Educação. PSD e CDS não largam defesa dos colégios privados

18-09-2016
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Educação. PSD e CDS não largam defesa dos colégios privados

Educação. PSD e CDS não largam defesa dos colégios privados

Passos acusou ministro da Educação de representar “outros interesses”.Governo quer que líder do PSD concretize insinuações
João Girão
Ricardo Rego 10/05/2016 09:45

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PSD e CDS reforçam deslocações ao terreno para ouvir professores e alunos do ensino privado. Governo deu mais uma conferência de imprensa para desafiar Passos a explicar a que “interesses” se referia

PSD e CDS estão na rua ao lado de professores, alunos e encarregados de educação das escolas do sistema de ensino privado e cooperativo que deverão ver cortado o financiamento do Estado a novas turmas no início do próximo ano letivo, segundo despacho do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
O líder do PSD tem agendadas para hoje visitas a duas escolas privadas (em São Domingos de Rana e Alcabideche) e ainda uma reunião com o Conselho Nacional de Educação, em Lisboa. A polémica à volta da decisão do governo - que, se for aplicada nos termos conhecidos, afetará 79 escolas - está na agenda política e Passos promete luta, depois de ter acusado o ministro da Educação de representar “outros interesses que não são os da comunidade em geral”. A acusação levou o governo, no domingo, a exigir ao líder do PSD uma clarificação. Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, desafiou Passos a “concretizar e fundamentar rapidamente as acusações que fez sobre o ministro da Educação”. Ontem, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, convocou uma conferência de imprensa para reiterar o apelo a Passos Coelho para que esclareça a que “interesses” se referia.
A resposta do líder do maior partido da oposição ainda não chegou. À SIC, fonte da direção do PSD clarificou que “os interesses que o ministro da Educação representa são claros para todos. São os interesses da FENPROF e de Mário Nogueira”.
Troca de palavras à parte, Margarida Mano, deputada do PSD e vice-presidente da Comissão de Educação na Assembleia da República, lembra que o ministro da Educação “anda a fugir às questões”, nomeadamente as que foram colocadas pela oposição no debate de sexta-feira agendado pelo PSD. A deputada social-democrata reconhece que o parlamento não pode travar medidas do governo e lembra que “não pode haver confusão de competências” dos órgãos de soberania. Ainda assim, Margarida Mano garante que o PSD continuará a acompanhar a decisão pré-anunciada pelo governo, até para que se “perceba se há ou não infração” ao contrato celebrado entre escolas e Estado na anterior legislatura.
“A infração só se coloca se a medida for aplicada. Penso que o governo pode rever a versão original de uma medida em que o mais grave é do ponto de vista do Estado, que falha um compromisso, mas também pelas implicações em que tal medida irá necessariamente traduzir--se, em termos de postos de trabalho”, defende ao i.
Também o CDS não quer deixar de cavalgar a onda de contestação ao despacho do governo que, se avançar, entra em vigor a partir do início do próximo ano letivo. Assunção Cristas tem estado em contacto com as escolas que poderão vir a ser afetadas pelo corte de financiamento. A líder do CDS tem mesmo participado em reuniões de escola, com auxiliares, professores, alunos e encarregados de educação, via Skype. Na quinta-feira deverá visitar uma escola privada.
Ontem, também os deputados do CDS João Almeida, António Carlos Monteiro e Ana Rita Bessa reuniram, na Biblioteca de Albergaria, com todas as instituições do distrito de Aveiro que têm contrato de associação. “Falamos de ensino público e de comunidades educativas que estão a ser tratadas por razões exclusivamente ideológicas”, escreveu João Almeida no Facebook.
Já Marcelo Rebelo de Sousa prefere só falar do assunto depois de reunir com António Costa. O Presidente da República disse, porém, que tem dificuldade em perceber estes “afrontamentos”.
Tiago Brandão Rodrigues vai estar amanhã no parlamento para uma audição sobre a demissão de João Wengorovius Meneses do cargo de secretário de Estado da Juventude e do Desporto. O tema abrirá a audição. Mas PSD e CDS irão insistir no despacho do ministro que deixou os colégios privados e a direita à beira de um ataque de nervos.


Educação. PSD e CDS não largam defesa dos colégios privados

Educação. PSD e CDS não largam defesa dos colégios privados

Passos acusou ministro da Educação de representar “outros interesses”.Governo quer que líder do PSD concretize insinuações
João Girão
Ricardo Rego 10/05/2016 09:45

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PSD e CDS reforçam deslocações ao terreno para ouvir professores e alunos do ensino privado. Governo deu mais uma conferência de imprensa para desafiar Passos a explicar a que “interesses” se referia

PSD e CDS estão na rua ao lado de professores, alunos e encarregados de educação das escolas do sistema de ensino privado e cooperativo que deverão ver cortado o financiamento do Estado a novas turmas no início do próximo ano letivo, segundo despacho do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
O líder do PSD tem agendadas para hoje visitas a duas escolas privadas (em São Domingos de Rana e Alcabideche) e ainda uma reunião com o Conselho Nacional de Educação, em Lisboa. A polémica à volta da decisão do governo - que, se for aplicada nos termos conhecidos, afetará 79 escolas - está na agenda política e Passos promete luta, depois de ter acusado o ministro da Educação de representar “outros interesses que não são os da comunidade em geral”. A acusação levou o governo, no domingo, a exigir ao líder do PSD uma clarificação. Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, desafiou Passos a “concretizar e fundamentar rapidamente as acusações que fez sobre o ministro da Educação”. Ontem, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, convocou uma conferência de imprensa para reiterar o apelo a Passos Coelho para que esclareça a que “interesses” se referia.
A resposta do líder do maior partido da oposição ainda não chegou. À SIC, fonte da direção do PSD clarificou que “os interesses que o ministro da Educação representa são claros para todos. São os interesses da FENPROF e de Mário Nogueira”.
Troca de palavras à parte, Margarida Mano, deputada do PSD e vice-presidente da Comissão de Educação na Assembleia da República, lembra que o ministro da Educação “anda a fugir às questões”, nomeadamente as que foram colocadas pela oposição no debate de sexta-feira agendado pelo PSD. A deputada social-democrata reconhece que o parlamento não pode travar medidas do governo e lembra que “não pode haver confusão de competências” dos órgãos de soberania. Ainda assim, Margarida Mano garante que o PSD continuará a acompanhar a decisão pré-anunciada pelo governo, até para que se “perceba se há ou não infração” ao contrato celebrado entre escolas e Estado na anterior legislatura.
“A infração só se coloca se a medida for aplicada. Penso que o governo pode rever a versão original de uma medida em que o mais grave é do ponto de vista do Estado, que falha um compromisso, mas também pelas implicações em que tal medida irá necessariamente traduzir--se, em termos de postos de trabalho”, defende ao i.
Também o CDS não quer deixar de cavalgar a onda de contestação ao despacho do governo que, se avançar, entra em vigor a partir do início do próximo ano letivo. Assunção Cristas tem estado em contacto com as escolas que poderão vir a ser afetadas pelo corte de financiamento. A líder do CDS tem mesmo participado em reuniões de escola, com auxiliares, professores, alunos e encarregados de educação, via Skype. Na quinta-feira deverá visitar uma escola privada.
Ontem, também os deputados do CDS João Almeida, António Carlos Monteiro e Ana Rita Bessa reuniram, na Biblioteca de Albergaria, com todas as instituições do distrito de Aveiro que têm contrato de associação. “Falamos de ensino público e de comunidades educativas que estão a ser tratadas por razões exclusivamente ideológicas”, escreveu João Almeida no Facebook.
Já Marcelo Rebelo de Sousa prefere só falar do assunto depois de reunir com António Costa. O Presidente da República disse, porém, que tem dificuldade em perceber estes “afrontamentos”.
Tiago Brandão Rodrigues vai estar amanhã no parlamento para uma audição sobre a demissão de João Wengorovius Meneses do cargo de secretário de Estado da Juventude e do Desporto. O tema abrirá a audição. Mas PSD e CDS irão insistir no despacho do ministro que deixou os colégios privados e a direita à beira de um ataque de nervos.

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