CLUBE DOS PENSADORES: Há diferentes tipos de censura

11-07-2018
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Um jornalista, um médico e um jurista foram as três personalidades que fizeram a mesa do «último» debate do Clube dos Pensadores. Último de uma ronda, já que o fundador garante que um novo ciclo se abrirá. «Jornalismo, Responsabilidade e Censura» abriu as hostilidades da noite.“A responsabilidade é uma obrigação do jornalista para ter eficácia social que, não há, havendo censura”. O pensamento é de Manuel Carvalho, director-adjunto do jornal «Público», a quem coube o primeiro «tempo de antena» da última noite do Clube dos Pensadores realizada, na Maia, cuja presença veio substituir a ausência do outro director-adjunto, Nuno Pacheco.Na opinião do jornalista, hoje há “liberdade de expressão” e há “diferentes tipos de censura”, sustentando que o próprio acto no jornalismo de “seleccionar” uma matéria “já pode ser censura porque é feita uma escolha e eliminada outra, quer seja pelo espaço nos jornais, quer seja pelo tempo nas rádios”.Para o Manuel – (isto porque neste clube as pessoas tratam-se pelo nome, não havendo referências aos títulos académicos, segundo frisou o fundador do espaço de reflexão, Joaquim Jorge) – há ainda uma “auto-censura”, explicando que “mesmo que saibamos (os jornalistas) que aquilo é real e aconteceu de facto, há regras éticas e deontológicas do jornalismo a respeitar”, e acrescentou: “há ainda um conjunto de temas que não podemos veicular como a xenofobia, segredos de Estado e entrar nos direitos mais fundamentais da Constituição”. Definindo a profissão como “um bem público que tal como o sistema judicial proporciona algum equilíbrio”, Manuel Carvalho confessou rejeitar o jornalismo como um quarto poder, preferindo chamar-lhe, assim, de “contra-poder”.Ao defender uma “actividade socialmente responsável”, o conferencista lamentou haver “uma atitude de arrogância do jornalista para com a classe política” que diz dar “pancada desalmada nos autarcas que, há 15 anos, eram vistos como salvadores e, hoje, são despesistas”.Manuel Carvalho apontou ainda o caso do «arrastão» da Praia de Carcavelos como uma “nódoa no jornalismo” e a «queda» de Manuel Maria Carrilho como “vítima da irresponsabilidade social e preconceito dos jornalistas”, rematando, porém, que “quem está na vida pública também tem de saber as regras”.A palavra passou para o juiz desembargador, António Ribeiro, que falou do fenómeno “feitiço que se vira contra o feiticeiro”, concretizando que “os jornalistas tanto criticam que quando são o alvo, rejeitam.” Miguel Leão, ex-presidente da secção Norte da Ordem dos Médicos, admitiu que “prefere ser difamado em público e recorrer aos tribunais, ao invés de haver qualquer tipo de censura”.__________________________________BlogOutros «Pensadores»A noite de dia 20 de Junho encerrou o primeiro ciclo de debates organizado pelo Clube dos Pensadores, que contou com intervenções de Vicente Jorge Silva, Luís Filipe Menezes e Narciso Miranda. Estiveram também presentes como convidados específicos, Nassalete Miranda, directora de O PRIMEIRO DE JANEIRO, para a regionalização e Luísa Salgueiro, deputada, para o Poder Local.Na ocasião, Joaquim Jorge, fundador do Clube e biólogo, garantiu aos «pensadores» que as sessões vão continuar, informando que há um blog (clubedospensadores.blogspot.com) apelando à colaboração e sugestões de debates e deslocalização dos mesmos para outras cidades, confessando que “sozinho não pode fazer tudo”. Raquel Pacheco


Um jornalista, um médico e um jurista foram as três personalidades que fizeram a mesa do «último» debate do Clube dos Pensadores. Último de uma ronda, já que o fundador garante que um novo ciclo se abrirá. «Jornalismo, Responsabilidade e Censura» abriu as hostilidades da noite.“A responsabilidade é uma obrigação do jornalista para ter eficácia social que, não há, havendo censura”. O pensamento é de Manuel Carvalho, director-adjunto do jornal «Público», a quem coube o primeiro «tempo de antena» da última noite do Clube dos Pensadores realizada, na Maia, cuja presença veio substituir a ausência do outro director-adjunto, Nuno Pacheco.Na opinião do jornalista, hoje há “liberdade de expressão” e há “diferentes tipos de censura”, sustentando que o próprio acto no jornalismo de “seleccionar” uma matéria “já pode ser censura porque é feita uma escolha e eliminada outra, quer seja pelo espaço nos jornais, quer seja pelo tempo nas rádios”.Para o Manuel – (isto porque neste clube as pessoas tratam-se pelo nome, não havendo referências aos títulos académicos, segundo frisou o fundador do espaço de reflexão, Joaquim Jorge) – há ainda uma “auto-censura”, explicando que “mesmo que saibamos (os jornalistas) que aquilo é real e aconteceu de facto, há regras éticas e deontológicas do jornalismo a respeitar”, e acrescentou: “há ainda um conjunto de temas que não podemos veicular como a xenofobia, segredos de Estado e entrar nos direitos mais fundamentais da Constituição”. Definindo a profissão como “um bem público que tal como o sistema judicial proporciona algum equilíbrio”, Manuel Carvalho confessou rejeitar o jornalismo como um quarto poder, preferindo chamar-lhe, assim, de “contra-poder”.Ao defender uma “actividade socialmente responsável”, o conferencista lamentou haver “uma atitude de arrogância do jornalista para com a classe política” que diz dar “pancada desalmada nos autarcas que, há 15 anos, eram vistos como salvadores e, hoje, são despesistas”.Manuel Carvalho apontou ainda o caso do «arrastão» da Praia de Carcavelos como uma “nódoa no jornalismo” e a «queda» de Manuel Maria Carrilho como “vítima da irresponsabilidade social e preconceito dos jornalistas”, rematando, porém, que “quem está na vida pública também tem de saber as regras”.A palavra passou para o juiz desembargador, António Ribeiro, que falou do fenómeno “feitiço que se vira contra o feiticeiro”, concretizando que “os jornalistas tanto criticam que quando são o alvo, rejeitam.” Miguel Leão, ex-presidente da secção Norte da Ordem dos Médicos, admitiu que “prefere ser difamado em público e recorrer aos tribunais, ao invés de haver qualquer tipo de censura”.__________________________________BlogOutros «Pensadores»A noite de dia 20 de Junho encerrou o primeiro ciclo de debates organizado pelo Clube dos Pensadores, que contou com intervenções de Vicente Jorge Silva, Luís Filipe Menezes e Narciso Miranda. Estiveram também presentes como convidados específicos, Nassalete Miranda, directora de O PRIMEIRO DE JANEIRO, para a regionalização e Luísa Salgueiro, deputada, para o Poder Local.Na ocasião, Joaquim Jorge, fundador do Clube e biólogo, garantiu aos «pensadores» que as sessões vão continuar, informando que há um blog (clubedospensadores.blogspot.com) apelando à colaboração e sugestões de debates e deslocalização dos mesmos para outras cidades, confessando que “sozinho não pode fazer tudo”. Raquel Pacheco

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