Créditos perdidos não assustam, desde que o Estado pague

22-08-2017
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Em causa estão, pelo menos, mil milhões de euros dados como perdidos pelo banco e que a Lone Star já não espera recuperar. Na lista de devedores contam-se o construtor José Guilherme, visado no processo que envolve também Ricardo Salgado, o empresário Joe Berardo e a empresa Ongoing – todos casos herdados da falência do BES.

A notícia é avançada pela edição de hoje do Jornal de Negócios, que afirma que, no caso de José Guilherme, a dívida foi renegociada há cerca de um ano. Poucos meses depois, o crédito é dado como perdido. A mesma fonte indica que o valor em causa ronda os 200 milhões de euros.

Já o Correio da Manhã avança que a dívida de Joe Berardo, que esteve também envolvido nos polémicos empréstimos que a Caixa Geral de Depósitos concedeu a accionista do BCP na luta pelo poder naquele banco privado, deve cerca de 300 milhões de euros, ao passo que a Ongoing já falhou o pagamento de 493 milhões.

No entanto, estes problemas não parecem preocupar o fundo norte-americano. A Lone Star conta com o Estado para garantir perdas futuras com estes e outros créditos de cobrança difícil.

Governo titubeante na gestão do dossiê

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, a ministra da Presidência revelou que a preferência do Governo passa pela venda, ainda que venha a ter impactos na dívida pública. «Se houver uma mudança da proposta que garanta que a venda não tem impactos negativos ou tem impactos menores do que teria a nacionalização, a nossa opção será pela venda», disse Maria Manuel Leitão Marques.

O PS votou ao lado do PSD e do CDS-PP, na última sexta-feira, para chumbar dois projectos de resolução, iniciativas do PCP e do BE, propondo o controlo público do Novo Banco.

Na discussão dos projectos, o deputado do PS João Galamba resumiu a posição do partido: «O PS quer deixar todas as opções em aberto. Não há nenhuma posição de princípio contra a nacionalização nem contra a venda.»

Vozes de diferentes quadrantes abertos à hipótese de nacionalização

Vários dirigentes e deputados do PS já se mostraram favoráveis à nacionalização da instituição bancária. Também nomes improváveis como os ex-ministros das Finanças, de governos do PSD e do CDS-PP, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, assim como o último presidente do BES e primeiro presidente do Novo Banco, Vítor Bento, manifestaram abertura à hipótese de nacionalização, face às propostas em cima da mesa.

O que se conhece dos valores e condições apresentados pela Lone Star, fundo recomendado pela equipa do ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro que o Banco de Portugal encarregou da venda do Novo Banco, parece motivar muitas destas vozes. O fundo norte-americano oferece 750 milhões de euros pela compra, com a promessa de uma recapitalização de valor idêntico. No entanto, pede em troca uma garantia do Estado no valor de 2,5 mil milhões de euros, mais de metade dos dinheiros públicos injectados na instituição em 2014.

Em causa estão, pelo menos, mil milhões de euros dados como perdidos pelo banco e que a Lone Star já não espera recuperar. Na lista de devedores contam-se o construtor José Guilherme, visado no processo que envolve também Ricardo Salgado, o empresário Joe Berardo e a empresa Ongoing – todos casos herdados da falência do BES.

A notícia é avançada pela edição de hoje do Jornal de Negócios, que afirma que, no caso de José Guilherme, a dívida foi renegociada há cerca de um ano. Poucos meses depois, o crédito é dado como perdido. A mesma fonte indica que o valor em causa ronda os 200 milhões de euros.

Já o Correio da Manhã avança que a dívida de Joe Berardo, que esteve também envolvido nos polémicos empréstimos que a Caixa Geral de Depósitos concedeu a accionista do BCP na luta pelo poder naquele banco privado, deve cerca de 300 milhões de euros, ao passo que a Ongoing já falhou o pagamento de 493 milhões.

No entanto, estes problemas não parecem preocupar o fundo norte-americano. A Lone Star conta com o Estado para garantir perdas futuras com estes e outros créditos de cobrança difícil.

Governo titubeante na gestão do dossiê

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, a ministra da Presidência revelou que a preferência do Governo passa pela venda, ainda que venha a ter impactos na dívida pública. «Se houver uma mudança da proposta que garanta que a venda não tem impactos negativos ou tem impactos menores do que teria a nacionalização, a nossa opção será pela venda», disse Maria Manuel Leitão Marques.

O PS votou ao lado do PSD e do CDS-PP, na última sexta-feira, para chumbar dois projectos de resolução, iniciativas do PCP e do BE, propondo o controlo público do Novo Banco.

Na discussão dos projectos, o deputado do PS João Galamba resumiu a posição do partido: «O PS quer deixar todas as opções em aberto. Não há nenhuma posição de princípio contra a nacionalização nem contra a venda.»

Vozes de diferentes quadrantes abertos à hipótese de nacionalização

Vários dirigentes e deputados do PS já se mostraram favoráveis à nacionalização da instituição bancária. Também nomes improváveis como os ex-ministros das Finanças, de governos do PSD e do CDS-PP, Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, assim como o último presidente do BES e primeiro presidente do Novo Banco, Vítor Bento, manifestaram abertura à hipótese de nacionalização, face às propostas em cima da mesa.

O que se conhece dos valores e condições apresentados pela Lone Star, fundo recomendado pela equipa do ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro que o Banco de Portugal encarregou da venda do Novo Banco, parece motivar muitas destas vozes. O fundo norte-americano oferece 750 milhões de euros pela compra, com a promessa de uma recapitalização de valor idêntico. No entanto, pede em troca uma garantia do Estado no valor de 2,5 mil milhões de euros, mais de metade dos dinheiros públicos injectados na instituição em 2014.

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