Em Frente, Demitir

12-07-2018
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Ex-directora acusa ministro da Saúde de “faltar à verdade”

(Público)

A ex-directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho refutou hoje as acusações de “deslealdade” e “incapacidade” feitas pelo ministro da Saúde, afirmando que o governante “falta à verdade”.

Em declarações à agência Lusa, Maria Celeste Cardoso classificou de “mentira” a justificação dada hoje por Correia de Campos, em conferência de imprensa, para a sua exoneração, garantindo que mandou retirar a fotocópia de uma notícia com declarações do ministro logo que soube que estava colocada num “placard” do Centro de Saúde de Vieira do Minho.

“Uma funcionária contactou-me dizendo-me que estava uma pessoa no centro a reclamar no Livro Amarelo pela afixação da fotocópia, e eu, que desconhecia a sua existência, mandei-a retirar de imediato, o que foi feito”, afirmou.

A ex-directora do centro de saúde sublinha que o médico em causa assumiu os factos, nomeadamente que colocou a fotocópia quando estava de serviço nocturno, frisando que “não se apercebeu do facto por ter sido num fim-de-semana”.

“Há relatórios da funcionária e do médico que foram mandados à Sub-região de Saúde e que estão arquivados”, acrescenta, desmentindo ter sido chamada duas vezes à sub-região por causa do caso.

Assegura ainda que toda a gente — médicos e funcionários — sabe, no centro de saúde, como as coisas se passaram e o modo como procedeu quando soube da existência do cartaz.

Ex-directora rejeita acusações de “incapacidade”

Maria Celeste Cardoso rejeita, também, as acusações de “incapacidade” hoje feitas pelo ministro, garantindo que “nunca, em nenhuma reunião” na Sub-Região de Saúde e na ARS/Norte lhe foi feito “qualquer reparo ou sugestão, em termos negativos, sobre a sua gestão ou sobre a necessidade de cumprir alguma medida do Governo”.

A ex-directora sublinha que, para além de uma licenciatura, tem uma pós-graduação em gestão de recursos humanos e rejeita a tese de que deveria ser um médico a gerir a estrutura, sublinhando que a direcção do centro integrava uma médica.

Repudia também a acusação de Correia de Campos de que teria sido nomeada por razões político-partidárias, sublinhando que o director anterior do centro de saúde decidiu sair por iniciativa própria, e de forma pacífica, pelo que — e atendendo às suas competências e conhecimento do serviço — foi convidada pelo antigo director da Sub-região de Saúde Carlos Moreira.

Celeste Cardoso garante que só comentou o caso “para repor a verdade”, frisando que não teme represálias do Governo: “Tenho uma boa relação com o actual director, em termos pessoais e de trabalho”, disse.

Exoneração decidida em Janeiro

A ex-directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho foi exonerada em Janeiro pelo ministro da Saúde por alegadamente não ter retirado de uma parede uma fotocópia de um artigo de jornal colocada por um médico nas instalações do centro.

O artigo de jornal — ampliado pelo médico — transcrevia declarações de Correia de Campos em que dizia que nunca tinha ido a um SAP (Serviço de Atendimento Permanente) e ao qual o clínico acrescentou a frase “Façam como o ministro, não venham ao SAP”.

O facto foi alvo de um inquérito interno, no qual o clínico reconheceu a autoria da colocação da fotocópia e da frase.

O despacho de exoneração de Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso — que é funcionária administrativa do centro — foi publicado ontem em Diário da República.

“Pelo despacho (…) do Ministro da Saúde, de 5 de Janeiro, foi exonerada do cargo de directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho a licenciada Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso, com efeitos à data do despacho, por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo”, lê-se no despacho.

Perante este caso, considera-se demonstrado a situação de Maria Celeste Cardoso “não reunir as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde”.

Ver também notícia do Jornal de Notícias.

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Ex-directora acusa ministro da Saúde de “faltar à verdade”

(Público)

A ex-directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho refutou hoje as acusações de “deslealdade” e “incapacidade” feitas pelo ministro da Saúde, afirmando que o governante “falta à verdade”.

Em declarações à agência Lusa, Maria Celeste Cardoso classificou de “mentira” a justificação dada hoje por Correia de Campos, em conferência de imprensa, para a sua exoneração, garantindo que mandou retirar a fotocópia de uma notícia com declarações do ministro logo que soube que estava colocada num “placard” do Centro de Saúde de Vieira do Minho.

“Uma funcionária contactou-me dizendo-me que estava uma pessoa no centro a reclamar no Livro Amarelo pela afixação da fotocópia, e eu, que desconhecia a sua existência, mandei-a retirar de imediato, o que foi feito”, afirmou.

A ex-directora do centro de saúde sublinha que o médico em causa assumiu os factos, nomeadamente que colocou a fotocópia quando estava de serviço nocturno, frisando que “não se apercebeu do facto por ter sido num fim-de-semana”.

“Há relatórios da funcionária e do médico que foram mandados à Sub-região de Saúde e que estão arquivados”, acrescenta, desmentindo ter sido chamada duas vezes à sub-região por causa do caso.

Assegura ainda que toda a gente — médicos e funcionários — sabe, no centro de saúde, como as coisas se passaram e o modo como procedeu quando soube da existência do cartaz.

Ex-directora rejeita acusações de “incapacidade”

Maria Celeste Cardoso rejeita, também, as acusações de “incapacidade” hoje feitas pelo ministro, garantindo que “nunca, em nenhuma reunião” na Sub-Região de Saúde e na ARS/Norte lhe foi feito “qualquer reparo ou sugestão, em termos negativos, sobre a sua gestão ou sobre a necessidade de cumprir alguma medida do Governo”.

A ex-directora sublinha que, para além de uma licenciatura, tem uma pós-graduação em gestão de recursos humanos e rejeita a tese de que deveria ser um médico a gerir a estrutura, sublinhando que a direcção do centro integrava uma médica.

Repudia também a acusação de Correia de Campos de que teria sido nomeada por razões político-partidárias, sublinhando que o director anterior do centro de saúde decidiu sair por iniciativa própria, e de forma pacífica, pelo que — e atendendo às suas competências e conhecimento do serviço — foi convidada pelo antigo director da Sub-região de Saúde Carlos Moreira.

Celeste Cardoso garante que só comentou o caso “para repor a verdade”, frisando que não teme represálias do Governo: “Tenho uma boa relação com o actual director, em termos pessoais e de trabalho”, disse.

Exoneração decidida em Janeiro

A ex-directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho foi exonerada em Janeiro pelo ministro da Saúde por alegadamente não ter retirado de uma parede uma fotocópia de um artigo de jornal colocada por um médico nas instalações do centro.

O artigo de jornal — ampliado pelo médico — transcrevia declarações de Correia de Campos em que dizia que nunca tinha ido a um SAP (Serviço de Atendimento Permanente) e ao qual o clínico acrescentou a frase “Façam como o ministro, não venham ao SAP”.

O facto foi alvo de um inquérito interno, no qual o clínico reconheceu a autoria da colocação da fotocópia e da frase.

O despacho de exoneração de Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso — que é funcionária administrativa do centro — foi publicado ontem em Diário da República.

“Pelo despacho (…) do Ministro da Saúde, de 5 de Janeiro, foi exonerada do cargo de directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho a licenciada Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso, com efeitos à data do despacho, por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo”, lê-se no despacho.

Perante este caso, considera-se demonstrado a situação de Maria Celeste Cardoso “não reunir as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde”.

Ver também notícia do Jornal de Notícias.

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