Lembra-se desta palavra?

22-11-2017
marcar artigo

O governo disparou primeiro e parou depois. Pelo meio, fez contas - e chegou à lâmina do “não há dinheiro”. Ou, numa palavra hoje rasurada, austeridade.

Falamos dos professores: na semana passada, surpreendido pela ameaça dos sindicatos, o governo começou a fazer cedências em toda a linha às revindicações. Mas ontem, primeiro-ministro e Presidente da República ergueram a barreira do “não vai dar”. Até porque os professores não são os únicos funcionários públicos e qualquer cedência abre pressões sindicais de outras profissões. Já abriu.

O Presidente da República afirmou que não se pode “desbaratar” o “que deu tanto trabalho” a conseguir. Como escreve Pedro Sousa Carvalho no Eco, “Marcelo teve a coragem de dizer à frente de uma plateia repleta de professores aquilo que António Costa não teve: Não há dinheiro!”. Mas Marcelo garante que está alinhado com o primeiro-ministro. E está. Porque António Costa já então falara: é uma “ilusão a ideia de que é possível tudo para todos já”.

“Portugal não pode sacrificar tudo o que conseguiu do ponto de vista da estabilidade financeira, porque isso, no futuro, colocaria em causa o que foi até agora conquistado”, diz António Costa. Descubra as diferenças para Marcelo: “É uma ilusão achar que podemos voltar ao ponto antes da crise”. Sendo mais concreto, António Costa prosseguiu: é “impossível” refazer a história e recuperar carreiras antes congeladas.

Passos Coelho veio recordar: foi o Governo PS que congelou carreiras e determinou que o tempo “não contaria para futuro”. É uma maneira de o (ainda) líder do maior partido da oposição dizer que também está de acordo com não ceder às reivindicações dos professores. “O conflito com os professores mostra que, no passado e no presente, o PS também é um dos rostos da austeridade”, escreve Francisco Mendes da Silva, no Negócios.

O assunto é analisado na Comissão Política do Expresso desta semana. E em vários artigos de opinião hoje publicados. “Num dia o Governo dá, noutro o Governo tira”, escreve Pedro Ivo Carvalho, no JN. “Aberta a caixa de Pandora com a progressão na carreira dos professores, António Costa tenta, agora, mitigar o agigantamento de uma bola de neve que ele próprio precipitou pela montanha. Não era de esperar outra coisa: os militares, os oficiais de Justiça, enfim, qualquer classe profissional com mediano poder reivindicativo, quer beber do mesmo cálice adocicado dos docentes.”

“Depois de prometer meio mundo e o outro aos servidores do Estado, escancararam-se as portas a todas as reivindicações e todas as reivindicações tiveram direito a promessas que destruíram o balanço da orientação política até aqui mantida por António Costa e Mário Centeno”, analisa Manuel Carvalho, no Público, num texto intitulado “O governo a escangalhar-se”.

Esta sexta-feira, há greve na Saúde, como lembra o Negócios: apoiada pelos sindicatos da CGTP e da UGT, a paralisação parte da reivindicação das 35 horas de trabalho e as progressões na carreira de 40 mil pessoas em 2018.

O governo disparou primeiro e parou depois. Pelo meio, fez contas - e chegou à lâmina do “não há dinheiro”. Ou, numa palavra hoje rasurada, austeridade.

Falamos dos professores: na semana passada, surpreendido pela ameaça dos sindicatos, o governo começou a fazer cedências em toda a linha às revindicações. Mas ontem, primeiro-ministro e Presidente da República ergueram a barreira do “não vai dar”. Até porque os professores não são os únicos funcionários públicos e qualquer cedência abre pressões sindicais de outras profissões. Já abriu.

O Presidente da República afirmou que não se pode “desbaratar” o “que deu tanto trabalho” a conseguir. Como escreve Pedro Sousa Carvalho no Eco, “Marcelo teve a coragem de dizer à frente de uma plateia repleta de professores aquilo que António Costa não teve: Não há dinheiro!”. Mas Marcelo garante que está alinhado com o primeiro-ministro. E está. Porque António Costa já então falara: é uma “ilusão a ideia de que é possível tudo para todos já”.

“Portugal não pode sacrificar tudo o que conseguiu do ponto de vista da estabilidade financeira, porque isso, no futuro, colocaria em causa o que foi até agora conquistado”, diz António Costa. Descubra as diferenças para Marcelo: “É uma ilusão achar que podemos voltar ao ponto antes da crise”. Sendo mais concreto, António Costa prosseguiu: é “impossível” refazer a história e recuperar carreiras antes congeladas.

Passos Coelho veio recordar: foi o Governo PS que congelou carreiras e determinou que o tempo “não contaria para futuro”. É uma maneira de o (ainda) líder do maior partido da oposição dizer que também está de acordo com não ceder às reivindicações dos professores. “O conflito com os professores mostra que, no passado e no presente, o PS também é um dos rostos da austeridade”, escreve Francisco Mendes da Silva, no Negócios.

O assunto é analisado na Comissão Política do Expresso desta semana. E em vários artigos de opinião hoje publicados. “Num dia o Governo dá, noutro o Governo tira”, escreve Pedro Ivo Carvalho, no JN. “Aberta a caixa de Pandora com a progressão na carreira dos professores, António Costa tenta, agora, mitigar o agigantamento de uma bola de neve que ele próprio precipitou pela montanha. Não era de esperar outra coisa: os militares, os oficiais de Justiça, enfim, qualquer classe profissional com mediano poder reivindicativo, quer beber do mesmo cálice adocicado dos docentes.”

“Depois de prometer meio mundo e o outro aos servidores do Estado, escancararam-se as portas a todas as reivindicações e todas as reivindicações tiveram direito a promessas que destruíram o balanço da orientação política até aqui mantida por António Costa e Mário Centeno”, analisa Manuel Carvalho, no Público, num texto intitulado “O governo a escangalhar-se”.

Esta sexta-feira, há greve na Saúde, como lembra o Negócios: apoiada pelos sindicatos da CGTP e da UGT, a paralisação parte da reivindicação das 35 horas de trabalho e as progressões na carreira de 40 mil pessoas em 2018.

marcar artigo