CLUBE DOS PENSADORES: MATOSINHOS PENSADO

16-07-2018
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Há quem ache que só se deve falar de eleições próximo da
sua data. Eu pelo contrário penso que até à data de uma contenda eleitoral é
necessário como diz o provérbio, «quem vai para o mar aparelha-se em terra". As
próximas eleições autárquicas em 2017 aqui em Matosinhos vão dar muito que
falar.

A sucessão de Guilherme Pinto está na ordem do dia, nada
tendo que ver com a sua doença (tem demonstrado uma tenacidade e luta dignas de
registo), mas por força da lei: limitação de mandatos. Terá que haver uma nova
cara.

A questão que se põe: quem será? Guilherme Pinto
actualmente é independente, entregou o cartão de militante socialista para
poder concorrer contra o seu partido (PS), até então. Está excluído.

António Parada como líder da oposição não deixará de
tentar ser o escolhido pela estrutura do seu partido (PS). Todavia vem de uma
derrota pesada.

Se tivesse sabido esperar e ter sido o número dois de
Guilherme Pinto, seria naturalmente o candidato do PS em 2017. De novo como diz
o ditado popular, «quem tudo quer tudo perde». Assim não me acredito nessa possibilidade.
Estava obcecado por concorrer a Presidente de Câmara e saiu-se mal.

Por outro lado, fala-se em Luísa Salgueiro. Mas
francamente alguém que é deputada e abandonou funções em Matosinhos (chegando a
ser vereadora e deputada) à partida terá mais dificuldades. Nada tenho contra a Luísa de quem sou amigo mas será mais útil
como deputada. Optou por ir embora e não se pode voltar para ter um lugar. Isso
tem que ser bem explicado aos matosinhenses. Todavia o PS pode escolhê-la mas
as suas chances são reduzidas.

Fala-se em Palmira Macedo, actual presidente da
Assembleia Municipal, de quem se diz que 
Guilherme Pinto não toma nenhuma decisão sem o seu agrément. O seu poder extravasa as suas funções que são de liderar
os trabalhos da Assembleia, não tendo funções executivas.

A espaços, fala-se do número dois de Guilherme Pinto,
Eduardo Pinheiro que ninguém conhece e aterrou em Matosinhos de pára-quedas
sendo uma escolha pessoal do actual presidente. Eu pergunto porque não pode ser
Nuno Oliveira antigo número dois? E naturalmente Correia Pinto ou Fernando Rocha?
Têm experiência e capacidade de se adaptar a várias circunstâncias. Já
trabalharam com Narciso Miranda e agora com Guilherme Pinto.

Por fim, temos Narciso Miranda, um verdadeiro enigma, que
pode ter a sua derradeira oportunidade de voltar à CM Matosinhos. O seu
trajecto depois de acatar a ordem do PS de não concorrer em Matosinhos, devido
ao famigerado episódio da lota. Passados quatro anos em 2009, concorreu contra
o PS, mas não teve o cuidado, ou fê-lo deliberadamente, de entregar o cartão de
militante. Perdeu as eleições e o cartão de militante do PS. Mais tarde, em 2013,
não participou no acto eleitoral. Mas agora em 2017, pode abrir-se uma janela
de esperança e oportunidade. Porquê?

Narciso Miranda foi enganado e ostracizado pelo PS,
rejeitaram o seu contributo e a sua mais-valia em virtude de algo que todos
tiveram culpa. De outro ponto de vista está no seu direito, de novo, ir a votos,
é um cidadão expulso do partido, mas o que conta é que é um cidadão livre e
independente.

Evidentemente que Narciso Miranda cometeu
erros, alguns inexplicáveis, mas aprender com os erros ensina-nos a evitá-los.
O primeiro passo para tirar proveito deles consiste em perder a vergonha de
errar. Com os erros aprende-se. O problema é que em Portugal o erro é mal
visto. Errar uma vez não quer dizer que se reincida mas que nos abre as portas
para a criatividade e para fazer de outra forma. Nos Estados Unidos, num
processo de selecção para um posto de trabalho um currículo com experiências
negativas é muito bem visto. Alguém que, por exemplo, montou um negócio ou teve
um lugar de chefia e teve uma experiência catastrófica passa a ter mais
experiência e maturidade do que quem não a teve. A probabilidade que essa
pessoa tem de ter mais iniciativa, ser mais inovadora e criativa aumenta.

Todavia o maior inimigo de Narciso Miranda
é ele próprio. Assim ele saiba reencontrar-se e ter cuidado com quem o segue. O
tempo tem permitido ver que Narciso Miranda não é assim tão desprezível e é
alguém a ter em conta.

Matosinhos tem cometido
muitos erros e dado uma imagem péssima para o exterior. Quem detém o poder ou
quer ir para o poder não o faz por mal ou estupidez pensando que está a fazer
bem. Keynes dizia que, «por vezes partindo de um erro lógico persistente pode
levar-te ao manicómio».

Espero que Matosinhos
não se torne um manicómio…

nota: muita gente me inclui na lista de candidatos à CM Matosinhos pelo que
tenho feito pela cidadania e participação cívica no Clube dos Pensadores, não
sendo alheio os inúmeros debates realizados em Matosinhos (Leça da Palmeira, S.
Mamede, etc.) e o programa de rádio na RCM - Clube dos Pensadores - que esteve
no ar, cinco anos, em que dava voz às pessoas de Matosinhos. Todavia auto-excluo-me
apesar de receber imensas solicitações e incitamentos.

Joaquim Jorge 

*artigo de opinião publicado O Matosinhense 

Há quem ache que só se deve falar de eleições próximo da
sua data. Eu pelo contrário penso que até à data de uma contenda eleitoral é
necessário como diz o provérbio, «quem vai para o mar aparelha-se em terra". As
próximas eleições autárquicas em 2017 aqui em Matosinhos vão dar muito que
falar.

A sucessão de Guilherme Pinto está na ordem do dia, nada
tendo que ver com a sua doença (tem demonstrado uma tenacidade e luta dignas de
registo), mas por força da lei: limitação de mandatos. Terá que haver uma nova
cara.

A questão que se põe: quem será? Guilherme Pinto
actualmente é independente, entregou o cartão de militante socialista para
poder concorrer contra o seu partido (PS), até então. Está excluído.

António Parada como líder da oposição não deixará de
tentar ser o escolhido pela estrutura do seu partido (PS). Todavia vem de uma
derrota pesada.

Se tivesse sabido esperar e ter sido o número dois de
Guilherme Pinto, seria naturalmente o candidato do PS em 2017. De novo como diz
o ditado popular, «quem tudo quer tudo perde». Assim não me acredito nessa possibilidade.
Estava obcecado por concorrer a Presidente de Câmara e saiu-se mal.

Por outro lado, fala-se em Luísa Salgueiro. Mas
francamente alguém que é deputada e abandonou funções em Matosinhos (chegando a
ser vereadora e deputada) à partida terá mais dificuldades. Nada tenho contra a Luísa de quem sou amigo mas será mais útil
como deputada. Optou por ir embora e não se pode voltar para ter um lugar. Isso
tem que ser bem explicado aos matosinhenses. Todavia o PS pode escolhê-la mas
as suas chances são reduzidas.

Fala-se em Palmira Macedo, actual presidente da
Assembleia Municipal, de quem se diz que 
Guilherme Pinto não toma nenhuma decisão sem o seu agrément. O seu poder extravasa as suas funções que são de liderar
os trabalhos da Assembleia, não tendo funções executivas.

A espaços, fala-se do número dois de Guilherme Pinto,
Eduardo Pinheiro que ninguém conhece e aterrou em Matosinhos de pára-quedas
sendo uma escolha pessoal do actual presidente. Eu pergunto porque não pode ser
Nuno Oliveira antigo número dois? E naturalmente Correia Pinto ou Fernando Rocha?
Têm experiência e capacidade de se adaptar a várias circunstâncias. Já
trabalharam com Narciso Miranda e agora com Guilherme Pinto.

Por fim, temos Narciso Miranda, um verdadeiro enigma, que
pode ter a sua derradeira oportunidade de voltar à CM Matosinhos. O seu
trajecto depois de acatar a ordem do PS de não concorrer em Matosinhos, devido
ao famigerado episódio da lota. Passados quatro anos em 2009, concorreu contra
o PS, mas não teve o cuidado, ou fê-lo deliberadamente, de entregar o cartão de
militante. Perdeu as eleições e o cartão de militante do PS. Mais tarde, em 2013,
não participou no acto eleitoral. Mas agora em 2017, pode abrir-se uma janela
de esperança e oportunidade. Porquê?

Narciso Miranda foi enganado e ostracizado pelo PS,
rejeitaram o seu contributo e a sua mais-valia em virtude de algo que todos
tiveram culpa. De outro ponto de vista está no seu direito, de novo, ir a votos,
é um cidadão expulso do partido, mas o que conta é que é um cidadão livre e
independente.

Evidentemente que Narciso Miranda cometeu
erros, alguns inexplicáveis, mas aprender com os erros ensina-nos a evitá-los.
O primeiro passo para tirar proveito deles consiste em perder a vergonha de
errar. Com os erros aprende-se. O problema é que em Portugal o erro é mal
visto. Errar uma vez não quer dizer que se reincida mas que nos abre as portas
para a criatividade e para fazer de outra forma. Nos Estados Unidos, num
processo de selecção para um posto de trabalho um currículo com experiências
negativas é muito bem visto. Alguém que, por exemplo, montou um negócio ou teve
um lugar de chefia e teve uma experiência catastrófica passa a ter mais
experiência e maturidade do que quem não a teve. A probabilidade que essa
pessoa tem de ter mais iniciativa, ser mais inovadora e criativa aumenta.

Todavia o maior inimigo de Narciso Miranda
é ele próprio. Assim ele saiba reencontrar-se e ter cuidado com quem o segue. O
tempo tem permitido ver que Narciso Miranda não é assim tão desprezível e é
alguém a ter em conta.

Matosinhos tem cometido
muitos erros e dado uma imagem péssima para o exterior. Quem detém o poder ou
quer ir para o poder não o faz por mal ou estupidez pensando que está a fazer
bem. Keynes dizia que, «por vezes partindo de um erro lógico persistente pode
levar-te ao manicómio».

Espero que Matosinhos
não se torne um manicómio…

nota: muita gente me inclui na lista de candidatos à CM Matosinhos pelo que
tenho feito pela cidadania e participação cívica no Clube dos Pensadores, não
sendo alheio os inúmeros debates realizados em Matosinhos (Leça da Palmeira, S.
Mamede, etc.) e o programa de rádio na RCM - Clube dos Pensadores - que esteve
no ar, cinco anos, em que dava voz às pessoas de Matosinhos. Todavia auto-excluo-me
apesar de receber imensas solicitações e incitamentos.

Joaquim Jorge 

*artigo de opinião publicado O Matosinhense 

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