Unir um país partido

22-05-2019
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As últimas eleições legislativas revelaram um país dividido. Norte e sul, distritos mais ricos versus os mais pobres, novos contra velhos, privado e público em confronto, empregados e desempregados.

2015, o ano de confirmação do país dividido

Foi o resultado de uma estratégia iniciada nos governos de Sócrates e fortemente ampliada no governo de Passos Coelho/Paulo Portas.

Pacificar e unir este país partido, como Marcelo Rebelo de Sousa postulou em campanha com perspicácia, é um dos principais desafios do próximo Presidente da República.

Mas, longe de ser o único, outros não menos importantes estarão na ordem do dia. Concretamente, é preciso acabar com a promulgação de inconstitucionalidades, algo a que Cavaco, tão despudoradamente, foi permitindo. O Estado de Direito não pode ser um pró-forma, a evocar quando dá jeito e a declarar como empecilho se coloca um travão a devaneios ideológicos.

O futuro Presidente também terá que trabalhar no sentido de deixar cair a marca de presidente de facção que Cavaco Silva cunhou no cargo que exerceu durante 10 anos. Não foram dois ou três episódios, mas podem-se enumerar alguns, como o repetido discurso dos consensos, os quais, como se constatou no processo de formação do actual governo, se resumia a pressão para que se formasse um governo PSD/PS. Ou a posição pública do Presidente quanto ao BES e o desmentido que se lhe seguiu, com registo audiovisual a mostrar um presidente a mentir. Sem entrar em detalhes, é de recordar também a inventona das escutas, as ligações ao BPN e a Dias Loureiro e o pedantismo dos recados.

A lista é longa e quem ocupar o cargo não terá dificuldade em fazer melhor. Já recuperar a credibilidade, isso vai ser obra.

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As últimas eleições legislativas revelaram um país dividido. Norte e sul, distritos mais ricos versus os mais pobres, novos contra velhos, privado e público em confronto, empregados e desempregados.

2015, o ano de confirmação do país dividido

Foi o resultado de uma estratégia iniciada nos governos de Sócrates e fortemente ampliada no governo de Passos Coelho/Paulo Portas.

Pacificar e unir este país partido, como Marcelo Rebelo de Sousa postulou em campanha com perspicácia, é um dos principais desafios do próximo Presidente da República.

Mas, longe de ser o único, outros não menos importantes estarão na ordem do dia. Concretamente, é preciso acabar com a promulgação de inconstitucionalidades, algo a que Cavaco, tão despudoradamente, foi permitindo. O Estado de Direito não pode ser um pró-forma, a evocar quando dá jeito e a declarar como empecilho se coloca um travão a devaneios ideológicos.

O futuro Presidente também terá que trabalhar no sentido de deixar cair a marca de presidente de facção que Cavaco Silva cunhou no cargo que exerceu durante 10 anos. Não foram dois ou três episódios, mas podem-se enumerar alguns, como o repetido discurso dos consensos, os quais, como se constatou no processo de formação do actual governo, se resumia a pressão para que se formasse um governo PSD/PS. Ou a posição pública do Presidente quanto ao BES e o desmentido que se lhe seguiu, com registo audiovisual a mostrar um presidente a mentir. Sem entrar em detalhes, é de recordar também a inventona das escutas, as ligações ao BPN e a Dias Loureiro e o pedantismo dos recados.

A lista é longa e quem ocupar o cargo não terá dificuldade em fazer melhor. Já recuperar a credibilidade, isso vai ser obra.

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