar, que também estiveram em cativeiro, que continuam a viver em tendas, em centros de refugiados."Um dos meus maiores sonhos é que seja reconhecido o genocídio", disse.A jovem yazidi estava acompanhada de Teresa Violante, diretora das Conferências do Estoril, os representantes oficiais em Portugal da Organização Yazda, constituída na sequência daquele massacre, para que o crime possa ser levado às instâncias corretas."A instância própria à luz do direito internacional para julgar, para avaliar, para indagar, para inquirir (...) é o Tribunal Penal Internacional (TPI) e não uma qualquer instância nacional", declarou Teresa Violante.Mas o recurso ao TPI "não é fácil" e a Organização Yazda está a tentar que instituições e países reconheçam formalmente a existência de um genocídio contra os yazidi para pressionar o Conselho de Segurança da ONU a remeter o caso para aquele tribunal internacional.Farida Khalaf pediu a Portugal para se juntar ao Reino Unido, à França e ao Canadá, entre outros, que já reconheceram formalmente o genocídio dos yazidis.Teresa Violante disse que a Arménia também o fez, tal como "o parlamento dos Estados Unidos e a administração (de Barack) Obama".Pedro Bacelar de Vasconcelos (PS), presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, prometeu que se fará tudo "para que (os 'jihadistas') recebam punição"."Tudo faremos a nível da comissão e do partido (PSD) para reconhecer estes crimes cometidos contra a humanidade como um genocídio", declarou José Cesário, da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda, também prometeu que o partido tentará "o reconhecimento (do genocídio) por parte do parlamento português".Congratulando Farida Khalaf pela sua "coragem" e "força", Vânia Dias da Silva, do CDS-PP, disse pensar que "em breve" existirá uma resolução da Assembleia da República reconhecendo o genocídio dos yazidi.

marcar artigo